terça-feira, 24 de setembro de 2019

Em palco global, Bolsonaro rebaixou o Brasil a uma República de Bananas

Kennedy: discurso recheado de mentiras vai afetar até os negócios

Conversa Afiada, 24/09/2019
(Arte: Escreva Lola Escreva)


Ao discursar hoje na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro diminuiu o tamanho e a importância do Brasil perante o planeta. Sua fala desastrosa e recheada de mentiras afastará investimentos e negócios do país.

Bolsonaro pensou pequeno e apequenou o Brasil. Usou um palco global como se estivesse num comício eleitoral, falando para os cerca de 30% de brasileiros que aprovam sua administração. Ele não falou como representante de uma nação, mas como candidato.

Bolsonaro rebaixou o país a uma república de bananas. Discursou em tom agressivo, lembrando um ditador latino-americano dos anos 60, da época da Guerra Fria. Atacou países aliados e que têm empresas no Brasil, como a França e a Alemanha.

Ora, o presidente da França, Emmanuel Macron, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, são fundamentais para tirar do papel o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. É um equívoco geopolítico criticar países com os quais deveria construir pontes.

Mentiu sobre o que acontece na Amazônia. Voltou a dar corda a uma teoria conspiratória de ameaça à soberania brasileira. Seu discurso oficializou a guinada de uma política externa que foge à tradição do Itamaraty e que se aliou à extrema-direita populista mundial.

O presidente defendeu a ditadura de 64, agredindo democratas de todo o planeta. Criticou a ONU. Falou bobagem sobre o Foro de São Paulo. Nunca o Brasil esteve à beira do socialismo. Repetiu para uma plateia mundial os absurdos que diz domesticamente.

Ao longo de quase três décadas, o Brasil veio construindo credibilidade na área ambiental, com políticas mais responsáveis. Desde a Eco-92, no governo Collor, há avanços nessa área.

Mas Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, implementam a destruição da nossa política ambiental. E o mundo sabe. Os satélites da Nasa e a séria comunidade científica entendem as consequências do crescimento das queimadas e do desmatamento na Amazônia. Esse negacionismo ambiental e climático não cola perante o mundo. Simples assim.

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