segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Globo e o pré-sal: de inútil a fantástico

Depois que o Pedro Malan Parente entregou aos gringos...

Conversa Afiada, 17/09/2018


Em dezembro de 2015, em editorial, O Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção) classificou o pré-sal como “patrimônio inútil”. Na edição desse domingo 16/set, reportagem de capa do caderno de Economia (sic) destaca que o pré-sal brasileiro é a “principal fronteira petrolífera do mundo”. Isso tem nome: crime de lesa-pátria.

Tecnologia torna o pré-sal a principal fronteira petrolífera do mundoAvanços na indústria permitiram reduzir os custos, aumentando a competitividade dos campos
16/09/2018

Doze anos após sua descoberta, o pré-sal brasileiro se tornou a fronteira petrolífera mais atraente do mundo. A redução de custos proporcionada pelos avanços tecnológicos empreendidos pela indústria no país e os elevados índices de produtividade dos campos fizeram da área nas bacias de Santos e de Campos mais competitiva que os badalados shale gas e tight oil — como são chamados o óleo e gás não convencional dos Estados Unidos —, que chegaram a ser vistos como uma revolução de impacto global.

Segundo especialistas, a produção no pré-sal é economicamente viável mesmo se o preço do petróleo cair a US$ 35. Hoje, a cotação do barril está em torno de US$ 78 no mercado internacional.

Já no caso do petróleo não convencional nos EUA, só vale a pena com o preço do petróleo em US$ 66, segundo a consultoria Ryad Energy. A produção a partir das areias betuminosas do Canadá, outra área considerada uma nova fronteira global do petróleo, só compensa com o barril a partir de US$ 63.

Segundo consultores, o pré-sal vai atrair ainda mais a atenção das petroleiras em todo o mundo. A expectativa é que o leilão do excedente da cessão onerosa (acordo pelo qual a Petrobras adquiriu, em 2010, o direito de explorar 5 bilhões de barris numa área do pré-sal que se revelou com potencial maior), previsto para 2019, seja o maior do mundo, com arrecadação de no mínimo US$ 25 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões).

Foi justamente a atratividade crescente do pré-sal que levou a lances bilionários de empresas como Exxon, Shell, Equinor, além da Petrobras, nos últimos leilões. No dia 28, será realizada a 5ª rodada do pré-sal, com quatro blocos à venda.

A sete mil metros de profundidade, o pré-sal já responde por 55% da produção total no país, com 1,82 milhão de barris por dia de óleo e gás, diz a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Um poço que fica no campo de Mero, na área de Libra (Bacia de Santos), já é o maior produtor mundial no mar, com a extração de 38,8 mil barris por dia de petróleo. A alta produtividade por poço no pré-sal, cuja média é de cerca de 30 mil barris por dia, supera a de outras áreas de exploração marítima. É quatro vezes maior que no Golfo do México e no Mar do Norte, na Europa.

(...)

O pré-sal pode ser patrimônio inútilDelírio estatista do PT atrasa exploração das reservas, corrupção desestabiliza Petrobras e queda do preço do petróleo deve inviabilizar a produção em algumas áreas
EDITORIAL 20/12/2015

Até a descoberta das reservas de petróleo no litoral de Campos, na década de 80, e, mais recentemente, do pré-sal, na costa fluminense e paulista, quedas abissais do preço do petróleo eram festejadas no Brasil, porque o país dependia visceralmente das importações de óleo.

Não se chegou à autossuficiência, apesar de toda a propaganda político-eleitoral em torno do tema, mas a expansão da exploração em Campos e o avanço rumo ao pré-sal elevaram a produção para a faixa dos 2 milhões de barris diários, atendendo parte importante do consumo interno.

O preço internacional passou, então, a afetar os interesses brasileiros em outros aspectos. Um dos principais, a viabilidade comercial de amplas áreas do pré-sal, o “passaporte para o futuro” , como regojizou-se o presidente Lula. Neste sentido, a atual fase de queda vertiginosa das cotações do petróleo preocupa quem imagina ser o pré-sal o bilhete de loteria premiado de que tanto se falou.

No auge da euforia petrolífera, entre o fim do segundo mandato de Lula e a primeira parte do governo inaugural de Dilma, o barril do petróleo estava na faixa dos US$ 100, até alguma coisa acima. 

Na história da Humanidade, inúmeras vezes avanços tecnológicos modificaram de forma radical verdades inquestionáveis. Hoje, acontece com o petróleo, a partir do desenvolvimento nos Estados Unidos da tecnologia de obtenção de óleo e gás por meio do fracionamento de determinado tipo de rochas.

Junto com a desaceleração chinesa e mundial, o grande crescimento da produção americana — em junho, com 11 milhões de barris, os EUA passaram a ser o maior produtor mundial, à frente de Arábia Saudita e Rússia — ajudou o petróleo a desabar, fenômeno potencializado pela decisão saudita de abrir as válvulas e derrubar mais ainda as cotações, para garantir mercado e inviabilizar comercialmente a nova fonte americana.

Com isso, também colocou pontos de interrogação diante do pré-sal. Alguns preços de referência de petróleo bateram US$ 37, acima do custo de produção no pré-sal, calculado em junho pela Petrobras entre US$ 40 e US$ 57. Confirma-se que foi erro crasso do lulopetismo, movido a ideologia, suspender por cinco anos os leilões, a fim de instituir o modelo de partilha no pré-sal, com alta intervenção do Estado. Assim , o Brasil perdeu importante janela para atrair bilhões de dólares.

Agora, na atual conjuntura, não há mais interesse no pré-sal brasileiro. Nem a Petrobras tem como tocar a exploração como estabelece a legislação estatista, com 30% obrigatórios de todos os consórcios e monopólio da operação. Se já seria difícil antes do petrolão, hoje, com as finanças da estatal arruinadas pela corrupção, é impossível.

Há, ainda, o sinal de alerta da COP-21 de que a era dos combustíveis fósseis pode ter entrado na reta final. O Brasil, país cuja população envelhece sem que tenha ficado rica, pode ter chegado ao pré-sal tarde demais, até por preconceitos ideológicos. Perda histórica dupla.

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