Eleitores de Bolsonaro respondem prometendo dar “ração na tigela” a feministas
Viomundo, 23/09/2018
Dou para CUT pão com mortadela e para as feministas ração na tigela. As minas de direita são as top mais belas, enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela. Paródia cantada em evento de Jair Bolsonaro, no Recife, neste domingo, 23
Da Redação
O comício de sábado, 22, em Recife, foi um divisor de águas na campanha do petista Fernando Haddad.
Foi o maior evento de campanha realizado até agora por qualquer dos candidatos ao Planalto, com milhares de pessoas nas ruas do Recife.
É o início da segunda rodada de visitas de Haddad a todos os estados do Nordeste.
Aparentemente marca o esforço da campanha para recuperar votos tradicionalmente dados a Lula e que podem estar com outros candidatos, inclusive Jair Bolsonaro.
As evidencias de que Bolsonaro avançou — quanto, é impossível saber — sobre o eleitorado de Lula são várias.
Na pesquisa mais recente em Pernambuco, Haddad saltou de 10% para 26%, mas Bolsonaro passou de 12% para 17%.
Nas pesquisas nacionais, o neofascista vence entre os eleitores brancos, de formação universitária e maior renda.
Porém, é um engano acreditar que se dá bem apenas nesta faixa do eleitorado: Bolsonaro tem 46% dos votos dos que ganham entre 2 e 5 salários mínimos, de acordo com a pesquisa mais recente do Datafolha.
Sobre o evento de Haddad em Recife, é importante salientar outros dois pontos, evidentes no vídeo que está no topo deste post.
O candidato petista, usando linguagem mais popular e recorrendo a “causos”, se conectou muito bem com a multidão presente.
Militantes petistas vaiaram o candidato à reeleição Paulo Câmara, do PSB, chamado de “golpista”.
O PT descartou a candidatura da petista Marília Arraes ao governo de Pernambuco para fechar um acordo informal com o PSB de Câmara.
Deste fato é possível concluir que Haddad está melhor preparado para disputar os votos de Lula em todo o Nordeste, do qual ele depende não apenas para passar ao segundo turno, mas para ganhar a eleição.
Por outro lado, a militância do PT, embora aparentemente disposta a aceitar certo grau de pragmatismo de suas lideranças, sabe muito bem quem esfaqueou o partido pelas costas e não parece disposta a tolerar cavalos-de-pau programáticos como aqueles que se viu, por exemplo, no segundo mandato de Dilma Rousseff.
Isso está claro na própria orientação que Lula teria dado a Haddad, desde Curitiba: não assumir compromissos com o mercado, ao menos não agora.
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