terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Inacreditável: Paulo Preto pede ajuda a Gilmar Mendes

Quer anular investigação de lavagem na Suíça. Não seria também uma confissão de crime?

Conversa Afiada, 29/01/2018
Festa no Roubanel Tungano. Agachado (E) Paulo Preto sorri. De gravata, o maior dos ladrões acha tudo engraçado! (Reprodução)

O Conversa Afiada reproduz trecho de reportagem de Rubens Valente e Reynaldo Turollo Jr. na Fel-lha:

O ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, pediu ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes que suspenda um acordo de cooperação internacional do Ministério Público Federal com a Suíça e avoque para seu gabinete três investigações sobre ele que tramitam em São Paulo.

Entre essas apurações há um inquérito sigiloso sobre suposta corrupção nas obras do Rodoanel, em andamento na 5ª Vara Federal de São Paulo.

Paulo Preto revelou, no pedido a Mendes, que a PGR (Procuradoria-Geral da República) recebeu "informações espontâneas" da Suíça sobre "supostas operações financeiras suspeitas" realizadas por ele em cinco contas bancárias abertas no banco Bordier & Cie em nome de uma firma offshore do Panamá chamada "Groupe Nantes SA". Quatro contas foram abertas em 5 de julho de 2007, e a quinta, em 19 de janeiro de 2017.

A Procuradoria da República quer o bloqueio dos valores no Bordier, todos os arquivos de abertura e fechamento das contas e registro das transferências, entre outros documentos.

Não são informados os valores movimentados nessas contas. A Folha indagou à defesa de Paulo Preto se ele mantém ou manteve recursos no Bordier, mas ela respondeu que não iria comentar.

O pedido de cooperação com a Suíça tem relação com investigações sobre as obras do Rodoanel de São Paulo. A Dersa, cuja área de engenharia foi dirigida por Paulo Preto, é responsável pela construção da via rodoviária que circunda a capital paulista.

Delatores da empreiteira Odebrecht afirmaram que, pela obra, pagaram propina e recursos via caixa dois para políticos do PSDB. Há suspeitas envolvendo tucanos como o ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e o senador José Serra.

O pedido da defesa de Paulo Preto foi endereçado a Gilmar Mendes porque ele é o relator, no STF, de um inquérito aberto para investigar Aloysio e Serra. O inquérito foi desmembrado em novembro a pedido da defesa de Aloysio –para Mendes, não há indício de conexão que justifique investigar os dois políticos conjuntamente.

(...)

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