o suposto operacionalizador do mensalão de Furnas
Por Joaquim de Carvalho, no DCM
No dia 3 de fevereiro, quando depôs em delação premiada ao juiz Sérgio Moro, o lobista Fernando Moura disse que o PT manteve Dimas Toledo na diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção de Furnas em 2003 por indicação do então governador Aécio Neves, que, segundo ele, passou a receber um terço da propina paga à estatal.
Atual senador e presidente do PSDB, Aécio reagiu demonstrando indignação. “Estou sendo alvo de declarações criminosas feitas por réus confessos e que se limitam a lançar suspeições absurdas, sem qualquer tipo de sustentação que não a afirmação de que ‘ouviu dizer'”, afirmou Aécio, que prometeu interpelar o lobista na Justiça.
Hoje, Aécio nega a ligação com Dimas Toledo, mas nem sempre foi assim. Em junho de 2005, Roberto Jefferson, ao falar da origem dos recursos para o mensalão, contou que um dos fatos que geraram a crise do PTB com o PT foi a manutenção de Dimas Toledo na Diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção de Furnas.
Na CPI dos Correios, respondendo a uma pergunta do deputado Onyx Lorenzoni, do PFL-RS (atual DEM), ele disse que tentou nomear um substituto para Dimas, mas não conseguiu. “Eu percebi que o próprio ministro José Dirceu não queria tirar. Toda hora, ele dizia: ‘Tem muita pressão. Tem pressão do Aécio’”, respondeu.
Aécio não divulgou nota ou deu entrevista para rebater o depoimento.
Renata Lo Prete, na época editora da coluna Painel da Folha de S. Paulo, hoje apresentadora da Globonews, era a jornalista para quem Roberto Jefferson mais dava entrevistas. Na entrevista em que detonou o mensalão, Jefferson disse:
“Furnas foi o próprio presidente Lula que ofereceu ao PTB. Na diretoria de Engenharia, a mais poderosa do setor elétrico do País, está o doutor Dimas Toledo. Há 12 anos. É muito ligado ao governador Aécio Neves.”
Mais uma vez, Aécio não rebateu.
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