Ele dirá que 'nenhum centavo' recebido fora foi de campanha no país. Mas não deixa de ser muito estranha uma prisão sem provas cabais de sua participação em atos ilícitos.
O marqueteiro João Santana afirmou nesta segunda-feira (22) que as acusações contra ele são "infundadas" mas que não está surpreso com o mandado de prisão temporária expedido contra ele na 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta segunda. Segundo o publicitário que comandou as campanhas presidenciais do PT desde 2006, o Brasil vive "um clima de perseguição".
Em carta endereçada ao Partido de la Liberación Dominicana, Santana pediu para ser desligado "com caráter imediato" da campanha à reeleição de Danilo Medina à Presidência da República Dominicana. Santana e sua mulher,Mônica Moura –que também teve prisão temporária decretada–, estão no país desde janeiro para cuidar da campanha de Medina, mas embarcam devolta ao Brasil ainda nesta segunda para se apresentarem à Polícia Federal.
"Me dirijo a vocês, porque, como ficaram sabendo também pelos meios de comunicação, acordei esta manhâ com a notícia de que meu nome está sendo ligado a uma suposta trama relacionada com o financiamento de campanhas políticas no Brasil", inicia o marqueteiro. "Conhecendo o clima de perseguição que se vive hoje em dia no meu país, não posso dizer que me pegou completamente de surpresa, mas ainda sim é difícil acreditar", completa.
Santana diz que sua volta ao Brasil vai lhe permitir se "defender das acusações infundadas" e que se colocou à disposição das autoridades brasileiras desde a semana passada "para esclarecer qualquer especulação".
"Facilitarei todas as informações necessárias para imprimir a verdade dos fatos, além de qualquer dúvida", diz o marqueteiro no texto.
O marqueteiro trabalhou em campanhas no Brasil e no exterior e tem um faturamento muito alto dado o seu prestigio, profissionalismo e competência.
Editoria de Arte/Folhapress
Para se defender das suspeitas de que recebeu dinheiro ilegalmente fora do Brasil, o marqueteiro João Santana vai dizer que "nenhum centavo" recebido em suas contas no exterior provêm de campanhas brasileiras.
Segundo a Folha apurou, a linha de defesa do publicitário baiano argumentará que "todos os recursos em contas do exterior provêm, exclusivamente, de campanhas feitas em países estrangeiros".
Responsável pela campanha à reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, Santana eximirá a presidente de qualquer irregularidade e tentará justificar os pagamentos recebidos por campanha em outros países.
Santana e sua mulher, Mônica Moura, estavam na República Dominicana trabalhando na campanha à reeleição do presidente Danilo Medina nesta segunda-feira (22), quando tiveram a prisão temporária decretada. Os dois devem chegar ao Brasil na manhã desta terça-feira (23) para se apresentarem, em seguida, às autoridades em Curitiba.
A 23ª fase da Operação Lava Jato apura transferências de US$ 7,5 milhões (R$ 30 milhões em valores desta segunda) de investigados para a conta da offshore Shellbill Finance S.A., controlada pelo marqueteiro.
Deste montante, US$ 3 milhões foram pagos por meio das contas das offshores Klienfeld e Innovation Services, que são atribuídas pelos investigadores à Odebrech. Para a Procuradoria, "pesam indicativos de que consiste em propina oriunda da Petrobras transferida aos publicitários em benefício do PT".
CARTA
Ainda nesta segunda, Santana escreveu uma carta endereçada ao partido de Medina e disse que as acusações contra eles são "infundadas" e que o Brasil vive "um clima de perseguição".
"Me dirijo a vocês, porque, como ficaram sabendo também pelos meios de comunicação, acordei esta manhâ com a notícia de que meu nome está sendo ligado a uma suposta trama relacionada com o financiamento de campanhas políticas no Brasil", inicia o marqueteiro. "Conhecendo o clima de perseguição que se vive hoje em dia no meu país, não posso dizer que me pegou completamente de surpresa, mas ainda sim é difícil acreditar", completa.
Santana diz que sua volta ao Brasil vai lhe permitir se defender e que se colocou à disposição das autoridades brasileiras desde a semana passada "para esclarecer qualquer especulação".
"Facilitarei todas as informações necessárias para imprimir a verdade dos fatos, além de qualquer dúvida", diz o marqueteiro no texto.
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