Com uma produção de energia anual entre 90 e 95 milhões de MWh (megawatts-hora), a usina hidrelétrica de Itaipu é a maior do Brasil. O UOL Economia foi até Foz do Iguaçu (PR) conferir como é produzida a eletricidade na gigante binacional.
A matéria-prima de uma usina hidrelétrica é a água. Por isso, ela é represada, formando uma espécie de estoque gigante. Somente em épocas de cheias no rio Paraná - normalmente no verão - as comportas são abertas para liberar o excesso de água.
Na barragem (paredão com 7,9 km de extensão e 196 metros de altura máxima que represa o rio), a água é escoada através de tubos com 10,5 metros de diâmetro interno - chamados de condutos forçados - para dentro da usina. São 20 tubos no total, um para cada turbina.
Apesar de possuir 20 unidades geradoras de energia, apenas 18 delas ficam ativas. As duas restantes só são acionadas caso uma turbina apresente problemas ou tenha de passar pelo programa de manutenção periódica.
Dos condutos forçados, a água vai direto para as turbinas. A força com que ela passa pelas turbinas faz o equipamento girar.
O movimento rotatório faz com que ímãs presos na parte girante do gerador (rotor) passem bem próximos a enrolamentos de cobre fixados na "parede" em torno do eixo (estator). A passagem de um pelo outro, sem contato físico, é que dá origem à eletricidade.
Assim como o motor de um carro, as turbinas de uma hidrelétrica precisam ser resfriadas. Os jatos d"água devolvem ao rio a água utilizada no resfriamento. A função é parecida com a do radiador de um veículo.
A eletricidade gerada pelos ímãs em volta das turbinas é enviada para os transformadores, equipamentos que elevam a tensão elétrica para que a energia possa viajar longas distâncias. Por conta da alta temperatura e do risco de incêndio, a reportagem não pôde fotografar os transformadores, que ficam atrás das portas corta-fogo.
A eletricidade segue para as subestações, dentro da usina, onde toda a energia gerada será organizada em oito linhas de transmissão.
O risco de acidentes é constante dentro de uma usina hidrelétrica. Vários equipamentos funcionam a altas tensões e podem levar uma pessoa à morte.
Por meio de cabos elétricos, a energia chega ao lado de fora da usina, o ponto de origem das linhas de transmissão.
Os cabos de energia saem do ponto de origem e são elevados até a barragem para ganharem altura.
Finalmente, os cabos de energia passam pelas torres de trasmissão e seguem levando eletricidade para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste brasileiro, além de parte do território paraguaio.
Os tubos verdes, no interior da usina, transportam a água utilizada no resfriamento das turbinas, função semelhante a de um radiador nos carros. A água não é consumida para gerar energia em uma hidrelétrica, apenas a força de sua queda é utilizada para fazer as turbinas girarem.
Depois de passar pelas turbinas e fazê-las girar, a água volta ao rio Paraná através de tubos submersos. A água não é consumida para gerar energia em uma hidrelétrica, apenas a força de sua queda é utilizada para fazer as turbinas girarem.
Na parte exterior da usina, acima do rio Paraná, há uma linha divisória simbólica entre Brasil e Paraguai. A placa à esquerda, em português, indica o lado brasileiro. A placa à direita, em espanhol, indica o lado paraguaio.
Na sala de controle, todas as informações referentes à produção energética ficam disponíveis em um telão. Pelo menos duas pessoas dão plantão: um brasileiro e um paraguaio. Um deles fica no comando principal e outro no apoio. A cada 24 horas, o comando principal passa para o outro país. Em caso de urgência, quem estiver no controle terá de tomar a decisão.
Na sala de operações, ficam os equipamentos de ações manuais. É aqui que uma turbina é ligada ou desligada e as comportas são abertas ou fechadas. Os computadores da sala são conectados apenas a uma rede interna (intranet), sem nenhum contado com a internet. Isso evita a ação de hackers e a invasão do sistema.
Os pisos internos de Itaipu são marcados de acordo com a sua distância em relação ao nível do mar e não por andares, como nos prédios convencionais. Essa marcação faciltava o trabalho de operários e engenheiros na época da construção da usina e foi mantida até os dias atuais. Na foto, o aviso indica que o piso está a 135 metros acima do nível do mar.
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