São os patrões, de novo, são eles! E querem, porque querem, parar o país, atravancar a economia, impedir o abastecimento, travar o comércio, Aliás, essa fórmula é velha!
Fila de veículos congestiona a ERS-122, em Caxias do Sul (RS)
Os níveis revolucionários ou transformadores da classe trabalhadora brasileira estão postos à prova, em plena prova e exatamente agora. Não é "greve dos caminhoneiros", o correto, o justo e preciso é dizer: "greve dos patrões dos caminhoneiros"! O que a classe dominante, a mesmíssima classe dos burgueses e que, de uma maneira ou outra, governa nossas vidas, pretende fazer é tornar universal seus desejos e interesses, evidentemente, particulares.
Lembro do magistral filme "O Encouraçado Potenkin" [Bronenosets Potyomkin/1925, dirigido por Grigori Aleksandrov e Sergei Eisenstein], sobretudo, da parte em que os oficiais do Encouraçado reúnem no pátio da embarcação, para fins de execução, os marinheiros rebelados e que trabalhavam sob as piores condições quando, de repente, um dos marinheiros a serem executados, lança uma pergunta decisiva aos fuzileiros: "Quem são, os de que, de fato, devem ser fuzilados?". Em um átimo de tempo, os fuzis se voltam contra o alto oficialato desse navio de guerra e outra história é, enfim, contada.
Essa greve não é dos trabalhadores que "ralam" muito, ganham mal, são maltratados, não possuem qualquer segurança em seus ofícios e estão sujeitos a toda sorte de drama ou imprevisto em suas jornadas.
Evidentemente as demandas da classe trabalhadora são notadamente, outras. Esses trabalhadores carecem de melhores salários, de direitos previdenciários, planos de saúde, mais segurança, melhores estradas, alimentação adequada e mais apoios para o cumprimento de suas funções.
São os patrões, de novo, são eles! E querem, porque querem, parar o país, atravancar a economia, impedir o abastecimento, travar o comércio, Aliás, essa fórmula é velha! Estão, nesse momento, usando a economia como arma de guerra porque pela via eleitoral já viram que não conseguem!
Ocorre que, também não conseguiram pela sabotagem econômica e o que restará? Segundo o "manual do golpismo latino-americano", editado pela White House/Pentágono/CIA especialmente para a 'problemática' região compreendida entre o Rio Grande (México) até a Terra do Fogo (Argentina), a mesma América Latina: as velhas e clássicas quarteladas e tão corriqueiras na "Pátria Grande".
O cinema conta! Sugiro que assistam ao irretocável "A Batalha do Chile" [Diretor: Patrício Guzmán. Disponível no YouTube], sobretudo, em sua Parte I - "A Insurreição da burguesia". Irão entender que a estratégia do "black-out econômico" é velho estratagema das oligarquias políticas e econômicas de "Nuestra América".
Quanto aos trabalhadores do volante, que singram noites, que desafiam os dias, cujos corpos e juízos são forjados nos frios, nas secas, na solidão e em riscos cotidianos... Façam as perguntas certas! Por vocês, pelo Brasil, pelo nosso futuro comum.
Fonte: Brasil 247, 09/11/2015
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