quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Para Joaquim Barbosa, a corrupção sempre existiu no Brasil: “No passado, não vinha à tona”

Para o ex-ministro do STF, há 25 anos, a corrupção acontecia, mas não vinha à tona, com investigações e repercussão pública


Joaquim Barbosa falou sobre otimismo em relação às investigações de corrupção no país (FOTO: Hayanne Narlla/ Tribuna do Ceará)

Em passagem por Fortaleza, o ex-ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STF) Joaquim Barbosa falou sobre a corrupção brasileira, nesta segunda-feira (3), elogiando a atual fase do país. Para ele, há 25 anos, a corrupção acontecia, mas não vinha à tona, com investigações e repercussão pública.

“Não vejo desperança. Se olharmos a história recente do Brasil, isso uns 50 anos, percebemos que estamos em um caminho de evolução. Há 25 ou 30 anos, nada do que vemos sequer estaria à tona. O Estado não estaria emparelhado para resolver essas questões”, avaliou.

Mais especificamente sobre a operação Lava Jato, que envolve denúncias de corrupção na Petrobras, o ex-ministro enfatizou que é um expectador do caso. Segundo ele, não há mais nenhum tipo de ligação com o STF.

Poder Judiciário

Sobre a evolução que o país passa, Joaquim Barbosa pontuou que se deve, em grande parte, à autonomia do poder Judiciário. Além disso, ele salientou que é necessário existir entidades que tenham autonomia em relação ao jogo político.

“O Poder Judiciário do Brasil é um dos mais autônomos no mundo. Tem garantias e independência que inexistem em outras democracias”. Como exemplo, ele citou um encontro com ministros da Suprema Corte que participou na Holanda. Lá, muitos se admiraram da garantia de elaborar um orçamento interno, que é enviado ao Legislativo.

Ética

Joaquim Barbosa veio a Fortaleza para a abertura da 35ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor. “É possível ser ético em um ambiente sem ética?” Com essa pergunta, o ex-ministro falou sobre a necessidade da existência de ética nas esferas pública e privada.

Ele ainda ressaltou países que conseguiram inibir atos de corrupção em entidades e empresas. Além disso, pontuou que é necessário o esclarecimento sobre cidadania e direitos, principalmente os políticos, para uma melhor sociedade.

Fonte: Tribuna do Ceará, 03/08/2015

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