segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Para especialistas, oposição demorou e novo protesto afeta pouco o governo

O terceiro grande ato nacional contra a presidente Dilma Rousseff, neste domingo (16), perdeu a força em relação aos protestos de março e abril e deve ter pouco efeito sobre a situação do governo, segundo especialistas ouvidos pelo UOL. Para eles, o Executivo conseguiu tornar a situação "menos pior" graças à sua reação nos dias que precederam o evento, e a oposição parece ter demorado demais para aderir às manifestações.

Veja abaixo o que dizem os pesquisadores Jairo Pimentel Júnior, da consultoria APPC; Fábio Wanderley Reis, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); e Hilton Cesário Fernandes, da Fespsp (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo).


Divulgação
Para Jairo Pimentel Júnior, da APPC, consultoria de opinião pública, quem participou das manifestações votou na oposição, portanto já era do contra mesmo

Saldo para o governo: "Acabou sendo neutro, pois não acho que as manifestações vão afetar mais o governo do que já foi afetado. Não vai piorar por causa disso. Os eleitores que foram para a rua hoje foram, basicamente, quem votou na oposição e eles já estão mais do que zangados com a presidente. Os atos não vão piorar os índices de aprovação dela, que já são muito baixos. Para ocorrer o impeachment, é preciso ter elementos mais tangíveis, como descobrir que ela participou diretamente dos crimes da operação Lava Jato, ou por crime de improbidade no Tribunal de Contas da União. Enquanto isso, a imagem dela vai continuar negativa por conta da questão econômica, mas isso não vai levar ao impeachment".

Saldo para a oposição: "Foi um pouco negativo. Nesta manifestação, o foco foi o impeachment de Dilma, mas nas outras o foco foi mais geral. Como o público foi menor [em relação a março], creio que o movimento perdeu força nos últimos meses, independentemente da popularidade de Dilma ter caído nesse tempo. Para políticos da oposição que tentaram se vincular aos protestos, essa intenção não teve a força que poderia ter tido naquele período [o primeiro semestre]. A decisão deles de participar talvez tenha sido um pouco fora de hora, porque nesse momento há menos pessoas dispostas a ir para a rua".


Jefferson Coppola/Folhapress
Fábio Wanderley Reis, da UFMG, o saldo das manifestações para a oposição foi negativo porque ela deveria ter se vinculado no início

Fonte: Uol, 16/08/2015

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