sábado, 3 de setembro de 2011

Por que os políticos de Belém não querem a divisão do Pará?

É justamente isso que pergunto frequentemente aos meus interlocutores e as respostas não são convincentes. Dizem, por exemplo, que o novo estado não resolverá nossos problemas infraestruturais; que uma nova unidade federativa significa mais corruptos; que o meio ambiente será ainda mais afetado; que o Pará, depois de desmembrado será um estado pobre e, finalmente, que o Pará tem mesmo que continuar grande,

Tocantins, desmembrado de Goiás e Mato Grosso do Sul, desmembrado do Mato Grosso, são os estados mais novos da federação, que experimentaram grande progresso e desenvolvimento rapidamente. Antes, a exemplo de nossa região, eram esquecidos quando da elaboração e execução das políticas públicas.  Estados grandes, como o Pará, são como famílias grandes com poucos recursos, a necessidade é geral.

Quanto a ser governados por corruptos, não há saída. Temos que ser contrários a ela, ter princípios e não se deixar envolver. Mas, se quisermos viver sem corrupção, temos que dá adeus a vida terrena. 

Com ou sem o estado do Tapajós, apesar das nossas lutas, o meio ambiente será cada vez mais afetado. O fato é que poucos de nós, na prática, se preocupa com a preservação do meio ambiente.

Quanto ao Pará pobre, após o desmembramento, isso não faz o menor sentido. De toda a arrecadação de ICMS do Pará atual, o novo Pará ficará com 50,7%; de toda a riqueza o novo Pará ficará com  55,6% do PIB; de cada 100 indústrias, o novo Pará ficará com 80; ainda será o maior produtor de pescado do Brasil e terá grandes reservas de bauxita, petróleo e gás.

São Paulo é o estado mais desenvolvido do Brasil e no território paraense cabem 5 estados de São Paulo. Estados menores são mais viáveis sócio-econômica e administrativamente.

Os políticos de Belém querem que o Pará continue grande para que eles, enquanto candidatos, venham ao interior buscar votos para garantir suas eleições e depois nos abandonar. Isso sempre aconteceu!

Continuar um estado grande é continuar dividindo a miséria, pois nos 40 anos que moro na região oeste dá pra contar nos dedos de uma mão só os grandes investimentos que os governos do Pará fizeram aqui.

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