segunda-feira, 30 de julho de 2018

Cármen Lúcia vai convocar o Exército contra o PT?

Será medo do povo?

Conversa Afiada, 30/07/2018
Manifestação de militantes de movimentos e organizações populares em frente ao Supremo Tribunal Federal, no dia 24/VII (Reprodução/YouTube/Brasil de Fato)

O Conversa Afiada reproduz artigo do Blog do Esmael Morais:

A presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, poderá requisitar proteção do Exército durante manifestações em apoio a Luiz Inácio Lula da Silva. O PT espera reunir 50 mil pessoas no próximo dia 15 de agosto, em Brasília, durante o registro da candidatura do ex-presidente no TSE.

Entretanto, Cármen Lúcia deverá recorrer a Michel Temer. Somente o presidente da República pode, perante a Constituição, convocar as Forças Armadas.

Carminha, como a Globo a chama, teme que o STF seja alvo de invasão durante protestos pela libertação de Lula. O petista é mantido preso político há 115 dias na Polícia Federal de Curitiba.

O PT já se conformou que dentro da institucionalidade Lula não será libertado. Os próprios ministros do STF fizeram chegar ao ex-presidente que ele só será solto depois das eleições de outubro, qual seja, no início de 2019.

Em recente artigo, Lula acusou PF, Ministério Público e Poder Judiciário de fazerem conluio para facilitar o entreguismo do governo Michel Temer. O petista se referiu às privatizações e vendas de ativos das estatais brasileiras a preço vil.

domingo, 29 de julho de 2018

Rui Pimenta diz: "Em defesa de Lula, precisamos fazer um ato monstro em Brasilia"


No próximo dia 15 de agosto, o PT registrará a candidatura presidencial de Lula no TSE.

Neste contexto, o presidente do PCO Rui Costa Pimenta salienta a importância de uma grande mobilização nacional em defesa do ex-presidente.

"É necessário fazer um ato monstro em Brasília, no mínimo, umas cinquenta mil pessoas", projeta.

Coletivo de Advogados pela Democracia: Confisco de adesivos por “fiscais” do TRE no Festival Lula Livre é crime

Viomundo, 28 de julho de 2018 às 17h24

O Coletivo de Advogados pela Democracia disse que houve uma abordagem irregular no Festival Lula Livre, nos Arcos da Lapa e alertou que o TRE não pode agir de ofício, ainda mais diante de fatos relacionados à campanha presidencial.

Ainda esclareceu que existe um artigo no Código Eleitoral assegurando que impedir o exercício de propaganda é crime.

O Coletivo também orientou a pedir a identificação e anotar os nomes dos tais fiscais para ingressar com denuncia formal perante o TSE.

Disse também que ninguém pode proibir a distribuição de material de propaganda sobre o Lula, já que não se trata de propaganda eleitoral, mas propaganda para a libertação de um PRESO POLÍTICO e para que seja respeitado seu direito de ser candidato.

Afirmou que quem considera que isso se caracteriza como propaganda eleitoral que entre com uma representação perante o TSE, e não faça uso arbitrário das próprias razões, o que ainda é crime, tipificado em nosso Código Penal.

Chico, Gil, o Brasil e o mundo querem Lula livre


A luta pela libertação de Lula, que vem sendo mantido como preso político para não voltar ao poder, e pela restauração da democracia no Brasil, golpeada pela aliança formada entre PSDB, MDB, mídia corporativa, petroleiras e setores do Judiciário, teve um dia histórico ontem, quando mais de 60 mil pessoas se reuniram nos Arcos da Lapa para clamar por liberdade.

Entre eles, os maiores nomes da cultura nacional, como Chico Buarque e Gilberto Gil.

A luta por democracia no Brasil se converte numa guerra entre a luz da liberdade e as trevas do fascismo.

Emocionado, Lula mandou carta aos artistas.


O festival Lula Livre, reuniu grandes artistas e milhares de pessoas, nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, em defesa da liberdade de Lula e da restauração democrática no Brasil.

sábado, 28 de julho de 2018

Agrotóxicos: má-formação congênita e puberdade precoce, uma herança maldita do agronegócio

Diario do Centro do Mundo27 de julho de 2018

Publicado originalmente no Instituto Humanitas Unisinos
Agrotóxicos. Foto: Reprodução/Sindicato Rural de Ibiúna

A pesquisa realizada recentemente pela médica e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Cariri, Ada Pontes Aguiar, intitulada “Más-formações congênitas, puberdade precoce e agrotóxicos: uma herança maldita do agronegócio para a Chapada do Apodi (CE)”, soma-se a uma série de outros estudos feitos no país para demonstrar as implicações dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente.

O cenário da pesquisa de Ada Aguiar é a região da Chapada do Apodi, no estado do Ceará, onde desde os anos 2000 intensificou-se a plantação de fruticultura irrigada com o uso de agrotóxicos. O estudo, que teve como objetivo investigar as relações entre o uso de pesticidas e casos de más-formações congênitas e puberdade precoce nacomunidade de Tomé e as exposições ambientais e ocupacionais dos agrotóxicos, foi feito a partir do acompanhamento de oito famílias e 19 exames toxicológicos. Segundo a pesquisadora, “os resultados do presente estudo são suficientes para visibilizar o adoecimento dessas crianças e suas famílias na comunidade de Tomé, encurraladas pelo modelo produtivo do agronegócio e contaminadas cotidianamente por agrotóxicos”.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail para a IHU On-Line, Ada explica a metodologia empregada na pesquisa e expõe algumas das conclusões alcançadas. Entre elas, a pesquisadora menciona que das oito famílias que participaram da pesquisa, “5 apresentavam histórico de crianças que nasceram com más-formações congênitas (8 crianças) e 3 possuíam crianças em acompanhamento pelo diagnóstico de puberdade precoce (3 crianças)”. Segundo ela, “o estudo demonstrou que todas as 8 famílias participantes possuem um histórico no qual é possível comprovar uma exposição ambiental intensa aos agrotóxicos, por meio de variadas fontes (água, ar, solo, pulverização aérea, alimentos). Todas as crianças envolvidas na pesquisa possuem um histórico de exposição ambiental aos agrotóxicos que se estende desde a gestação – inclusive com alguns relatos das genitoras de terem apresentado quadros típicos de intoxicação aguda em períodos críticos da gravidez, como o primeiro trimestre – até os dias atuais”.

Na avaliação da médica, “para interromper os processos de vulnerabilização das comunidades, responsáveis diretos pela geração de problemas de saúde, não é suficiente reivindicarmos uma maior e melhor atuação do SUS, pois, enquanto não enfraquecermos o modelo de desenvolvimento hegemônico vigente, perpetuador de injustiças e assimetrias, e fortalecermos um caminho de vida plena, como nos incentiva a agroecologia, não será possível restaurar o equilíbrio do processo saúde-doenças das populações”.

Ada Pontes Aguiar é graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Especialista em Saúde da Família pela UNA-SUS/UFC, e mestra em Saúde Coletiva pela UFC. Participa como pesquisadora do Núcleo Trabalho, Ambiente e Saúde – Tramas, vinculado ao Departamento de Saúde Comunitária da UFC. Também é professora de Saúde Coletiva na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Cariri – UFCA, em Juazeiro do Norte, Ceará. Atua como preceptora do Programa de Residência de Medicina Geral de Família e Comunidade da UFCA, desde 2017, no município de Barbalha (Ceará), e como supervisora do Projeto Mais Médicos para o Brasil nos municípios de Santana do Cariri, Tarrafas e Saboeiro.

A morte do MBL no Facebook fica ainda mais patética com os chutes dos antigos sócios do golpe

DCM, 27 de julho de 2018

Gilmar e seus amigos do MBL em outros tempos

A agonia do MBL no Facebook assume ares especialmente patéticos por causa dos ataques e contra ataques da mídia que foi fundamental para transformar a milícia no que é hoje.

À época do impeachment, Kim Kataguiri era colunista da Folha, Renan Santos dava entrevistas dia sim, dia não, qualquer vagabundo com 17 anos que falasse contra Dilma era subcelebridade.

A “caminhada” para Brasília, uma das maiores empulhações de todos os tempos, foi coberta como se fosse séria.

O “2º Congresso” do MBL teve palestras de jornalistas como Reinaldo Azevedo e José Fucs, além do ministro do STF Gilmar Mendes e Mendonça Filho.

O Movimento Brasil Livre ajudou a mídia a ajudá-lo.

A lógica era a seguinte: “Eles podem não ser bons para o país, mas são muito bons para a Globo e para o golpe”.

Depois que Dilma caiu, pode-se mostrar a verdadeira face de quem ajudou a executar o serviço.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Constatação

Moro, Lula, Bolsonaro e a sucessão

Revista Piauí, 27jul2018_12h35

Pode-se argumentar, com alguma razão, que a campanha eleitoral nem começou. Quase nenhum dos presidenciáveis competitivos escolheu seu vice, há muita indefinição e coisas soltas no ar – não se sabe nem mesmo quem vai ser o candidato do PT. Mais do que isso, a maioria da população ainda não se ligou na disputa, o que só costuma ocorrer após o início do horário eleitoral gratuito na tevê. Tudo isso é verdade.

Num sentido mais substantivo, porém, parece claro que a campanha presidencial começou no dia 24 de janeiro, quando três juízes federais de Porto Alegre ratificaram a sentença de Sérgio Moro, deixando Lula inelegível. Condenado em segunda instância, ele se tornou um Ficha Suja. A campanha começou outra vez no início de abril, quando o ex-presidente teve a prisão decretada por Moro. Na mesma época, Cármen Lúcia atuou de maneira decisiva, recusando-se a levar ao plenário do STF a votação sobre a revisão do cumprimento da pena após decisão em 2ª instância. A exclusão de Lula do processo eleitoral foi sacramentada, como diria o filósofo Romero Jucá, com o Supremo, com tudo.

Não era preciso que Moro recebesse o prêmio de personalidade do ano da Câmara do Comércio Brasil-EUA para que se pudesse desconfiar de sua isenção como magistrado. A foto em que aparece posando ao lado de João Doria Jr. – ambos de gravatinha-borboleta, numa cerimônia de gala em Nova York – marca, por assim dizer, o momento do escracho. A imagem é tão eloquente que seria o caso de perguntar se é o pai de Neymar quem está administrando a carreira do juiz. Seja como for, àquela altura, maio deste ano, o serviço já estava feito.

Antes que Deltan Dallagnol me inclua em seu PowerPoint, devo confessar: não estou entre os que veem a Lava Jato como parte de uma conspiração internacional. Nem entre os que não reconhecem seu valor republicano ao combater a impunidade dos donos do poder e do dinheiro no país. Ocorre que a Lava Jato se perdeu no momento em que o colega de festa de João Doria quis transformar Lula em seu preso de estimação.

Quando isso ocorreu? Difícil saber exatamente, mas desde a condução coercitiva, lá atrás, até o protesto esbaforido contra a decisão (ela também estabanada) do juiz de plantão que mandou soltar Lula, há duas semanas, Moro foi corroendo, sucessivas vezes, a imagem do juiz não apenas destemido, mas também imparcial. Como Brás Cubas, ele tinha uma ideia fixa balançando no trapézio de sua cabeça: prender o senhor Luiz Inácio a qualquer preço. Esse roteiro era a maior barbada do mercado de apostas da política brasileira nos últimos anos. De Merval Pereira ao Pato da Fiesp, todo mundo conhecia o final do filme. Quén!

Muita gente que votou em Lula, mas não perdeu o juízo no turbilhão dos últimos anos deve ter chegado à conclusão, ou formado a convicção de que ele não era, nem pode ser considerado inocente diante do assalto em escala industrial praticado contra a Petrobras durante os governos petistas. Os descalabros que as investigações trouxeram à tona eram o preço, por assim dizer, do patrimonialismo de coalizão administrado pelo presidente. Sempre foi assim, dirão alguns. Que seja, mas pouco importa. Esse é um argumento cínico, que não redime nem atenua os crimes do PT.

A despeito disso tudo, convicções não bastam para levar alguém à prisão. Mesmo as convicções de um juiz precisam de base probatória. E o famigerado caso do tríplex é uma tremenda bola dividida. É corrente o entendimento de que essa era a mais frágil das denúncias contra Lula. O próprio Moro, ao responder a um embargo de declaração da defesa (o recurso que permite questionar o juiz sobre eventuais obscuridades ou mesmo contradições da sentença), disse o seguinte: “Este juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela OAS nos contratos com a Petrobras foram usados para pagamento da vantagem indevida ao ex-presidente.” Mas era exatamente isso o que a denúncia do Ministério Público dizia: o mimo ofertado a Lula seria a contrapartida da obtenção pela empreiteira de três contratos com a Petrobras, especificando-os. Se o juiz não prova o elo entre uma coisa e outra, assume isso publicamente, mas ainda assim condena o réu, há algo de esquisito. A rigor, o caso nem deveria estar em Curitiba, já que Moro e a Lava Jato cuidavam das investigações envolvendo a Petrobras. Meu raciocínio acompanha o que escreveu Reinaldo Azevedo, insuspeito de ser lulista, que fez a meu ver a crítica mais sólida da sentença. Como ele afirma, nada disso tem a ver com culpa ou inocência, mas com as exigências formais do devido processo legal – que o leitor me perdoe o jargão.

A condenação, nessas circunstâncias, reproduz a gambiarra acionada no impeachment. Dito de maneira brutal: sabemos que Dilma tem que ser derrubada, é preciso inventar um crime. Pode-se até discutir o que é mais grave – se a deposição arranjada (eu ia dizer duvidosa) de uma presidente eleita ou se a prisão duvidosa (eu ia dizer arranjada) de um ex-presidente que lidera as pesquisas de intenção de voto. Mas uma coisa é certa: o componente político, no caso do Congresso, faz parte do julgamento; no dos tribunais, não poderia fazer.

A politização da Justiça e a judicialização da política atingem no affaire Lula o seu ponto mais crítico. Nas palavras do sociólogo espanhol José María Maravall, “a política se torna judicializada quando as cortes se tornam atores políticos, alterando as regras da competição democrática. Tais estratégias incluem o uso das cortes para criminalizar adversários políticos” (a citação se encontra na p. 230 de O Lulismo em Crise, livro recém-lançado de André Singer).

Vistas em conjunto, as duas gambiarras compõem um quadro onde não figuram nem a maturidade das nossas instituições nem a solidez da nossa democracia. Os artistas da nova aquarela brasileira talvez imaginassem estar desenhando um pombo. Criaram um corvo.

Olíder nas pesquisas está preso há quase quatro meses, mas sua popularidade não derrete. Os pobres, que até agora não arredaram o pé de sua candidatura-fantasma, estão mais uma vez atrapalhando o bom funcionamento do país. Sem Lula, o líder de fato, por enquanto, é um candidato de extrema-direita de inclinações fascistas. O nome de Jair Bolsonaro começou a tomar corpo no bojo das manifestações pelo impeachment, nas quais a tentação autoritária era mais forte do que imaginavam alguns tucanos de boa-fé. Ao contrário do que foi dito, a onda de nostalgia do tempo da ditadura militar não estava restrita a franjas pouco expressivas do “fora Dilma”. Aquilo deu nisso.

É tragicômico que a advogada da peça de acusação que depôs Dilma Rousseff tenha se incorporado agora às fileiras do ex-capitão. Não se sabe ainda se Janaína Paschoal será a vice de Jair Bolsonaro – ele disse que espera o “sim ou não da noiva” na conversa que terão segunda-feira. Mas nem é preciso que ela suba ao altar de véu e grinalda. A dança do acasalamento entre os dois está consumada. A doida do impeachment agora decidiu incorporar o papel de mulher sensata no meio da tigrada.

A trajetória de Janaína ilumina – porque avacalha – o arco histórico que vai do impeachment à sucessão: responsável pela sustentação jurídica do teatro parlamentar que levou à queda da presidente, ela acaba nos braços daquele que, ao votar contra Dilma, homenageou o coronel Brilhante Ustra, chefe de um dos principais centros de tortura na ditadura, a mesma que submeteu Dilma a suplícios na prisão. Bolsonaro é o candidato da vingança da barbárie contra a civilização. Janaína Paschoal é sua lady Macbeth.

A deterioração do país vai muito além dos efeitos causados pela recessão brutal que atravessamos nos últimos anos. Enraizou-se na esquerda o sentimento de que as instituições se esvaziaram, de que houve uma desconexão entre legalidade e legitimidade, um divórcio entre o que essas instituições representam hoje e o que deveriam ser numa democracia digna do nome.

Na outra ponta, a extrema-direita em expansão talvez seja o melhor termômetro da crise atual. Parte expressiva de seu crescimento se deve a gente mais despolitizada do que fanática. São pessoas aviltadas pela crise econômica, tomadas por um ódio difuso aos políticos em geral, e ao petismo em particular, em grande medida influenciadas pela inoculação capilar em suas mentes do espírito purificador da Lava Jato. Pessoas, além disso, capturadas pelo medo e pela sensação de insegurança num cenário em que os indicadores de violência são equivalentes aos desastres de guerra.

Mesmo em momentos menos turbulentos, previsões eleitorais são sempre temerárias – tanto mais agora, num quadro de tamanha indefinição e em ambiente tão crispado. Mas vamos lá: não acredito que Bolsonaro, apesar de atender aos instintos mais primitivos do Brasil, vá resistir ao rolo compressor de tempo de tevê, alianças e estrutura política que Geraldo Alckmin conquistou com o apoio do centrão. A adesão do patriarcado da fisiologia ao tucano sugere que o PIB, finalmente, decidiu arrastar suas fichas para um lado da mesa.

Os donos do dinheiro sempre estiveram contra Lula e não querem Ciro Gomes, sobre isso não há dúvida. Mas a verdade é que não sabiam muito para onde correr. A candidatura de Henrique Meirelles não é mais que um conto de fadas. Marina, por sua vez, precisaria mostrar minimamente que tem vontade de vencer a disputa. Sua inapetência é exasperante. Alckmin é quase uma opção da falta de opções, uma espécie de escolhido por W.O. Depois de tudo, há ainda uma boa chance de que a disputa final se trave entre PSDB e PT.

Mas o que acontecerá se o duelo for entre Bolsonaro e o nome que Lula indicar da prisão? Para onde vai o PIB? E se, pelo contrário, as forças aglutinadas em torno de Bolsonaro e de Lula se frustrarem nos próximos meses? A energia social que hoje mobilizam se dissipará? Ou essas tensões deverão explodir nas ruas em algum momento? São perguntas sem resposta, mas que não podem sair do horizonte. O futuro do país está mais turvo do que nunca.

Fernando de Barros e Silva é diretor de redação da piauí desde janeiro de 2012 e autor de Chico Buarque (2004), da PubliFolha.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Lula tem 41% e leva no 1° turno

Por isso, o TSE, o STJ, o STF e a Globo não permitem que ele se candidate

Conversa Afiada, 26/07/2018
(Reprodução: PT-MG)



Do Portal da CUT:


Mesmo mantido como preso político há mais de 100 dias na sede da Polícia Federal, em Curitiba, e atacado ferozmente por setores do Judiciário e da mídia, o ex-presidente Lula continua imbatível e seria eleito no primeiro turno se as eleições fossem hoje, de acordo com pesquisa CUT/Vox Populi, realizada entre os dias 18 e 20 de julho.

Ao contrário do que os opositores sonharam, Lula segue na liderança e nem mesmo as manobras políticas e jurídicas para mantê-lo preso abalaram as intenções de votos no ex-presidente.

É o que comprovou a pesquisa, inclusive nas simulações de segundo turno, onde Lula também derrotaria qualquer adversário por ampla margem de votos.

Pesquisa estimulada
No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, as intenções de voto em Lula aumentaram para 41% contra 39% registrado em maio.

Já a soma de todos os outros adversários alcançou 29%, segundo a pesquisa CUT/Vox Populi, divulgada nesta quinta-feira (26).

No segundo lugar, com praticamente um terço das intenções de votos de Lula, está o deputado Jair Bolsonaro (PSL), que se manteve com 12%; seguido por Ciro Gomes (PDT), que alcançou 5%. Marina Silva (Rede) caiu de 6% para 4%, empatando com Geraldo Alckmin (PSDB), que também registrou apenas 4%.

Manuela D’Ávila (PC do B) e Álvaro Dias (Podemos) têm cada um 1% das intenções de votos. Os entrevistados que disseram que irão votar em outros candidatos atingiu 2%. O percentual dos que não vão votar em ninguém, brancos e nulos totalizou 18% e não sabem ou não responderam, 12%.


Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, Lula segue na liderança de todas as pesquisas eleitorais porque os brasileiros sentem saudade de seu governo e não esquecem como a vida era melhor quando ele era presidente do Brasil.

O ex-presidente Lula, lembra Vagner, fez a economia crescer e ainda distribuiu renda, gerou mais de 20 milhões de empregos sem alterar uma vírgula a CLT, tirou milhões de brasileiros da fome e da miséria e proporcionou a maior inclusão social e educacional da história, com a ampliação do acesso de milhões de brasileiros e brasileiras às universidades.

“Com o golpe, praticamente 80 mil alunos deixaram de ingressar no ensino superior privado neste ano por causa da crise. Já são quase 14 milhões de desempregados, fora os mais de 27 milhões de subempregados, que poderiam estar trabalhando, mas não há vaga no mercado de trabalho”, critica Vagner, ao destacar que as pessoas voltaram a passar fome no País e milhares de famílias estão endividadas e sem esperança.

“O povo sabe que a vida era melhor com Lula e tem a consciência de que ele é o mais preparado para tirar o Brasil da crise provocada por Temer e seus aliados golpistas, por isso ele é continua sendo o preferido pelo povo.”

Nordeste inteiro está com Lula
No Nordeste, a saudade de Lula é ainda maior e ele continua sendo imbatível e o mais querido pelo povo da Região.

O ex-presidente tem 58% das intenções de votos entre os nordestinos contra os 8% alcançado por Ciro, seguido por Bolsonaro, com 7%. Alckmin aparece com 3% e Marina caiu de 6% para 2%. Os demais não pontuaram.

Aumentam as intenções de votos no Sul
No Sul, aumentou de 31% para 34% as intenções de voto em Lula. Em segundo lugar aparece Bolsonaro, com 19%, seguido por Álvaro Dias, que caiu de 10% para 5%, empatando com Ciro Gomes (5%). Marina e Alckmin também aparecem empatados com 4% cada. Manuela tem 1% e outros 4%.

No Sudeste, Lula tem 33% das intenções de voto contra 12% de Bolsonaro. O candidato tucano, Geraldo Alckmin, apesar de governar São Paulo por quase 14 anos, aparece com apenas 6% das intenções de votos na Região. Marina tem 4%; Ciro 2%; Manuela e Álvaro Dias 1% cada; e outros 3%. O percentual dos que não vão votar em ninguém, brancos e nulos atingiu o maior índice no Sudeste, sendo a opção de 25% dos entrevistados.

Centro-Oeste também está com Lula
No Centro-Oeste e Norte, Lula também é o preferido pelo eleitorado e tem 39% das intenções de votos. Em segundo lugar aparece Bolsonaro com 17%, seguido por Marina (8%); Ciro (6%); Alckmin (2%); Álvaro Dias (1%); e outros (1%).

Cenário espontâneo
Na pesquisa espontânea, Lula também está bem na frente dos demais candidatos.

O ex-presidente passou de 34% para 37% das intenções de votos. Bolsonaro se manteve em segundo lugar, com 10%; Ciro tem 3%; Alckmin caiu de 3% para 2% e segue empatado com Marina Silva (2%) e com o ex-presidente FHC, citado por 2% dos entrevistados.

Joaquim Barbosa, Sergio Moro, Aécio Neves, Eduardo Jorge e Álvaro Dias aparecem com 1% das intenções de voto cada.

Os que disseram que vão votar em outros candidatos alcançaram 3%. Ninguém, brancos e nulos 18% e não sabem ou não responderam 18%.

Segundo turno
Nas simulações de segundo turno, Lula derrotaria todos os adversários com tranquilidade.

O ex-presidente tem 50% das intenções de votos contra 16% de Bolsonaro (em maio Lula tinha 47% e Bolsonaro 16%).

Lula também ganharia com folga da candidata da rede com 50% dos votos contra 12% de Marina (em maio o placar era de 45% contra 14%).

Contra Ciro, o resultado é semelhante. Lula tem 50% das intenções de voto e o candidato do PDT apenas 11%.

Já quando o adversário é Alckmin, o ex-presidente Lula passa dos 50% para 52% das intenções de votos contra apenas 10% do candidato tucano (em maio, Lula tinha 47% contra 11% de Alckmin).

A pesquisa CUT/Vox Populi foi realizada com brasileiros de mais de 16 anos, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior, de todos os estratos socioeconômicos.

Foram ouvidas 2000 pessoas, em entrevistas feitas em 121 municípios. Estratificação por cotas de sexo, idade, escolaridade e renda. A margem de erro é de 2,2 %, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

Lula nunca cogitou deixar candidatura; poderá concorrer e tomar posse, garante seu advogado


O advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, um dos responsáveis pela defesa de Lula na Justiça Eleitoral, afirma que o ex-presidente nunca fez sequer uma pergunta sobre a possibilidade de substituição de sua candidatura pelo PT.

Segundo o advogado, Lula poderá concorrer e, vitorioso, irá aguardar até a data da diplomação, em dezembro, pelo resultado da batalha jurídica pela garantia de seus direitos.