quinta-feira, 16 de junho de 2016

Estudantes e professores fazem manifestação contra cortes na Educação


Estudantes, professores e trabalhadores em educação participaram nesta quinta (16) da Marcha em Defesa da Educação Pública contra os cortes em educação

O grupo, de aproximadamente 1 mil pessoas, caminhou do Museu Nacional até o Ministério da Educação (MEC) na Esplanada dos Ministérios e solicitou uma audiência com o ministro da Educação Mendonça Filho.

"Hoje a situação do país é de total descaso com a educação pública, já era no governo Dilma, agora no governo Temer piorou. Ou seja, existem cortes na educação, tanto no governo federal quanto nos estaduais", diz o coordenador-geral da Fasubra, Gibran Jordão.

Mercadante: Temer cortou 90 mil vagas do Fies


O ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou, em nota, nesta quinta (16), que as 75 mil vagas anunciadas pelo ministro interino Mendonça Filho (DEM) "estão aquém" do que foi programado pelo governo da presidente eleita Dilma Rousseff.

"O anúncio significa um corte significativo de 90 mil vagas, em relação ao programado governo eleito. O ministro da Educação do governo eleito, Aloizio Mercadante, não anunciou as vagas do 2º semestre do Fies, pois teve a gestão interrompida por um golpe, que afastou temporariamente a presidenta eleita, Dilma Rousseff, por motivos que, hoje, são amplamente conhecidos", diz o comunicado.

Machado enfrenta Temer e reafirma delação

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O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado reiterou nesta quinta (16) que o presidente interino Michel Temer pediu a ele, em 2012, ajuda para a campanha do então candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita.

A nota de Machado foi uma resposta ao pronunciamento feito por Temer pela manhã, no Palácio do Planalto.

Ele classificou de “irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa” a delação do ex-presidente da Transpetro.

No comunicado, Machado reafirma que foi procurado, em 2012, pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que transmitiu a ele o apelo de Temer de colaborar com a campanha de Chalita.

O ex-presidente da Transpetro diz que, em setembro daquele ano, reuniu-se com Temer na Base Aérea de Brasília para tratar do assunto.

“Na conversa, Temer solicitou doação para a campanha eleitoral de Chalita”, afirma.

“O vice-presidente e todos os políticos citados sabiam que a solicitação seria repassada a um fornecedor da Transpetro, através de minha influência direta. Não fosse isso, ele teria procurado diretamente a empresa doadora”, reforça.

No texto, ele diz que nunca se encontrou com Chalita.

Cai o terceiro ministro de Temer Henrique Alves


Após ser citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão do cargo na tarde desta quinta-feira 16, informou a assessoria do Palácio do Planalto.

Alves, que quase deixou o governo no último escândalo dos áudios, mas acabou sendo mantido por Michel Temer, é o terceiro ministro do governo interino a cair em pouco mais de um mês.

O governo interino derrete com os escândalos de corrupção.

Marcos Valério quer delação sobre mensalão tucano



O publicitário Marcos Valério propôs ao Ministério Público de Minas Gerais nesta quinta (16) um acordo de delação premiada sobre o mensalão tucano; a defesa de Valério informou que o documento foi protocolado na 17ª Promotoria do Patrimônio Público de Belo Horizonte; "Temos muitos fatos novos a relatar e o que posso dizer é que a delação dele será bem aproveitada", afirmou o advogado de Valério, Jean Robert Kobayashi Júnior; o mensalão tucano envolve o desvio de recursos públicos para a fracassada campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB); a Promotoria de Minas confirmou o recebimento do pedido.

247 - O publicitário Marcos Valério propôs ao Ministério Público de Minas Gerais nesta quinta-feira (16) um acordo de delação premiada sobre o mensalão tucano. Ele é réu no caso.

A defesa de Valério informou que o documento foi protocolado na 17ª Promotoria do Patrimônio Público de Belo Horizonte.

"Temos muitos fatos novos a relatar e o que posso dizer é que a delação dele será bem aproveitada", afirmou o advogado de Valério, Jean Robert Kobayashi Júnior.

Ele não divulgou detalhes dos pedidos e das informações que Valério fez no documento para "não estragar o acordo".

O mensalão tucano envolve o desvio de recursos públicos para a fracassada campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB).

A Promotoria de Minas confirmou o recebimento do pedido.

Em abril, Valério também propôs à Justiça do Paraná apresentar informações sobre conexões entre o mensalão e a Lava Jato. O acordo ainda não foi fechado.

Valério, considerado o operador do mensalão, é acusado de lavar dinheiro em suas empresas de publicidade, a DNA e a SPM&B.

Jornal do Golpe

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Moro aceita denúncia e mulher de Cunha vira ré na Lava Jato



247 – O juiz Sérgio Moro, que coordena os processos da Operação Lava Jato em primeira instância, aceitou nesta quinta-feira 9 denúncia contra a jornalista Cláudia Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Com isso, ela vira ré na Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Outras três pessoas passaram a ser investigadas na operação com a decisão de hoje.

Os outros investigados são: Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, o lobista João Augusto Rezende Henriques, e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada. Moro também expediu um novo mandado de prisão preventiva contra João Henriques, que já está detido.

Dilma ao 247: A promeira tentação de um golpe é calar a divergência


Em entrevista exclusiva ao 247, a presidente eleita Dilma Rousseff tratou de diversos temas, como o golpe, o programa antipopular que vem sendo imposto pelo governo provisório, a crise econômica e o pré-sal.

Na primeira parte, ela fala sobre o que considera a primeira tentação de um golpe, seja ele militar ou parlamentar, como o que levou Michel Temer ao Palácio do Planalto: "é calar a divergência".

Um exemplo disso, diz ela, seria a tentativa de demissão de Ricardo Melo da presidência da EBC, já revertida pelo STF. 

Dilma citou ainda uma frase de Pierre-Augustin Beaumarchais, nas Bodas de Figaro.

"Quando se cede ao medo do mal, já se sente o mal do medo".

A fresta do plebiscito pode ajudar Dilma



"A fresta que pode permitir ao bloco de 22 senadores que votaram contra o impeachment, em 12 de maio, ampliar-se para atingir o número necessário para encerrar o governo de Michel Temer chama-se 'plebiscito'", afirma o colunista do 247 Paulo Moreira Leite.

Segundo ele, a proposta "abre a possibilidade de cimentar os dois grupos políticos que se opuseram ao impeachment até agora, mas não conseguiam unir-se (...) para garantir o retorno da presidente" - um liderado pelo PT e o outro em defesa de novas eleições.

O problema de propor um novo pleito antes de 2018, lembra PML, é o fato de envolver a renúncia de Dilma e de Temer, algo improvável.

"O plebiscito elimina isso", avalia: "Sou contra o impeachment e a favor de eleições ainda este ano", afirma o senador Roberto Requião (PMDB-PR), autor da ideia que foi apresentada em um jantar com 30 senadores em Brasília há dois dias.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Liberdade para Dilma



"Quando eu soube que Etchegoyen, do GSI, estava controlando quem entrava e quem saía do palácio da Alvorada logo desconfiei que a presidente Dilma estava numa espécie de prisão domiciliar. São muitas coincidências, inclusive essa de um general da extrema-direita, filho de um torturador, tomar conta de uma ex-guerrilheira", afirma Alex Solnik, citando os cortes do governo interino de Michel Temer contra a presidente afastada, como seu cartão-alimentação e seus voos.

"Tudo isso mostra o caráter das pessoas que usurparam o poder, lideradas – se é que se pode chamá-lo de líder – por Michel Temer", diz Solnik; "Mas Dilma não desiste. E a cada golpe que leva parece ficar mais forte em vez de esmorecer".

As razões do Supremo contra Janot


"Uma coisa é quase certa: o STF não deve autorizar as prisões pedidas pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Pelo menos não todas", afirma a colunista do 247 Tereza Cruvinel.

Ela diz que o Senado não vai repetir o que senadores chamam de "submissão no caso Delcídio Amaral" e aponta que a tendência dentro do STF é não enxergar nas gravações de Sergio Machado indícios consistentes de obstrução da Justiça.

"A outra razão foi externada por Gilmar Mendes. Quem vazou cometeu 'abuso de poder' para tentar forçar o STF a decidir logo sobre um pedido que Janot havia enviado há mais de uma semana", lembra.

"Quando o STF começar a agir sobre pressão deste tipo, a democracia e suas garantias estarão realmente fritas no óleo quente das situações de exceção", analisa a jornalista.

Hildegard Angel: Serra entrega a Petrobras de bandeja


A jornalista Hildegard Angel afirmou no Twitter, nesta quarta (8), que o senador José Serra (PSDB), atual ministro das Relações Exteriores, "dilapida o país" e entrega a Petrobras de bandeja ao capital internacional.

"Serra motosserra dilapida nosso país, corta nossas esperanças pela raiz, sem deixar qualquer perspectiva de futuro. Entrega Petrobras de bandeja. Pedro parente de quem? Deve ser sobrinho direto e legítimo do Tio Sam, para cometer esse gesto impatriotico de entregar nossa maior riqueza", publicou.

As saídas da crise passam por Dilma


"Você pode ter a opinião que quiser sobre Dilma Rousseff - e nós sabemos qual é o julgamento da maioria dos brasileiros sobre ela. Mas está na cara que seu afastamento do governo rompeu o último elo vivo entre a presidência da República e o eleitorado", escreve Paulo Moreira Leite, colunista do 247.

O jornalista destaca que a presidente "foi, literalmente, abandonada pela maioria de seus eleitores", mas que "a recuperação demonstrada depois do afastamento aponta um caminho possível: mesmo fora do governo, ela carrega a legitimidade dos votos de 2014. Isso lhe dá o direito de retornar ao governo e assumir a responsabilidade de iniciar um debate amplo sobre a reconstrução da democracia, num país que necessita, essencialmente, voltar ao básico: o Judiciário julga, o Congresso legisla e o governo executa".

Shell vem com tudo para cima do pré-sal


Depois de comprar a BG por US$ 70 bilhões e abandonar negócios em até dez países, gigante anglo-holandesa vai priorizar projetos de águas profundas no Brasil e Golfo do México.

Petróleo brasileiro da Shell já tem um ponto de saída privilegiado, com inauguração de três terminais no Porto do Açu, no norte fluminense.

Enquanto empresas estrangeiras apostam alto (quase tudo) na viabilidade do pré-sal, a Petrobras abre mão da participação mínima obrigatória e apoia o projeto de lei de José Serra para alterar a lei de partilha.

Símbolo da Lava Jato, japonês da Federal é preso


Newton Ishii, que ficou conhecido por conduzir os presos da Operação Lava Jato, foi preso na tarde desta terça-feira 7, em Curitiba, segundo a Polícia Federal.

Ele havia sido condenado a quatro anos e dois meses de prisão, em 2003, no âmbito da Operação Sucuri, que apurava o envolvimento de agentes na facilitação da entrada de contrabando no País por Foz do Iguaçu (PR).

Ishii, que chegou a ser personagem de máscaras e de marchinha de carnaval, está detido na Superintendência da PF na capital; jornalista Esmael Morais, do Paraná, lembra de gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró, que levou Delcídio Amaral à prisão, que acusava um "japonês bonzinho" a vender informações da Lava Jato para revistas.

Glenn Greenwald: “Tudo ficou mais claro: é golpe”


Em entrevista à Carta Capital, o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, disse que não há dúvidas sobre os motivos do impeachment: "Qualquer que seja a definição de 'golpe', ela se enquadra no que foi feito no Brasil com relação à presidenta Dilma Rousseff. Houve envolvimento de políticos, da Justiça, da mídia e dos militares", afirmou.

Greenwald não poupou críticas à atuação do ministro Gilmar Mendes, do STF: "É impensável ver um juiz encontrando-se com políticos, almoçando com políticos".

Requião anuncia 30 votos contra o impeachment e a volta de Dilma


Senador Roberto Requião (PMDB-PR) reuniu-se ontem à noite num jantar com 30 senadores contrários ao impeachment de Dilma Rousseff e revelou que o grupo convergiu para a realização de novas eleições diretas ainda este ano.

“Num jantar com 30 senadores esta noite, estupefatos com últimos acontecimentos, convergimos para eleições diretas muito logo. Povo decide!”, postou ele no Twitter.

Para enterrar de vez o afastamento da presidente eleita serão necessários 27 votos; na votação pela admissibilidade do impeachment, em 12 de maio, foram 22 senadores contrários e 55 favoráveis.

Pesquisa quentinha: Lula na frente com 22%, seguido por Marina com 20%


Pesquisa do Instituto MDA de intenção de votos para as eleições de 2018, divulgada nesta quarta-feira 8 pela CNT, mostra o ex-presidente Lula em primeiro lugar, com 22% das intenções de voto, em cenários com ou sem o senador Aécio Neves (PSDB).

Em uma das hipóteses, Lula está à frente de Marina Silva, que registra 16,6%, e de Geraldo Alckmin, que tem 9%.

No cenário com Aécio, o petista continua na frente com o mesmo percentual, enquanto o tucano registra 16%, praticamente empatado com Marina (15%).

Lula também é o primeiro citado na intenção de voto espontânea (quando os candidatos não são citados).

Pesquisa revela: Temer tem baixa aprovação e 50% querem eleições gerais


Avaliação positiva do governo interino é de 11,3% e a avaliação negativa é de 28%, revela pesquisa do Instituto MDA divulgada nesta quarta-feira 8 pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).

A aprovação do desempenho pessoal do presidente atinge 33,8% contra 40,4% de desaprovação.

O levantamento ainda faz uma comparação entre os governos de Michel Temer e o de Dilma Rousseff: 54,8% disseram que o governo Temer está igual ao de Dilma e que não se percebe nenhuma mudança no país.

Para 20,1%, está melhor e para 14,9%, está pior.

Para 50,3%, a eleição para presidente marcada para 2018 deveria ser antecipada para este ano.

Jornal francês "Le Monde" diz que diante do caos político do Brasil, Dilma pode voltar


Em reportagem intitulada "A implosão do sistema brasileiro", o jornal francês Le Monde, um dos mais influentes da Europa, diz que "a terra treme no Brasil" e aponta que a falta de credibilidade do presidente interino Michel Temer e a crise política pela qual o país atravessa poderão fazer com que a presidente afastada Dilma Rousseff, que vinha sendo considerada "politicamente morta", retome o seu mandato.

Para a correspondente Claire Gatinois, o governo interino "ainda enfrenta uma sociedade revoltada. A governabilidade continua frágil. E, sobretudo, a falta de credibilidade continua a envolver uma elite política implicada na operação Lava Jato".

A jornalista observa que a população acabou descobrindo que a corrupção não afeta somente o PT e que "todo o sistema político está gangrenado".

terça-feira, 7 de junho de 2016

Não basta prender e cassar Cunha: é imperioso devolver a Dilma o que lhe foi tirado por uma conspiração de ladrões

Fonte: DCN, 07 Jun 2016

Almas gêmeas

Não basta prender e cassar Cunha: é imperioso devolver a Dilma o que lhe foi tirado por uma conspiração de ladrões liderada pelo rei do cangaço da política nacional.

Isso não deve sair das vistas dos brasileiros neste momento em que fica ainda mais aguda a crise política e moral nacional.

O impeachment é Cunha. É tão viciado, tão canalha, tão desonesto, tão mentiroso quanto Cunha.

Suprimir Cunha, mas manter sua obra magna no campo do gangsterismo, o impeachment, é uma insanidade. É fazer uma obra vital apenas pela metade. É promover somente 50% de justiça num caso que clama 100% ou mais.

Cunha é o símbolo supremo de um sistema político putrefato. Foi eleito pelo dinheiro da plutocracia e fez do Congresso um meio de se tornar abjetamente rico.

Importante lembrar: não fossem as autoridades suíças, que deram de bandeja às brasileiras as provas de contas milionárias de Cunha no exterior, ele seguiria impune. A plutocracia protege os seus: Cunha durante trinta anos foi blindado pela mídia.

E Cunha não é só Cunha. Como foi dito numa das conversas gravadas por Machado, “Temer é Cunha”. São almas gêmeas. Várias coisas os unem. Por exemplo, a Libra, empresa de logística que opera no porto de Santos.

A Libra colocou 591 mil reais na conta da senhora Cunha. Foi doadora expressiva de Temer. E aliados de Temer concederam uma mamata inédita para a Libra: renovaram sua concessão no porto de Santos mesmo com as dívidas da empresa com a União.

Cunha é o impeachment e é Temer.

Tudo isso posto, repito: será um serviço incompleto, miseravelmente incompleto, cassar e prender Cunha sem reparar o mal maior que ele produziu: o afastamento de Dilma e a incineração de 54 millhões de votos.

Temer e Cunha sabem onde estava Tia Eron e quanto custou o sumiço

Fonte: DCM, 07 Jun 2016

O novo capítulo da tragicomédia do golpe é a ausência de uma deputada do baixo clero no processo do Conselho de Ética da Câmara que julga a cassação de Eduardo Cunha.

A baiana Tia Eron, do PRB, famosa pelo discurso a favor do impeachment (“Eu sou a voz da mulher negra e da mulher nordestina, eu sou a voz do presidente nacional Marcos Pereira” etc), simplesmente sumiu.

Depois de mais de quatro horas, faltando apenas oito líderes partidários, a votação foi adiada para o dia seguinte.

Eronildes Vasconcelos Carvalho tem o voto decisivo sobre o processo. Se ela optar pela decência, o placar aponta 10 a 10, com o voto de minerva do presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo, que já sinalizou que quer ver Cunha pelas costas.

Mas, se há algo com que Tia Eron e seus amigos da tropa de choque de Cunha não se importam é com a decência.

Sua voz, como ela mesma admitiu, é a do presidente do partido, atual ministro do Desenvolvimento e bispo licenciado da Universal.

E com quem estava ele na noite de segunda? Com Michel Temer, num encontro marcado às pressas.

Alessandro Molon chamou atenção para a “coincidência”. “Fiquei muito preocupado com essa notícia da reunião do presidente interino Michel Temer com o presidente do PRB. Pode não ser nada, mas é muito ruim para um governo que abriga tantos aliados do deputado Eduardo Cunha uma reunião dessas”, disse.

O forfait de Tia Eron virou, inevitavelmente, piada. Parlamentares levantaram a suspeita de que ela havia sido abduzida.

Mas só a consciência e a vergonha foram raptadas. Quem votaria em seu lugar é Carlos Marun (PMDB-MS), pró-Eduardo Cunha. Marun já estava de prontidão.

De acordo com o Estadão, Tia Eron acompanhava a sessão pela TV de uma sala do PRB na Casa. Estava sozinha e comia frutas. Queria “evitar o assédio”, segundo interlocutores.

Depois do anúncio do adiamento da sessão, deu as caras para alegar que estava estudando o relatório. “Saiu hoje, você não viu? Você não acha justo?”, perguntou a repórteres.

Temer e Cunha dependem desse tipo de chantagista. O preço dela sobe de um dia para o outro. Quem paga, seja qual for o resultado, é você.

‘Governo provisório quer culpar os mais pobres pela pobreza’, diz Dilma


"Remuneramos municípios por inclusão em políticas públicas. Eles (governo interino) querem fazer o oposto: remunerar para excluir", disse nesta quinta-feira 7 a presidente Dilma Rousseff a internautas no Facebook, ao lado da ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello.

"O que se anuncia do desmonte dos programas sociais é gravíssimo", alertou a presidente, acrescentando que "seguimos vigilantes e mobilizadas e certas de que a sociedade não permitirá retrocessos".

Parente e Maria Silvia, nomes importantes do governo Temer, são réus em ação que cobra prejuízo de R$ 5 bi a Petrobras

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Recém-nomeados novos presidentes da Petrobras e do BNDES compõem o complicado time do alto escalão do governo interino com "esqueletos" no armário de escândalos do passado.

O novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, é réu em ação popular civil desde 2001, em plena era FHC, junto com vários outros diretores e conselheiros da Petrobras, entre eles a nova presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques.

A ação foi movida por petroleiros contra um mau negócio feito pela Petrobras, quando a empresa trocou ativos desvalorizados da multinacional Repsol-YPF na Argentina por ativos brasileiros valorizados.

Dilma diz que "Palácio da Alvorada virou Prisão Dourada"


Presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira 7 que "tenta-se transformar o Palácio da Alvorada numa prisão dourada", com "barreiras que não sabemos quando são abertas ou fechadas", e criticou a limitação de seu direito de ir e vir, por decisão do governo interino de Michel Temer, que negou ida da presidente a Campinas (SP).

Dilma se encontrou com historiadores no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência. Segundo ela: "Esse processo não para agora, não para em 2018 porque se trata do processo de construção da nossa democracia", afirmou.

Para ela, houve pontos "positivos" dentro dessa "conjuntura de negatividades" do processo de impeachment. "As pessoas estão participando, as mulheres, os jovens, e acho que há um despertar para a questão do que está em risco".

Pastorais do campo: povo não cabe no orçamento de Temer


Entidade que reúne o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Cáritas Brasileira e Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), divulgou nota com várias críticas ao governo do presidente interino Michel Temer.

"Quem está atrapalhando o novo governo é o povo. Este não cabe no orçamento, como se pode ver pelo plano econômico anunciado que propõe colocar um limite para despesas em saúde, educação e outras em setores essenciais à vida do povo", dizem.

As pastorais pedem uma "urgente e profunda reforma política que garanta mecanismos de participação popular nos destinos da nação".

"Governo Temer é uma Venezuela invertida"


Em entrevista ao 247, ministro da Cultura nos governos Lula e Dilma compara a situação do presidente interino Michel Temer com o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

"O destino Temer é uma Venezuela invertida, do ponto de vista ideológico, mas idêntica, como impasse sem saída: um presidente que consegue se manter no governo mas não consegue comandar o país", diz.

Juca Ferreira acha que a EBC tem uma oportunidade histórica para construir uma alternativa importante diante das emissoras tradicionais, "que vivem uma época de esgotamento, sem criatividade".

O ministro de Estado numa área que saiu em defesa do mandato de Dilma desde o primeiro momento, Juca explica que "artistas e intelectuais estavam em estado de alerta contra o golpe e reagiram na hora. Muitos diziam 'o Ministério é Nosso' e não estavam errados, porque tiveram uma participação ampla e direta em nossa gestão".

Dilma viaja em voo de carreira e avisa que GSL é responsável por sua segurança


Alvo de retaliação por parte do presidente interino Michel Temer, a presidente eleita e afastada Dilma Rousseff começa a viajar em voos comerciais nesta terça-feira 7; ela irá a Campinas (SP); advogado de Dilma no processo de impeachment, José Eduardo Cardozo informou o itinerário das viagens ao Palácio do Planalto e alertou que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) será responsável por quaisquer situações que violem a segurança pessoal da presidente.

Gilmar chama Janot às falas: vazamento de pedido de prisão é brincadeira

Mas parece que o costumeiro vazamento, e pior, o seletivo, não era crime  quando Dilma estava na Presidência da República

Ministro do Supremo Tribunal Federal criticou nesta terça-feira 7 o vazamento de pedidos de prisão da cúpula do PMDB feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF.

"Na verdade tem ocorrido [vazamentos]. Vamos dizer claramente, e aconteceu inclusive em processo de minha relatoria, processos ocultos, que vêm como ocultos e que vocês [imprensa] já sabem, divulgam no Jornal Nacional, antes de chegar no meu gabinete. Isso tem ocorrido e precisa ter cuidado. Porque isso é abuso de autoridade claro", afirmou.

Questionado se as críticas se referiam à PGR, disse que a declaração era destinada a qualquer envolvido com esse tipo de vazamento: "Quem estiver fazendo isto está cometendo crime".

Repúdio a censura a Auler é mundial!

Delegada Favorita não perde por esperar - breve ela chega ao mundo!

Fonte: Conversa Afiada, 07/06/2016


O Conversa Afiada reproduz artigo do blog de Marcelo Auler:

O repúdio à censura imposta ao nosso blog pelos juízes do 12° , Vanessa Bassani, e 8°, Nei Roberto de Barros Guimarães, Juizados Especiais Cível de Curitiba, a pedido, respectivamente, dos delegados federais da Força Tarefa da Lava Jato, Érica Mialik Marena e Maurício Moscardi Grillo, continuam gerando notícias, denúncias e protestos no Brasil e no exterior.

Nesta segunda-feira (06/06), 0 CPJ – Committee to Protect Journalists (Comitê para a Proteção dos Jornalistas), organização independente, sediada em Nova Iorque, publicou em seu site, que repercute no mundo inteiro, reportagem do seu correspondente no Brasil, jornalista Andrew Downie, sobre as ações movidas contra nós. O CPJ luta e buscar promover a liberdade de imprensa em todo o mundo e defende o direito à livre expressão dos jornalistas para relatar as notícias sem medo de represálias, Já o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas da Universidade do Texas, que sábado (04/06) postou reportagem sobre a censura em seu site em português, está providenciando a mesma matéria em inglês e espanhol.

No Brasil, a professora Sylvia Debossan Moretzsohn da Faculdade de Jornalismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) e também pesquisadora do site OBJETHOS – Observatório da Ética Jornalística, foi outra a abordar a censura em um a análise mais ampla do atual estágio da nossa imprensa, no seu comentário da semana: A Volta da Censura Prévia e a Manipulação Escancarada. Ao mesmo tempo, Arnaldo César Ricci, volta a comentar a situação dos jornais aqui neste blog no artigo Dois réis de mel coado. Já Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada fala da A Favorita da PF que ataca os blogs. Como lembrou Sylvia no seu comentário, “Nenhuma democracia aceitaria a censura prévia. Como diz o jurista Lênio Streck, “evidentemente que o jornalista tem responsabilidade, mas ele não pode ser tolhido previamente sobre o que escreve. Examina-se sempre a posteriori, mas jamais se pode proibi-lo de escrever algo no futuro, isso seria proibição de pensamento. Estamos criando algo semelhante à sociedade vigiada do livro 1984, de George Orwell, na qual o controle não é só do passado, mas também do futuro”.


Ou seja, ao que parece, tanto os delegados da Força tarefa da Lava Jato como os magistrados dos Juizado Especial do Paraná ao provocarem a censura, inaceitável em um regime democrático, ao que parece, mexeram em casa O ataque à liberdade de expressão, um dos pilares do Estado Democrático de Direito, pode não ter tido, como mostra Sylvia Moretzsohn, uma reação unânime da grande imprensa. Mas, o atentado repercutiu interna e externamente nas novas mídias e, sem duvida, chamuscou a imagem de quem os provocou.

Aos artigos e reportagens que estão circulando – alguns deles noticiados aqui nas postagens que relaciono abaixo – somem-se ainda a solidariedade dos colegas blogueiros, que repercutem o assunto sempre que podem, e as que nos chegam através de mensagens, do Face-book, dos leitores e o apoio, inclusive financeiro, que muitos tem nos enviado para ajudar nas despesas da defesa e do blog em si. Uma solidariedade que me surpreendeu mesmo tendo consciência de que ela ocorreria, mas jamais no volume em que ela está acontecendo.

Provavelmente, nem os delegados que tomaram esta iniciativa – aos quais inclui-se o Delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, Igor Romário de Paulo, que viu frustrada pelo 6° Juizado Especial Cível do Paraná sua tentativa de censurar o JornalGGN de Luís Nassif, também não tinham noção da reação que provocariam.

Abaixo transcrevo a tradução do texto do site do Comitê par a Proteção aos jornalistas:

Court orders Brazilian blogger to delete posts

Justiça ordena que blogueiro brasileiro delete postagens

Dois juízes no estado do Paraná, sul do Brasil, ordenaram que o blogueiro Marcelo Auler removesse do seu website dez artigos, alegando que eles ofendem policiais que participam em uma investigação federal sobre corrupção, contou Auler ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas.

Os 10 artigos em questão, publicados entre novembro de 2015 e abril de 2016, todos apontam para possíveis irregularidades processuais no âmbito do chamado caso Lava Jato, uma ampla investigação sobre corrupção que tem visto dezenas de políticos e empresários indiciados e presos.

Dois dos investigadores nomeados nas historias de Auler o processaram em um tribunal de pequenas causas na cidade de Curitiba, pedindo o valor máximo de indenização, 35.200 reais (US$9795), e exigindo que ele removesse as historias, disse Auler ao CPJ. O mesmo advogado representou os dois oficiais e alegou que os relatos do blogueiro difamaram seus clientes, Auler acrescentou.

Um juiz decidiu em março contra o blogueiro e disse que ele tinha denegrido a imagem da investigadora da Polícia Federal Erika Mialik Marena. Ele foi condenado a retirar duas histórias, de acordo com documentos judiciais.

Outro juiz seguiu o exemplo em 5 de maio, e disse a Auler para retirar histórias que ofenderam outro investigador, Maurício Moscardi Grillo, de acordo com informações da imprensa.

O segundo juiz também proibiu Auler de publicar quaisquer artigos futuros que contivessem “conteúdo que possa ser interpretado como ofensivo aos oficiais”, de acordo com documentos judiciais.

O juiz não pediu para ouvir a defesa do Auler antes de tomar sua decisão. Os advogados do blogueiro já recorreram da decisão, ele disse ao CPJ.

A medida equivale à censura, que é incompatível com a Constituição do país, disse a Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos, em um comunicado”.

Janot também pediu a prisão de Eduardo Cunha


Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão do deputado afastado e presidente suspenso da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); PGR alega que parlamentar, que foi afastado do mandato pelo Supremo no início de maio sob a acusação de que estaria utilizando seu cargo em benefício próprio, continuou fazendo articulações políticas.

A notícia foi veiculada pela TV Globo nesta manhã, mesmo dia em que foi publicada, pelo jornal O Globo, a informação de que Janot pediu as prisões do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR) por tentar obstruir a Lava Jato.

Eventual queda de Renan colocaria PT no comando do Senado


Caso o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), seja afastado, conforme pediu o procurador-geral da República ao STF, quem assume é o senador Jorge Viana, do PT do Acre, vice-presidente da Casa.

Bresser-Pereira: impeachment “é, por enquanto, uma vitória dos ricos”


"Triste e lamentável impeachment. Foi feito em nome da luta contra a corrupção, mas seu currículo nesta área é pior do que a do governo Dilma. Foi feito para cortar despesas, mas a primeira 'reforma' que faz é esse aumento", escreve o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira.

Ele chama ainda o governo interino de Michel Temer de "patrimonialista, que ocupa o Estado em benefício da burocracia pública", e diz que o afastamento da presidente Dilma "é, por enquanto, uma vitória dos ricos e da classe média moralista e rentista".

Patricia Pillar: impeachment sem vergonha colocou mafiosos no poder


“Não tenho nenhum compromisso com o PT ou com qualquer outro partido. Tenho milhões de críticas aos governos Dilma e Lula mas não dá pra me convencer que ter maltratado nossa já tão sofrida Democracia com este Impeachment sem vergonha pra colocar este governo de mafiosos no poder tenha valido a pena”, postou a atriz.

Ela compartilhou ainda o link da matéria do New York Times, que dá medalha de ouro em corrupção para o governo Temer.

Aécio na mira de duas investigações

Uol, 07/06/2016

Alan Marques-14.abr.2016/Folhapress
Aécio é acusado de ter "maquiado" dados enviados à chamada CPI dos Correios


Também serão investigados o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e o ex-senador Clésio Andrade (PSDB-MG).

A suspeita é de que eles tenham agido para "maquiar" informações do Banco Rural enviadas à chamada CPI dos Correios para esconder a relação entre o banco e o esquema conhecido como "mensalão mineiro". Os três negam ilegalidades.

A BBC Brasil explica o caso:

1) Por que Aécio está sendo investigado?

A suspeita é de que Aécio tenha atuado para "maquiar" dados enviados à chamada CPI dos Correios e esconder a relação entre o Banco Rural e o esquema conhecido como "mensalão mineiro" ou "mensalão tucano".

A CPI dos Correios foi uma comissão de inquérito parlamentar mista instaurada em maio de 2005 para investigar denúncias de corrupção em estatais, em particular nos Correios. A CPI era presidida pelo então senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). No âmbito de suas investigações, surgiram denúncias que acaram levando à investigação de outro escândalo, o do mensalão.

À época da CPI dos Correios, entre 2005 e 2006, Aécio era governador de Minas Gerais. Ao justificar a decisão de investigá-lo, o ministro do STF Gilmar Mendes diz que "suas condutas foram classificadas pelo Ministério Público como potencialmente configuradoras de crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira e falsidade ideológica praticada por funcionário público, além de crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro".

2) O que foi o "mensalão mineiro"?

De acordo com o Ministério Público Federal, o mensalão mineiro foi um esquema de desvio de dinheiro de empresas públicas para financiar a campanha de reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.

Esse esquema é visto pelo MPF como "origem e laboratório" do mensalão petista, que começou a ser investigado pela CPI dos Correios.

O esquema em Minas envolve alguns dos principais personagens do mensalão petista, como o publicitário Marcos Valério, e teria usado mecanismos semelhantes para desviar dinheiro e ocultar sua origem ilícita.

No mensalão tucano, porém, não há indícios de compra de apoio parlamentar - como ocorreu no caso do PT.

Folha Imagem
Eduardo Azeredo (PSDB), ex- governador de Minas

3) E o que isso tem a ver com Aécio?

A investigação se baseia na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS, hoje sem partido), que presidiu a CPI dos Correios.

Segundo ele, Aécio e outros líderes do PSDB se incomodaram com o pedido de quebra de sigilo fiscal do Banco Rural.

Delcídio afirma que Aécio enviou emissários para pedir que o prazo para a entrega de documentos do banco fosse prolongado, com a justificativa de que não haveria tempo hábil para prepará-los.

Segundo Delcídio, o objetivo dessa extensão era apagar informações comprometedoras da gestão tucana que ligariam o Rural ao mensalão mineiro. O ex-senador afirma que o próprio Aécio disse que os dados foram maquiados.

"A maquiagem consistiria em apagar dados bancários comprometedores que envolviam Aécio Neves, Clésio Andrade, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Marcos Valério e companhia", disse Delcídio.

4) Mas qual a ligação entre o Banco Rural e o mensalão mineiro?

De acordo com a acusação, o Banco Rural teria sido usado para disfarçar pagamentos do esquema.

A Procuradoria diz que duas estatais e um banco público (Copasa, Comig e Bemge) repassaram - com autorização de Azeredo - R$ 3,5 milhões em patrocínios a três eventos esportivos promovidos por uma das agências publicitárias de Marcos Valério, personagem conhecido do mensalão petista.

Valério então teria feito empréstimos fraudulentos de R$ 11 milhões no Banco Rural com o objetivo de dissimular a fonte ilícita dos recursos e disfarçar o uso deste dinheiro na campanha do PSDB.

O Banco Rural também foi envolvido no mensalão petista.

5) Mas se isso aconteceu há tanto tempo, ainda é possível investigar?

Gilmar Mendes entendeu que, mesmo se tiver ocorrido, a prestação de informações falsas pelo Banco Rural não poderia mais ser levada a julgamento, porque ocorreu há mais de oito anos e o crime já estaria prescrito.

Mesmo assim, ele afirmou que é preciso investigar o crime, porque ele "se inseriria em uma série de práticas criminosas, ainda passíveis de persecução penal".

O ministro escreveu que a "representação se reporta a elementos indicando que o Estado de Minas Gerais e o Banco Rural teriam atuado juntos em um esquema que envolveu crimes contra o sistema financeiro, contra a administração pública e de lavagem de dinheiro, conhecido por 'mensalão mineiro'".

Bruno Lisita/Folhapress
Mendes afirmou que é preciso investigar o crime, porque ele "se inseriria em uma série de práticas criminosas, ainda passíveis de persecução penal"


6) E o que vai acontecer agora?

O STF vai solicitar ao Banco Central que sejam liberadas informações sobre os dados encaminhados pelo Banco Rural à CPI dos Correios.

O Supremo quer saber se o dado era "autêntico, consistente, íntegro" ou se enseja "crítica" ou "suspeição". Gilmar Mendes também pediu que as caixas da CPI sejam lacradas no Senado.

7) Quem mais está sendo investigado?

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o ex-senador Clésio Andrade (PSDB-MG).

À época, Paes era secretário-geral do PSDB e sub-relator da CPI. Segundo Delcídio, ele teria sido um dos emissários de Aécio e teria agido para postergar o pedido de quebra de sigilo do Rural.

Já Andrade era vice-governador de Minas.

A Procuradoria-Geral da República também pediu ao STF que o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) fosse investigado, mas Mendes considerou que não havia elementos suficientes contra ele.

8) Essa é a única investigação contra Aécio?

Não. Há uma outra investigação em que o senador e presidente do PSDB é acusado de receber propina de Furnas.

Este inquérito também tem como base a delação de Delcídio, além de informações dadas pelos doleiro Alberto Youssef.

Segundo o doleiro, Aécio recebia valores, por meio de sua irmã, de uma empresa contratada por Furnas.

9) Isso significa que Aécio é investigado na operação Lava Jato?

Não. Apesar de as citações a Aécio terem sido feitas no âmbito da Lava Jato, o relator da operação, Teori Zavascki, entendeu que não há conexão entre esses fatos e a Petrobras.

Por isso, os pedidos de investigação foram redistribuídos e estão a cargo do ministro Gilmar Mendes.

10) O que Aécio diz sobre as suspeitas?

Aécio nega todas as acusações. Em nota, ele afirmou que tem absoluta convicção de que "os esclarecimentos a serem prestados demonstrarão de forma definitiva a improcedência e o absurdo de mais essa citação feita ao seu nome pelo ex-senador Delcídio".

Ele também disse que "jamais interferiu ou influenciou nos trabalhos de qualquer CPI" e que as investigações são a melhor forma de demonstrar isto. Ele também nega ter recebido propina de Furnas.

11) E os outros investigados?

O prefeito do Rio, também por meio de nota, afirmou que "em nenhum momento Aécio solicitou qualquer tipo de benefício nas investigações da CPI" e que está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos.

Já Clésio Andrade, por intermédio de seu advogado, disse que não tinha conhecimento dos autos, mas que tratava-se "de matéria requentada, cuja pertinência já foi afastada anteriormente".