São necessárias 492 mil assinaturas para que o partido seja criado, no entanto, até novembro, a sigla conseguiu reunir apenas 42,789 mil rubricas válidas, ou seja, perto de 9% do mínimo almejado
Correio Braziliense, 23/11/2020 19:35 / atualizado em 23/11/2020 19:36
(crédito: AFP / EVARISTO SA)
O presidente Jair Bolsonaro falou na tarde desta segunda-feira (23/11) sobre a dificuldade em tirar do papel o partido Aliança pelo Brasil. Caso a sigla não deslanche, sem entrar em detalhes, o chefe do Executivo afirmou que em março pode ter uma nova opção dando a entender que cogita se filiar a um outro partido. A declaração foi feita a uma apoiadora que disse fazer parte do Aliança no estado do Paraná.
"Não é fácil formar um partido hoje em dia. A gente está tentando, mas se não conseguir, a gente em março vai ter uma nova opção, tá ok?", apontou Bolsonaro.
Como o Correio mostrou nesse domingo (22), há mais de um ano na tentativa de fundar o Aliança pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro ainda está longe de atender aos requisitos para ter seu partido registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São necessárias 492 mil assinaturas para que o partido seja criado, no entanto, até novembro, a sigla conseguiu reunir apenas 42,789 mil rubricas válidas, ou seja, perto de 9% do mínimo almejado.
A intenção era de que a sigla deslanchasse ainda para as eleições municipais, o que não se concretizou. Na visão otimista de um dos dirigentes, espera-se que agora as assinaturas necessárias sejam entregues até o final de janeiro e que o partido esteja pronto para abarcar Bolsonaro na corrida à reeleição em 2022.
Entraves
Em entrevista à reportagem, o vice-presidente do Aliança pelo Brasil, Luis Felipe Belmonte, disse que a pandemia e o fechamento de cartório eleitorais, além das eleições municipais, foram entraves que atrasaram a coleta das rubricas. Porém, ressaltou que o partido segue dentro do prazo e que mais de 195 mil assinaturas ainda não foram apreciadas por conta do período eleitoral, e que outras 50 mil serão lançadas no sistema.
Em meio a cambaleante edificação da sigla, Bolsonaro também já disse que não pode investir 100% na criação do partido, mas tem mantido conversas com outros partidos e considerou retornar para a antiga sigla, o PSL, ou mesmo recorrer ao Centrão. Sobre uma eventual desistência do mandatário no novo partido, Belmonte argumenta que o Aliança “sairá do papel” e que caso Bolsonaro tenha outras opções, “a escolha será dele”.
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