segunda-feira, 30 de novembro de 2020

FHC vê Boulos como 'liderança emergente' e o compara a Lula

UOL, em São Paulo 30/11/2020 11h33 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse hoje que vê Guilherme Boulos (PSOL), segundo colocado nas eleições municipais de São Paulo, como uma "liderança emergente". Para FHC, Boulos lembra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no começo de sua carreira política. 

"Tenho notado como ele costuma se desempenhar. Primeiro, mostrou uma coisa importante: dedicação às causas populares. Foi morar mais perto dos bairros populares e está muito ligado ao 'movimento sem teto'. Ele, quando fala, me dá impressão de imitar um pouco o Lula, é o jeitão dele, só que um pouco o Lula, é o jeitão dele, só que o Lula tinha o sindicalismo por trás dele, que é uma coisa mais ampla que ocupações. O Boulos simboliza a insatisfação de muita gente com a vida na cidade grande. Vai ser uma liderança para aparecer? É possível, provável", disse durante entrevista ao colunista do UOL Tales Faria.

Na opinião do ex-presidente, Boulos desperta uma sensação de esperança na população. "Tenho uma sensação de que é uma liderança que está em emergência e normal que haja lideranças desse tipo, que contraponham a tudo que está aí e dê uma visão de esperança e um futuro melhor para os que mais precisam", concluiu.

Boulos e Jilmar Tatto podem compor chapa ao governo de SP em 2022

DCM, 30 de novembro de 2020
Jilmar Tatto e Guilherme Boulos. Foto: Reprodução/Twitter

Um dia após obter 2.168.109 votos na capital, equivalente a 40,62%, Guilherme Boulos virou alvo de um projeto que tenta unir o campo progressista em São Paulo em 2022.

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, diz que o assunto não foi tratado internamente, mas no PT existe a expectativa de compor um programa que envolva Boulos candidato ao governo do Estado, com um vice do partido, em troca de uma articulação com o PSOL em nível nacional.

Jilmar Tatto, que também concorreu à prefeitura, obtendo 8,65% dos votos no primeiro turno, é lembrado para a vaga de vice na chapa do psolista.

Jilmar é da zona Sul da cidade, local onde Boulos teve as suas melhores votações, nos distritos de Grajaú, Piraporinha e Valo Velho.

“As coisas no PSOL não se resolvem assim, um dia depois da eleição”, disse Juliano Medeiros. “O momento agora é para o Boulos descansar um pouco”.

O governo de SP ganha projeção em 2022 por dois motivos, especialmente: João Doria pode tentar a presidência, se licenciando do cargo, e mesmo que tente a reeleição tem talvez a maior rejeição na capital entre os principais candidatos ao cargo.

Edmilson (PSOL) derrota bolsonarista e é eleito em Belém: "Vitória contra o fascismo"

Candidato da PSOL superou Everaldo Eguchi (Patriota) por 26.628 votos e voltará à prefeitura de Belém após 16 anos

Brasil de Fato | Belém (PA) | 29 de Novembro de 2020 às 17:42
          Edmilson Rodrigues (PSOL) confirmou favoritismo e foi eleito prefeito de Belém - Edilson Moura

Edmilson Rodrigues (PSOL) foi eleito o novo prefeito de Belém, capital do Pará, superando o candidato do Patriota, delegado Everaldo Eguchi. O candidato da esquerda, que já foi prefeito entre 1997 e 2004, recebeu 390.723 (51,76%), enquanto Eguchi somou 364.095 votos (48,24%).

Foram computados 15.897 votos brancos e 29.295 nulos, somando 5,65%. No total, 209.721 de pessoas se abstiveram, o que representa 20,77% dos eleitores de Belém.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Edmilson comemorou uma vitória democrática contra o fascismo.

"Belém é uma capital da Amazônia, que está em foco diante do mundo pelas queimadas, o desmatamento, a grilagem, o genocídio contra indígenas, a violência contra os trabalhadores rurais sem-terra. Nós não enfrentamos um candidato liberal. Nós enfrentamos um candidato que representa o pensamento da extrema-direita. Então, foi uma vitória contra o fascismo e uma derrota para o presidente Bolsonaro que apoiou meu adversário."


O prefeito eleito também elogiou o trabalho do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no combate às fake news no pleito em Belém. "Muitos que votaram no meu adversário, não votaram por ser fascistas nem autoritários. Eles usaram muita fake news, nós tivemos várias decisões favoráveis a nós no Tribunal Regional Eleitoral. Mas quando você retira de quem publicou, ela já se espalhou para milhares de pessoas."

O candidato da esquerda foi eleito pela coligação "Belém de Novas Ideias" composta pelo PSOL, PT, PDT, PCdoB, PCB, UP e Rede. No primeiro turno, Edmilson Rodrigues teve 34,22% dos votos válidos e o delegado Eguchi (Patriota) 23,06%. No segundo turno a diferença se ampliou ainda mais. 

Quem é Edmilson Rodrigues (Psol)?

Edmilson Rodrigues tem 63 anos e uma extensa carreira política. Em 2018, o prefeito eleito foi o deputado federal mais votado do estado do Pará com 184 mil votos. 

Professor, arquiteto, autor de livros e doutor em geografia humana pela Universidade de São Paulo (USP), Rodrigues começou a trajetória como professor da rede pública estadual. Atualmente, é professor efetivo do Estado e também da Universidade Federal da Amazônia (UFRA).

Em 1996 foi eleito prefeito de Belém (1997-2000) e o primeiro a ser reeleito (2001-2004). A gestão de Edmilson marcou a história de Belém com grandes projetos e ações na capital, que são lembrados até hoje, entre eles, a maior revitalização já registrada no Ver-o-Peso, a primeira fase da macrodrenagem do Tucunduba e a macrodrenagem da Bacia do Una.

Outros feitos são: o prolongamento da Avenida João Paulo II; o Pronto Socorro do Guamá, orlas de Icoaraci e Mosqueiro, Aldeia Cabana, Ver-o-Rio, atendimento médico em casa com o programa Família Saudável, drenagem e pavimentação da Avenida Pedro Miranda e centenas de vias, assim como a reforma das Avenidas Almirante Barroso e da Augusto Montenegro, ciclovias e ciclofaixas pela cidade e dezenas de ações na área de assistência e educação reconhecidas e premiadas, como a biorremediação do aterro do Aurá.

Em reconhecimento pela gestão de excelência, Belém foi consagrada ao receber mais de 50 prêmios nacionais e internacionais, com destaque ao “Prefeito Criança”, recebido por três vezes.

Quem é Edilson Moura (vice-prefeito)?

Edilson Moura iniciou a atuação comunitária em plena ditadura militar, na década de 80. Após concluir as graduações em Educação Artística e Ciências Sociais, se engajou na defesa da educação de qualidade e de melhores condições salariais e de trabalho para os professores. 

De 2007 a 2010, foi Secretário de Cultura do governo do estado do Pará com a tarefa de fomentar e implementar a política cultural como um direito de todos. Foi deputado estadual (2011-2015) eleito em 2010 com mais de 32 mil votos. 

Em 2015 e 2016 desempenhou o cargo de delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) do Pará com o compromisso de promover a democratização do acesso à terra, a inclusão produtiva, a ampliação de renda da agricultura familiar e a paz no campo, fundamentais para se alcançar a soberania alimentar e o desenvolvimento econômico, social e ambiental do povo paraense e brasileiro.
          José de Filippi Júnior (PT) foi eleito prefeito de Diadema/SP

O ex-prefeito de Diadema (SP) José de Filippi Júnior (PT) foi eleito neste domingo (29), ao atingir 51,32% dos votos válidos, na disputa contra Taka Yamauchi (PSD). Os votos brancos somam 3,34% (6.849 votos), e os nulos, 7,41% (15.214).

O petista já governou Diadema por três gestões, entre 1993 e 1996, e de 2001 a 2008. Formado em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo, ele também ocupou a Secretaria de Obras da cidade por dois mandatos. Em 1998, foi eleito deputado estadual.

           Marcelo Oliveira (PT) foi eleito prefeito de Mauá/SP

O candidato Marcelo Oliveira (PT) foi eleito prefeito de Mauá, no ABCD Paulista, com 50,74% dos votos, contra 49,26% de Átila Jacomussi (PSB).

O Partido dos Trabalhadores governou a cidade por três vezes, entre 1997 a 2000, 2001 a 2004 e de 2009 a 2012.

A eleição no município teve 28,26% de abstenção, 5,04% votos brancos e 12,99% votos nulos.

O retorno do PT as duas cidades têm um significado simbólico para o petismo mais militante e de base popular. A região fez parte do chamado “cinturão vermelho” da base da partidária nos anos 2000.

Margarida Salomão (PT) é a nova prefeita de Juiz de Fora (MG)

          Margarida Salomão (PT) é eleita prefeita   Imagem: Reprodução/Facebook

Margarida Salomão (PT) confirmou o favoritismo e foi eleita prefeita de Juiz de Fora. No primeiro turno, Margarida obteve quase 40% dos votos válidos, contra cerca de 23% de seu adversário, o empresário Wilson Rezato (PSB).

Agora a petista recebeu 144.529 votos (54,98% dos votos válidos), contra 118.349 (45,02%) do pessebista.


"Florescemos e vencemos. Obrigada, Juiz de Fora! Obrigada pelo carinho, obrigada pela confiança, obrigada pelo encontro. Nosso compromisso é fazer a melhor gestão de toda a história de Juiz de Fora! Viva!", escreveu a prefeita eleita no Twitter.

Professora emérita da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a petista Margarida Salomão, 70, atua como deputada federal desde 2013.

Esta era sua quarta tentativa de assumir a Prefeitura de Juiz de Fora. No último pleito, em 2016, perdeu no segundo turno para Bruno Siqueira (MDB). Rezato, 59, que nunca ocupou cargo público, disputava a prefeitura pela segunda vez.

Margarida trabalhou na gestão da Prefeitura de Juiz de Fora entre 1983 e 1988 como secretária de Administração e de Governo. A petista assumiu a liderança na última pesquisa Ibope, divulgada antes do primeiro turno. O resultado do último dia 15 confirmou a sua ascensão, enquanto Rezato estava em viés de declínio e quase foi ultrapassado por Ione (Republicanos).

Ione somou 21,83% dos votos —menos de 3.000 votos atrás de Rezato em um universo de 410 mil eleitores— e foi o apoio mais visado da eleição. A candidata, entretanto, alegou discordância com os dois planos de governo e optou pela neutralidade. Delegada Sheila (PSL), que obteve 10,04% dos votos válidos, também se declarou neutra.

Marcos Ribeiro (Rede), Lorene Figueiredo (PSOL) e Fernando Elioterio (PCdoB) anunciaram oficialmente apoio à Margarida, criando uma frente de esquerda no município mineiro.

O vice de Margarida será Kennedy Ribeiro (PV), que esteve na última legislatura da Câmara Municipal. A chapa composta por PT e PV elegeu 4 dos 19 vereadores de Juiz de Fora, o que vai exigir negociação com outros partidos para conquistar a maioria da Câmara.
Planos para o pós-pandemia

Em debate realizado na TV Alterosa, um dos principais momentos foi a discussão sobre a retomada econômica no pós-pandemia. Enquanto Rezato defendeu uma parceria entre o setor de saúde e econômico, Margarida apostou em um programa de vacinação, com o estabelecimento de prioridades.

"Há pelo menos três vacinas em fase de testagem. Assumindo a prefeitura, devemos ter um programa de vacinação e estabelecer prioridades. Serão vacinados primeiro os mais vulneráveis e o pessoal das escolas", disse Margarida. De acordo com ela, é preciso pensar em "soluções setoriais, com protocolo para que as atividades possam ser praticadas com nível de segurança desejável".

Marília Campos, do PT, é eleita prefeita de Contagem

Com 100% das urnas apuradas, Marília Campos (PT) teve 51,35% dos votos válidos. Felipe Saliba teve 48,65% dos votos válidos.

Por G1 Minas — Belo Horizonte/29/11/2020 19h06 Atualizado há 7 horas
          Marília Campos, do PT, é eleita com 51,35% dos votos válidos em Contagem

Marília Campos (PT) foi eleita neste domingo (29) para governar Contagem nos próximos quatro anos. Com 100% das urnas apuradas, a candidata teve 51,35% dos votos válidos.

Felipe Saliba (PRTB) teve 48,65% dos votos.

A eleição em Contagem teve 22,94% de abstenção, 3,94% votos brancos e 8,73% votos nulos.
        Marília Campos (PT) foi acompanhada por apoiadores — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo

A apuração foi apertada. Os candidatos se revezaram na liderança mais de quatros vezes. Com as 97% das urnas apuradas, a diferença chegou a apenas quatro votos. Ao final da apuração, Marília teve 147.768 votos e Saliba teve 139.987 votos.

"É pensar pra frente agora, sabe. Acho que agora é descer do palanque e governar com todos para todos. Não existiu divisão, existiu posicionamento da cidade, agora é trabalhar pela unidade", disse a candidata após o resultado das eleições.

Marília Campos tem 59 anos, é casada, tem superior completo e declara ao TSE a ocupação de deputada. Ela já foi prefeita de Contagem por dois mandatos entre 2005 e 2012. Marília tem um patrimônio declarado de R$ 839.538,64.

Ela foi a primeira a votar neste domingo. Marília chegou às 9h30 na Escola Estadual Helena Guerra, no bairro Eldorado, acompanhada de apoiadores da campanha.

Contagem é a segunda maior cidade da Grande BH e possui quase 700 mil habitantes, distribuídos em 300 bairros (entre regulares e irregulares). As principais atividades econômicas do município são serviços, comércio e indústria.

Primeiro Turno

No primeiro turno, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marília teve 118.955 votos, 41,83% dos votos e Felipe Saliba teve 52.371 – o que representa 18,42% dos votos.

A eleição em Contagem teve 19,99% de abstenção, 6,43% votos brancos e 10,44% votos nulos.

Rússia inicia processo de vacinação com Sputnik V em Moscou

Residentes russos devem se registrar em uma plataforma do governo com antecedência. Não ter contraído a Covid-19 é um pré-requisito para receber a vacina

Brasil 247, 30/11/2020, 19:08 h Atualizado em 30/11/2020, 19:28
   Enfermeira prepara vacina russa "Sputnik-5" contra Covid-19 para aplicação em Moscou (Foto: REUTERS/Tatyana Makeyeva)

Por Allan Gavioli, do Infomoney

Nesta segunda-feira (30), o governo russo anunciou que iniciará a vacinação da sua população com a Sputnik V, vacina desenvolvida por um laboratório nacional e que ainda não teve seus testes clínicos concluídos.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, um lote da vacina Sputnik V foi entregue a ao hospital Domodedovo Central City Hospital em Moscou, capital do país. Ainda de acordo com a Reuters, algumas pessoas já receberam a dose ainda na última semana. Na última terça-feira (24), o governo russo anunciou que a Sputnik V teve 95% de eficácia após a segunda dose.

No site da instituição, constam informações sobre como será o processo de vacinação e de que forma os cidadãos podem demonstrar interesse na aplicação do imunizante.

Segundo essas informações, residentes russos interessados devem se registrar em uma plataforma do governo com antecedência. Outro pré-requisito é apresentar um teste de Covid-19 atestando que não houve contágio pelo novo coronavírus e documentos de identificação.

A Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina contra a Covid-19 no mundo, ainda em agosto. O anúncio gerou preocupação entre a comunidade científica mundial, entre outros motivos, por causa do anúncio dos testes de fase 3 e da vacinação em massa de forma simultânea, mesmo sem ter publicado os resultados em periódicos científicos – parte importantíssima do estudo clínico para que os resultados acerca da vacina possam ser conferidos por agentes independentes.

Segundo números oficiais do governo russo, 26.338 novos casos foram registrados nesta segunda-feira, incluindo 6.511 na capital e 3.691 em São Petersburgo, segunda cidade mais importante da Rússia, além de 368 óbitos nas últimas 24 horas. Ao todo, o país já soma 2.295.654 infectados e 39.895 vítimas fatais desde o início da pandemia.
Vacina russa chega ao Brasil?

Ainda que não haja nenhum contrato firmado entre o governo federal e o Instituto Gamaleya, responsável pela vacina russa Sputinik V, tratativas entre os russos e governos estaduais e companhias privadas brasileiras já estão acontecendo.

Os governos do Paraná e da Bahia já selaram acordos com a Rússia para futuros ensaios clínicos no país e para aquisição de doses. No mês passado, o fundo russo que financia o desenvolvimento da vacina anunciou que o Brasil poderia começar a produzi-la em dezembro. Entretanto, até o momento, a Anvisa não recebeu um pedido formal do Instituto Gamaleya para teste ou registro da Sputnik V no Brasil.

No Brasil, a companhia privada que fechou acordo para receber a tecnologia e produzir o imunizante é a União Química, de São Paulo. Em entrevista ao canal CNN Brasil, um porta-voz da farmacêutica afirmou que já recebeu parte dos insumos para produção do imunizante.

De acordo com Rogério Rosso, diretor de negócios internacionais da União Química, o material faz parte de um lote piloto, que será usado para pesquisa e desenvolvimento. Em reportagem anterior, o InfoMoney detalhou quais vacinas devem chegar ao Brasil.

Desmatamento da Amazônia aumenta 9,5% em 1 ano e atinge a maior taxa desde 2008

A área devastada no período analisado equivale a mais de sete vezes o tamanho da cidade de São Paulo

Brasil 247, 30/11/2020, 18:13 h Atualizado em 30/11/2020, 18:32
Caminhão transita em área desmatada da Amazônia, no Estado do Acre 24/08/2019 (Foto: REUTERS/Bruno Kelly)


Sputnik - O desmatamento da Amazônia apresentou uma alta de 9,5% no último ano e voltou a atingir a maior taxa desde 2008, escreve o Estado de São Paulo nesta segunda-feira (30).

Segundo estimativa divulgada pelo Prodes – que pertence ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) -, entre agosto do ano passado e julho deste ano, a devastação da floresta atingiu 11.088 km², ante 10.129 km² registrados nos 12 meses anteriores.

O número causou surpresa, pois havia uma estimativa de alta de mais de 30%, como foi indicado por outro sistema do INPE, o Deter. A elevação observada entre agosto de 2018 e julho de 2019, ante os 12 meses anteriores, já tinha sido de 34,4%.

O corte raso registrado na Amazônia Legal desde o início da gestão Bolsonaro interrompe uma sequência de dez anos em que o desmatamento ficou abaixo de 10 mil km². Com essa taxa, o Brasil deixou de cumprir a principal meta da Política Nacional de Mudanças Climáticas, de 2010, que estabelecia que o desmatamento neste ano seria de no máximo 3,9 mil km².

Até meados da década passada, parecia que a meta seria cumprida. Em 2012, o desmatamento da Amazônia chegou ao menor valor do registro histórico – de 4.571 km² –, após a implementação de uma política nacional de combate ao desmatamento que derrubou a taxa em 83% ao longo de oito anos.​

As altas seguidas também colocam em xeque outra meta do Brasil, assumida junto ao Acordo de Paris, de 2015, de zerar o desmatamento ilegal até 2030.

O desmatamento observado ao longo de um ano teve a maior contribuição vinda do Pará. Apenas este estado respondeu por 46,8% de tudo o que foi devastado.

Ministério da Justiça confirma: acordo com procuradores dos EUA para condenar Lula foi ilegal

Anúncio é uma vitória para a defesa do ex-presidente, que já apontava ilegalidades no acordo de cooperação firmado entre a Lava Jato e autoridades dos EUA no caso do triplex do Guarujá, que resultou na prisão de Lula

Brasil 247, 30/11/2020, 18:26 h Atualizado em 30/11/2020, 18:32
   Lula, Kenneth Blanco e Deltan Dallagnol (Foto: Ricardo Stuckart | Reprodução | ABr)

O Ministério da Justiça confirmou à defesa do ex-presidente Lula que não há nenhum documento nas dependências da pasta que formalize a cooperação entre procuradores norte-americanos e brasileiros no processo do triplex do Guarujá, que levou o ex-presidente Lula a ser condenado e preso.

Em 2017, em um evento público (vídeo abaixo), o procurador americano Kenneth Blanco disse que procuradores americanos cooperaram com os brasileiros na acusação do tríplex contra Lula. Com a informação de que não houve formalização da parceria, fica comprovado que a cooperação foi feita fora dos parâmetros de acordo de investigação entre os dois países.

O acordo sobre cooperação entre Brasil e Estados Unidos foi assinado no governo Fernando Henrique Cardoso e exige que ela passe pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). A confirmação do Ministério da Justiça é uma vitória da defesa de Lula, que já apontava ilegalidades nas relações da Lava Jato com os EUA.

Confira o vídeo com a fala do procurador Kenneth Blanco e, abaixo, reportagem do Conjur sobre o pedido da defesa de Lula para anular o processo do triplex com base na parceria ilegal entre o MPF e o FBI.

sábado, 28 de novembro de 2020

Santos Cruz chama de "deslumbramento infantil" reação do governo em nova crise com a China

Santos Cruz criticou a nova crise diplomática com a China depois que Eduardo Bolsonaro acusou o Partido Comunista Chinês de usar a empresa Huawei em um esquema de espionagem com a implantação da tecnologia 5G

Brasil 247, 28/11/2020, 15:27 h Atualizado em 28/11/2020, 15:27
      Santos Cruz e Bolsonaro (Foto: ABr)

Fórum - O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi exonerado do Ministério da Secretaria de Governo após atrito com Carlos Bolsonaro, foi às redes neste sábado (28) criticar a nova crise diplomática de Jair Bolsonaro com a China depois que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) acusou o Partido Comunista Chinês de usar a empresa Huawei em um esquema de espionagem com a implantação da tecnologia 5G.

“5G – Despreparo, deslumbramento infantil, ignorância e extremismo colocam em risco os interesses do Brasil, a economia, a segurança e a estabilidade”, escreveu Santos Cruz. “Tem que ver o que é melhor tecnicamente para o Brasil e sua população e não entrar em disputas alheias”.

Leia a íntegra na Fórum.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

'Dá para confiar em quem muda de lado o tempo inteiro?', questiona Manuela sobre Melo

A campanha de Manuela d’Ávila (PCdoB) divulgou um vídeo mostrando as inconsistências nas afirmações de seu adversário no segundo turno das eleições municipais da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB)

Brasil 247, 27/11/2020, 19:08 h Atualizado em 27/11/2020, 19:45
   Sebastião Melo e Manuela D'Ávila (Foto: Reprodução)

A campanha da candidata a prefeita de Porto Alegre Manuela d’Ávila (PCdoB) divulgou um vídeo mostrando as inconsistências nas afirmações de seu adversário no segundo turno das eleições municipais da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB).

O vídeo mostra que Melo se contradiz em relação à política de passagens gratuitas para idosos e sobre a privatização do Carris. “Dá para confiar em quem muda de lado o tempo inteiro?”, questiona a candidata. Confira:

PUBLICIDADE

Prefeitura de São Paulo reconhece distribuição de cestas básicas e Boulos diz que tomará 'medidas cabíveis' contra Covas

Prefeitura de São Paulo reconheceu que houve distribuição de cestas básicas na zona norte da cidade, mas negou relação com a campanha pela reeleição de Bruno Covas. Guilherme Boulos, do PSOL, disse que irá tomar as "medidas cabíveis"

Brasil 247, 27/11/2020, 12:04 h Atualizado em 27/11/2020, 14:45
    (Foto: Reprodução)

A Prefeitura de São Paulo (SP) reconheceu que houve distribuição de cestas básicas na Brasilândia, zona norte da cidade, na última quinta-feira (26).

Durante o dia, "viralizou" nas redes sociais um vídeo que registrou a atividade na Raulino Galdino da Silva: durante a entrega das cestas, houve panfletagem e um carro de som tocou o jingle de campanha do atual prefeito Bruno Covas (PSDB). Ao menos um dos veículos que aparece na imagem traz um adesivo com o número do candidato.

O adversário de Covas no 2º turno, Guilherme Boulos (PSOL), considerou a denúncia "gravíssima", a três dias da eleição, e disse que tomará "as medidas cabíveis." A Guarda Civil Metropolitana (GCM) abriu uma sindicância para apurar o ocorrido, que repercutiu principalmente no Twitter e levou a expressão "crime eleitoral" à lista de palavras mais postadas na rede no início da noite. 




A atividade, segundo a prefeitura, faz parte do programa Cidade Solidária, instituído em abril por meio do Decreto 59.377, como resposta à "crise de emprego e renda" agravada pela pandemia de covid-19. 

"O Cidade Solidária iniciou sua ação em parceria com as entidades civis inseridas no Pacto por Cidades Justas e com ação direta de um conjunto de secretarias municipais que desenvolvem ações sociais nos territórios", diz a nota.

"Todas as entidades parceiras assinaram um termo de adesão com a Prefeitura de São Paulo se comprometendo a executar a distribuição das cestas respeitando integralmente às recomendações do Ministério Público Eleitoral. Qualquer ação por parte das entidades que não tenha respeitado a recomendação descumpre o acordo estabelecido no termo de adesão e será apurada."

Em entrevista à revista Carta Capital, o diretor do PSDB na Brasilândia, Emilson Almeida da Silva, ressaltou que a atividade não tinha relação com a campanha tucana. "Um rapaz que veio aqui (...) parou com o carro aqui de campanha com o negócio [som] ligado. Aí nós mandamos desligar. Não tem nada a ver com campanha, a entidade existe há mais de 20 anos", disse.

O Brasil de Fato conversou com a assessora da campanha de Bruno Covas (PSDB), Manuela Sá, na tarde de quinta (26). Primeiro, ela afirmou desconhecer a atividade.

"Não dá para saber se o que tem dentro daquela caixa é cesta básica. Posso garantir que não é um ato oficial de campanha. É um vídeo, que está circulando, e ninguém sabe. Mas não tem a fala de ninguém dizendo que é um ato de campanha. Tem um jingle tocando, uma fila e aquelas caixas, mas não dá para saber", disse.

Em seguida, a campanha divulgou uma breve nota sobre o caso: "A campanha de Bruno Covas não distribui cestas básicas. É inadmissível que, há três dias das eleições, este tipo de conduta esteja sendo compartilhada. Apesar dos ataques e das fake news, vamos manter a nossa postura de mostrar aos eleitores o que fizemos nos últimos anos à frente da prefeitura da capital e o que vamos realizar nos próximos 4 anos."

Segundo levantamento do instituto XP/Ipespe, divulgado na última quinta (26), Covas tem 48% das intenções de votos contra 41% de Boulos, que teria subido nove pontos em relação à pesquisa anterior.

Mesmo com Boulos e Covas aceitando debate virtual, Globo mantém cancelamento

A TV Globo alegou que regras assinadas pelos candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Bruno Covas (PSDB) previam que o evento só poderia ser realizado de forma presencial

Brasil 247, 27/11/2020, 20:27 h Atualizado em 27/11/2020, 21:22
Bruno Covas e Guilherme Boulos (Foto: Reprodução/Facebook)

Apesar dos candidatos a prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), concordarem em realizar um debate virtual, após o candidato psolista testar positivo para a Covid-19, a Globo decidiu manter o cancelamento de debate.

A TV Globo destacou que as regras assinadas pelos candidatos previam que o evento só poderia ser realizado de forma presencial.

Segundo a emissora, "a alternativa de fazer um debate de forma remota não é possível". "Os candidatos precisam ser tratados de forma equânime e ter as mesmas condições, e o público precisa perceber isso", disse em comunicado ao UOL.


"Um candidato pode injustamente ser acusado de estar com ponto eletrônico, de estar recebendo ajuda de assessores, por exemplo". "A transmissão pode cair num momento importante do debate, e a Globo ser injustamente acusada de ser a culpada ou, da mesma forma, e também de forma injusta, o candidato ou sua campanha serem acusados de terem provocado a interrupção para fugir de um momento difícil", continuou a emissora em nota.

Em pronunciamento nesta sexta, Boulos disse: "Desde que recebi a triste notícia, fiquei aqui na minha casa, como vou ficar. Espero que os sintomas não venham".

Antes da definição da Globo, o candidato havia entrado em contato com a emissora, mas já acreditava ela não manteria o debate.

Boulos declarou que "as pesquisas têm mostrado a tendência do crescimento" de sua campanha. "É uma onda que temos vistos na virada, que me deixa muito confiante, muito animado, mesmo aqui, agora, da minha casa, onde vou ter que permanecer para não ser vetor de contágio do vírus", completou.

"O que está em jogo no próximo domingo não é apenas uma eleição e a escolha do novo prefeito, mas de qual cidade a gente quer", disse. "Os próximos dias não são só os dois dias mais importantes da minha vida, mas da nossa cidade, para quem acredita na mudança, para quem tem esperança", destacou.

Agência Pública aponta mentira da Lava Jato para não cumprir determinação do STF

A agência de jornalismo lembrou várias reportagens publicadas na Vaza Jato que contradizem o argumento de procuradores de Curitiba para não entregar os documentos do acordo da Odebrecht à defesa do ex-presidente Lula

Brasil 247, 27/11/2020, 16:33 h Atualizado em 27/11/2020, 16:38
   Ex-presidente Lula e procuradores da Lava Jato em Curitiba (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Divulgação/MPF-PR)

A Agência Pública divulgou nesta sexta-feira (27) nota em que aponta uma mentira da operação Lava Jato para deixar de aterder à determinação, reiterada, do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para não disponibilizar à defesa do ex-presidente Lula toda a documentação referente aos acordos de leniência da Odebrecht, incluindo comunicações com autoridades dos Estados Unidos e da Suíça, procuradores da Lava Jato afirmaram que “não foi produzida nenhuma documentação relativa a comunicações com autoridades estrangeiras para tratar do acordo de leniência” da Odebrecht.

No entanto, a Pública aponta, por meio de várias reportagens publicadas no âmbito da Vaza Jato, diversos momentos em que a Lava Jato e autoridades do Departamento de Justiça Americano (DOJ) e do FBI trocaram informações e estratégias sobre o acordo da Odebrecht. 



"Se todo mundo sabe que a Lava Jato negociou com procuradores americanos e o FBI, por que a Força-Tarefa nega? Só há duas respostas – e ambas podem incorrer em crime, partindo de funcionários públicos. Ou os procuradores estão escondendo os registros, e descumprindo a determinação da mais alta Corte, ou eles destruíram todos os documentos relevantes de uma investigação em benefício próprio", diz a nota, assinada pela co-diretora da Pública, Natália Viana. 

Leia a nota na íntegra:

A Lava Jato mentiu para o STF – e nós podemos provar

Se o fato passou despercebido ao leitor, respire fundo. A decisão proferida na última terça-feira pelo ministro do STF Ricardo Lewandovski a respeito de um pedido da defesa de Lula à Lava Jato traz o mesmo tom de indignação que sentirá. 

“Não deixa de causar espécie (...) o ostensivo descumprimento de determinações claras e diretas emanadas da mais alta Corte de Justiça do País, por parte de autoridades que ocupam tais cargos em instâncias inferiores”. 

Por que o Ministro está tão exasperado? Porque mais uma vez a Lava Jato se recusou a entregar comunicações mantidas com autoridades americanas, embora diversos juízes tenham ordenado isso. Desta vez, ao descumprir decisão do próprio Lewandowski, os procuradores de Curitiba chegaram ao cúmulo de escrever que “não foi produzida nenhuma documentação relativa a comunicações com autoridades estrangeiras para tratar do acordo de leniência” da Odebrecht. 

Ora, nós da Agência Pública, que é parceira do site The Intercept Brasil na análise dos diálogos vazados, sabemos que houve, e muita, comunicação com os americanos. No dia 13 de outubro de 2015, por exemplo, o procurador Orlando Martello enviou um email para Patrick Stokes, então chefe da divisão que cuidava de corrupção internacional no Departamento de Justiça Americano (DOJ). Ele explicava que o STF não admitiria o interrogatório de delatores por agentes americanos em nosso território, mas sugeria caminhos para contornar isso – seja levando-os para os Estados Unidos, fazendo a entrevista online ou fazendo um “teatrinho” no qual os procuradores brasileiros poderiam abrir a sessão e depois passar para os americanos fazerem perguntas. “Eu pessoalmente não acho que esta é a melhor opção porque haverá alguns advogados, como os da Odebrecht, que vão ficar sabendo deste procedimento (advogados falam uns com os outros, especialmente neste caso!) e vão reclamar”, escreveu Martello, em inglês. 

A troca com os americanos também era discutida com frequência no chat de sugestivo nome “Chat Acordo ODE”. Uma delas foi uma correspondência por email iniciada em 8 de setembro de 2016 pelo adido do FBI na embaixada americana David Williams ao procurador Paulo Roberto Galvão, oferecendo ajuda para quebrar a criptografia do sistema de propinas da Odebrecth, MyWebDay. “Boa tarde Paulo, e a todos. Se não me engano o assunto de baixo é o mesmo que o Carlos Bruno explicou para mim recentemente na despedida do Adido Frank Dick na embaixada do Reino Unido”, escreveu, cordial e em português, o agente americano. A discussão por email se seguiria por dias. 

Se todo mundo sabe que a Lava Jato negociou com procuradores americanos e o FBI, por que a Força-Tarefa nega? Só há duas respostas – e ambas podem incorrer em crime, partindo de funcionários públicos. Ou os procuradores estão escondendo os registros, e descumprindo a determinação da mais alta Corte, ou eles destruíram todos os documentos relevantes de uma investigação em benefício próprio. 

Lewandowski escreve, e com razão, que o ato é mais grave “porque coloca em risco as próprias bases sobre as quais se assenta o Estado Democrático de Direito”. O ministro determinou, agora, que a Corregedoria-Geral do MPF verifique se de fato não existem documentos sobre as comunicações, o que pode demonstrar, para os advogados de Lula, que a colaboração foi “informal”, e portanto, ilegal.

Natalia Viana, codiretora da Agência Pública

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Tática da barriga, põe rachadinha dentro de 2022

Josias de Souza 
Colunista do UOL 25/11/2020 21h23

Em depoimento por escrito ao Ministério Público, Fabrício Queiroz admitiu que parte da movimentação milionária encontrada na sua conta bancária vinha da apropriação de nacos dos salários de assessores do antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. 

O operador de rachadinhas alegou ter agido por conta própria, sem que o seu chefe soubesse. Com isso, condenou o primogênito do presidente da República a percorrer a conjuntura na constrangedora posição de imitador de Lula. Assim como o ex-presidiário petista, Flávio foi como que sentenciado a repetir "eu não sabia."

Na política, convém evitar dois extremos. Num, estão os políticos capazes de tudo. Noutro, situam-se os políticos incapazes de todo. Queiroz acomodou Flávio no segundo grupo, onde se aglomeram os políticos meio atoleimados, incapazes de perceber as acrobacias que os assessores realizam sob o seu nariz. 

Para sorte do filho Zero Um do presidente, o Ministério Público do Rio não deu crédito a Queiroz. Para os promotores, Flávio não é o bobão que seu ex-assessor tenta pintar, mas o chefe da organização criminosa que se formou em seu gabinete.

Não é por outra razão que a defesa de Flávio Bolsonaro —a atual e a anterior—a adota a barriga como principal ferramenta processual. Os advogados já ajuizaram mais de uma dezena de recursos protelatórios. 

Além de retardar o julgamento, conseguiram transferir o processo da primeira instância para o foro especial do Tribunal de Justiça do Rio. O Ministério Público recorreu ao Supremo. Mas Gilmar Mendes, relator do caso, sentou em cima do recurso. 

Do ponto de vista político, há um quê de suicida na tática de Flávio. Ao protelar o andamento do processo, o filho do presidente enfia o seu drama penal, que inclui repasses de R$ 89 mil para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, para dentro da campanha eleitoral de 2022. 

Há três meses, quando lhe perguntaram sobre a origem do dinheiro depositado na conta de sua mulher, Bolsonaro manifestou o desejo de "encher" a boca do repórter de "porrada". Se Flávio continuar atrasando o relógio, seu pai pode ouvir novamente a incômoda pergunta quando estiver com os pés nos palanques. Será que também vai dizer que "não sabia"?

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Bolsonaro fala de dificuldade em montar Aliança pelo Brasil e cogita alternativa

São necessárias 492 mil assinaturas para que o partido seja criado, no entanto, até novembro, a sigla conseguiu reunir apenas 42,789 mil rubricas válidas, ou seja, perto de 9% do mínimo almejado

Correio Braziliense, 23/11/2020 19:35 / atualizado em 23/11/2020 19:36
       (crédito: AFP / EVARISTO SA)

O presidente Jair Bolsonaro falou na tarde desta segunda-feira (23/11) sobre a dificuldade em tirar do papel o partido Aliança pelo Brasil. Caso a sigla não deslanche, sem entrar em detalhes, o chefe do Executivo afirmou que em março pode ter uma nova opção dando a entender que cogita se filiar a um outro partido. A declaração foi feita a uma apoiadora que disse fazer parte do Aliança no estado do Paraná.

"Não é fácil formar um partido hoje em dia. A gente está tentando, mas se não conseguir, a gente em março vai ter uma nova opção, tá ok?", apontou Bolsonaro.

Como o Correio mostrou nesse domingo (22), há mais de um ano na tentativa de fundar o Aliança pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro ainda está longe de atender aos requisitos para ter seu partido registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São necessárias 492 mil assinaturas para que o partido seja criado, no entanto, até novembro, a sigla conseguiu reunir apenas 42,789 mil rubricas válidas, ou seja, perto de 9% do mínimo almejado.

A intenção era de que a sigla deslanchasse ainda para as eleições municipais, o que não se concretizou. Na visão otimista de um dos dirigentes, espera-se que agora as assinaturas necessárias sejam entregues até o final de janeiro e que o partido esteja pronto para abarcar Bolsonaro na corrida à reeleição em 2022.

Entraves

Em entrevista à reportagem, o vice-presidente do Aliança pelo Brasil, Luis Felipe Belmonte, disse que a pandemia e o fechamento de cartório eleitorais, além das eleições municipais, foram entraves que atrasaram a coleta das rubricas. Porém, ressaltou que o partido segue dentro do prazo e que mais de 195 mil assinaturas ainda não foram apreciadas por conta do período eleitoral, e que outras 50 mil serão lançadas no sistema.

Em meio a cambaleante edificação da sigla, Bolsonaro também já disse que não pode investir 100% na criação do partido, mas tem mantido conversas com outros partidos e considerou retornar para a antiga sigla, o PSL, ou mesmo recorrer ao Centrão. Sobre uma eventual desistência do mandatário no novo partido, Belmonte argumenta que o Aliança “sairá do papel” e que caso Bolsonaro tenha outras opções, “a escolha será dele”.

Ciro está disposto a contrariar PDT e apoiar Manuela D'Ávila, dizem aliados

Segundo blog, Ciro Gomes está disposto a apoiar a candidata do PCdoB em Porto Alegre, apesar de o presidente do PDT sinalizar que apoio da legenda não deve ocorrer

Correio Braziliense, 16/11/2020 20:24 / atualizado em 16/11/2020 20:25
        (crédito: Mauro Pimentel/AFP)

Pessoas próximas a Ciro Gomes dizem que o ex-governador do Ceará está disposto a contrariar seu partido, o PDT, e declarar apoio a Manuela D'Ávila no segundo turno das eleições municipais de Porto Alegre, contra Sebastião Melo (MDB).

Segundo o blog BR Político, do Estado de S. Paulo, aliados de Ciro garantem que ele está disposto a declarar apoio publicamente a Manuela. As mesmas fontes dizem ainda que ele avalia a possibilidade de também apoiar Eduardo Paes (DEM) contra Marcello Crivella (Republicanos), no Rio.

Nesta segunda-feira (16/11), Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, afirmou que um apoio a Manuela é difícil devido à boa relação do partido com Melo, uma vez que Juliana Brizola, uma das principais lideranças da legenda no Rio Grande do Sul e candidata à Prefeitura este ano, concorreu como vice na chapa do emedebista em 2016.

O presidente do PDT disse ainda que a legenda dificilmente apoiará Eduardo Paes (DEM) contra o prefeito Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro. Segundo ele disse à CNN Brasil, Martha Rocha, candidata do partido, foi alvo de ataques "de baixíssimo nível" por parte da campanha de Paes.

Boris Johnson apresenta planos para desconfinamento na Inglaterra

Desde que o início do confinamento em 5 de novembro, "o número de novos casos está diminuindo", disse Johnson

Correio Braziliense, 23/11/2020 13:12
     (crédito: Eddie MULHOLLAND / POOL / AFP)

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson explicará nesta segunda-feira como pretende desmantelar o segundo confinamento contra o coronavírus na Inglaterra e substituí-lo por novas restrições e um programa massivo de testes à espera do início da vacinação.

Desde que o início do confinamento em 5 de novembro, "o número de novos casos está diminuindo", disse Johnson, citado em um comunicado.

"Ainda não estamos fora de perigo (...) mas com a ampliação dos testes e vacinas mais perto da distribuição" será possível aplicar um "sistema de restrições locais que vai ajudar a manter o vírus sob controle", acrescentou.

Forçado a ficar em quarentena após ter entrado em contato com um deputado conservador que posteriormente foi diagnosticado com covid-19, o primeiro-ministro falará aos deputados por videoconferência antes de dar uma entrevista coletiva virtual no final da tarde.

Ele deve anunciar que lojas, pubs e restaurantes não essenciais poderão reabrir a partir de 3 de dezembro, o que dará um impulso nas semanas que antecedem o Natal para uma economia duramente atingida pela pandemia.

Então, por alguns dias perto do Natal, as restrições deverão ser relaxadas para que as famílias possam se reunir.

As quatro nações que compõem o país - Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte - buscam coordenar suas políticas para que as famílias possam viajar nas mesmas condições.

Com mais de 55.000 mortes confirmadas por covid-19, o Reino Unido é o país mais atingido pela pandemia na Europa.

Otimismo de Paulo Guedes em relação à economia é ‘infundado’ e ‘anticientífico’, diz economista

DCM, 23 de novembro de 2020
   O MINISTRO DA ECONOMIA PAULO GUEDES (FOTO: CARL DE SOUZA/AFP)

Publicado originalmente no site Rede Brasil Atual (RBA)

Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, alardeia que o Brasil saiu da recessão, buscando criar um clima de retomada, a realidade parece ser mais complicada. A economista Juliane Furno destaca que alguns setores, como o comércio, já “estacionaram”, após leve recuperação. Ela prevê que o último trimestre do ano deve voltar a registrar retração, por conta da redução de 50% no valor do auxílio emergencial.

O cenário é ainda mais “dramático” em função da alta do preço dos alimentos, que prejudica principalmente as famílias de baixa renda. Trata-se uma inflação de custos, que é explicada pela alta do dólar e pela demanda do mercado externo.

“O aquecimento da demanda internacional por alimentos fez com que o agronegócio, que é profundamente descompromissado com o povo brasileiro, aproveitasse essa onda do real desvalorizado e exportasse todas as mercadorias, desabastecendo o mercado interno”, afirmou a economista, em entrevista ao programa Revista Brasil TVT neste domingo (22).

Livro da Vaza Jato mostra assessoria de Vladimir Netto para Dallagnol e intimidade de DD com dono da Globo

DCM, 23 de novembro de 2020
           Vladimir Netto e Deltan Dallagnol em lançamento de livro

O livro do Intercept sobre a Lava Jato, de Letícia Duarte, traz duas reportagens inéditas: uma sobre as relações dos procuradores com a Globo, outra sobre o dia da condução coercitiva de Lula.

Quem aparece muito nos diálogos do Telegram é o repórter Vladimir Netto, do Jornal Nacional, responsável por vários “furos” que lhe foram passados pela República de Curitiba.

Além dele, surge um dos donos da emissora, João Roberto Marinho. 

“Subcultura policial premia o racismo. O inimigo é preto e pobre”, diz tenente-coronel aposentado

Pesquisador sobre violência policial, Adilson Paes de Souza diz que o ensino sobre racismo nas escolas militares se restringe a cotas

Forum, 23 nov 2020 - 10:03
   Adilson Paes de Souza (Reprodução)

Tenente-coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo e pesquisador na área de Direitos Humanos e Violência Policial, Adilson Paes de Souza afirmou em entrevista ao Fórum Café desta segunda-feira (23) que existe uma “subcultura” no meio policial que nega o racismo estrutural no país.

“Nós temos uma subcultura policial que premia o racismo. O elemento a ser combatido é o negro, o pobre. Isso se chama sujeição criminal. Nós temos um sistema formal fraco, inconsequente, não transparente, que determina que o inimigo é o preto”, afirma.

O oficial aposentado também relata que, ao estudar em sua tese de mestrado os temas abordados na formação dos policiais militares, percebeu que a questão do racismo é tratada apenas sob a ótica da lei de cotas.

“O que é ensinado, quando consta o tema de racismo, eles se limitam a falar sobre a lei de cotas, como se a questão do racismo no Brasil fosse uma questão de lei de cotas. E sabe Deus como eles abordaram esse tema”, ironiza.

“A Declaração Universal dos Direitos Humanos tinha de três a quatro horas aula e se resumia a passar o organograma da ONU”, relata Adilson, em tom de crítica. “As autoridades negam o racismo no dia a dia”, completa.

Adilson então estende sua crítica ao sistema Judiciário, especialmente quando julga casos de racismo como “injúria racial”.

“O Estado é racista quando o negro agredido chega na delegacia para fazer uma queixa e é registrado como injúria racial, e não racismo. Quando o juiz julga por injúria racial e não racismo, o Judiciário chancela esse racismo”, afirma.

O pesquisador então completa dizendo que, para ele, a investigação sobre o assassinato de João Alberto por seguranças do Carrefour de Porto Alegre “vai dar em nada”. “Daqui três a quatro meses esses senhores vão ser colocados em liberdade”, afirma.

Manuela é chamada de “vadia” em áudio atribuído à coordenação da campanha de Sebastião Melo

"Se entrar essa vadia ai vai ser um problema muito sério para a cidade", diz o áudio divulgado pelo ativista digital Luiz Muller

Por Plinio Teodoro 23 nov 2020 - 07:26
   Manuela d´Ávila e Sebastião Melo - Montagem

Um áudio atribuído à coordenação da campanha de Sebastião Melo (MDB), que lidera as pesquisas de intenção de voto no segundo turno da disputa à prefeitura de Porto Alegre, Manuela D’Ávilla (PCdoB) é chamada de “vadia”. O áudio foi divulgado pelo blogueiro e ativista digital Luiz Muller em seu perfil no Twitter na madrugada desta segunda-feira (23).

“Esse é um recado ai para aqueles que estão sempre viajando, para estarem ai na semana que vem e votarem no Melo para acabar… Porque se entrar essa vadia ai vai ser um problema muito sério para a cidade”, diz o áudio.

Cercado de bolsonaristas e com vice – Ricardo Gomes – do DEM, Sebastião Melo tem elevado o tom da campanha, calcada no estado “mínimo”.

Sócio oculto de Allan dos Santos no Terça Livre tem contrato com empresas públicas

Bruno Ayres ,tem ainda uma empresa nos EUA, para onde Allan dos Santos fugiu após ser acusado de comandar a milícia digital bolsonarista em inquérito conduzido pelo STF. Blogueiro também teria feito ponte de empresário com veio da Havan

Forum, 23 nov 2020 - 12:37
Allan dos Santos é um dos investigados pelo STF (Foto: Twitter)

Investigação da Polícia Federal (PF) revelou que Bruno Ayres, sócio oculto de Allan dos Santos no site bolsonarista Terça Livre, possui contrato com empresas pública em outra empresa de tecnologia comandada por ele. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (23) em reportagem de Thiago Bronzatto, no site da revista Veja.

Segundo a Veja, mensagens obtidas pela PF mostram ainda que Bruno pediu ajuda para Allan dos Santos, que conheceu em um evento em Brasília em 2014, para se aproximar de Luciano Hang, o veio da Havan.

Procurado pela revista, Bruno disse ter optado pela modalidade jurídica de “sócio oculto” por que se adequaria melhor à sua participação no negócio. “Não estou oculto no negócio”, afirmou ele, ressaltando que participa na “condição de sócio participante”.

“Sou empresário há 20 anos e presto serviços majoritariamente para o setor privado. Os poucos contratos públicos que tenho foram iniciados antes do início do atual governo”, confessou.

Carro de luxo

Bruno teria falado com um dos funcionários do Terça Livre para não expor uma carro de luxo na garagem de Allan.

Ainda segundo a investigação da PF, um analista de sistema do BNDES, que ganha R$ 38 mil mensais disse ter dado espontâneamente R$ 90 mil para o site bolsonarista. Um técnico de informática do Tribunal de Contas da União (TCU) também confessou ter depositado R$ 53 mil na conta de Allan porque gostou dos curso online do blogueiro.

Allan dos Santos mora atualmente nos EUA, para onde fugiu depois de ser acusado de ser o chefe da milícia digital bolsonarista. Bruno Ayres também é sócio de uma companhia sediada em Delaware, nos Estados Unidos.