A solidão não é a falta de pessoas ou a falta de coisas a se fazer por que na verdade isso nunca se acaba em nossas vidas, sempre haverá uma conversa a mais, sempre haverá uma mesa cheia de vozes falando e falando, e sempre haverá lugares para se reunir essas pessoas e vozes.
Não, a solidão e a falta de solidariedade, a falta da conversa certa e intima, a solidão é a falta de calor e de compreensão, estar realmente só é possível até acompanhado, pois as pessoas podem estar umas ao lado das outras e existir um abismo sem fundo entre elas. E as desculpas são as mais variadas imagináveis menos o verdadeiro cerne da questão: o orgulho.
Sabemos dos nossos erros e de nossas culpas, sabemos da fragilidade de nosso caráter e conhecemos as sujeiras de nossas vidas, mas jamais, em hipótese alguma admitiremos que contribuímos efetivamente para a ruína de coisas importantes e insubstituíveis para o nosso bem estar e cura de nossa depressão profunda.
Sempre seremos os subjugados, oprimidos pelos nossos algozes ferozes: a inércia e a incompetência em solucionarmos as questões sem traumas maiores. Somos a policia que prende, a lei que acusa e o juiz que julga e decide todos os atos famigerados das sombras de duvidas que pairam sobre nossas cabeças, somos os jurados que dão o veredito sem dó e nem piedade da somatória de inveja e desdem daquilo que não conseguimos entender, sentir ou criar como nosso por medo e insegurança que o outro não teve.
A vida é unica e ilimitada em suas edições diárias, a maneira de cada um é particular e densa a cada modo e o respeito às suas nuances é imprescindível. Terminar só é uma opção a ser feita quando não há como conciliar gênios indomáveis ou os conservadorismos inevitáveis, mas é opção própria e não pode ser impingida ao outro.
Mas as amarras da vida sempre conspiram contra as decisões necessárias, afinal ninguém em sã consciência quer ficar na solidão mesmo que essa seja só da alma.
E.Batbuta
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