Hoje, mais do que nunca sou um ser angustiado com o presente e o futuro do nosso País. Chegou o tempo em que as pessoas sérias não se sentem bem, pois a corrupção tornou-se algo banal. Falam que os políticos são corruptos, mas eles são corruptos porque os eleitores aceitam ser corrompidos. Em muitas situações são os próprios eleitores que são os corruptos e os políticos corrompidos. Seja qual for a situação, o corrupto e o corrompido estão praticando o mesmo crime.
A verdade é que o processo eleitoral da forma que está organizado propicia práticas que não são salutares a democracia e nem tão pouco garantem a representatividade no campo legislativo e executivo porque, na maioria absoluta das vezes, é o poder econômico que garante a eleição deste ou daquele candidato.
Ora, assim sendo, o investidor seja o próprio candidato ou patrocinadores das candidaturas, não investem pura e simplesmente num projeto político, mas na possibilidade real ter o retorno multiplicado do investimento realizado.
E não se pode abrir mão de investimentos pois uma campanha para ter visibilidade e, passar a ter chances de vitória, precisa necessariamente de investimentos em recursos humanos, materiais e logísticos e esses custos são altos.
Por outro lado, num processo eleitoral há interesses inconfessáveis, que podem prejudicar projetos políticos viáveis do ponto de vista do interesse social.
Descobri, nesta eleição, um crime eleitoral que se dá de forma articulada. Uma pessoa recolhe os títulos eleitorais, negocia os votos com um determinado candidato, recebe o valor total e passa a metade ou menos da metade do valor para os donos dos documentos.
Mas a corrupção não se resume ao processo eleitoral e sim ao dia-a-dia da sociedade. Nas instituições, sejam ela governamentais ou não, a corrupção está presente. Quando alguém suborna um guardo de trânsito, compra uma carteira de habilitação, faz um "gato" na energia elétrica, muda uma sentença judicial, vota num candidato sabidamente corrupto e mais uma centenas de outras ações, está fortalecendo a corrupção, ramificando-a, criando um monstro que prejudica a todos indistintamente.
O pior é que muitas dessas pessoas têm a cara de pau de falar contra a corrupção como se elas tivessem moral para isso.
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