quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Relatórios anuais do TCE de Minas Gerais somem do site

Problema começou na noite desta terça-feira, quando Dilma pediu no debate da TV Bandeirantes que a população consultasse a página

JULIANA DAL PIVA

Rio - Os pareceres técnicos sobre as contas do governo de Minas Gerais de 2006 a 2012, que estavam disponíveis para consulta no site na instituição, foram retirados da consulta pública entre a noite de terça-feira e o início da tarde de ontem. Antes disso, a página web também ficou fora do ar no mesmo período por quase 12 horas. 

Os problemas ocorreram depois que a presidenta Dilma Rousseff (PT) acusou o adversário Aécio Neves (PSDB) no debate da Band na terça-feira de não cumprir o mínimo dos repasses na área de Saúde e convidou os telespectadores que acompanhavam o debate a checar o dado na página do TCE. 

“No que se refere à Saúde pode-se entrar no site do TCE e lá vai estar claro que o governo de Minas foi obrigado a assinar um termo de ajustamento de gestão e que considerou-se que vocês desviaram em torno de R$ 7,6 bilhões”, acusou Dilma. O valor corresponderia aos 12% do orçamento que deveria ter sido destinado. 

O DIA questionou o tribunal sobre a instabilidade verificada para o acesso ao site e ainda sobre a ausência dos arquivos na aba “Fiscalizando com o TCE” às 16h49 da tarde de ontem e uma hora depois o site foi atualizado novamente com o retorno dos arquivos de todos os anos. 

O tribunal alegou, por meio de nota, que ocorreu uma falha técnica devido ao aumento excessivo de visitantes na noite de terça-feira e que o sistema “não ficou indisponível, mas sim, instável”. “O TCE possui capacidade para atender acessos de seus 3.334 jurisdicionados e também as demandas das diversas áreas da sociedade. Diariamente, são registrados, em média, 2.500 acessos”, informa a nota. 

De acordo com o TCE, o número simultâneo de usuários que normalmente é de 30 chegou a 920 a partir das 22 horas da terça-feira. “De acordo com o Google Analytics (ferramenta utilizada para aferição de portais em todo o mundo), neste mesmo período, o Portal do TCEMG recebeu 53.491 (cinquenta e três mil quatrocentos e noventa e um) acessos, em decorrência de buscas na página “Fiscalizando com o TCE”, finaliza o texto. 

O governo de Minas Gerais assinou um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) em abril de 2012 para começar a cumprir o mínimo constitucional de 12% de emprego dos recursos na área da Saúde e de 25% na Educação. O plano apresentado pelo governo mineiro já na gestão de Antonio Anastasia, sucessor de Aécio, previa que apenas em 2014 o valor passaria a ser cumprido integralmente.No acordo, foram fixados os percentuais de 9,68% e 10,64% para a saúde e 22,82% e 23,91% para a educação, definidos para os anos de 2012 e 2013. 

O TCE informou na nota ainda que o termo depois de aprovado acabou arquivado pois o governo passou a cumprir os índices. A emenda 29, que estabeleceu o investimento mínimo nessas áreas, foi sancionada por Dilma em 2012. Ontem, ela voltou a criticar o assunto e disse que Aécio “não está acostumado a receber críticas porque tinha uma certa blindagem quando foi governador”.

Fonte: O dia, 15/10/14

Nenhum comentário: