domingo, 30 de janeiro de 2022

As eleições deste ano podem se transformar em batalha campal

ELEIÇÕES DE 2022

"Mas há sinais fortes do judiciário e das forças armdas de que a Constituição será cumprida, garantidas as eleições e a posse do eleito", diz Laurez Cerqueira

Brasil 247, 29/01/2022, 17:46 h Atualizado em 29 de janeiro de 2022, 17:46
Lula, Bolsonaro, Moro e Ciro (Foto: Stuckert | ABr)

Por Laurez Cerqueira

As bombas da semana estremeceram o chão da Praça dos Três Poderes, em Brasília, indicam que a campanha eleitoral pode se transformar numa batalha campal.

O TCU quebrou o sigilo do processo que investiga a participação do ex-juiz Sérgio Moro em contratos com a empresa Alvarez & Marsal, com sede nos Estados Unidos.

A montanha de dinheiro apareceu. Só das empresas alvo da Lava-Jato, a Alvarez & Marsal levou R$ 42,5 milhões de reais.

Dessa montanha de dinheiro, feitas as contas em miúdos, Moro embolsou mais ou menos R$10 mil reais por dia, por serviços prestados.

Que trabalho tão valioso é esse que Moro fez para receber, por serviços de consultoria, US$ 45 mil dólares (R$ 240 mil reais por mês), mais bônus de US$ 150 mil dólares (R$750 mil reais)?

No contrato inicial com a Alvarez & Marsal, Moro aparece como sócio da empresa, mas, depois que o TCU abriu o processo, o contrato foi mudado e ele passou a figurar como empregado. Estranho, não?

Apenas para refrescar a memória, nesse calor de janeiro, o Tribunal de Contas da União foi quem legitimou a farsa das “pedaladas fiscais” que acabou sendo a peça jurídica de sustentação do impetchment da presidenta Dilma. Na época, Aécio Neves arrebanhou um grupo de parlamentares golpistas e foi ao TCU, em comitiva, buscar o tal relatório das “pedaladas fiscais”.

No mesmo dia da quebra de sigilo do processo do ex-juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Lula foi inocentado pela juíza morista Pollyana Alves, da 12° Vara da Justiça Federal, no “caso triplex”, e o processo foi arquivado definitivamente. O manto moralista que cobria a “Operação Lava-jato” está se esfarrapando. Não dá mais para encobrir o escândalo.

A juíza Pollyana Alves é uma da turma de magistrados que assinou um manifesto de apoio a Sérgio Moro, quando ele era mandatário da Lava-jato. Isso é sinal de que a percepção de quem realmente Sérgio Moro é está mudando. Moro e seus processos forjados estão expostos na praça ao sol do meio dia. A Vaza-jato também contribuiu para que os falsarios de Curitiba fossem desmascarados.

O ex-presidente Lula vê a verdade triunfar, entra na campanha como vítima da perseguição de uma organização criminosa chefiada por um juiz não apenas parcial, como o STF o condenou, mas como juiz venal.

Ou seja, o golpe que derrubou a presidenta Dilma deu numa tragédia política, econômica, social, e os golpistas não têm projeto para tirar o país da crise, não têm candidato para concorrer às eleições, não têm lideranças nem articulação orgânica. O negócio dessa gente é negócio.

Também, no mesmo dia, Bolsonaro se recusou a depor na Polícia Federal, no inquérito do STF que investiga o vazamento, por ele, de dados sigilosos de um processo em segredo de justiça.

Diante do descumprimento da decisão judicial, o ministro Alexandre de Moraes poderia determinar a condução coercitiva do presidente, mas optou por levar o caso ao plenário do STF. Bolsonaro perdeu a oportunidade de, no depoimento, se defender. Sem o depoimento, o tribunal dará a sentença de acordo com os elementos de que dispõe.

Tudo indica que essa decisão de Bolsonaro foi calculada. Ele pode transformar isso numa bandeira de mobilização dos seus seguidores para manifestações contra o STF e o TSE. Pode dizer que está sendo perseguido e que não aceitará qualquer decisão do TSE, inclusive o resultado das eleições. Seria estertores de um derrotado.

Condenado em última instância, Bolsonaro torna-se “ficha suja” e impedido de registrar a candidatura no Tribunal Superior Eleitoral.

A campanha começa a dar ares de uma batalha campal. Não vão querer o país nos trilhos da democracia. Mas há sinais institucionais fortes do judiciário e das forças armdas de que a Constituição será cumprida, garantidas as eleições, a posse do eleito, e o enquadramento dos fora da lei.

sábado, 29 de janeiro de 2022

Em minutos, Moraes nega recurso da AGU e reitera que Bolsonaro deve depor pessoalmente à PF

COMPORTAMENTO 

Ministro do STF não recuou diante da ausência de Jair Bolsonaro no depoimento das 14h nesta sexta-feira (28) e reforçou a determinação

Brasil 247, 28/01/2022, 14:51 h Atualizado em 28 de janeiro de 2022, 16:19
(Foto: ABr)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) apresentado na tarde desta sexta-feira (28) argumentando que, por ser investigado, Jair Bolsonaro não seria obrigado a comparecer pessoalmente à Polícia Federal para prestar depoimento às 14h, conforme determinação dada nesta quinta pelo magistrado. A investigação apura se Bolsonaro vazou informações sigilosas em uma live.

O recurso foi negado por Moraes em apenas alguns minutos. Trata-se de agravo regimental apresentado pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco, que chegou às 13h48 na sede Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde ficou até 14h31, pouco mais de meia hora, conforme informou o Metrópoles. Segundo a Globonews, a AGU já informou que irá recorrer da decisão monocrática de Moraes.

Em sua decisão, Moraes negou pedido de Bolsonaro para que abrisse mão de ser ouvido na investigação sobre a divulgação, em 4 de agosto de 2021, da íntegra de um inquérito sigiloso da Polícia Federal, como forma de atacar a segurança das urnas eletrônicas.

Segundo informações de bastidores, Bolsonaro estava insatisfeito com a decisão do ministro do STF e teria dito a aliados estar sendo perseguido por Moraes, que lhe oferece um “tratamento que nunca deu nem a traficante de drogas” e que quer “botar fogo no Brasil e depois colocar a culpa em mim”.

3 ideias simples (mas muito engenhosas!) para mudar a cara da sua cozinha

CASA & AMBIENTE

Quer tornar o ambiente mais prático e funcional sem deixar de lado o apelo visual? Aposte nessas sugestões!

POR JULIA NATULINI

ALTO ASTRAL, 14/12/2021 ÀS 15:00, ATUALIZADO ÀS 15:00
Que tal mudar a decoração da cozinha? Veja só as dicas - Shutterstock

Por se tratar de um espaço muito requisitado da casa, a cozinha costuma exigir soluções eficientes para deixá-la bonita, convidativa e, ao mesmo tempo, funcional. Não é à toa que o ambiente sempre costuma ser pensado de acordo com o estilo e necessidade do morador. Se você está pensando em incrementar ou mudar a cara da sua cozinha, inspire-se nessas 5 propostas das arquitetas Bianca Atalla e Fernando Mendonça:

Lixeira embutida

Lixeiras embutidas economizam espaço e valorizam o ambiente. Outra opção é escondê-la diretamente na pedra utilizada para a bancada ou pia da cozinha.

Fios escondidos na marcenaria

É comum nas bancadas da cozinha os fios dos eletrodomésticos poluírem a visão. Em parceria com o eletricista e o marceneiro, as arquitetas projetaram um gabinete que ganhou tomadas em seu interior. Com isso, garantiram uma área de apoio visualmente limpa e otimizada para atender as demandas dos moradores.

Nichos para hortinha

Não quer desperdiçar nenhum espaço? Nichos localizados no canto da bancada são uma ótima ideia para ter os temperos preferidos sempre à mão.

Fontes: Bianca Atalla e Fernando Mendonça, arquitetas do escritório Oliva.

SOMBRA DA DEMISSÃO RONDA QUEIROGA APÓS MINISTRO SE OPOR A PORTARIA

GOVERNO BOLSOARO

Ministro da Saúde, pode ser o quarto demitido da pasta por discordar do presidente



Congresso em foco, 26.01.2022 19:56 0

Rumores no Ministério da Saúde (MS) dão conta de que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está na mira do presidente Jair Bolsonaro e que sua demissão – que seria a quarta na Saúde desde o início da pandemia de covid-19 – seria uma questão de tempo. De acordo com informações que chegaram ao Congresso em Foco Insider, essa possibilidade gerou preocupação nesta quarta-feira (26) nos corredores do ministério. A razão seria a portaria do Secretário de Ciência e Tecnologia do MS, Hélio Angotti Neto, defendendo o uso da cloroquina no tratamento da covid-19 e desqualificando as vacinas.

A postura do ministro da Saúde que, na segunda-feira (24), afirmou que a hidroxicloroquina não possui eficácia comprovada contra a covid-19, indo na contramão da portaria, estaria desagradando Bolsonaro – um notório defensor do medicamento sem nenhuma eficácia contra a covid-19 – e desgastando sua relação com Queiroga.

O conteúdo deste texto foi publicado antes no Congresso em Foco Insider, serviço exclusivo de informações sobre política e economia do Congresso em Foco. Para assinar, entre em contato com comercial@congressoemfoco.com.br.

“Hoje o ministro foi chamado para ir até o Palácio do Planalto, sem que houvesse qualquer compromisso na sua agenda com o presidente. Imaginei que já seria a demissão dele”, revelou uma fonte do gabinete do ministro que pediu para não se identificar. “ Está um mal estar interno e já se fala sobre a demissão nos corredores do Ministério. Porque o ministro não se posicionou a favor da portaria, além de sempre dizer que o Hélio não é secretário dele.”

De acordo com a fonte, Queiroga não revoga a portaria, e também não demite Angotti porque “tem algo maior por cima”. O ministro da Saúde cogitou demiti-lo quando assumiu a pasta em março do ano passado mas que, por conta do bom relacionamento que Helio teria com a família Bolsonaro, acabou voltando atrás na decisão. Helio é um dos indicados da chamada “ala olavista”, oriunda de conservadores com afinidade ao escritor e polemista Olavo de Carvalho, falecido nesta terça-feira (25).

“O Hélio entrou no início do governo, em janeiro de 2019. Ele está desde o início do governo Bolsonaro e veio pelo presidente”, diz o servidor. “Queiroga já disse que não reconhece como secretário porque não foi nomeado por ele.”

Anvisa na mira

Longe de vir a ser demitido, há possibilidades de, ao contrário, Hélio Angotti ser promovido. Se depender do presidente Jair Bolsonaro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pode ter um novo diretor-presidente em julho e o indicado ao cargo, que hoje é ocupado pelo almirante Antonio Barra Torres, seria ninguém menos que Hélio Angotti Neto.

Angotti, que assinou a portaria contrária às vacinas contra a covid-19 e a favor do uso da cloroquina, já foi um dos alvos da CPI da Pandemia por supostamente ter apoiado o gabinete do ódio. Além disso, o secretário integrou a comitiva que foi a Israel acompanhar o desenvolvimento de um spray nasal contra o novo coronavirus.

VANESSA LIPPELT Editora. Formada em Jornalismo pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, foi correspondente internacional da ESPN, repórter na TV Globo, Band Rio, Jornal Extra e Globo.com. Foi editora e editora-executiva do Jornal de Brasília.

Bolsonaro anuncia reajuste de 33,24% para piso salarial de professores

PISO DO MAGISTÉRIO

Bolsonaro quer faturar politicamente em cima do reajuste, e tenta passar a ideia de que ele deu porque quer valorizar a Educação Pública, que ele tanto persegue desde o dia que assumiu a Presidência da República

Brasil 247, 27/01/2022, 14:59


BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira o reajuste de 33,24% para o piso salarial dos professores, em uma decisão que desagrada prefeitos e governadores pelo temor de uma pressão nas contas públicas e um efeito de bola de neve entre as demais categorias.

"É com satisfação que anunciamos para os professores, da educação básica, um reajuste de 33,24% no piso salarial", escreveu Bolsonaro em suas redes sociais. "Esse é o maior aumento já concedido, pelo governo federal, desde o surgimento da Lei do Piso."

Com o reajuste, o piso salarial da categoria passará dos atuais 2.888,24 para 3.848,29 para professores que tenham carga de 40 horas semanais.

Aprovado em 2008, o piso dos professores é calculado com base na arrecadação do ICMS, imposto estadual que este ano teve uma variação recorde.

No entanto, a lei do Fundo da Educação Básica (Fundeb), modificada no ano passado, dizia que, com as novas regras --que ampliaram o fundo-- o cálculo para reajuste do piso terá novas regras a serem aprovadas posteriormente, o que levou a equipe econômica a propor um valor mais baixo, que levasse em conta apenas a variação da inflação.

Bolsonaro, no entanto, optou pelo percentual mais alto.

Em conversa com apoiadores, na noite de quarta, o presidente provocou os governadores.

"Eu vou seguir a lei. Governadores não querem 33%. Eu vou dar o máximo que a lei permite, que é próximo disso, ok?", afirmou.

Estados e municípios são os responsáveis pelo pagamento da massa de professores da educação básica afetados pelo valor do piso. De acordo com a lei, a União deverá entrar com uma complementação no caso de governos estaduais e municipais que comprovarem não ter como arcar com o reajuste dentro do percentual do orçamento vinculado à educação.

Encaminhada a solução com PSB e Alckmin, foco e desafio de Lula passam a ser levar o PSD para ampla coligação de 1º turno

PSB QUER TER A FORÇA QUE NÃO TEM

O partido não é orgânico, não obedece um direcionamento, é socialista apenas no nome e não ajudará tanto o Lula na campanha, como imagina

Por Luís Costa Pinto27 de janeiro de 2022, 15:17

Por Luís Costa Pinto, do 247 – Eram poucos, entre líderes políticos da esquerda e da centro-esquerda, aqueles que acreditavam na disposição da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, quando ela dizia ser verdadeiro e honesto o empenho pela consumação da Federação partidária com PSB, PCdoB e PV até a reunião das legendas na última quarta-feira 26 de janeiro. Eram muitos, entre esses mesmos líderes políticos da esquerda e da centro-esquerda, aqueles que preferiam dar ouvidos às duras reclamações e imposições públicas para a grande aliança postas à mesa de negociações pelo presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Gleisi estava certa, Siqueira parece ter jogado pragmaticamente e corretamente. A Federação está desenhada, tem prevalência dos petistas em seu Conselho Político e está às vésperas de se constituir no ato juridicamente perfeito (inclusive, registrado em cartório civil como se fosse uma sociedade de fato, como exige a regulamentação das federações instituída pelo Tribunal Superior Eleitoral) por meio do qual o ex-governador paulista Geraldo Alckmin sacramentará sua entrada no PSB e a confirmará seu nome como candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula. Como em todas as eleições tudo que está pré-estabelecido vale até a visita do Sobrenatural de Almeida às coxias do teatro de operações da política, é esse o roteiro que está valendo.

Vencido o obstáculo da Federação, vamos ao PSD

Portanto, bem encaminhada a solução de Federação Partidária com o PSB, o PCdoB e o PV e definido o espectro do personagem Geraldo Alckmin no script de 2002, o “Lula Movimento” dedica-se a roteirizar um novo ato do grande drama brasileiro que nos tem a todos como sujeitos e espectadores de cena – como se estivéssemos em meio a uma apresentação de peça dirigida por José Celso Martinez Correa.

O novo ato, ora em esboço, é a integração do PSD de Gilberto Kassab a essa união de largo diapasão que o ex-presidente constrói já agora a fim de lhe permitir vencer no 1º turno a disputa presidencial e sentar na cadeira presidencial o mais rápido possível. O País está em ruínas, desgovernado, e não haverá tempo a ser desperdiçado com construção de maiorias ou agendas de convergências depois de janeiro de 2023. Elas têm de estar explícitas e definidas muito antes disso.

Kassab demarcou o espaço de sua legenda, o PSD, fundado depois da cisão do antigo PFL, em 2003, e o papel central que desempenharia nas negociações presidenciais, ao dizer há alguns meses ter a pretensão de lançar candidato próprio à Presidência. O ex-prefeito paulistano jamais levou a sério uma candidatura de seu partido. Porém, serviu-se dela – no caso, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a quem sentou no trono transitório e imaginário de “candidato”. Com isso, deu corda a arranjos regionais, estabeleceu os lances milimétricos para ampliar a bancada federal e se estabeleceu na boca do palco. Mesmo que não estabeleça Federação com nenhuma outra legenda, o PSD é candidato a sair das urnas proporcionais de 2022 (eleições para deputado federal e deputado estadual) como um dos partidos integrantes do primeiro pelotão.

Lula encontrará Gilberto Kassab nos próximos dias, em conversa remarcada por causa da convalescença do pessedista. Ele contraiu Covid-19 e só agora se recuperou. O ex-prefeito paulistano poderá anunciar – em minha opinião, a tendência é essa e ele deverá fazê-lo – a desistência de Pacheco do pleito nacional e uma aliança com o PT e sua Federação, aberta ou intrínseca, em diversos estados.

Eis as pedidas pessedistas sobre a mesa:

Em Minas Gerais, o rumo é o apoio dos petistas ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. No Rio de Janeiro, o PT estará coligado com o PSB de Marcelo Freixo, para o governo estadual, porém, o prefeito carioca Eduardo Paes, do PSD, negocia apoio ao ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) ou a candidatura própria do presidente da OAB Felipe Santacruz e pode passar a se movimentar sem maiores hostilidades do PT e de seus aliados fluminenses. Na Bahia, 4º maior colégio eleitoral do País, a determinação passaria a ser consolidar a chapa do senador Jaques Wagner (PT) ao governo e apoiar a reeleição de Otto Alencar (PSD) ao Senado. No Amazonas, raro estado onde Jair Bolsonaro ainda vence o petista, o PT pode apoiar o senador Omar Aziz (PSD), que deseja voltar ao governo local. De quebra, caso esse “argumento” de roteiro para o novo ato das alianças vingue, Rodrigo Pacheco pavimentaria uma tranquila reeleição como presidente do Senado no primeiro biênio da próxima legislatura, 2023-2025.

O ex-presidente Lula é hoje, ao mesmo tempo, roteirista, produtor, diretor e protagonista dessa espetacular peça de engenharia política cuja encenação testemunhamos – ora atônitos, pela genialidade e sofisticação da trama, ora surpresos e até indignados pelo tanto que nos exige de olhar para a frente sem mirar o retrovisor da História. Coisa assim, só vimos Juscelino Kubitscheck fazer, em 1955, ao perdoar os golpistas que queriam revogar-lhe o direito à posse, e Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, na costura da Aliança Democrática de 1984/85.

Lula celebra fim do caso do triplex do Guarujá: "quem era herói está virando bandido e quem era bandido está virando herói"

CASO LULA

Ex-presidente concede entrevista nesta sexta-feira na qual fala também sobre o cenário eleitoral: "o povo vai ter uma chance de dizer que Brasil que ele deseja"

Brasil 247, 28/01/2022, 12:15 h Atualizado em 28 de janeiro de 2022, 13:19
Deltan Dallagnol, Sérgio Moro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Divulgação)

O ex-presidente Lula (PT), em entrevista à Rádio Liberal FM, do Pará, nesta sexta-feira (28) comentou a decisão da 12ª Vara Federal de Brasília que encerrou o caso do triplex do Guarujá contra ele.

Lula afirmou que o processo era uma "mentira" promovida por seus "algozes", em referência ao ex-juiz parcial Sergio Moro (Podemos) e ao ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos). "As mentiras foram contadas contra mim, ontem a Justiça matou definitivamente esse processo. Sempre acreditei que a verdade viria à tona".

"Desde o golpe da Dilma até minha prisão, foi uma coisa planejada. Era preciso tirar o Lula da disputa presidencial porque se tiver eleição para presidente o Lula vai ganhar. Essa tramóia que foi feita, essa combinação, essa tramóia espúria que foi feita por uma parte do Ministério Público, mais o juiz, mais a Polícia Federal, mais a imprensa fez com que eu, durante muito tempo, fosse achincalhado nos meios de comunicação como jamais alguém foi na história. Como eu sempre acreditei na verdade e acho que quem tem fé e consciência limpa vai sempre vencer, eu hoje estou em uma posição de muita tranquilidade vendo a verdade aparecer a cada dia, a cada hora, a cada movimentação. Ou seja, quem era herói está virando bandido e quem era bandido está virando herói", complementou.

Perguntado sobre o cenário eleitoral, Lula disse que ainda é preciso mais tempo para fazer melhores avaliações, visto que as alianças regionais e nacionais ainda não estão definidas. "Vamos ter que ter um pouco mais de paciência para ver como vai ficar o quadro político para que a gente possa ter uma definição de quem vai disputar de verdade e eleição".

Bolsonaro revoga decretos de luto oficial por dom Helder Câmara e frei Damião e mantém os de Figueiredo e Geisel

COMPORTAMENTO QUESTIONÁVEL

Brasil 247, 27/01/2022, 14:59


O governo Bolsonaro revogou 35 decretos de pesar editados por seus antecessores, sob alegação de anular normas "cuja eficácia ou validade encontra-se completamente prejudicada". Assim, cancelou os lutos oficiais por católicos dom Helder Câmara e frei Damião. Entretanto, manteve os decretos de luto pelos ex-presidentes militares Ernesto Geisel e João Figueiredo.

"Trata-se de decretos já exauridos, que tiveram efeitos por determinado período [de luto]", disse à Folha de S.Paulo a Secretaria-Geral da Presidência. Entretanto, integrantes de gestões anteriores da SAJ (Subchefia de Assuntos Jurídicos) ouvidos em caráter reservado pela reportagem do jornal afirmaram não ver sentido no cancelamento de decretos de pesar. A subchefia é a estrutura que faz a revisão final dos atos publicados no "Diário Oficial" da União.

A revogação de decretos de pesar no governo Bolsonaro não teve tratamento igualitário para todas as autoridades e personalidades que receberam a honraria oficial nos últimos anos.

Em um mesmo período de tempo, foram anulados decretos de luto para determinadas pessoas, enquanto a de outras foram mantidos.


O ex-ministro da Secretaria-Geral Jorge Oliveira, que hoje integra o TCU (Tribunal de Contas da União) e assinou o cancelamento dos decretos sob Bolsonaro, disse que não comenta o caso.

Os decretos de luto oficial cancelados abarcam uma série de autoridades, artistas, juristas e políticos nacionais e internacionais.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Censo Demográfico 2022 começa a coletar dados em 1º de agosto

CENSO DO IBGE

Recenseadores trabalharão de uniforme e seguirão protocolos sanitários

Brasil 247, 25/01/2022, 17:52 h Atualizado em 25 de janeiro de 2022, 17:52
(Foto: © Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Agência Brasil - Com o orçamento do Censo Demográfico 2022 aprovado e sancionado na íntegra em R$ 2.292.957.087, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou hoje (25) que a coleta da pesquisa terá início no dia 1º de agosto. Antes prevista para 1º de junho, a data precisou ser ajustada em decorrência da troca, em novembro de 2021, da banca responsável pela organização do processo seletivo para contratação de 183.021 recenseadores e 23.870 agentes censitários.

As inscrições no processo seletivo, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), se encerraram na sexta-feira (21) com mais de 1,1 milhão de inscritos. Para confirmar a participação, os candidatos devem pagar a taxa de inscrição até 16 de fevereiro.

Os recenseadores contratados visitarão, entre agosto e outubro, os mais de 70 milhões de domicílios em todos os municípios do país. Eles trabalharão uniformizados, com boné e colete azuis com a logomarca do IBGE. No colete, haverá também o crachá de identificação, contendo a foto e os números de matrícula e identidade do entrevistador.

Para registro das informações, os recenseadores utilizarão o Dispositivo Móvel de Coleta, semelhante a um smartphone, na cor azul. A identidade dos entrevistadores do IBGE poderá ser verificada por meio do site Respondendo ao IBGE ou do telefone 0800 721 8181.

Para garantir a segurança dos recenseadores e dos moradores, as equipes do IBGE seguirão protocolos sanitários de segurança contra a covid-19, como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social.

Além da entrevista presencial no domicílio, a população poderá participar do Censo via internet ou telefone. Quem optar por responder pela internet contará com suporte da Central de Apoio à Coleta em caso de dúvida ou dificuldade de acesso ao questionário.

General nomeado por Bolsonaro para chefiar Itaipu pede demissão e Centrão deve indicar substituto

TOMA LÁ, DÁ CÁ

General João Francisco Ferreira se antecipou aos rumores de mudança na estatal. Entre os nomes especulados está o de Cida Borghetti, mulher de Ricardo Barros

Brasil 247, 25/01/2022, 16:35 h Atualizado em 25 de janeiro de 2022, 16:56
(Foto: Divulgação/Itaipu)

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general João Francisco Ferreira, pediu exoneração nesta terça-feira, 25, por razões pessoais. O militar estava no posto desde 7 de abril de 2021, sucedendo o general Joaquim Silva e Luna, que foi nomeado para a presidência da Petrobras.

Ele permaneceria dois anos e só sairia em maio. Ferreira é o 13º diretor-geral brasileiro e o quarto militar a comandar a Itaipu. Antes de pedir demissão, ele afirmou a assessores que seu substituto terá um perfil diferente. A especulação dentro da própria empresa era a de que a ex-governadora e atual conselheira da Itaipu, Cida Borghetti, assumisse, informa o Paraná Portal.

Borghetti é casada com o deputado Ricardo Barros, ex-ministro de Michel Temer e do mesmo partido, Progressistas (PP), do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o ministro Ciro Nogueira, do Centrão. O grupo ligado a Barros e Borghetti é denunciado por suposta corrupção envolvendo negociações da vacina da Covid-19.