sábado, 29 de janeiro de 2022

Bolsonaro anuncia reajuste de 33,24% para piso salarial de professores

PISO DO MAGISTÉRIO

Bolsonaro quer faturar politicamente em cima do reajuste, e tenta passar a ideia de que ele deu porque quer valorizar a Educação Pública, que ele tanto persegue desde o dia que assumiu a Presidência da República

Brasil 247, 27/01/2022, 14:59


BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira o reajuste de 33,24% para o piso salarial dos professores, em uma decisão que desagrada prefeitos e governadores pelo temor de uma pressão nas contas públicas e um efeito de bola de neve entre as demais categorias.

"É com satisfação que anunciamos para os professores, da educação básica, um reajuste de 33,24% no piso salarial", escreveu Bolsonaro em suas redes sociais. "Esse é o maior aumento já concedido, pelo governo federal, desde o surgimento da Lei do Piso."

Com o reajuste, o piso salarial da categoria passará dos atuais 2.888,24 para 3.848,29 para professores que tenham carga de 40 horas semanais.

Aprovado em 2008, o piso dos professores é calculado com base na arrecadação do ICMS, imposto estadual que este ano teve uma variação recorde.

No entanto, a lei do Fundo da Educação Básica (Fundeb), modificada no ano passado, dizia que, com as novas regras --que ampliaram o fundo-- o cálculo para reajuste do piso terá novas regras a serem aprovadas posteriormente, o que levou a equipe econômica a propor um valor mais baixo, que levasse em conta apenas a variação da inflação.

Bolsonaro, no entanto, optou pelo percentual mais alto.

Em conversa com apoiadores, na noite de quarta, o presidente provocou os governadores.

"Eu vou seguir a lei. Governadores não querem 33%. Eu vou dar o máximo que a lei permite, que é próximo disso, ok?", afirmou.

Estados e municípios são os responsáveis pelo pagamento da massa de professores da educação básica afetados pelo valor do piso. De acordo com a lei, a União deverá entrar com uma complementação no caso de governos estaduais e municipais que comprovarem não ter como arcar com o reajuste dentro do percentual do orçamento vinculado à educação.

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