*Alex Solnik
Lula estava tirando fotos, abraçado a uma faxineira, no corredor da Assembleia Legislativa, ontem à tarde, durante o velório do ex-ministro Marco Aurélio Garcia quando me viu.
No fim da foto ele me chamou com exclamação – “Alex!” – e me deu um puta dum abraço, daqueles que costuma dar quando me reencontra, de tempos em tempos (a última vez foi numa noite de autógrafos de Mino Carta do romance “Brasil”).
Ou seja: a gente se conhece porque eu o entrevistei muitas vezes antes da presidência, mas durante os dois mandatos nunca me encontrei com ele. Só que quando a gente se encontra tem essas cenas de afeto.
E aí eu perguntei pra ele, tirando sarro:
“Tá precisando de algum emprestado? O Moro te deixou sem um tostão”...
Ele abriu um sorriso:
"Tô, sim!"
Olhou pra minha cabeça e completou:
"Vamos rifar esse chapéu"!
Rimos os dois, ele foi em frente.
Não sei quando nos veremos de novo. Mas tenho certeza que, quando isso acontecer vamos trocar mais uma vez um grande abraço e vamos rir. Ou chorar. Sei lá.
Eu prefiro um presidente assim: que chora, ri e abraça.
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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