Viomundo, 19/07/ 2017
Mantenha seus amigos perto de você e seus inimigos mais perto ainda.
A frase de Lao Tsé roubada por Coppola no “Poderoso Chefão” explica o jantar de Rodrigo Maia e Michel Temer na residência oficial do presidente da Câmara.
Os dois golpistas padecem da desconfiança com que os golpistas são tratados e, quando estão juntos, andam com as costas na parede para evitar surpresas.
Ambos tentam atrair dissidentes do PSB para seus respectivos partidos.
Havia uma negociação antiga para eles ingressarem no DEM, mas ela emperrou. Quando cresceu a possibilidade de Maia virar presidente, voltou a ganhar força.
Temer reagiu e teve reunião com os mesmos políticos, vendendo a possibilidade de filiação ao PMDB e sabe Deus mais o quê.
Maia teria ficado irritado com o que considerou afoiteza do chefe e concorrente.
É evidente que, entre dois conspiradores dissimulados, o assunto do encontro não seria esse.
“Foi uma conversa entre bons amigos e homens públicos exemplares”, jurou o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, do PSDB.
“O que existe é muito ruído, em que se tenta jogar um contra outros. Mas a maturidade dos dois não vai permitir prejudicar a relação entre eles”, afirmou o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também presente.
O que importa é a simbologia da reunião, não o que se falou entre garfadas e goles de vinho caro pagos por você.
A tentativa foi a de retratar a união entre dois líderes, a lealdade de um para com outro, a tal “maturidade” de que falou o ilustre deputado.
Na realidade, vêem-se dois sujeitos que são protagonistas de um golpe, numa terra de ninguém, paus mandados do “mercado” que não precisam de votos, deixando claro que um sabe o que o outro fez no verão passado.
Vão continuar brigando pelos pessebistas até que um deles faça a oferta mais irresistível e leve o prostíbulo de brinde.
Os restos eles atiram para o Brasil.
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