*Lelê Teles
Brasil247, 19/07/2017
Moro acaba de condenar um assassino de um homem que está vivo.
O árbitro arbitrário de Maringá - não o chamarei de juiz para que a torcida não xingue a sua mãe – não para de passar vergonha.
É contradição atrás de contradição.
Herói de araque dos midiotas e ícone artificial da luta contra a corrupção, o capa preta foi fotografado às gargalhadas ao lado de aécio – grafemos eternamente em minúsculas – o Mineirinho viciado em propinas.
Os fotógrafos também registraram o bisonho encontro dele com o impresidente Temer.
Na cena infame, Moro levanta-se reverente e sorri largo, olhando nos olhos do Vampiro, nobláticamente.
Um desavisado que visse de relance a imagem juraria que Moro pedia a benção ao nosso Senhor Jesus Cristo.
Moro conhece bem as figuras que o circundam.
Quando a Globo o premiou - O Menino Caipira que Mudou o Brasil - Moro surgiu de gravata borboleta, sorridente, ao lado de um Marinho, homem acusado de crime ambiental e envolvido numa mutreta estranhíssima com Receita Federal.
Não há dúvidas que Moro tem corruptos e corruptores de estimação.
Como o tem os seus seguidores brancos e endinheirados, os mesmos que bradavam nas ruas, orgulhosamente: "Somos Milhões de Cunha."
Descobrimos, com o tempo, que Moro nunca teve com essa bola toda.
Nos depoimentos de Cunha e Lula vimos um homem vacilante, simplório, incapaz de formular um pensamento inteligente.
Cunha chegou a esmurrar a mesa dele.
E Lula o advertiu que a Globo, depois de usá-lo, o descartará como o fez com Joaquim Barbosa, de quem nunca mais se ouviu falar.
Sem a Globo, Moro não ficaria de pé por uma semana. não faltam especialistas no Direito condenando as condenações de Moro.
Tudo o que ele representa é apenas simulacro e simulação.
A Globo o inflou, qual um pixuleco, e os midiotas o ajudam a se manter de pé soprando-o todos os dias.
Não nos esqueçamos que desajuizado mandou prender, afoitamente, uma cunhada de Vaccari.
Mandaram soltar.
Depois ele mandou prender o próprio Vaccari.
Mandaram soltar novamente.
Moro mandou ao cárcere o empresário Matheus Coutinho, ex-OAS. cravou-lhe 11 anos de cadeia.
O infeliz amargou 9 meses trancafiado, até que o TRF-4 o mandou pra casa, não haviam provas robustas contra ele.
Só convicções.
O TRF-4 já reviu diversas condenações de Moro, por ele ter errado na dose das penas ou por ter condenado sem provas.
Agora, no afã de fazer valer sua bisonhíssima condenação contra o ex-presidente Lula - que só é inconteste nos veículos das Organizações Globo e similares - Moro foi longe demais.
Comparou, veja você, Lula a Cunha.
Disse que o caso do triplex - de 200 metros quadrados, divididos em três andares e com elevador no meio - é similar aos milhões de dólares que Cunha mantém na Suíça.
E de onde ele tirou esse disparate?
Bem, ele afirma que o fato de que o apê não esteja em nome de Lula e nem que Lula esteja a morar nele, não quer dizer que não seja ele, Lula, o dono.
E Moro completa: "... pois ele (CUNHA) também afirmava como álibi que não era o titular das contas no exterior que haviam recebido depósitos de vantagem indevida, mas somente usufrutuário em vida..."
Onde diabos Moro viu semelhança nos dois casos?
Sabemos, como nos ensina o bom latim, que usufrutuário é aquele que usufrui.
Cunha, a esposa e os filhos usufruíam da bufunfa que jorrava das contas nas estranjas.
Compravam bolsas, sapatos, tinham aulas de tênis...
Mas o tal minúsculo triplex não está sendo usufruído por seu ninguém.
As provas, segundo a Globo e seu paladino da moral, são uma foto de Lula no local, um documento sem assinatura e outro documento rasurado.
O diabo é que há um documento ignorado aí nessa tramóia, com assinatura e sem rasura.
É o que prova que Dona Marisa havia comprado (comprado!) uma cota para a aquisição de um apê naquele pombal, e nem era o tal triplex.
Marisa, inclusive, entrou na justiça para pedir a grana de volta, porque havia desistido da compra.
Era natural que Marisa e Lula houvessem visitado o Solaris, porque eles estavam a comprar uma unidade lá, para usufruir no futuro.
Mas desistiram.
Quem não desiste é Moro.
*Jornalista, publicitário e roteirista
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