domingo, 27 de novembro de 2016

Temer, tombado pelo Iphan

*Artigo de Lelê Teles 


Renato Russo, ainda nos bancos da escola, já havia previsto o futuro de Geddel: chafurdar no lamaçal.

Sempre metendo o focinho onde deve e onde não deve, Geddel é um bom farejador de maracutaias e um autêntico moralista imoral.

Um colega que se fez ex-ministro, Marcelo Carelo, ventilou que sua demissão voluntária foi motivada pelo desconforto provocado pelo assédio moral que vinha sofrendo por parte do suíno baiano (segundo Renato Russo) e do nosso intrépido Jaburu.

Agindo em proveito próprio, Geddel, ministro da Secretaria de Governo, praticou advocacia administrativa.

Ele lutava bravamente para regularizar uma irregularidade e permitir que se alçasse aos céus um espigão, com mais de cem metros, que agrediria a paisagem e a fisionomia da cidade do Salvador, sombreando praia e enfeiando tudo.

Parentes de Geddel também constam na lista de futuros proprietários do mostrengo.

Pego coma boca na botija, Geddel se escorou na barra do paletó do Jaburu, que prontamente se pôs a defender o indefensável colega.

Temer parece seguir à risca a lei Nizan Guanaes: aproveita-te da tua impopularidade e torna-te ainda mais impopular.

O porta-voz do Planalto, um tal Parola, tentou amenizar o estrago feito na pocilga dizendo que Temer agiu como um árbitro que tentava apaziguar a refrega entre os dois colegas ministros.

Essa parolagem só deixou o Jaburu ainda mais com a bunda de fora.

Porque o Usurpador agiu como um árbitro de pelada de várzea – ouvindo a torcida xingar a sua mãe - e apitou em favor do amigo.

Carelo achou que o juiz tava roubando e tirou o time de campo. agora, dedica-se a balançar a corda na qual Temer, o funâmbulo, teima em se equilibrar.

Geddel, de acordo com a denúncia de Marcelo Carelo, praticou o crime de concussão, que segundo o Código Penal tipifica-se quando um agente público usa do cargo que tem para obter vantagens para si OU para outrem.

E Geddel buscava vantagem para si E para outrem, seus familiares.

Mas se Geddel concussou, Temer prevaricou ao passar a mão na cabeça imunda do subordinado delinquente.

O dever do chefe, nesse caso, é punir, pois sua omissão é interpretada como conivência.

Ou seja, Geddel acaba de cravar uma estaca de madeira no peito do chefe, que se julgava imorrível e agora agoniza, respirando apenas pelos aparelhos.

Temer não conseguirá segurar Geddel, que agora é um peixe ensaboado. caindo Geddel, não tem porque temer se manter de pé, uma vez que os dois praticaram, nesse caso, o mesmo crime.

E o governo Temer já está se desmoronando, a economia do país é um desastre, o desemprego cresce assustadoramente, em seis meses seis ministros já foram demitidos e, para aumentar ainda mais a esculhambação, seus aliados delinquentes querem se anistiar.

A midiaZona já sinaliza abandonar o barco furado de Michel. fizeram isso com Cunha e ele foi parar no xilindró.

Temer sentirá na pele a confirmação do adágio da grande Perpétua: quem com ferro fere, com ferro será ferido.

Temer fez de tudo para acabar com o Minc, mas foi o Minc que acabou com ele.

Um gaiato observou sapiencialmente: Temer será o primeiro presidente do Brasil tombado pelo IPHAN.

*Jornalista

Fonte: Brasil 247, 25/11/2016

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