quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Em meio à recessão, desemprego sobe pela 1ª vez desde 2009

Pesquisa divulgada pelo IBGE mostra que a situação é mais preocupante no Norte e no Nordeste, onde a taxa da população desocupada chegou a 17,2% e 11%, respectivamente

Embora o governo comemore os baixos níveis de desemprego registrados no País, os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram uma situação preocupante no mercado de trabalho. De 2012 para 2013 houve um crescimento de 7,2% na taxa de população desocupada no País (pessoas que estão procurando trabalho). A situação é mais preocupante no Norte e no Nordeste, onde esse índice chegou a 17,2% e 11%, respectivamente. É a primeira vez que a taxa sobe desde a crise mundial de 2009 e deve acender o sinal de alerta no Brasil, que está entrando em recessão por conta do baixo crescimento.

Além da queda histórica do setor de agricultura, a indústria perdeu no ano passado 3,5% de postos de trabalho, o que representa 470 mil pessoas sem emprego. Mas por outro lado a construção teve alta de 5,9% na taxa de ocupação, mantendo uma trajetória de crescimento. De acordo com a pesquisa, foram os jovens (de 15 a 29 anos) os que mais tiveram dificuldades de se inserir no mercado de trabalho. Há que se ressaltar também que em todas as regiões, aumentou o número de trabalhadores do setor privado com carteira assinada, atingindo 76,1% em todo o Brasil.

Ganhos

Apesar de terem aumentado seus ganhos salarias de 2013 em relação ao ano anterior, esse aumento de 5,7% em média, ficou abaixo da inflação oficial de 2012: 5,85%. Se em 2012 a renda média do trabalhador era de R$ 1.590,00, em 2013 subiu para R$ 1.681,00. Mas a região Nordeste é onde essa renda média é menor, com R$ 1.148,00, enquanto no Centro-Oeste é onde se ganha mais com R$ 1.992 de média.

Além disso, a Pnad indica que a concentração de renda aumentou. Se por um lado os 10% da população que ganham menos tiveram um crescimento de 3,5% em sua renda, os 10% que ganham mais tiveram 6,4% de aumento. O índice global que mede a desigualdade na distribuição de renda aponta leve aumento da concentração de renda no País, mas destaca que Nordeste essa concentração voltou a ser mais forte, principalmente no Piauí.

A pesquisa mostra também que as mulheres seguem ganhando, em média, menos que os homens, embora essa desigualdade tenha caído. Se em 2012 uma mulher recebia 72,8% do salário do homem, em 2013 essa média subiu para 73,7%. O Amapá foi onde essa diferença foi menor com 98,2%; já em Santa Catarina essa média foi de apenas 64,1%.

Em termos absolutos no Distrito Federal foi onde mulheres e homens ganharam mais. Homens R$ 3.520 e mulheres R$ 2.649. Em São Paulo é os homens ganham em média maiores salários R$ 2.430 e no Rio de Janeiro é onde as mulheres ganham mais, com R$ 1.688 de salário. Em termos relativos o homem teve 13% de crescimento salarial no Rio Grande do Sul e a mulher 16,9% no Amazonas.

A renda média dos domicílios brasileiros que receberam rendimentos em 2013 cresceu 4% em relação a 2012, com ganho médio de R$ 2.983. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste os rendimentos foram mais alto que nas regiões Norte e Nordeste. Em 2013, quase metade dos domicílios brasileiros tinham rendimentos de até um salário mínimo por habitante. De 2012 para 2013 a renda per capita dos domicílios brasileiros crescer 4,8%

Fonte: IstoÉ Independente, 18/09/14

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