quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Pagamento de impostos e despesas com educação apertam orçamento familiar

Pelo menos 30% do orçamento familiar, nestes dois primeiros meses do ano, serão comprometidos com uma enxurrada de taxas, impostos e dívidas inadiáveis. De acordo com os cálculos de especialistas em economia doméstica, as famílias deverão apertar o orçamento neste primeiro bimestre, para não ter problemas com o endividamento ao longo deste novo ano. Tributos como o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), além de despesas como a matrícula e o material escolar dos filhos, são impossíveis de escapar neste início de temporada. Organizar as contas e esperar a colaboração dos membros da família são os primeiros passos. 

Conforme explicou o vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecoon) do Pará, Oberdan Duarte, quem não se planejou terá muita dificuldade para arcar com todos os compromissos assumidos no período inicial do ano. "O aumento no valor do salário mínimo será uma das justificativas utilizadas pelo comércio para uma possível alta de preços e também representa uma alavancada nos gastos", comentou ele. "Teremos ainda o IPTU, o IPVA para quem tem carro, o reajuste nos aluguéis e nos condomínios, entre outros. Quem não se programou poderá levar a economia familiar ao colapso", advertiu.

Duarte estimou que material escolar e matrículas devem ter reajustes de 6% ou 7%. "Este percentual representa a inflação do período e costuma ser repassada ao consumidor", esclareceu. A receita para se evitar o colapso com as dívidas, segundo o economista, é concentrar todas as forças no pagamento das contas já contraídas. "Quem não estiver com o nome negativado no serviço de proteção ao crédito deve fazer um empréstimo com baixos juros, como é o caso do consignado, para saldar todas as demais dívidas, e ficar com apenas uma. Mas, antes disso, é preciso planejar esta medida, para saber se realmente vale a pena", orientou.

A administradora Renata Sidrim, de 33 anos, começou ontem a comprar o material escolar do filho, Luis Alberto Sidrim, de 2 anos. Preocupada, ela segurou as rédeas dos gastos nos últimos dois meses e passou a pesquisar os preços para evitar o endividamento. "Os preços estão altos, e, como isso já era de se esperar, é preciso fazer um planejamento, com antecedência de pelo menos dois meses, para não ficar argolada", disse. Mesmo assim, os gastos com matrícula e aquisição de material escolar vão impactar no orçamento doméstico. "Só devo me recuperar totalmente dessas contas a partir de março. Em novembro, começa tudo de novo", disse.

Fonte: O Liberal, 04/01/12

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