sábado, 7 de março de 2015

CPI da Petrobras quer ouvir todos os citados na lista de Janot

Deputados defendem a convocação e os depoimentos dos envolvidos

A lista com os alvos de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava-Jato servirá para intensificar os trabalhos na CPI da Petrobras da Câmara dos Deputados. Mal tinha sido divulgada a relação de parlamentares enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro do STF Teori Zavascki, integrantes da CPI já anunciavam que pretendem convocar todos os citados para prestar depoimento no Congresso. Caso os pedidos sejam aprovados, pelo menos mais 54 pessoas falarão à comissão, além dos 24 já convocados. 

Entre os que devem ser ouvidos estão os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Integrante da CPI, o deputado federal Ivan Valente (PSol-SP) defende que todos os nomes divulgados ontem pelo STF alvos de inquérito sejam chamados a se explicar. “Isso é obrigação da CPI. Eles, inclusive, devem merecer prioridade em relação aos outros. O parlamento está exposto. É preciso esclarecer as coisas o mais rápido possível. Deve-se analisar a lista, porque alguns casos possivelmente têm mais gravidade do que outros”, disse.

Eduardo Cunha, Presidente da Câmara e Renan
Calheiros, do Senado, estão no olho do furacão
O segundo vice-presidente da CPI, deputado Felix Júnior (PDT-BA), avalia que os casos devem ser analisados cuidadosamente, mas também defende a convocação imediata dos citados. “Não vejo porque não chamar todos. Tudo que for relacionado à CPI da Petrobras e tiver no foco da comissão tem de chamar.” Para o deputado, a análise deve incluir também os nomes citados, mesmo que arquivados. Um deles é o caso da presidente Dilma Rousseff, que foi citada, porém não se tornou foi alvo de abertura de inquérito ou arquivamento pelo entendimento da Procuradoria-Geral da República de não ter competência para analisar o caso dela. “No meu entendimento, a análise não deve ser partidária nem levar em conta o posto da pessoa. Nome citado tem que analisar e verificar”, disse. 

Segundo ele, o presidente da Câmara foi anteontem à comissão e disse que se colocaria a disposição. Já o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), esquivou-se e preferiu não defender nenhuma convocação. “Todo requerimento que chegar à secretaria da CPI será pautado, sem distinção”, afirmou. 

Fonte: Correio Braziliense, 06/03/2015

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