quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Inventário para leigos

LEGISLAÇÃO


Para tentar definir numa linguagem transparente, o custo para se fazer um processo de inventário no estado de Minas Gerais-MG é de aproximadamente 10% a 15% do valor da herança. Esse valor é estimado levando em consideração os custos de Honorários do Advogado sugeridos pela tabela da OAB-MG, o imposto ITCD de Minas Gerais, o custo de Emolumentos do Cartório(Extrajudicial) ou Encargos Processuais(no caso Judicial), que dentre outros, serão os principais e maiores custos que veremos em todos os processos!

É importante, entretanto, entender que essa estimativa pode variar, pois ela depende do tipo de inventário (Judicial ou Extrajudicial), da experiência do advogado escolhido, e da complexidade/particularidade do caso, entre outros fatores.

De toda maneira, neste artigo você vai entender porque é seguro calcular esse valor, e quais são os principais (senão todos) os custos que você encontrará no processo de inventário no estado de Minas Gerais-MG com valores atualizados no ano de 2022.

Quanto custa um Inventário em Minas Gerais (2022)

Neste artigo você encontrará todas as informações que precisa sobre os custo de um inventário no estado de Minas Gerais.

Inicialmente você encontrará informações sobre o ITCD (Imposto de Transição Causa Mortis e Doação).

A seguir, você encontrará informações sobre a sugestão de cobrança de honorários do Advogado da OAB-MG.

Por fim, você terá a disposição as custas processuais (Inventário Judicial) e também as tabelas de Emolumentos do Estado (Inventário Extrajudicial).

SUMÁRIO DOS CUSTOS

Este artigo contém os valores atualizados para 2022 da:

Tabela do Imposto ITCD para o estado de Minas Gerais;
Tabela com Honorários do Advogado, sugerida pela OAB- MG;
Tabela de Emolumentos para Cartórios do Estado de Minas Gerais;
Lista de Custas processuais do Tribunal de Justiça (Para inventário Judicial)

O imposto de Inventário em Minas Gerais (ITCD)

A Sigla ITCD se refere ao Imposto de transição Causa Mortis e Doação, e é obrigatório para que aconteça a transferência oficial de bens entre as pessoas no Brasil (inventário ou doação).

A Constituição de 1988 define no art.155 uma alíquota máxima para esse imposto no valor de cobrança em 8% do inventário. A partir dessa premissa, cada estado tem a liberdade de escolher como cobrará-lo.

Dessa forma, para o estado de Minas Gerais, em 2022 o custo do ITCD é de 4% do valor do inventário (se pago até 90 dias após o óbito) ou 5% (caso o pagamento seja feito já passados os 90 dias) como definido pela Lei Estadual nº 17.272/07.

Tabela de Custos - ITCD em Minas Gerais 2022

Valor do Imposto ITCD                                         Fundamentação

4% até 90 dias do óbito                                                    Lei nº 17.272/07

5% após 90 dias do óbito                                                 Idem


Custo com Advogado do Inventário em Minas Gerais 2022

Um advogado em Minas Gerais cobrará 6% do valor total dos bens de um inventário, caso ele represente todos os herdeiros, e caso este advogado queira seguir a sugestão da OAB-MG. Já se representar apenas um dos herdeiros, o valor será de 6% do valor dos direitos deste herdeiro, com mínimo de R$2.500,00.

Tabela de Custos - Honorários do Inventário em MG 2022

Representando o usufrutuário - 3% sobre o valor dos bens de usufruto
(mínimo de R$2.500,00)

Representando apenas um dos herdeiros - 6% sobre a parcela do Herdeiro
(mínimo de R$2.500,00)

Representando Todos herdeiros - 6% do total da Herança
(mínimo de R$4.000,00)

Fonte:OAB-MG (Consultada Jan/2022)

Não posso deixar te incluir que, esses valores são uma sugestão de cobrança da OAB-MG, cabe a cada profissional determinar o valor de acordo com a complexidade de cada inventário.

Custo com o Inventário em Cartório MG (Extrajudicial)

Caso o seu processo se enquadre nos requisitos para ser realizado em cartório, ou seja Inventário Extrajudicial, existirá também o custo com o emolumentos do Cartório.

Entretanto, esse custo não estará presente nos inventários Judiciais (cujos custo você encontrará na seção abaixo).

Mais uma coisa a esclarecer, é que aqui consideramos o custo de Emolumentos tabelado no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais para a emissão da escritura pública do inventário. E portanto, ainda não entraremos no detalhe de custos como, emissões de registro de imóveis, nem outras certidões variadas, pois essas variam muito em cada caso particular (Ou ainda, se toda a documentação e certidões dos bens e pessoas envolvidas estiver correta/legível/atualizada, esses custos variados podem nem existir).

Tabela de Custos - Inventário no cartório em Minas Gerais - 2022

Valor do Inventário (R$)                        Custo do Emolumento em 2022  (R$)

                            até 1.400,00                  181,70

    de 14.000,01 até 28.000,00               1.024,50

    de 56.000,01 até 70.000,00               1.916,82

de 70.000,01 até 105.000,00                 2.412,44

de 105.000,01 até 140.000,00               3.066,18

de 140.000,01 até 175.000,00               3.278,88

de 175.000,01 até 210.000,00               3.491,97

de 210.000,01 até 280.000,00               3.931,72

de 280.000,01 até 350.000,00               4.040,04

de 700.000,01 até 840.000,00               5.051,24

de 1.120.000,01 até 1.400.000,00         6.127,90

acima de 3.200.000,00                           8.839,71


Fonte: TJ-MG (Consultada Jan/2022)

Custas Processuais do Inventário MG (Judicial)

Agora falaremos sobre as custas processuais específicas para os casos de inventário Judicial. Esses custos só se aplicam para este tipo de inventário, porque na verdade ele pode ser entendido como a taxa que o tribunal de justiça estadual exige para conduzir qualquer processo na justiça.

No Estado de Minas o custo da taxa Judiciária para a realização do inventário (Judicial) em 2022 varia entre R$76,32 e R$11.076,64. Abaixo você encontra a tabela detalhada do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

Tabela - Custas Processuais do Inventário (Judicial) em Minas Gerais - 2022

Valor dos bens do inventário Judicial em Minas Gerais      Custo com Taxa Judiciária
de R$0,01 a R$50.030,91                                                    R$ 76,32

de R$66.836,68 a R$119.257,54                                          R$ 548,58

de R$119.257,55 a R$200.133,17                                        R$ 815,72

de R$200.133,18 a R$267.350,65                                        R$ 1.426,32

de R$267.350,66 a R$466.716,61                                        R$ 1.540,80

de R$466.716,62 a R$496.508,38                                        R$ 2.886,03

de R$496.508,39 a R$763.859,08                                        R$ 3.076,85

de R$999.893,05 a R$1.527.718,15                                    R$ 5.190,09

de R$1.909.647,70 a R$2.000.162,94                                R$ 6.334,96

acima de R$3.333.480,87                                                   R$ 11.076,64



Tabela completa em: TJ-MG (Consultada Jan/2022)

Conclusão

Esse artigo teve como objetivo te informar sobre os principais custos relacionados com a realização de um processo de inventário (Judicial ou Extrajudicial) no estado de Minas Gerais, atualizados para o ano de 2022.

Aqui você teve ajuda das tabelas e leu sobre os maiores custos do processo, que serão o Imposto ITCD e Honorários do advogado, seguidos pelos emolumentos do cartório (Extrajudicial) ou custas processuais (Judicial).

Leia também:

Custo do inventário para cada um dos demais estados do Brasil
Guia Definitivo do Inventário: com definições importantes e dúvidas pertinentes
Valor do Inventário

mseadvogados, 08/08/2019

Como calcular o valor dos imóveis no inventário?

O valor de um imóvel para fins de inventário deve ser baseado no valor venal do IPTU. O processo de avaliação leva em consideração critérios de nível mercadológico e técnico, que podem ser definidos pelo banco, imobiliária ou proprietário do bem.

Os laudos são emitidos por arquitetos e engenheiros, que avaliam características bem específicas, como a quantidade de cômodos, metragem da unidade, idade, conservação do imóvel, zoneamento da área e questões de localização, como acesso ao transporte, etc.

As condições da rua também são avaliadas: iluminação, asfalto, energia elétrica e distribuição de gás. O comércio, vias de acesso, opções de lazer e segurança são elementos que com toda certeza valorizam o patrimônio. O formato do terreno também são pontos estudados.

Os avaliadores costumam usar essas informações para base comparativa com outras unidades da região, no intuito de compor o preço do imóvel em questão. Lembrando que uma avaliação bem feita aumenta consideravelmente a chance de um imóvel ser negociado em menos tempo.

Inclusive, comprar um imóvel em inventário pode parecer um negócio bem vantajoso. Normalmente, os preços são bastante atrativos e costumam ter um valor de até 25% abaixo da avaliação do imóvel no mercado. Isso porque os herdeiros não conseguem cobrir as despesas do inventário ou preferem dividir o dinheiro entre eles.

Manter o imóvel no nome do falecido pode trazer alguns problemas, pois praticamente todas as ações que venham a ser realizadas no imóvel (construção, reforma, aluguel e venda), precisam da assinatura do proprietário. Imóveis em inventário podem ser financiados e penhorados, mas tudo precisa ser feito com o máximo de cuidado.

Lembrando que, para fazer um inventário de imóveis o primeiro requisito é que o interessado tenha um bom advogado, que ofereça as orientações necessárias, já que o procedimento não é uma tarefa simples para ser feito sozinho.

Lula tem 55% dos votos contra 16% de Bolsonaro entre os que ganham até dois salários mínimos

ELEIÇÕES DE 2022

Número equivale a 70% da população que se encontra nessa faixa

Brasil 247, 9/02/2022, 14:35 h Atualizado em 9 de fevereiro de 2022, 16:06
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro (Foto: Ricardo Stuckert | REUTERS/Adriano Machado)

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (9) mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o favorito entre o eleitorado que ganha até dois salários (55%) contra 16% que preferem Bolsonaro. O número equivale a 70% da população que se encontra nessa faixa. 90% recebem menos de R$ 3,5 mil.

O pedetista Ciro Gomes e o ex-juiz parcial Sérgio Moro (Podemos) empatam com 5%. O tucano João Doria tem apenas 2% dos votos entre os que ganham até dois salários mínimos.

Lula também é preferência entre o grupo que recebe de dois a cinco salários mínimos: 44% frente aos 25% de Bolsonaro.

O único cenário em que Lula e Bolsonaro aparecem empatados é entre os que recebem mais de cinco salários: 31%.

Hildegard Angel rebate Eduardo Bolsonaro: "lixeira da história está entupida com sua família e os agregados"

COMPORTAMENTO

Jornalista confrontou o deputado que, na quarta-feira, falou em jogar o ex-presidente Lula (PT) "no lixo da história"

Brasil 247, 10/02/2022, 08:12 h Atualizado em 10 de fevereiro de 2022, 08:20
Eduardo Bolsonaro e Hildegard Angel (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados | Reprodução/Youtube)

A jornalsista Hildegard Angel utilizou o Twitter para confrontar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que falou na quarta-feira (9) em jogar o ex-presidente Lula (PT) "no lixo da história".

Ela afirmou que "a lixeira da recente história do Brasil está entupida até a borda, com Bolsonaro, sua família e os agregados. Não cabe mais ninguém".

Pesquisa Quaest: terceira via derrete e Lula ganha eleição no 1º turno

ELEIÇÕES DE 2022

Enquanto Lula (PT) e Bolsonaro (PL) se mantêm estáveis, Moro (Podemos) e Doria (PSDB) derretem e Ciro (PDT) oscila para cima

Brasil 247, 9/02/2022, 08:00 h Atualizado em 9 de fevereiro de 2022, 10:32
Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Pesquisa realizada pela Quaest, patrocinada pelo Banco Genial, aponta que o ex-presidente Lula (PT) venceria a eleição para presidente da República no primeiro turno, com 45% dos votos, se o pleito fosse hoje. Os demais candidatos somam 42% das intenções de voto.

Comparada à pesquisa anterior, divulgada em 12 de janeiro, Lula se manteve estável, assim como Jair Bolsonaro (PL), que tem 23% das intenções de voto.

O ex-juiz parcial Sergio Moro (PL) perdeu dois pontos percentuais, e tem agora 7% das intenções de voto. Ciro Gomes ganhou dois pontos, empatando com Moro, com 7%.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tinha 3%, caiu para 2%. André Janones (Avante) tem 2% e Simone Tebet (MDB) 1%. Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe d’Ávila (Novo) não pontuaram. Votos brancos e nulos somam 8% e os indecisos 5%.

Primeiro turno - estimulada:

Lula (PT)-------------------------45%
Bolsonaro (PL)-----------------23%
Moro (Podemos)----------------7%
Ciro Gomes (PDT)--------------7%
João Doria (PSDB)-------------2%
André Janones (Avante)------2%
Simone Tebet (MDB)-----------1%
Rodrigo Pacheco (PSD)-------0%
Felipe d’Ávila (Novo)-----------0%
Branco/nulo/não vai votar-----8%
Indecisos--------------------------5%

Segundo turno:

Lula (PT) – 54%, Bolsonaro (PL) 30%, Branco/nulo/não vai votar – 13%, Indecisos – 3%

Lula (PT) – 52%, Moro (Podemos) – 28%, Branco/nulo/não vai votar – 17%, Indecisos – 3%

Lula (PT) – 51%, Ciro Gomes (PDT) – 24%, Branco/nulo/não vai votar – 22%, Indecisos – 4%

Lula (PT)–55%, João Doria (PSDB)–16%, Branco/nulo/não vai votar–26%, Indecisos–3%

Lula (PT)–56%,André Janones(Avante)–14%,Branco/nulo/não vai votar–25%, Indecisos – 4%

A pesquisa foi realizada presencialmente e ouviu 2 mil pessoas entre os dias 3 e 6 de fevereiro. A pesquisa foi registrada nos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pode ser encontrada pelo número de identificação: BR-08857/2022. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de cerca de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

"A imagem do Brasil é irrecuperável com este governo", diz pesquisador de Harvard

O BRASIL NO MUNDO

O mundo “está aguardando o governo Bolsonaro terminar para retomar uma agenda com o Brasil”, avalia Hussein Kalout

Brasil 247, 10/02/2022, 07:49 h Atualizado em 10 de fevereiro de 2022, 08:20
Hussein Kalout e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/YouTube | Marcos Corrêa/Agência Brasil)

Pesquisador na universidade de Harvard e conselheiro internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Hussein Kalout, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que a imagem do Brasil no exterior "é irrecuperável" com o governo Jair Bolsonaro (PL) e disse que as viagens internacionais do ex-presidente Lula (PT) no último ano mostram disposição dos países para dialogar com o Brasil.

Segundo Kalout, Bolsonaro colocou o Brasil "contra o mundo". "O governo Bolsonaro se caracteriza pela ausência da diplomacia presidencial. O mandato tem sido caracterizado pelo isolamento do Brasil nas relações internacionais. O isolamento foi uma opção. O Brasil passou a se contrapor ao diálogo coletivo, a atacar o sistema multilateral, a defender diretrizes que contrariam o senso comum, por exemplo, na questão do meio ambiente".

De acordo com o especialista, "todos estão aguardando o governo Bolsonaro terminar para retomar uma agenda de grande porte com o Brasil. As viagens do ex-presidente Lula foram um sinal claríssimo de que existe desejo de dialogar com o Brasil, mas não com Bolsonaro".

"Tanto os europeus, como os asiáticos, americanos, todos acreditam que o potencial de convergência seria muito maior com um novo governo brasileiro de perfil mais democrático, mais preocupado com o tema das mudanças climáticas. A reeleição de Bolsonaro é vista como uma continuidade do imobilismo do Brasil. O que se vê de fora é um governo enfraquecido e impopular", complementou.

Mercado financeiro global já aponta "Brasil barato" e Lula como "salvador" do País

ELEIÇÕES DE 2022

Tais colocações foram feitas pela consultoria internacional BCA e, de fato, a perspectiva de vitória de Lula já derruba a moeda americana

Brasil 247, 10/02/2022, 05:32 h Atualizado em 10 de fevereiro de 2022, 06:09
(Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

Há cada vez maior entusiasmo do mercado financeiro internacional com a perspectiva de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022, segundo aponta a coluna do jornalista Vinicius Torres Freire, da Folha de S. Paulo. "'Is Lula Brazil’s Savior?', no original, é o título de um relatório publicado nesta semana pela consultoria internacional BCA, de matriz canadense, que orienta clientes sobre o que fazer com o dinheiro em mercados emergentes. Não, Lula não é", escreve o colunista. "Mas, para os estrategistas da BCA, dá para ganhar algum tutu se um Lula 'centrista' se eleger presidente, dado além do mais o fato de que o 'Brasil está barato'. Isto é, na média, as ações estão com valor baixo, considerado o histórico e os retornos das empresas. Os títulos de dívida estão baratos, outro modo de dizer que as taxas de juros estão altas", prossegue Torres Freire.

"O fato é que há gente razoável achando as taxas dos títulos de longo prazo vão cair (o preço dos títulos vai subir), oportunidade para uma boa tacada de especulação razoável. Em uma situação em que o descalabro financeiro (juros e dólar) era muito maior, foi o que gente esperta fez entre 2002, ano da eleição, e 2003, primeiro de Lula 1, enchendo as burras", prossegue. "Como Jair Bolsonaro tende a se tornar um 'pato manco' ou estaria à beira de tomar café frio, para usar a metáfora nacional, os donos do dinheiro estariam prestando mais atenção ao que Lula vai ou promete fazer. Por ora, Lula promete conciliação e moderação. Quanto mais assim for, mais dinheiro entraria."

Leia ainda reportagem sobre a queda do dólar no dia de ontem:

Agência Brasil – O dólar fechou ontem (9) no menor patamar em quase cinco meses, ameaçando perder um importante suporte técnico, com as vendas de moeda no Brasil ocorrendo em mais um dia de apetite por risco no exterior, que resultou em ganhos para a classe de ativos emergentes antes dos aguardados dados de inflação nos Estados Unidos (EUA), que serão divulgados na quinta-feira (10).

Como pano de fundo, o real teve suporte ainda de declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, que, para o mercado, endossou expectativas de mais altas de juros, ao dizer que a batalha contra a inflação está longe de ganha. Sem ser específico, Serra disse que, "por culpa nossa", a taxa de câmbio no Brasil depreciou mais do que em outros países no ano passado.

O dólar à vista caiu 0,64%, cotado a R$ 5,2269, menor valor para um encerramento de sessão desde o dia 13 de setembro do ano passado (R$ 5,2236).

De manhã, a moeda operou em alta, quando bateu a máxima do dia – R$ 5,2918 –, com valorização de 0,60%, mas, com a abertura dos mercados norte-americanos, que movimentam mais investidores estrangeiros, a formação da Ptax no começo da tarde e, sobretudo, a divulgação de fortes números de fluxo cambial depois das 14h30 (de Brasília), a cotação voltou a perder força, até tocar uma mínima de R$ 5,2134, com queda de 0,89%.

Números do Banco Central mostraram que o Brasil contabilizou em janeiro a maior entrada líquida de moeda estrangeira pelo câmbio contratado em cinco meses. E fevereiro já começou em ritmo forte, o que elevou os ingressos líquidos na virada do mês a US$ 8,181 bilhões, com domínio da conta financeira – por onde passa o dinheiro que recentemente tem migrado para mercados emergentes no geral.

Essa dinâmica reflete em parte investidores deixando ativos de mercados desenvolvidos (sobretudo as ações dos EUA, avaliadas como caras por algumas métricas) em busca de rendimentos e oportunidades em praças consideradas descontadas – -quesito em que o Brasil se destacou, dado o consenso de que o real operava muito desvalorizado ante os fundamentos e de que a bolsa brasileira estava barata.

O economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Robin Brooks, disse que o aumento maciço dos preços de commodities e dos termos de troca nunca foi precificado pelo real."O real se recuperou um pouco recentemente, mas a escala de desvalorização continua sendo a maior em todos os mercados emergentes. Nosso valor justo permanece em R$ 4,50 por dólar", disse no Twitter.

No atual patamar de fechamento, o dólar está à beira de romper um importante suporte técnico um pouco acima de R$ 5,22, movimento que, se confirmado de forma vigorosa, pode levar a moeda a níveis ainda mais baixos.

A taxa perto de R$ 5,22 corresponde a uma devolução de 61,8%, na chamada escala de Fibonacci (de análise técnica), da alta entre a mínima de junho e máxima de dezembro do ano passado, período em que a moeda teve sua última curva ascendente.

"Se a tendência persistir e levar o dólar abaixo de R$ 5,22, os próximos objetivos potenciais estariam em R$ 5,11, mínima de setembro passado, e a banda inferior do intervalo entre R$ 4,95 e R$ 4,89", disseram em relatório Kenneth Broux e Tanmay G Purohit, da área de análise técnica do banco francês Société Générale.

Partidos vão acionar Bolsonaro por campanha antecipada

ELEIÇÕES DE 2022

Bolsonaro comete mais um ato ilegal usando estrutura oficial para fazer campanha eleitoral antecipada

Brasil 247, 10/02/2022, 03:58 h Atualizado em 10 de fevereiro de 2022, 03:58
Bolsonaro comete ato ilegal ao fazer campanha antecipada no RN (Foto: Presidência da República)

O Diretório Regional do PT no Rio Grande do Norte, a bancada do partido no Senado e a bancada do PSB na Câmara dos Deputados devem acionar Bolsonaro e os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) por campanha antecipada, que é ilegal, e uso de recursos públicos para fins eleitorais.

Bolsonaro fez campanha eleitoral antecipada em dois eventos oficiais da Presidência nesta quarta-feira (9) no Rio Grande do Norte. Os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) também pediram votos e defenderam a reeleição de Bolsonaro, o que é proibido pela legislação eleitoral.

Os discursos pedindo votos e conclamando à reeleição do ocupante do Palácio do Planalto presidente foram exibidos na TV Brasil, que é uma emissora pública.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Presidente do PSB é inábil no jogo com PT, PCdoB e PV. Mas Federação de esquerda está pronta e reunião do dia 10 é chave

ELEIÇÕES DE 2022

Carlos Siqueira resiste à natural perda de poder que enfrentará com união de siglas. Saída construída por Márcio França em São Paulo selou Federação de esquerda

Brasil 247, 8/02/2022, 12:07 h Atualizado em 8 de fevereiro de 2022, 15:22


Por Luís Costa Pinto, do 247 – Na próxima 5ª feira, 10 de fevereiro, os presidentes do PT, do PSB, do PCdoB e do PV fazem em Brasília uma nova e decisiva reunião destinada a sacramentar a criação da Federação Partidária de esquerda reunindo as quatro legendas. Antes do Carnaval, provavelmente no fim da próxima semana, estará lavrada em ata a criação da união, que também será registrada em cartório com os compromissos programáticos básicos dos quatro partidos. Eles deverão permanecer unidos por quatro anos, compartilhando estrutura única de funcionamento no Congresso Nacional durante toda a próxima legislatura, como determina a lei.

O encontro do dia 10 se dará sob dois microclimas diversos:
O primeiro, é o da evidente união e entendimento entre a maioria dos partidos e de suas respectivas representações. PCdoB e PV, que chegaram a especular uma Federação com o PSB e sem o PT, já descartam essa possibilidade e seus presidentes advertiram Carlos Siqueira, presidente do PSB, que as duas outras siglas poderiam instituir uma aliança federativa com o PT e isso levaria a uma dispersão dos socialistas – um verdadeiro barata-voa na cena partidária. Siqueira, que tende a ser figadal ao negociar, refletiu sua insatisfação em entrevistas nas quais reciclou velhas pré-condições para a união e bateu o pé sobre a preponderância do ex-vice-governador Márcio França (PSB) como candidato ao governo paulista e quase impondo a retirada do nome de Fernando Haddad (PT) da disputa. Haddad é o favorito a vencer em todas as pesquisas pré-eleitorais realizadas de 2021 até hoje, quando o nome do ex-governador Geraldo Alckmin sai de cena. Na contramão da tensão criada por Siqueira, coube a França, em entrevista à GloboNews que foi ao ar na última segunda-feira, abrir a porta para uma entendimento “por cima” com o ex-ministro e ex-prefeito Haddad e acomodar-se numa candidatura a vice-governador ou ao Senado.

No programa Giro das 11, da TV 247, que foi ao ar esta manhã ancorado pelo jornalista Mauro Lopes, o senador Humberto Costa (PT-PE), deixou claro por que retirou seu nome da disputa pelo governo de Pernambuco. “Saio tranquilo, porque sei que foi um gesto em nome de algo muito maior, que é a mudança do nosso país", disse. Para ele, "a candidatura de Lula caminha para ser um movimento cívico que vai opor civilização e barbárie e todos têm que somar"

O segundo microclima que envolve a reunião da próxima 5ª é justamente o fato de ninguém entender mais o perfil amargo e solitário de Carlos Siqueira. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que anunciou em entrevista à TV 247 já há três semanas (link no final deste texto) que apoiará o ex-presidente Lula e que trabalharia para Federação, disse ao presidente do PSB que 17 diretórios estaduais do Partido Socialista Brasileiro querem a Federação e a aliança com Lula no 1º turno. O diretório paulista não estava nesta contabilidade. Agora, são 18. O PT pernambucano, estado crucial para a celebração do entendimento, deu uma aula de política ao costurar a pacificação estadual dentro da própria base e com o PSB. No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande (PSB), já ouviu da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e mesmo do senador Fabiano Contarato (PT), que a filiação do senador (egresso da Rede) não se deu pela candidatura ao governo e que ela “pode não existir”. No Rio Grande do Sul, o deputado estadual petista Edegar Pretto, favorito em todas as pesquisas pré-eleitorais, constrói uma aliança com Beto Albuquerque (PSB), que pode se candidatar ao Senado, e com Manuela D’Ávila (PCdoB). Siqueira, portanto, joga tensão onde deveria estar sendo encaminhado o entendimento.
Guimarães endureceu e mandou recados pelo PT

Em dura entrevista publicada ao jornal Folha de S Paulo e reproduzida pelo 247 o deputado José Guimarães, vice-presidente do PT, mandou recados diretos a Carlos Siqueira. "Ninguém pode querer ser mais do que outro se não tem voto para isso. Ele [Carlos Siqueira] manifestou na reunião, eu estava nela, e eu tinha entendido que havia um consenso que se respeitasse o princípio da proporcionalidade. Ninguém tira tamanho dos partidos por decreto. O partido tem representatividade social, tem voto. O PT é do seu tamanho e é desse tamanho que nós vamos para a eleição. (...) O PT não vai abrir mão de seu tamanho, porque estaríamos incorrendo em um erro grave", disse Guimarães na entrevista.

Sobre o entrave em São Paulo, onde o PT quer lançar o ex-ministro Fernando Haddad ao governo do estado e o PSB quer lançar o ex-governador Márcio França, o vice-presidente do PT lembrou que o seu partido já abriu mão da disputa em Pernambuco e está disposto a fazer o mesmo no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul. Guimarães afirmou à Folha que vê desrespeito de Siqueira em relação a Fernando Haddad, líder nas pesquisas. "Humberto Costa acabou de fazer um baita de um gesto. Renunciou a uma candidatura que está em primeiro lugar. Isso não conta? Eu já falei para o Siqueira: no Espírito Santo é só o governador Renato Casagrande apoiar o Lula. (...) Com o Freixo [pré-candidato do PSB ao governo do Rio], já tínhamos discutido lá atrás [apoiar]. No Rio Grande do Sul nós vamos discutir lá na frente", afirmou na entrevista que deixou o presidente do PSB desconfortável.

Carlos Siqueira não soube fazer a gradação de suas ameaças para dentro do bloco partidário de esquerda, que joga pelo entendimento, e parece se isolar dia a dia dentro da própria legenda que preside. Ele é um respeitado administrador partidário: foi secretário nacional do PSB durante as longevas presidências de Miguel Arraes e Eduardo Campos, que presidiram a sigla por quase duas décadas. Porém, revela inabilidade ímpar para negociar sob pressão. Em 2014, depois da tragédia aérea que matou Campos, Siqueira se desentendeu com Marina Silva, candidata a vice que herdou a cabeça de chapa. Agindo de forma a dificultar o entendimento final pela Federação de esquerda, Siqueira parece estar mais preocupado com o futuro pessoal como comandante de uma sigla média do espectro político e não como co-artífice de uma costura inédita na cena partidária brasileira.

“Defender nazismo não é liberdade de expressão”, rebate embaixada da Alemanha

COMPORTAMENTO POLITICO

“Não. Defender o nazismo não é liberdade de expressão. Quem defende o nazismo desrespeita a memória das vítimas ", destaca a representação da Alemanha

Brasil 247, 8/02/2022, 16:30 h Atualizado em 8 de fevereiro de 2022, 16:30
(Foto: Reprodução)

Por meio das redes socias, a embaixada da Alemanha no Brasil publicou uma mensagem a respeito das declarações do youtuber Monark na noite desta segunda-feira (7), que defendeu que o nazismo seja compreendido como "liberdade de expressão" e sugeriu a existência de um partido nazista no país.


“Não. Defender o nazismo não é liberdade de expressão. Quem defende o nazismo desrespeita a memória das vítimas e dos sobreviventes desse regime e ignora os horrores causados por ele”, destaca a postagem da representação da Alemanha.