quinta-feira, 6 de maio de 2021

Butantan acompanha estarrecido novas agressões de Bolsonaro contra a China, que poderão zerar estoques de vacina

Instituto Butantan, que depende dos insumos chineses para produzir a Coronavac, acompanhou estarrecido o mais novo ataque gratuito de Jair Bolsonaro, ao insinuar que a China fez “guerra química” com o coronavírus

Brasil 247, 6/05/2021, 07:54 h Atualizado em 6/05/2021, 08:50
  (Foto: ABr)

O instituto Butantan, que depende dos insumos chineses para produzir a vacina Coronavac, acompanhou estarrecido o mais novo ataque de Jair Bolsonaro, que insinuou que a China teria promovido uma “guerra química” com o coronavírus.

Segundo reportagem do jornal Estado de S.Paulo, o instituto, produtor da Coronavac, tem a expectativa de receber dos chineses até o dia 15 de maio insumos para mais doses. O Butantan entregará lotes da vacina nesta quinta (6) e na próxima semana, mas não há mais IFA para a sequência da produção em larga escala. Em privado, dirigentes do instituto dizem que declarações desastradas respingam na difícil negociação pelos insumos.

O Butantan solicitou 6 mil litros de IFA aos chineses, mas não há confirmação nem de datas de entrega nem de quantidade. Após a fala de Bolsonaro, agora o quadro é muito mais complexo.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Teich entrega Bolsonaro e diz que saiu porque foi obrigado a prescrever cloroquina

"Minha convicção pessoal era a de que não existia evidência de eficácia, tínhamos (eu e Bolsonaro) um entendimento diferente", afirmou o ex-ministro da Saúde Nelson Teich em depoimento na CPI da Covid.

Brasil 247, 5/05/2021, 10:55 h Atualizado em 5/05/2021, 11:48
  (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Em depoimento na CPI da Covid, na manhã desta quarta-feira (5), o ex-ministro da Saúde Nelson Teich já entregou Jair Bolsonaro, ao reforçar que membros do governo Jair Bolsonaro faziam lobby pelo uso da cloroquina contra a Covid-19. O medicamento não tem comprovação científica para o tratamento contra a doença.

O ex-titular da pasta disse que deixou o cargo devido à "falta de autonomia" para fazer o gerenciamento da maior crise sanitária da história do País.

"Minha convicção pessoal era a de que não existia evidência de eficácia, tínhamos (eu e Bolsonaro) um entendimento diferente. Isso motivou minha saída", afirmou Teich. "O pedido (de demissão) específico foi pelo desejo de ampliação de uso da cloroquina. Esse era o problema pontual, mas isso refletia uma falta de autonomia e de liderança", acrescentou.

O ex-ministro também disse que não sabia da produção de cloroquina pelo Exército. Ele disse que não foi consultado sobre o uso do remédio. "Era uma conduta tecnicamente inadequada", disse. "Minha orientação era contrária (à distribuição de cloroquina). Se eu tivesse sabido, não deixaria fazer", continuou.

Lula janta com senador Weverton, do PDT, e praticamente sela aliança entre ele e o PT

Durante agenda em Brasília (DF), o ex-presidente Lula teve um encontro com o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e deixou as portas do PT abertas, caso o pedetista não consiga disputar o governo maranhense pela sigla pedetista

Brasil 247, 5/05/2021, 11:26 h Atualizado em 5/05/2021, 11:48
Senadores Weverton Rocha (PDT-MA) e o ex-presidente Lula 
(Foto: Divulgação (Twitter))

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva jantou nessa terça-feira (4), em Brasília (DF), com senador Weverton Rocha (PDT-MA) e deixou as portas do PT abertas para o parlamentar, caso a legenda pedetista não apoie o congressista para uma eventual candidatura ao governo do Maranhão em 2022.

"Conversei com o ex-presidente @LulaOficial sobre o futuro do nosso país e do Maranhão e sobre as jornadas que nos uniram no passado. Jantamos juntos ontem, a convite do @senadorpaulor, líder do PT no Senado, com a presença de toda a bancada do partido no Senado", afirmou Rocha no Twitter.

A agenda do ex-presidente em Brasília faz parte uma de série de encontros com lideranças para estreitar articulações e afinar alianças para as próximas eleições.

Na capital federal, Lula já oficializou o convite para o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) se filiar ao PT e, possivelmente, disputar o governo do Espírito Santo.

Nesta quarta-feira (5), Lula tem um encontro com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e nesta quinta-feira (6), o petista será recebido por Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na presidência do Senado.

Lula dispara nas pesquisas

Pesquisa Poderdata divulgada no dia 14 de abril apontou o ex-presidente 18 pontos percentuais à frente de Jair Bolsonaro em um eventual segundo turno.

Também no mês passado, outro levantamento, da XP/Ipespe, mostrou Lula com 29% das intenções de voto, contra 28% do ex-capitão em um primeiro turno.

Bolsonaro finge solidariedade com morte de Paulo Gustavo e causa revolta: "cínico", "verme" e "assassino"

Houve um verdadeiro levante de indignação nas redes sociais entre a noite e a madrugada desta quarta depois que Bolsonaro postou um tuíte expressando falsa tristeza pela morte do ator Paulo Gustavo. Ele tuitou duas horas depois de Lula

Brasil 247, 5/05/2021, 07:21 h Atualizado em 5/05/2021, 08:48
  (Foto: Reprodução)

Duas horas depois de Lula expressar sua tristeza pela morte do ator Paulo Gustavo por Covid na noite de ontem, Jair Bolsonaro foi ao Twitter e postou às 0h20 desta quarta-feira um texto que causou revolta na Internet.

Bolsonaro escreveu: “Meus votos de pesar pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo, que com seu talento e carisma conquistou o carinho de todo Brasil. Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a Covid.”

Imediatamente começaram reações em massa ao pronunciamento daquele que já é apontado na CPI da Covid como responsável pelas mais de 410 mil mortes na pandemia: “cínico”, “verme” e “assassino” foram algumas das reações.

Comandante do Exército tenta distanciar imagem das Forças Armadas de Pazuello

O comandante do Exército, general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, e o senador Omar Aziz (PSD-AM), conversaram sobre o depoimento que será prestado pelo general Eduardo Pazuello na CPI da Covid. Treinamentos prévios do ex-ministro da Saúde preocuparam a instituição militar

Brasil  247, 5/05/2021, 10:13 h Atualizado em 5/05/2021, 11:01
  Comandante do Exército, general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, senador 
Omar Aziz (PSD-AM) e o ex-ministro Eduardo Pazuello (Foto: Divulgação)

O Exército vem trabalhando nos últimos dias para impedir que o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na CPI da Covid, marcado para o dia 19, prejudique a imagem da Força. O comandante do Exército, general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, e o senador Omar Aziz (PSD-AM), conversaram sobre o assunto, na noite dessa segunda-feira (3). Pazuello recebeu nos últimos dias recomendações para não associar a sua atuação no ministério aos papéis que desempenhou no Exército, de acordo com informação publicada pela coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.

Membros da instituição militar ficaram preocupados com os treinamentos de Pazuello para falar na CPI, pois assessores do Planalto afirmaram que o general "está muito nervoso". Pazuello teve um media training de seis horas e foi simulado um confronto com parlamentares.

Temia-se que Pazuello pudesse comparecer de farda à CPI – o que foi desencorajado nas mensagens enviadas ao ex-ministro.

Na conversa com Nogueira de Oliveira, Aziz garantiu que a CPI ouviria Pazuello como ministro e não como general ou militar - a pessoa física e não a pessoa jurídica, como o senador disse na conversa, segundo fontes próximas a Aziz.

O presidente da CPI e o comandante do Exército se conhecem há muitos anos. Aziz governou o Amazonas quando o general comandava a 12ª Região Militar, com sede em Manaus. O general Paulo Sérgio passou dez anos na Amazônia em diferentes funções.

A CPI ouve nesta quarta-feira (5) o ex-ministro da Saúde Nelson Teich. A ideia é questionar o ex-titular da pasta se o governo Jair Bolsonaro pressionou o ministério a recomendação cloroquina e hidroxicloroquina como prevenção para a Covid-19 - os remédios não têm comprovação científica contra a doença. 

domingo, 2 de maio de 2021

Governo publica MP que autoriza União a vender imóveis públicos por lote


Site de venda de imóveis públicos entra em funcionamento

Portal reúne imóveis dos 3 Poderes

Vendas pela plataforma VendasGov

Prédio abandonado do INSS na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, batizado 
de Ocupação Manuel Congo, é habitado por 42 famílias
Fernando Frazão/ Agência Brasil

PODER36002.maio.2021 (domingo) - 15h45

A plataforma VendasGov, site de compra de imóveis públicos, entrará em funcionamento a partir deste mês e expandirá o atual Portal de Venda de Imóveis da União ao permitir a unificação das ofertas da União, dos Estados e dos municípios.

Pessoas físicas e jurídicas que possuem conta de login no Portal Gov.br poderão visualizar os imóveis e participar das licitações. Pela plataforma, será possível realizar a visualização das propriedades, publicidade dos editais, recebimento das propostas e declaração do vencedor na sessão pública.

Com o novo sistema, os interessados não precisarão deslocar-se a outra cidade para participar dos leilões, visto que todas etapas da concorrência pública serão de forma digital. Imóveis que pertencem a fundações, autarquias e empresas estatais estarão disponíveis para compra.

O sistema foi desenvolvido pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) em parceria com a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União do Ministério da Economia.

Segundo os desenvolvedores, a ferramenta aumentará a concorrência nos lances, pois concentra os bens de todos os entes em um único ambiente e, assim, aumenta a visibilidade das licitações.
META

A venda dos ativos é uma das prioridades da equipe econômica. A meta da SPU (Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União) é monetizar R$ 110 bilhões em imóveis da União até 2022. O valor das vendas, se concretizado, ficará longe da meta estipulada pelo ministro Paulo Guedes no início do governo Bolsonaro, de R$ 1 trilhão.

Reino Unido planeja vacinar adolescentes para assegurar aulas presenciais

Mira jovens de 12 a 16 anos. Ano letivo começa em setembro

PODER360, 02.maio.2021 (domingo) - 16h01
 O premiê Boris Johnson em sala de aula de crianças. As aulas presenciais foram 
retomadas no fim de marçoAndrew Parsons/No 10 Downing Street

O Reino Unidos planeja incluir jovens de 12 a 16 anos na campanha nacional de vacinação. O objetivo é assegurar que o próximo ano letivo, que começa em setembro, não tenha as aulas presenciais suspensas por casos de covid-19. A aplicação seria feita com a vacina da Pfizer/BioNTech.

No fim de março o governo britânico autorizou a reabertura das escolas, principalmente de ensino infantil, na 1ª etapa do processo de reabertura do país. O movimento foi proporcionado pelo sucesso da imunização no Reino Unido, 2ª mais avançada do planeta em termos proporcionais.

Além disso, os britânicos recebem testes rápidos de covid-19 toda semana, podendo realizar em si mesmos. A taxa de mortes diárias não ultrapassa 40 há semanas.

O empecilho para a estratégia do primeiro-ministro Boris Johnson é a autorização emergencial para adolescentes. Hoje, só pessoas a partir de 17 anos podem ser vacinadas contra a covid-19. Nenhum país concedeu a permissão em jovens. Os Estados Unidos já pediram a autorização com a vacinada Pfizer. A União Europeia – no qual o Reino Unido não faz mais parte – entregará os documentos nesta semana.

As informações são do jornal The Times.

Como está Serrana, a cidade quase toda vacinada?

Ao todo, 95,7% da população-alvo foram vacinados em Serrana

Correio Braziliense/Agência Estado, 02/05/2021 08:45
  (crédito: AFP / NELSON ALMEIDA)

O que aconteceria se mais da metade de uma população fosse imunizada contra a covid-19? A pouco mais de 300 km de São Paulo, a cidade de Serrana foi escolhida para responder a essa pergunta. A vacinação em massa começou em 17 de fevereiro e foi concluída no dia 11 de abril, com a aplicação das duas doses da Coronavac. Nos dias 8 e 9 de abril, o Estadão esteve lá para ouvir moradores. Entre as expectativas estavam o desafogo do sistema de saúde, a retomada da economia, a volta da vida social e dos estudos - além da esperança em dormir mais tranquilo.

Ao todo, são 27.160 mil moradores imunizados - o equivalente a 95,7% da população-alvo na cidade, de 45.644 mil habitantes. "Essa adesão mostra a vontade de viver da nossa população", diz Leila Gusmão, vice-prefeita e secretária de Saúde.

O Projeto S, uma referência ao vírus Sars-CoV-2 e à cidade, começou em meio a uma crise. "Em 2020 (após um surto de covid que atingiu idosos e funcionários de um asilo), fizemos um inquérito epidemiológico para avaliar a transmissão do coronavírus, além do Censo da Saúde para mapeá-la", diz ela. Foi quando começou a parceria com o Instituto Butantan.
Com as informações, concluiu-se que 8,75% da população tinha tido contato com o vírus e 5% estava com o vírus ativo, infectando outras pessoas. "Essa foi uma das taxas mais altas entre todas as cidades do Estado que fizeram o inquérito", diz Marcos de Carvalho Borges, investigador principal do Projeto S.

Ao se pensar o projeto, outros atrativos locais foram o fato de a cidade ser pequena, ter hospital estadual e funcionar como dormitório para aproximadamente 20 mil pessoas que trabalham em Ribeirão Preto. O grande fluxo intermunicipal foi visto como fator para medir a efetividade da vacinação.

Entre os já vacinados, há uma mescla de gratidão e alívio. "A sensação é muito boa, até porque nossa cidade foi privilegiada. A pandemia afetou um pouco os meus estudos e trabalho. Não só os meus, mas os de outras pessoas da minha família também", afirma o estudante Gabriel Talavera, de 21 anos.

Sem falar nos que se sentem satisfeitos só pelo fato de colaborarem com um possível avanço científico. Nos meses de outubro e novembro, carros contratados pela prefeitura anunciaram o Projeto S de casa em casa e identificaram os moradores que topariam aderir ao estudo como voluntários, caso houvesse a fabricação de vacina.

"Decidi participar voluntariamente desse projeto do Butantan porque os pesquisadores ainda estão estudando o coronavírus", ressalta o advogado Diego Braga, de 28 anos. "Fui vacinado contra a covid-19 na escola onde estudei. Tem coisas que ainda não sabemos muito bem, como os efeitos e as sequelas. Foi por livre e espontânea vontade, porque eu acredito na ciência, nos fatos e no SUS (Sistema Único de Saúde )."

Dia a dia

A rotina, porém, ainda está longe do normal. "Antes do coronavírus, estávamos sempre aqui na praça central, todo dia. Por causa da pandemia, estamos ficando um pouco mais em casa. Às vezes, passo dois ou três dias sem vir. Temos medo do vírus, porque vimos o que ele andou aprontando por aí", afirma Aparecido Donizzete Pedro, de 62 anos, um daqueles definidos no Estado para o grupo prioritário de vacinação.

Há ainda uma rotina igual a de outras cidades sem imunização: o respeito aos protocolos e às máscaras. "Quando todos estiverem imunizados, quero tirar essa máscara. Mas acho que ainda vai demorar um tempo, porque não adianta eu estar imunizado e acabar transmitindo para outra pessoa que ainda não se vacinou contra a covid-19", diz o mecânico pneumático Guilherme Costa, de 33 anos, cujo serviço caiu bastante na pandemia. "O que custa participarmos? Conseguimos tomar a vacina de graça. Acho que não vai fazer mal, só nos ajudar."

Com a paralisação da economia, muitos precisaram de ajuda para se manter. "Eu trabalho em um carrinho de pipoca no Novo Shopping, em Ribeirão Preto. Está fechado, sem ninguém trabalhando. Estou parada, mas os patrões estão pagando uma parte para nós", relatou a atendente Arlete Neres Nogueira, de 36 anos.

E os patrões também sentiram a situação. "Com exceção de supermercados, farmácias e postos de gasolina, o comércio todo sofreu muito. Fizemos de tudo para segurar funcionários", diz o comerciante José Antônio Issa, de 59 anos. "Para ajudar nos custos, participamos do programa do governo de suspensão de contratos. Comprávamos o que era necessário, mas foi difícil."

Resultados

Concluída a vacinação, os pesquisadores avaliam agora seu impacto na redução de casos graves, na mortalidade, nas internações e na transmissão do vírus em Serrana. Segundo Marcos de Carvalho Borges, investigador principal do estudo, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), resultados preliminares começarão a ser divulgados no meio deste mês pelo Instituto Butantan.

Mas eles já começam a ser notados pelos moradores. "Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), atendemos todos os casos de síndrome gripal com diagnóstico ou suspeita de covid-19. A única mudança é na procura: já podemos observar queda na quantidade de pessoas que procuram a UPA. Os casos graves também caíram consideravelmente. Não tivemos nenhum paciente intubado nas últimas semanas", diz o médico Angel Dario Ariza.

Direita neoliberal já trabalha com hipótese de Bolsonaro nem ir para o segundo turno em 2022

Para articular de candidatura dita "de centro", o governo federal é como um avião que perdeu altura e não tem motor para arremeter

Brasil 247, 2/05/2021, 13:22 h Atualizado em 2/05/2021, 13:46
  Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O articulador de uma candidatura de direita já avalia que, com a CPI da Covid, Bolsonaro pode nem chegar ao segundo turno das eleições de 2022.

É o que diz a coluna do Estadão, que chama essa candidatura de “centro”, que, como se sabe, é o nome que a direita envergonhada dá a uma uma terceira candidatura competitiva em 2022 — Lula é nome certo no segundo turno, caso se candidate e não vença no primeiro turno.

"A preço de hoje, a CPI da Covid deverá ter impacto imobilizador no governo se escancarar erros e omissões no combate à pandemia, avaliam os políticos mais rodados de Brasília. Em um cenário de inflação crescente e postos de trabalho fechados, vai se consolidando o sentimento de que Jair Bolsonaro pode enfrentar dificuldades de chegar ao segundo turno em 2022, algo inimaginável até bem pouco tempo atrás. No centro partidário, presidenciáveis já se movimentam com base nesse novo cenário, o de enfrentar Lula na fase decisiva da eleição”, diz a nota.

O tal articulador diz que o governo é um avião perdendo altitude e sem motor para arremeter: gastou mal no passado e agora não tem “motor” para alavancar Bolsonaro.

A definição de centro torna-se a cada dia mais elástica: Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM), Luciano Huck (sem partido), João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB). Aliás, o grupo de WhatsApp desses presidenciáveis já foi pro brejo.

Todos esses nomes hoje trabalham para a direita.

Segundo a coluna, o governador Renato Casagrande (PSB-ES) passou a ser cotado como novo presidenciável.

Altman: eleição entre Lula e Bolsonaro coloca um dilema para a Casa Branca

O jornalista avaliou em entrevista à TV 247 que a Casa Branca enfrentará uma encruzilhada nas eleições presidenciais brasileiras, já que, por um lado, Bolsonaro é completamente “disfuncional” e, pelo outro, Lula se mostra intransigente em defesa de suas políticas. “Podem começar a pressionar ambos, como alguns porta-vozes começam a fazer, para tentar arrancar compromissos do interesse da geopolítica dos Estados Unidos”. 

Brasil 247, 30/05/2021, 16:50 h Atualizado em 30/05/2021, 17:27
   (Foto: Divulgação)

O jornalista Breno Altman, em entrevista à TV 247, avaliou a estratégia da Casa Branca para as eleições presidenciais brasileiras em 2022. Para ele, apesar de não serem simpáticos a Lula, os Estados Unidos devem tentar estabelecer um pacto com o petista como forma de conter a “disfuncionalidade” de Jair Bolsonaro.

“Qual será a opção do Biden? Bolsonaro ou Lula? Não há nenhuma simpatia da Casa Branca por Lula, zero simpatia. Eles participaram diretamente dos movimentos políticos que levaram ao golpe de Estado contra a presidente Dilma Rousseff e na construção da Lava Jato. Tiveram um papel de destaque em todo esse processo do chamado lawfare. E quando digo ‘eles’, não falo dos republicanos de Trump que foram ao governo apenas a partir de 2017, mas exatamente do próprio Biden, que era vice-presidente do Obama”, disse o jornalista.

Altman destaca que, sob o ponto de vista da Casa Branca, se estabelece um dilema: “O problema é que Bolsonaro se transformou num presidente muito disfuncional. A Casa Branca diante de um cenário no qual a terceira via não possa se estabelecer, ela vai fazer a seguinte pergunta: com qual dos dois é mais fácil estabelecer limites? É mais fácil controlar e enquadrar o Bolsonaro, ou tentar estabelecer um pacto com o Lula e o PT? Essa é a questão que vai estar posta na Casa Branca”.

“Há uma questão que não pode ser desconsiderada, de que, evidentemente, o Bolsonaro é um personagem que não é levado a sério, no sentido de que não é possível estabelecer compromissos e acordos com ele. Eles aprenderam essa lição. Acredito que numa situação como essa, a Casa Branca vai estar numa encruzilhada complicada. Podem começar a pressionar ambos, como alguns porta-vozes começam a fazer, para tentar arrancar compromissos do interesse da geopolítica dos Estados Unidos”, avaliou.
Pressão externa

Altman considera que a manutenção dos interesses geopolíticos dos Estados Unidos vai contra as ideias de Lula e que, para contê-lo, será necessário criar um clima de grande pressão externa: “O que isso quer dizer? Estabelecer um clima político onde dizem, ‘não temos nada contra o Lula, mas se ele ganhar e não fizer uma política pró-Venezuela, nós podemos trabalhar juntos’, ou, ‘se Lula ganhar, mas não resolver reestatizar os ativos da Petrobras que foram vendidos no último período, podemos trabalhar juntos’, ou, ‘se Lula ganhar, mas não brigar com as autoridades financeiras internacionais, especialmente o Fundo Monetário Internacional, podemos trabalhar juntos’, ou, ‘se Lula ganhar, mas for bastante moderado na construção dos BRICS e nas alianças com a Rússia e China, podemos trabalhar juntos’. Podem começar a exercer uma pressão grande sobre a candidatura do Lula para tentar estabelecer algum pacto”.