quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

A derrota do PT nas eleições de 2020 e o seu futuro


Viomundo, Lúcia Rodrigues, 30/11/2020 - 12h19
Em 1979, Lula discursa a metalúrgicos de cima de uma mesa no estádio de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, em assembleia que decidiu pelo início da primeira greve geral da categoria. Foto: Memorial da Democracia

O PT e seu futuro

Por Lúcia Rodrigues*

A derrota do PT nas eleições de 2020 se deve em grande medida ao fato de que a classe trabalhadora não existe mais nos moldes que o originou.

As grandes plantas fabris com a concentração de milhares de trabalhadores sob a influência de sindicatos são cada vez mais exíguas.

Antigamente qualquer pessoa que assistisse TV saberia responder quem era o presidente da CUT em alguns segundos.

Hoje, isso se restringe cada vez mais a quem acompanha de perto a política.

Por quê?

Porque a CUT perdeu o protagonismo que tinha anteriormente na organização da luta da classe trabalhadora.

Esse protagonismo, no entanto, não foi assumido pela Conlutas, pela CTB nem por outra Central.

Ele se diluiu em “ene” movimentos sociais: negro, feminista, lgbtqi etc.

As lutas passaram a ser feitas fora do eixo de classe propriamente dito.

E o PT por ser um partido cujo o enraizamento vem do modelo anterior teve dificuldade para ceder a essa novidade.

Já o PSOL embarcou de mala e cuia nessa perspectiva. Se transformou em um partido de causas.

Na minha avaliação, a classe trabalhadora existe e continuará existindo enquanto o capitalismo não for derrotado.

O problema é que hoje está pulverizada e diluída em trabalhadores, por exemplo, de aplicativos.

Como dar liga e corpo a isso é que é o pulo do gato.

Mas os problemas do PT vêm de antes desta eleição e das duas anteriores.

O Partido dos Trabalhadores sofreu outros duros golpes ao longo dos anos.

Perdeu a hegemonia na ala progressista da Igreja Católica, outro pilar de sua fundação.

A Teologia da Libertação foi engolfada pela ala dos carismáticos.

Não bastasse isso, ainda foi abalroada pelos evangélicos neopentecostais que proliferaram nas periferias, antigo reduto do petismo.

Além disso, o PT viu o último de seus três pilares de fundação ruir nesta eleição, com o embarque dos intelectuais na candidatura de Boulos.

Esse terceiro pilar já havia sofrido um abalo significativo com o fato dos governos do PT na Presidência da República terem optado pela conciliação de classes ao seu enfrentamento.

Os escândalos do Mensalão e da Lava Jato também impactaram os três eixos do tripé.

Isso sem contar a traição de ter se elegido em 2014 com um programa econômico e governado com outro.

Joaquim Levy, no Ministério da Fazenda, foi o exemplo mais paradigmático dessa perda de apoio.

A luz no fim do túnel ainda parece estar longe.

E mesmo com todos os problemas, a direção majoritária do PT, cada vez mais burocratizada, dificilmente embarcará em algo como uma frente de partidos de esquerda, sem querer que as demais forças políticas se submetam à sua liderança.

*Lúcia Rodrigues é jornalista e formada em Ciências Sociais pela USP.

Presidente sem partido, sem projeto e sem aliados é uma situação perigosa

"A crise sanitária, os números da economia e o resultado da urnas mostraram que o negacionismo de Bolsonaro foi além das derrotas. Ele saiu de moda, mas ficará no Planalto, sem rumo. Presidente desorientado é coisa perigosa”, diz o jornalista Elio Gaspari

Brasil 247, 2/12/2020, 09:21 h Atualizado em 2/12/2020, 09:47
   Elio Gaspari e Jair Bolsonaro (Foto: Alice Vergueiro/Abraji | Alan Santos/PR)

O jornalista Elio Gaspari avalia que o fato do Brasil ter “um presidente sem partido, sem projeto e sem aliados” em meio à pandemia e a uma recessão econômica coloca o país em uma situação “perigosa”. 

“A crise sanitária, os números da economia e o resultado da urnas mostraram que o negacionismo de Bolsonaro foi além das derrotas. Ele saiu de moda, mas ficará no Planalto, sem rumo. Presidente desorientado é coisa perigosa”, escreve Gaspari em sua coluna no jornal O Globo desta quarta-feira (2). 

‘Em julho de 1961, o tresloucado Jânio Quadros cogitava alguma aventura nas Guianas, onde existiria “intenso trabalho autonomista ou de emancipação nacional, com a presença de fortes correntes de esquerda, algumas, reconhecidamente, comunistas”’, destaca.

A onda de 2018 tinha um componente de irracionalismo, que foi tolerado diante da soberba do comissariado petista. Em dois anos, Bolsonaro radicalizou a onda, tirou-lhe plumagem e saiu de moda, mas ainda não se produziu uma alternativa sólida. Apareceram sinais esparsos, mas eles só se juntam no respeito às instituições democráticas. É pouco, mas é o suficiente para conter aventuras e crises artificiais, até porque, em matéria de problemas, o Brasil tornou-se uma vitrine”, avalia.

Para Gaspari, “as crises artificiais podem ser barulhentas, mas destinam-se sempre a esconder os verdadeiros problemas. Como capitão e deputado do baixo clero, Jair Bolsonaro foi um mestre na fabricação desse tipo de episódios e, graças a isso, chegou aonde chegou e lá deverá continuar até o final de 2022”.

Doria diz que PSDB está na "mesa principal" para enfrentar Bolsonaro e a esquerda em 2022

O governador de São Paulo, João Doria, diz em entrevista à Folha de S.Paulo que o PSDB deve sentar na mesa principal das discussões sobre a frente contra Jair Bolsonaro e a esquerda em 2022

Brasil 247, 2/12/2020, 05:27 h Atualizado em 2/12/2020, 08:42
João Doria (Foto: GOVSP)

O governador de São Paulo, João Doria afirma nesta quarta-feira (2), em entrevista à Folha de S.Paulo, que o PSDB tem de estar sentado na mesa principal das discussões sobre a coalizão que vai enfrentar, por um lado Jair Bolsonaro e, por outro, a esquerda em 2022.

A disposição de Doria para se lançar nacionalmente é tanta, que ele afirma que vai usar como seu grande ativo eleitoral o fato de que São Paulo poderá avançar rapidamente com sua campanha de vacinação contra a Covid-19. Diz ainda que os tucanos estariam dispostos a abrir mão do governo de São Paulo para facilitar a formação de uma frente que seja capaz de enfrentar simultaneamente Jair Bolsonaro e a esquerda. 

Em entrevista ao jornalista Igor Gielow, Doria defende uma frente em nome de um “novo Brasil” e se diz um antiextremista. Ele admite, como sugeriu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, nacionalizar seu nome utilizando a vacina contra a COvid-19 como ativo eleitoral. Também diz que o manejo da pandemia, em oposição à balbúrdia da gestão Bolsonaro, será ativo eleitoral em 2022.


Diante da pergunta se Jair Bolsonaro e a esquerda foram os principais perdedores nas eleições municipais, Doria diz que sim. E que isso é uma bússola para 2022. "Os perdedores foram os extremos nessa eleição. Olhando o Brasil, tanto a extrema esquerda quanto a extrema direita. Talvez seja cedo para dizer que a indicação de 2020 seja válida para 2022, mas ela é uma bússola. A população votou contra o populismo de direita e de esquerda".

O jornalista questiona se a vacina e o comportamento na pandemia serão um ativo político em 2022. Doria responde indiretamente que sim. "Não acredito que a vacina, mas aqueles que trabalharam ao lado da medicina, da ciência e da saúde. Esses terão um ativo reconhecido. Os negacionistas perderam seus ativos", numa alusão a Jair Bolsonaro.

O governador de São Paulo considera que provavelmente até 15 de dezembro, segundo todas as indicações, a vacina chinesa em parceria com o Instituto Butantan, será liberada. "Ela já tem 95% de segurança e 97% de resposta imune provada em testes. Foi a maior testagem de vacina no Brasil. A Anvisa tem no limite 30 dias para fazer sua manifestação final e definitiva. A partir disso, e espero que ela seja isenta na análise, a vacina pode ser usada".

Doria nega que tenha sido um estelionato eleitoral afirmar antes do pleito que não haveria alteração na abertura da economia e ampliar as restrições ao comércio e aos serviços menos de 24 horas depois de proclamado o resultado em que seu candidato à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas, foi vitorioso. 

Voltando a se referir à eleição presidencial de 2022, o jornalista pergunta: "O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cita o sr. e Luciano Huck como nomes fortes para uma frente anti-Bolsonaro, mas também Ciro Gomes (PDT). Hoje, o ex-ministro descartou um acordo com o PT ou com o sr. Qual sua visão sobre essas conversas do DEM?" Para Doria, "as conversas não devem estabelecer prévias. Devem ser amplas e abrigar todos que aceitarem dialogar pela formação de um centro democrático para um projeto de um novo Brasil. Não pode ter censura prévia, esse sim, esse não, por alguma circunstância no passado". Afirma ainda que "todos os nomes que possam formar o centro democrático e colaborar para um projeto devem fazer parte. Inclusive Moro".

Documento da empresa de Moro prova que o triplex é da OAS, e não de Lula

Surge a prova que comprova a fraude jurídica contra o ex-presidente Lula, que destruiu a democracia e a economia brasileira - e depois premiou Moro como sócio milionário da Alvarez & Marsal

Brasil 247, 2/12/2020, 09:13 h Atualizado em 2/12/2020, 09:47
          Sergio Moro e Triplex (Foto: Lula Marques | Reprodução | PT)

O jornalista Reinaldo Azevedo revela que a consultoria estadunidense que contratou Moro aparece na Lava Jato, em 2017, numa petição da defesa de Lula, com documentos comprovando que o tríplex do Guarujá, o centro de todo processo contra o ex-presidente, era mesmo da OAS.


Escreveu Azevedo: "Em uma petição enviada ao então juiz Sérgio Moro no dia 19 de abril de 2017, a defesa de Lula exibia dois documentos demonstrando que o tal tríplex de Guarujá não pertencia ao ex-presidente. Era, na verdade, propriedade da OAS. E quem é que listava o imóvel como patrimônio da empreiteira? Ninguém menos do que a Alvarez & Marsal, empresa de que Moro agora é sócio honrado e acima de qualquer suspeita. Isso está devidamente documentado".

Ao fim da reportagem, Azevedo pergunta: "Pergunta: será que, hoje, Moro acredita na palavra da empresa de que ele é sócio diretor? Ou ainda: será que, agora como empresário com ganhos milionários, ele espera que juízes façam como ele fez e ignorem o que certifica a A&M?"

Leia a íntegra aqui.

Lula condena novo emprego de Moro: está provada a farsa

"Moro promoveu uma farsa no para tirar Lula das eleições e cometeu vários absurdos e ilegalidades", postou a equipe do ex-presidente Lula no Twitter. Documento da consultoria Alvarez & Marsal prova que o triplex é da OAS e revela novamente a parcialidade de Sérgio Moro durante a Lava Jato

Brasil 247, 2/12/2020, 10:10 h Atualizado em 2/12/2020, 11:45
         Lula e Sergio Moro (Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de sua equipe, criticou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, após um documento da consultoria americana Alvarez & Marsal, que t,erá o ex-juiz como sócio.

"Documentos da empresa que o ex-juiz Moro virou sócio provam que o tríplex era da OAS, não de Lula. Moro promoveu uma farsa para tirar Lula das eleições e cometeu vários absurdos e ilegalidades para isso, entre elas ignorar esse documento", postou a equipe do ex-presidente no Twitter. 

Consultoria estadunidense não só presta serviços à Odebrecht, mas também para outras empresas quebradas por Moro durante a Operação Lava Jato como OAS, Queiroz Galvão e Sete Brasil.


O jornalista Reinaldo Azevedo revela que a consultoria estadunidense que contratou Moro aparece na Lava Jato, em 2017, numa petição da defesa de Lula, com documentos comprovando que o tríplex do Guarujá, o centro de todo processo contra o ex-presidente, era mesmo da OAS.

Escreveu Azevedo: "Em uma petição enviada ao então juiz Sérgio Moro no dia 19 de abril de 2017, a defesa de Lula exibia dois documentos demonstrando que o tal tríplex de Guarujá não pertencia ao ex-presidente. Era, na verdade, propriedade da OAS. E quem é que listava o imóvel como patrimônio da empreiteira? Ninguém menos do que a Alvarez & Marsal, empresa de que Moro agora é sócio honrado e acima de qualquer suspeita. Isso está devidamente documentado".

Ao fim da reportagem, Azevedo pergunta: "Pergunta: será que, hoje, Moro acredita na palavra da empresa de que ele é sócio diretor? Ou ainda: será que, agora como empresário com ganhos milionários, ele espera que juízes façam como ele fez e ignorem o que certifica a A&M?"

Reitor da UFBA diz que ordem do MEC de volta às aulas presenciais em janeiro é "absurda" e não vai acatar

O reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, classificou como "absurda" a volta às aulas presenciais nas instituições de ensino superior determinada pelo MEC. "É um absurdo completo", disse ele, acrescentando que não acatará a decisão. "Nossa resolução define que o próximo trimestre será não presencial"

Brasil 247, 2/12/2020, 11:40 h Atualizado em 2/12/2020, 11:45
      (Foto: UFBA | ABr | PR)

O reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, classificou como "absurda" a medida do Ministério da Educação que determina a volta às aulas presenciais nas instituições de ensino superior. A portaria do MEC entra em vigor no dia 4 de janeiro. Salles disse que não acatará a decisão. 

"É um absurdo completo. Aqui na Bahia há um ditado: 'pense um absurdo. Na Bahia, tem precedente'. Na verdade, hoje, o absurdo está vindo de Brasília. Nossa resolução define que o próximo trimestre será não presencial com a possibilidade de atividades presenciais contanto que não seja colocada em risco a vida de nossa comunidade", afirmou. Seu relato foi publicado pelo portal Uol

"Nós, da UFBA, vamos manter nossa resolução e, se preciso, recorreremos a qualquer meio. Nós tomamos nossa decisão no exercício de nossa autonomia e tendo em conta a nossa missão responsável", disse ele, ex-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).



O MEC publicou a portaria mesmo ainda sem vacina contra a Covid-19. O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o Brasil precisa "levar a sério" a pandemia. 

Atualmente, o País ocupa o terceiro lugar no ranking global de casos de coronavírus (6,3 milhões), atrás de Índia (9,5 milhões) e dos Estados Unidos (14,1 milhões). O governo brasileiro também contabiliza o segundo maior número de mortes provocadas pela doença (173 mil), atrás dos EUA (138 mil).

Major Olímpio diz que Moro ‘deu um tiro no próprio saco’ ao aceitar emprego em administradora judicial da Odebrecht

A consultoria Alvarez & Marsal (A&M), com sede nos Estados Unidos, administra a recuperação judicial da Odebrecht e OAS, empresas quebradas pela Lava Jato, comandada pelo então juiz Sergio Moro, que será sócio-diretor da A&M em São Paulo

Brasil 247, 30/11/2020, 22:08 h Atualizado em 30/11/2020, 22:08
      (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O senador Major Olímpio (PSL-SP), ex-aliado de Jair Bolsonaro, disse que a participação do ex-juiz Sergio Moro como sócio-diretor da norte-americana Alvarez & Marsal é “um tiro no próprio saco”. Segundo o senador, não é no pé, porque “as sequelas são piores [no saco]”.

O caso

A consultoria Alvarez & Marsal (A&M), com sede nos Estados Unidos, administra a recuperação judicial da Odebrecht e OAS, empresas quebradas pela Lava Jato, comandada pelo então juiz Moro, que será sócio-diretor da A&M em São Paulo.




O jornalista Paulo Moreira Leite, colunista do Brasil 247 e da TV 247, criticou, no programa Bom Dia 247, a decisão do ex-juiz Sergio Moro de se tornar sócio da consultoria estadunidense. “Isso revela a promiscuidade sem limites da Lava Jato”, diz PML, que escreveu o livro “A outra história da Lava Jato”.

O ex-senador Roberto Requião, do MDB, enxerga um claro conflito de interesses. “Agora vale tudo por dinheiro?”, disse ele, em entrevista à TV 247.

Moro respondeu a críticas de internautas e afirmou que não atuará em "casos de potencial conflito de interesses". "Ingresso nos quadros da renomada empresa de consultoria internacional Alvarez&Marsal para ajudar as empresas a fazer coisa certa, com políticas de integridade e anticorrupção. Não é advocacia, nem atuarei em casos de potencial conflito de interesses", disse ele no Instagram.

Bolsonaro intensifica conversas em busca de um partido

Bolsonaro acelera conversas sobre filiação partidária após derrotas no pleito municipal de candidatos a quem declarou apoio

Brasil 247, 2/12/2020, 06:35 h Atualizado em 2/12/2020, 06:44
      Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa - PR)

Depois de fracassar na criação de seu partido, Aliança para o Brasil e de sofrer derrotas na eleição municipal, Jair Bolsonaro intensifica conversas com líderes partidários em busca de uma legenda para se lançar à reeleição. 

Reportagem do jornal O Globo aponta que Bolsonaro tem sido aconselhado a dialogar com partidos já estruturados e com recursos, inclusive do centrão, para escolher a nova casa. Enquanto isso, deputados da chamada ala ideológica do governo de extrema direita insistem para que ele volte ao PSL.

Aliados do governo apresentam opções de siglas a Bolsonaro, tais como o PSL; o PSD, de Gilberto Kassab; o PP, do senador Ciro Nogueira; o PTB, de Roberto Jefferson; o Republicanos, presidido por Marcos Pereira; e o Patriota, de Adilson Barroso. 


Bolsonaro pretende adiar a escolha para depois da eleição das presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro de 2021. 

A cúpula do PSL evita falar abertamente sobre as conversas com o governo antes das eleições da presidência da Câmara. A legenda, que se diz independente, trabalha para lançar Bivar como sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ). 

Caso opte por um partido alinhado ao Centrão, Bolsonaro terá de afinar o discurso para tentar convencer a sua base de extrema direita a aceitar o movimento de se associar à “velha política”, além de vencer a resistência de alguns líderes partidários.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Justiça manda general bolsonarista apagar publicação caluniosa contra Stédile, do MST

A Justiça determinou que o Facebook exclua postagem em que o general Paulo Chagas calunia e ataca João Pedro Stédile. O bolsonarista falou que o líder do MST é terrorista, vive na Venezuela e estava sendo investigado pela PF pelas queimadas no Pantanal

Brasil 247, 1/12/2020, 19:51 h Atualizado em 1/12/2020, 20:20
   General Paulo Chagas (Foto: Paulo Chagas)

A Justiça determinou que o Facebook exclua postagem em que o general bolsonarista Paulo Chagas calunia e ataca João Pedro Stédile, fundador e membro da direção nacional do MST.

Em setembro, o general bolsonarista afirmou que a Polícia Federal estaria investigando MST e ONGs ligadas a Stédile por participação em incêndios no Pantanal. Ele também disse que Stédile, que mora em São Paulo, vive na Venezuela e que tem um grupo terrorista ligado ao presidente do país, Nicolás Maduro.

Segundo a autora da determinação judicial, a juíza Elaine Faria Evaristo, da 20ª vara cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, a publicação de Chagas "promove conteúdo inverídico" e imputa a Stédile a "prática de crime, classificando-o como terrorista".

Em abril de 2019, o general foi alvo de operação de busca e apreensão da PF no âmbito do inquérito das fake news, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Jaques Wagner pede renovação “geracional” no PT e independência do partido em relação a Lula

O senador declarou em entrevista que vê como necessária uma renovação do Partido dos Trabalhadores (PT) que incorpore mais candidatos jovens; ele ainda defendeu um distanciamento de seu líder, o ex-presidente Lula: “A gente não pode ficar refém. Eu sou amigo irmão do Lula, mas vou ficar refém dele a vida inteira? Não faz sentido”, disse

Brasil 247, 1/12/2020, 15:20 h Atualizado em 1/12/2020, 15:34
   Jaques Wagner (Foto: Elza Fiúsa/Agência Brasil)

O senador Jaques Wagner (PT-BA) declarou ontem em uma entrevista concedida à rádio Metrópole, da Bahia, que o Partido dos Trabalhadores deve passar por uma série de reformas internas após resultados em grande parte decepcionantes nas eleições municipais.

Wagner defendeu uma “mudança geracional” no partido, o que acrescentaria um novo ímpeto e aumentaria o apelo do partido em tempos onde a renovação é uma demanda grande da esquerda brasileira. 

“Na minha opinião, o que o PT deve fazer é isso: uma mudança de conteúdo, quer dizer, para atualizar seu conteúdo, e uma mudança geracional, botando gente mais nova. Nada contra a gente (mais velhos), porque ainda desempenhamos muita coisa boa, mas é preciso trazer a outra geração para ocupar espaço”, disse. 

O senador acrescentou que, apesar de considerar o ex-presidente Lula um “amigo irmão”, o partido deve se tornar mais independente de seu líder. 

“A gente não pode ficar refém. Eu sou amigo irmão do Lula, mas vou ficar refém dele a vida inteira? Não faz sentido. É a minha opinião sincera e parabéns aos jovens que participaram [das eleições municipais] e ganharam”, disse. 

Na entrevista, Wagner também se colocou como um possível nome para 2022, apesar de ter 69 anos: “Para 2022, eu acho que tem que esperar um pouco essa cena ir se arrumando, mas meu nome está colocado”.