segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Testes de covid comprados pelo Ministério da Saúde já estão vencidos e prejuízo pode chegar a R$ 290 milhões

DCM, 23 de novembro de 2020
Exames no depósito em Guarulhos. Foto: Ministério da Saúde

Parte dos 6,8 milhões dos testes de covid-19 já está vencida, segundo boletim da Globonews.

A reportagem não informa quantos, mas assegura que houve perda.

Jair Bolsonaro negou responsabilidade pelo desperdício.

Uma seguidora tomou conhecimento da reportagem de O Estado de S. Paulo e fez uma pergunta na rede social de Bolsonaro.

“Bom dia, Sr. Presidente. Fiquei sabendo agora que testes de covid vencerão em breve. Me desculpe o desabafo, mas isso não pode acontecer, se é que é verdade mesmo, não é? Gostaria de saber se procede essa informação”.

Bolsonaro respondeu:

“Todo material foi enviado para Estados e municípios. Se algum Estado/município não usou, deve explicar seus motivos”.

Pelo que se lê pela reportagem, Bolsonaro mentiu mais uma vez.

Os testes estão armazenados em um galpão do Ministério da Saúde em Guarulhos.

Segundo os especialistas, a testagem é fundamental para o combate à pandemia, pois identifica o contaminado e o isola, evitando que transmita o vírus.

Por que o governo federal não fez testagem em massa?

Uma possibilidade é que não queira saber quantos casos da doença existem no Brasil.

Outra é incompetência mesmo, uma marca deste governo.

A reportagem informou que o SUS aplicou 5 milhões de testes, depois de gastar R$ 764,5 milhões com a aquisição de material para realizar os exames, incluindo os kits para testes (com reagentes).

Caso tenha que jogar os testes no lixo, o prejuízo será de R$ 290 milhões.

O Ministério da Saúde informou que está consultando a Anvisa para saber se, mesmos vencidos, os testes poderão ser usados.

Folha reconhece, com atraso, que Haddad foi quem mais investiu em São Paulo. Covas é o último

A uma semana das eleições em São Paulo, o jornal Folha de S. Paulo finalmente reconhece que Fernando Haddad, do PT, foi quem mais investiu na cidade: R$ 15,4 bilhões, contra R$ 15,2 bilhões de Gilberto Kassab, R$ 10,4 bilhões de José Serra e apenas R$ 8,2 bilhões de Bruno Covas

Brasil 247, 22/11/2020, 09:54 h Atualizado em 22/11/2020, 10:21
Fernando Haddad e Bruno Covas (Foto: Brasil 247 | Kelly Fuzaro/Band)

O ex-prefeito Fernando Haddad, do PT, que apoia a candidatura de Guilherme Boulos, do Psol, no segundo turno da disputa municipal em São Paulo, foi quem mais investiu na metrópole nos últimos quinze anos. O levantamento foi feito pelo jornal Folha de S. Paulo, que levantou os gastos em obras, deixando de fora despesas fixas, como salários, previdência e outros gastos correntes. 

A reportagem publicada neste domingo, assinada pelo jornalista Artur Rodrigues, aponta que Haddad investiu R$ 15,4 bilhões, contra R$ 15,2 bilhões de Gilberto Kassab, do PSD, e R$ 10,4 bilhões de José Serra. O pior desempenho é o de Bruno Covas, do PSDB, com apenas R$ 8,2 bilhões, mesmo somando seus números com os do antecessor João Doria, hoje governador de São Paulo. Os valores foram corrigidos e atualizados pela inflação – o que permite uma comparação real entre as quatro gestões.

Os principais investimentos de Haddad foram feitos em mobilidade urbana, como nos novos corredores de ônibus e nas ciclovias, o que conferiu a São Paulo uma aspecto mais moderno e humano. Covas, por sua vez, concentrou seus investimentos em recapeamento de vias urbanas e não realizou nenhuma obra que tenha deixado qualquer marca na cidade.

domingo, 22 de novembro de 2020

Militares não têm projeto e não vão largar a 'boquinha' do governo Bolsonaro, diz professor Eduardo Costa Pinto

“Eles vão fazer DR o tempo inteiro, mas na hora H o quê? Estão juntos. Eles não vão largar essa boquinha e não têm projeto”, disse à TV 247 o professor da UFRJ. 

Brasil 247, 20/11/2020, 19:45 h Atualizado em 20/11/2020, 20:34
Eduardo Costa Pinto, Jair Bolsonaro e Augusto Heleno (Foto: ABr | Reprodução)

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Eduardo Costa Pinto analisou na TV 247 a situação dos militares que compõem o governo Jair Bolsonaro. Para ele, os generais não têm um projeto para o Brasil, coisa que não aconteceu nem durante a ditadura militar, segundo o professor, e não irão abandonar o governo porque têm interesses econômicos ligados à gestão.

Ele comparou a participação política dos militares bolsonaristas ao que ocorreu durante a ditadura militar, que vigorou entre 1964 e 1985 no Brasil. Guardadas as devidas proporções e sem considerar todas as torturas e perseguições praticadas pelo regime, o professor afirmou que os militares de 64 tinham ao menos um projeto de desenvolvimento brasileiro, o que não ocorre atualmente. “Em 64, e principalmente depois de 67, é evidente que foi autoritário que teve tortura, evidente que foi golpe, mas eles tinham projeto para o País. Gostemos ou não, eles tinham. Foi golpe, foi autoritário, mas tinha projeto de País. O pessoal que hoje está no governo Bolsonaro é o pessoal do Frota que disputou com Golbery, e na cabeça deles o erro do governo foi a distensão, foi não ter eliminado os comunistas, porque o perigo que eles acham não é o externo, é o inimigo interno. Eles têm um fantasma da Intentona dos anos 30, e é por isso que ele pegaram o marxismo cultural para servir como mote para trazer de novo o inimigo interno”.

Segundo Costa Pinto, a presença dos militares na política hoje se resume a interesses econômicos, ligados principalmente a benefícios que podem ser gerados por eles por meio do governo aos quartéis. “Não dá para ter nenhum tipo de expectativa de que os militares têm projeto. Hoje o que são os militares brasileiros? A ‘boquinha’, é o aumento dos gastos da Defesa, é o aumento do salário, é a volta do Estado Social. Imagine o seguinte: desde 85 eles foram escanteados, agora eles são recebidos por empresários, são escutados. Essa coisa simbólica é muito forte. Mais ainda: projetos, consultorias. Imagine os generais que estão agora com empresas de consultoria prestando serviços para o Estado. Não tem sentido nem econômico e nem lógico eles saírem do governo Bolsonaro. Eles vão fazer DR o tempo inteiro, mas na hora H o quê? Estão juntos. A minha preocupação é quem vai colocar o gênio de volta na garrafa. A depender do problema econômico que vamos ter pela frente, pode sim gerar problemas e caos social importantes. E eles vão ficar colados no Bolsonaro o tempo inteiro. Isso me preocupa inclusive quando a gente já estiver em ano eleitoral lá na frente. Eles não vão largar essa boquinha e não têm projeto”.

“Se a esquerda não tirar lições dessas eleições, não iremos a lugar nenhum”, afirma ex-ministro Roberto Amaral

“Foram os partidos de esquerda que colocaram o Crivella no segundo turno e quase impediram a ida do Boulos para o segundo turno”, disse na TV 247 o ex-ministro, que falou da necessidade de se intensificar a política de alianças no campo progressista brasileiro. 

Brasil 247, 20/11/2020, 19:57 h Atualizado em 20/11/2020, 20:34
   Roberto Amaral (Foto: Divulgação)

O ex-ministro Roberto Amaral, em participação no programa Brasil Popular transmitido pela TV 247, fez duras críticas às diligências partidárias brasileiras de esquerda que não conseguiram chegar, ao menos a maioria, em um consenso para a formação de alianças para a disputa das eleições de 2020.

Para ele, é nítido que a formação de alianças faz com que o campo progressista avance, mas mesmo assim as legendas insistem em disputar a hegemonia do setor. Amaral chegou a dizer que foram as legendas de esquerda que permitiram a ida de Marcelo Crivella (Republicanos) para o segundo turno no Rio de Janeiro, já que no pleito carioca o setor se dividiu em três candidaturas diferentes. 

“Se a esquerda não tirar lições dessas eleições, nós não iremos a lugar nenhum. O Bolsonaro não teve o desempenho que desejava, nós também não tivemos o desempenho que desejávamos, ao contrário: tivemos o desempenho que temíamos. O Bolsonaro conseguiu colocar dois candidatos seus, um em Fortaleza e outro no Rio de Janeiro. Eu disse que ele colocou no Rio de Janeiro mas eu fui injusto com os partidos de esquerda do Rio de Janeiro, foram eles que colocaram o Crivella no segundo turno e quase impediram a ida do Boulos para o segundo turno. Desculpe a minha severidade, mas eu não preocupo com os acertos dos meus adversários, me preocupo muito com os nossos erros porque os nossos erros estão sendo repetitivos. Onde foi que nós tivemos algum desempenho? Onde recuperamos a política de aliança. Será que não dá para ver que quando a gente faz políticas de aliança a gente avança e quando não faz a gente anda para trás? O que ocorreu em Porto Alegre? Uma aliança do PT e do PCdoB. Finalmente o PT entendeu que não basta ele se julgar hegemônico e impor o candidato, lá optou pelo candidato que tinha melhores condições, a mesma coisa em Belém. Se não começarmos a conversar, o Bolsonaro vai continuar sorrindo”.

Segundo Amaral, os acontecimentos positivos do pleito de 2020 foram a consolidação de Guilherme Boulos (PSOL) como uma liderança nacional de esquerda e a autonomia da militância de tal campo, que não se submeteu às determinações dos partidos e sabiamente empurrou Boulos para o segundo turno. “Essas eleições trouxeram, porém, um lado altamente positivo, duas emergências. Uma, a rebeldia dos nossos militantes, que não aceitaram a ortodoxia dos nossos partidos e compreenderam que era fundamental levar um candidato do nosso campo para o segundo turno e que o candidato possível era o Boulos, porque além de ser possível, era o melhor. Quero registrar como dado para trabalharmos daqui em diante a emergência do Boulos como uma liderança nacional, qualquer que seja o resultado do segundo turno. Trata-se de uma liderança nova, que veio do campo popular e que mostrou que é possível fazer uma campanha ampla sem abdicar de seus princípios”.

Frente ampla nasce em São Paulo com união entre Lula, Ciro, Dino e Marina em torno de Boulos

Líderes do PT, do PDT, do PCdoB e da Rede gravaram vídeo em torno de Guilherme Boulos, do PSOL

Brasil 247, 22/11/2020, 05:54 h Atualizado em 22/11/2020, 06:26
Twitter (Foto: Twitter)

A frente ampla dos partidos de esquerda, que vem sendo por várias lideranças como o único caminho para enfrentar a direita e a extrema-direita, finalmente começou a ser viabilizada no segundo turno da disputa municipal em São Paulo, com a união entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, Ciro Gomes, do PDT, o governador Flávio Dino, do Maranhão, e Marina Silva, da Rede, em torno de Guilherme Boulos. Os quatro gravaram apoios ao candidato do Psol, que disputa a prefeitura com Bruno Covas, do PSDB. Confira, abaixo, algumas repercussões:

Compartilho com Lula, Ciro e Marina a tela dos que estão apoiando Boulos e Erundina em São Paulo. O campo progressista tem que caminhar assim: com UNIÃO. Acredito na nossa vitória. Avante, com força e fé. pic.twitter.com/8kpr6Iijeo— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) November 22, 2020

Não sei se vai ter frente ampla em 2022, mas parece que já tá rolando na campanha do Boulos em SP pic.twitter.com/hEXMacIUQq— Bernardo Mello Franco (@BernardoMF) November 22, 2020

Poucos candidatos conseguirão repetir o feito de @GuilhermeBoulos e unir essas lideranças em defesa de uma cidade mais justa. Que bela imagem! #ViraSP #Boulos50 pic.twitter.com/UtrR3rgwLl— Juliano Medeiros (@julianopsol50) November 22, 2020

A hora é agora. Não sabemos quando teremos outra chance como esta. Como diria Renato Russo, "a primeira vez é sempre a última chance..." https://t.co/ZnTJwHw0DH— Eduardo Moreira (@eduardomoreira) November 22, 2020

Folha reconhece, com atraso, que Haddad foi quem mais investiu em São Paulo. Covas é o último

A uma semana das eleições em São Paulo, o jornal Folha de S. Paulo finalmente reconhece que Fernando Haddad, do PT, foi quem mais investiu na cidade: R$ 15,4 bilhões, contra R$ 15,2 bilhões de Gilberto Kassab, R$ 10,4 bilhões de José Serra e apenas R$ 8,2 bilhões de Bruno Covas

Brasil 247, 22/11/2020, 09:54 h Atualizado em 22/11/2020, 10:21
   Fernando Haddad e Bruno Covas (Foto: Brasil 247 | Kelly Fuzaro/Band)

O ex-prefeito Fernando Haddad, do PT, que apoia a candidatura de Guilherme Boulos, do PSOL, no segundo turno da disputa municipal em São Paulo, foi quem mais investiu na metrópole nos últimos quinze anos. O levantamento foi feito pelo jornal Folha de S. Paulo, que levantou os gastos em obras, deixando de fora despesas fixas, como salários, previdência e outros gastos correntes. 

A reportagem publicada neste domingo, assinada pelo jornalista Artur Rodrigues, aponta que Haddad investiu R$ 15,4 bilhões, contra R$ 15,2 bilhões de Gilberto Kassab, do PSD, e R$ 10,4 bilhões de José Serra. O pior desempenho é o de Bruno Covas, do PSDB, com apenas R$ 8,2 bilhões, mesmo somando seus números com os do antecessor João Doria, hoje governador de São Paulo. Os valores foram corrigidos e atualizados pela inflação – o que permite uma comparação real entre as quatro gestões.

Os principais investimentos de Haddad foram feitos em mobilidade urbana, como nos novos corredores de ônibus e nas ciclovias, o que conferiu a São Paulo uma aspecto mais moderno e humano. Covas, por sua vez, concentrou seus investimentos em recapeamento de vias urbanas e não realizou nenhuma obra que tenha deixado qualquer marca na cidade.

Tais números devem ser usados por Guilherme Boulos para alertar o eleitor sobre a paralisia dos investimentos em São Paulo nos últimos anos. Embora Haddad tenha apoiado Jilmar Tatto no primeiro turno, ele tem sido um dos principais conselheiros de Boulos, nesta reta final da disputa municipal.

sábado, 21 de novembro de 2020

Justiça rejeita ação que acusava Lula de integrar organização criminosa

De acordo com nota dos advogados de Lula, esta é a 'sexta vez em que a Justiça rejeita uma denúncia sem materialidade contra o ex-presidente'

Brasil 247, 21/11/2020, 15:37 h Atualizado em 21/11/2020, 15:37
   Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)

A 12ª. Vara Federal Criminal rejeitou uma ação que acusava o ex-presidente Lula de integrar uma organização criminosa. De acordo com texto divulgado pelo escritório dos advogados de defesa de Lula, esta foi a "sexta vez em que a Justiça rejeitou uma denúncia sem materialidade contra o ex-presidente".

Em outro momento, Lula já havia sido definitivamente absolvido da mesma acusação pelo Juízo da 12ª. Vara Federal Criminal.

A defesa do ex-presidente ressalta que "em todos os processos em que Lula foi julgado fora da autointitulada 'Lava Jato de Curitiba' a acusação foi sumariamente rejeitada ou o ex-presidente foi absolvido, com trânsito em julgado".

Os advogados divulgaram uma lista dos processos citados:

1) Caso “Quadrilhão” - 12ª Vara Federal Criminal de Brasília – Processo n.º 1026137-89.20184.01.3400 – o ex-presidente Lula foi absolvido sumariamente e a decisão se tornou definitiva (trânsito em julgado);

2) Caso “Obstrução de justiça” - (Delcídio do Amaral) – 10ª Vara Federal Criminal de Brasília – Processo n.º 0042543-76.2016.4.01.3400 (42543-76.2016.4.01.3400) – o ex-Presidente Lula foi absolvido por sentença que se tornou definitiva (trânsito em julgado);

3) Caso “Frei Chico” - 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo – Inquérito n.º 0008455-20.2017.4.03.6181 – rejeição da denúncia em relação ao ex-presidente Lula confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª. Região;

4) Caso “Invasão do Tríplex” - 6ª Vara Criminal Federal de Santos – Inquérito n.º 50002161-75.2020.4.03.6104 – denúncia sumariamente rejeitada em relação ao ex-presidente Lula.

5) Caso Janus I - 10ª Vara Federal de Brasília – Ação Penal n° 0016093-96.2016.4.01.3400 – processo trancado por inépcia da denúncia e ausência de justa causa por decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 1ª. Região proferida em 1º/09/2020).A nova decisão da Justiça Federal de Brasília é mais uma evidência de que Lula é vítima de lawfare, pois o ex-presidente foi vítima de múltiplas acusações frívolas e descabidas com fins ilegítimos.

Discurso de Bolsonaro sobre racismo no Brasil gera choque e indignação entre participantes do G20

"Como é que, em pleno século 21, ainda escutamos tais discursos", questionou uma diplomata europeia que participou da cúpula do G20

Brasil 247, 21/11/2020, 17:05 h Atualizado em 21/11/2020, 17:38
   (Foto: Reprodução)

Constrangimento, choque e indignação eram os sentimentos entre algumas delegações estrangeiras da ONU, após o discurso de Jair Bolsonaro na abertura da cúpula do G20, neste sábado (21), em que reclamou dos protestos contra o racismo no Brasil.

De acordo com reportagem de Jamil Chade, do UOL, uma parcela das delegações não entendeu imediatamente do que se tratava. Mas para quem acompanhava a situação do país, como uma negociadora de alto escalão de um país europeu a fala de Bolsonaro deixou ela e outros membros da delegação "em choque" ao ouvir a "tese de conspiração" sobre o racismo no Brasil. "Como é que, em pleno século 21, ainda escutamos tais discursos", questionou a diplomata, na condição de anonimato.

"Fontes ainda confirmaram que diplomatas estrangeiros trocaram mensagens comentando a atitude do brasileiro, enquanto outros, sem saber o motivo da declaração, buscavam entender do que Bolsonaro falava", contou Chade, destacand que uma delegação de uma das agências da ONU, a reação foi de indignação, chamando a atenção pelo fato de Bolsonaro não ter feito nenhuma referência sobre a vítima e nem sobre a necessidade de uma resposta que leve em consideração a Justiça.

Moro trabalha para bilionário israelense investigado por corrupção, denuncia o Intercept

Benjamin "Beny" Steinmetz, defendido pelo ex-juiz Sergio Moro, é investigado por suspeitas de corromper governantes, lavar dinheiro, sonegar impostos e violar direitos humanos e leis ambientais

Brasil 247, 21/11/2020, 11:53 h Atualizado em 21/11/2020, 12:35
   (Foto: Lula Marques)

Ex-juiz da Lava Jato, ex-ministro de Jair Bolsonaro e suposto símbolo de combate à corrupção, Sergio Moro está trabalhando para um bilionário de Israel investigado por suspeitas de corromper governantes, lavar dinheiro, sonegar impostos e violar direitos humanos e leis ambientais, de acordo com revelação do site Intercept Brasil.

Benjamin "Beny" Steinmetz, cliente de Moro, atua na área de mineração e já foi preso na Suíça e Israel e investigado pelo FBI. 

O serviço de Moro, requisitado pelo próprio bilionário, consiste na elaboração de um parecer jurídico, que, segundo o Intercept, trata-se de "um diagnóstico sobre uma questão legal ou do direito, das provas existentes num caso e das leis sob as quais ele será avaliado". O parecer elaborado por Moro lhe renderá R$ 750 mil.

O ex-ministro ainda fará mais dois pareceres, mas os clientes estão sob sigilo.

Fachin determina que STJ julgue recurso de Lula no caso triplex

Defesa do ex-presidente Lula pede a suspensão da tramitação do recurso especial pelo STJ até que o Supremo Tribunal Federal dê a palavra final sobre a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro

Brasil 247, 18/11/2020, 20:39 h Atualizado em 18/11/2020, 21:28

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgue o recurso no qual a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicita a paralisação do caso do triplex no Guarujá (SP).

Os advogados de Lula querem o sobrestamento da tramitação do recurso especial pelo STJ até que o Supremo dê a palavra final sobre a suposta parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, responsável pela condenação em primeira instância.

O relator no STJ, ministro Felix Fischer, já negou o pedido de sobrestamento. A defesa, entretanto, contestou a decisão monocrática e pediu que o colegiado responsável, a Quinta Turma, analisasse a questão. Mas o recurso, um agravo, foi julgado incabível pelo relator, que negou o andamento.

Na decisão assinada nessa terça-feira (17), Fachin determinou que o pedido de sobrestamento seja julgado na Quinta Turma. Na prática, o pedido posterga a conclusão do processo no STJ, após a Quinta Turma do tribunal ter rejeitado, na terça-feira (17), uma série de embargos de Lula no caso do triplex.

Fachin argumenta ser “equivocada” a decisão em que Fischer negou o julgamento colegiado do pedido de sobrestamento. Ele concordou com parecer do procurador-geral da República, Augusto Aras. O ministro, no entanto, disse não caber ao Supremo se pronunciar, ainda, sobre o pedido de sobrestamento em si.

Habeas corpus

A defesa do ex-presidente quer que o caso fique paralisado no STJ até que o Supremo julgue dois habeas corpus sobre a suspeição de Moro no processo do triplex no Guarujá (SP). Caso seja reconhecida a parcialidade do ex-juiz, todo o processo seria anulado.

Os dois habeas corpus devem ser julgados pela Segunda Turma do STF, composta por cinco ministros. Edson Fachin e Cármen Lúcia já se posicionaram contrários ao argumento de que houve parcialidade de Moro no caso. Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski já se manifestaram no sentido inverso. Diante de um possível empate, o julgamento, que ainda não tem data para ocorrer, pode ser decidido pelo recém-empossado ministro Kassio Nunes Marques.

No caso do triplex, Lula foi condenado pela primeira vez por Sergio Moro, em julho de 2017, a 9 anos e 6 meses de prisão. A condenação foi depois confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reduziu a sentença para 8 anos e 10 meses.