quinta-feira, 5 de abril de 2018

Jurista Afrânio Jardim diz que milhões vão chorar ao ver seu maior líder no cárcere


"O maior líder popular da história deste país será preso em razão de um sórdido lawfare, conforme venho denunciando em vários textos escritos, acompanhado de centenas dos melhores juristas deste país", diz o professor Afrânio Silva Jardim, um dos maiores juristas do Brasil.

Batochio denuncia “arbitrariedade sem fim” com decisão de Moro


"O problema [dessa decisão] é que o processo não acabou no TRF-4. Ainda cabe recurso. Essa volúpia de prender revela a arbitrariedade sem fim. Os falcões estão expondo as garras", disse o advogado José Roberto Batochio, que defende o ex-presidente Lula, à Folha de S.Paulo.

À BandNews, Batochio disse que ainda vai tentar reverter a decisão. Mas caso não consiga, o ex-presidente deverá se entregar à PF, como ordenou Moro.

Lula vai ao Sindicato dos Metalúrgicos e PT convoca militantes


"Lula já está a caminho do Sindicato em SBC. A convocação do PT é todos para o Sindicato", informa o jornalista Renato Rovai, editor da revista Fórum.

Nesta tarde, Sergio Moro determinou a prisão de Lula, condenado sem provas por reformas num imóvel da OAS.

Lula lidera todas as pesquisas sobre sucessão presidencial e é considerado o maior presidente da história do Brasil.

Moro manda prender, sem provas, o maior presidente da história do Brasil


O juiz federal Sérgio Moro determinou nesta quinta-feira 5 a prisão do ex-presidente Lula.

A ordem foi determinada mesmo com possibilidade de embargos pela defesa no TRF4.

O Tribunal de Porto Alegre, que confirmou a condenação de Lula, emitiu ofício com autorização a Moro.

O juiz de Curitiba ordenou que Lula se apresente até 17h desta sexta.

A manifestação da militância está marcada para esta sexta-feira em São Bernardo; Lula foi condenado, sem provas, por reformas num imóvel da OAS, localizado em São Paulo, e que jamais lhe pertenceu.

Ex-presidente entre 2003 e 2010, ele deixou o cargo com 87% de aprovação – número jamais igualado – e hoje lidera todas as pesquisas sobre sucessão presidencial, com pelo menos 35% dos votos.

A condenação é contestado pela maioria dos juristas brasileiros.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Protestos pela prisão de Lula fracassam


247 - Com o golpe desmoralizado, assim como os movimentos que vinham convocando mobilizações, as manifestações desta terça-feira, 3, para pressionar o Supremo Tribunal Federal a negar o habeas corpus do ex-presidente Lula tiveram baixa adesão pelo país.

Em Brasília, o ato em frente ao Congresso Nacional foi um fiasco, reunindo poucas pessoas. Confira vídeo divulgado pelo site The Intercept sobre o ato: 

Os grupos antipetistas criticaram diversas vezes as manifestações de esquerda em dia de semana. Contrariando o que pregavam, os atos que pedem a condenação do ex-presidente @lulapelobrasil acontecem em plena terça-feira, antes do fim do expediente. pic.twitter.com/VjeVeM355l— The Intercept Brasil (@TheInterceptBr) 3 de abril de 2018

No Rio, o grupo Vem Pra Rua não conseguiu juntar mais que algumas centenas de manifestantes em frente ao hotel Rio Othon Palace. Mais atrás, em frente ao Posto Cinco, algumas dezenas de pessoas se reúnem em torno do trio elétrico do Movimento Brasil Livre (MBL).

Já na Avenida Paulista, manifestantes se reuniram perto do Masp para pedir a prisão do ex-presidente. Nem de longe lembra os atos pelo golpe contra a presidente legítima Dilma Rousseff, que receberam apoio total da mídia e chegaram a lotar a Paulista.

Em São Paulo, apoiadores de Lula fizeram vigília na Praça da República, no Centro da capital e em frente ao prédio onde ele mora, em São Bernardo do Campo.

Os atos convocados na véspera do julgamento do STF ocorreram em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Fortaleza, Recife e Aracaju.

Até o jornalista Ricardo Noblat reconheceu o fracasso das manifestações: 

Até a esta hora, são mixurucas as manifestações país a fora contra a concessão pelo STF de habeas corpus para manter Lula solto.— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) 3 de abril de 2018

Nem com anúncios pagos em jornais aliados, manifestação anti-Lula se livrou do fracasso.

Flávio Dino: não cabe ao Exército definir o que é impunidade


O governador do Maranhão, Flávio Dino, condenou duramente a manifestação do general Villas-Boas, que pressionou o Supremo Tribunal Federal horas antes do julgamento do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula.

"Em nenhuma democracia do Planeta um comandante do Exército se pronuncia nesse tom às vésperas de um julgamento importante da Suprema Corte", disse ele, lembrando que "ao comandante do Exército não cabe interpretar a Constituição nem dizer o que é impunidade".

Dilma: é inaceitável que a Globo incite ao golpe


A presidente deposta Dilma Rousseff, derrubada sem crime e substituída por um consórcio de ladrões, se manifestou sobre o chamado que a Globo fez, na noite de ontem, por um novo golpe militar no Brasil.

“Não podemos destruir em definitivo a frágil democracia que ainda nos resta. É preciso que todos tenham responsabilidade e respeitem a Constituição e a presunção de inocência. É inaceitável que a Globo insista em repetir o passado e como vivandeira incite ao golpe”, disse Dilma pelo Twitter.

General ameaçou o STF e atacou a Constituição


"As declarações absolutamente inaceitáveis do General Eduardo Villas Boas chocam muito pelo conteúdo, é claro. Mas chocam ainda mais por terem sido ditas por ele, autoridade máxima das forças armadas e alguém que até então se sobressaía pela sobriedade na crise", diz o colunista Jeferson Miola.

"O assanhamento de setores militares deve ser esmagado na origem, pois a adição do componente militar à dinâmica do golpe – justo neste contexto de fascistização do processo político – poderá jogar o país na ditadura mais profunda e arbitrária nunca antes vivenciada".

    Deputados do PT vão ao Conselho Nacional do MP contra Dallagnol por jejum pela prisão de Lula


    Os deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS) ingressaram no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) com representação contra o procurador Deltan Dallagnol, por ferir o código de ética do MPF ao anunciar jejum para que o STF negue o habeas corpus preventivo ao ex-presidente Lula, possibilitando sua prisão.

    "[Dallagnol] tem atacado frequentemente o direito de pessoas acusadas, seja pela espalhafatosa forma de apresentar ações penais, seja por meio de incessante atuação em redes sociais. No primeiro caso, ademais de agredir direitos e garantias fundamentais dos acusados, termina por ridicularizar a própria instituição a que pertence", diz a petição.

    Um simples habeas corpus virou um dos momentos mais importantes da história do Supremo. E isso é de um ridículo sem par

    Por: Reinaldo Azevedo, 04/04/2018 - 5:05
    Não deveria ser assim, mas é. O Supremo Tribunal Federal toma nesta quarta — e espero que haja com senso para que a votação seja concluída — uma das decisões mais importantes da sua história. E não! Não se trata de algo definidor do destino do país. A menos que se queria considerar que o habeas corpus concedido a um homem encerra o nosso futuro. A menos que queiramos todos nos tornar reféns de Luiz Inácio Lula da Silva. E o que confere tamanha importância ao julgamento? O fato de que o Supremo vai deixar claro como lida com as pressões. Pior: nas últimas horas, entrou na equação o “fator militar”, que não se fez ouvir com tal clareza nem no governo Sarney, para lembrar o primeiro período de mandato civil depois da ditadura militar.

    Vamos ver qual será a decisão. O que é fundamental? Que os respectivos grupos da peleja aceitem com a devida tolerância o resultado. Urge que a corte constitucional do país recupere o seu protagonismo não em consonância com a voz das ruas ou pensando em afrontá-la. É preciso que o faça não se deixando intimidar nem pela voz rouca da militância de um lado ou, de outro, pela voz ambígua dos militares. Até porque sabem os senhores de farda que não há espaço para uma intervenção já nem digo no ambiente interno — nesse caso, infelizmente, talvez amplas camadas vejam a possibilidade com certo otimismo enraivecido —, mas no concerto mesmo das nações. Observem que os militares venezuelanos não ousam pôr um fim ao reinado de violência e desordem de Nicolás Maduro. É assim não apenas porque parte da “elite” de farda daquele é igualmente criminosa. Ocorre que tal intervenção isolaria ainda mais o país.

    Parece-me evidente que o general Villas Boas, comandante do Exército, decidiu expressar um descontentamento do alto comando da Força com a eventual concessão do habeas corpus a Lula — daí a solidariedade com o povo e contra a impunidade —, mas deixando claro, também, que não há saída fora da Constituição, o que exclui qualquer forma de intervenção. Mas resta o inconveniente. Não há como não ler nas palavras do general a tentativa de tutela, como se ao Supremo Tribunal Federal fosse lícito tomar apenas uma decisão.

    E isso, por óbvio, é uma inverdade escandalosa. Todos temos o direito de não gostar da concessão do habeas corpus a Lula; todos podemos protestar livremente nas ruas, dadas as balizas da ordem, contra o recurso; todos podemos ter opiniões a respeito de sua justeza ou não. O que não dá para tolerar, no terreno conceitual — e é preciso, sim, que as forças de segurança se preparem para a manutenção da lei e da ordem — é que o grupo derrotado decida deixar claro, pelo caminho da violência, que não aceita o resultado.

    Ou bem a democracia é, para nós, um valor inegociável ou bem a colocamos à venda no mercado de bugigangas. A minha escolha está feita desde que rompi com o PT, em 1982. Eu não o fiz para flertar com desatinos que agridem não só os valores universais da democracia, mas também os valores específicos de uma Carta erigida sob a égide democrática.