sábado, 4 de junho de 2016

Contra o golpe, a chance de Lewandowski


"Os desafios e impasses desta difícil etapa de nossa história política colocaram nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski uma decisão verdadeiramente crucial para o destino da democracia brasileira. Encarregado, pela Constituição, de assumir a presidência do julgamento de Dilma Rousseff pelo Senado, caberá a Lewandowski assegurar o respeito ao pleno direito de defesa, princípio fundamental que serve de linha divisória entre o Estado Democrático de Direito e as lamentáveis versões de Estado de Exceção construídas ao longo da história humana, numa sequência deprimente de excrescências político-jurídicas".

Quem faz a análise é o colunista do 247, Paulo Moreira Leite. Segundo ele, "cabe ao presidente do STF assegurar que as partes tenham direito ao contraditório, no qual o espetáculo midiático não venha a substituir a indispensável serenidade para uma decisão decente, fundamentada em fatos e provas - e não num circo de propaganda e pirotecnia".

Aos gritos de ‘golpista’, Cunha Lima é vaiado na abertura do São João de Campina Grande


Mais um escracho: desta vez, contra o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). na abertura do Maior São João do Mundo, em Campina Grande, nesta madrugada, o líder do PSDB no Senado foi fortemente vaiado e chamado de “golpista” pelo público presente ao Parque do Povo.

Temer permite viagens de Dilma só para o Rio Grande do Sul

Ela é presidente só do estado gaúcho?

Contrariando o que estabeleceu o Senado ao definir os direitos de Dilma Rousseff durante o seu afastamento do cargo, a Casa Civil do governo interino de Michel Temer restringiu ao trecho Brasília-Porto Alegre-Brasília os deslocamentos da presidente com aviões da Força Aérea Brasileira.

Temer estava contrariado com as viagens de Dilma para participar de eventos em que critica o governo. "É um escândalo que eu não possa viajar pro Rio, pro Pará, pro Ceará. Eu não posso pegar um avião, porque não tem segurança, é a Constituição que manda", criticou Dilma.

"O objetivo é impedir que a presidente se locomova. É uma tentativa de impedir que o discurso da presidente seja colocado pela sociedade", disse José Eduardo Cardozo.

A tentativa de destruição da comunicação pública

bem como da proposta aprovada nas eleições de 2014

"Presidente interino, Michel Temer [PMDB-SP] quer, além de privatizar estatais, demitir servidores públicos, flexibilizar a legislação trabalhista, enterrar a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], estabelecer aposentadoria aos 65 e até aos 75 anos, destruir a comunicação pública no Brasil", diz o jornalista Renato Dias, sobre a tentativa frustrada de substituir Ricardo Melo por Laerte Rimoli, no comando da EBC.

Dilma: “Vão tentar, mas vai ser difícil me incriminar”


No dia em que foi alvo de uma denúncia mirabolante do Globo, a presidente Dilma Rousseff afirmou, durante discurso em Porto Alegre, que o jornal "monta uma estratégia para atingir" sua imagem.

"Mais uma", diz; "Eu não vou deixar de combater cada uma das falsidades, das mentiras que usarem contra mim. Eu não vou me calar", afirmou; em uma comparação entre o golpe militar e o parlamentar, ela disse que se o primeiro é um machado que corta a árvore, o segundo é um parasita, que corrói as instituições; a presidente ironizou ainda o anúncio feito ontem pelo novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, de que a estatal será a favor de mudar a lei do pré-sal, abrindo concorrência para as multinacionais.

"Eu nunca vi uma empresa de petróleo não querer petróleo. É uma coisa que foge à minha compreensão".

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Senador Eduardo Braga é mais um indeciso


Senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que se ausentou da votação pela admissibilidade do processo por razões de saúde, disse que ainda está avaliando a questão; "Acho que é uma questão muito séria, mas eu ainda não tenho uma definição", comentou; "Ajudei no governo da presidenta Dilma, estou ajudando no governo do presidente Michel, seja pela articulação do meu partido, seja nas votações do Senado, sempre votando de acordo com a minha consciência".

A Globo se desespera e ataca Dilma com denúncia mirabolante de Merval


Preocupado com eventual reversão do processo de impeachment no Senado, o jornal O Globo dedica sua manchete desta sexta-feira a uma história mirabolante contada pelo colunista Merval Pereira, que troca o papel de editorialista pelo de repórter investigativo.

O "furo" de Merval dá conta de que recursos desviados na compra da refinaria de Pasadena teriam sido usados para pagar viagens do cabeleireiro pessoal da presidente Dilma Rousseff, Celso Kamura.

A prova seriam emails em poder da procuradoria-geral da República, salvos como rascunho no gmail – sem terem sido enviados de parte a parte; denúncia sem pé nem cabeça revela apenas eventual preocupação do Globo com virada política no País.

O IMPEACHMENT SUBIU NO TELHADO APÓS MACHADO?


"O Senado tem agora uma batata quente nas mãos: como será possível condenar Dilma Rousseff pelas pedaladas fiscais, quando o Brasil inteiro já sabe que a motivação real foi conter os efeitos da Operação Lava Jato sobre a oligarquia política?", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247.

Só isso explica a pressa do relator Antônio Anastasia (PSDB-MG) em apressar o processo e tentar votar o mérito ainda em julho, antes que novas revelações apareçam; no entanto, a tendência é que o Supremo Tribunal Federal acolha o pedido do ex-ministro José Eduardo Cardozo e devolva ao processo seus prazos normais.

RENAN SE DIZ CONTRA ENCURTAR PRAZOS E DIREITOS DE DEFESA DE DILMA


Presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) se manifesta contra manobra da comissão do impeachment, que ontem no Senado foi favorável ao encurtamento do prazo das alegações finais de 20 para 5 dias, a fim de que o processo seja votado em julho.

"O que devemos transmitir ao Brasil e ao mundo é a certeza de um julgamento isento, responsável e civilizado", ressaltou Renan, em nota divulgada nesta sexta-feira 3.

"Vejo com preocupação as iniciativas para comprimir prazos. Mais ainda se a pretensão possa sugerir supressão de direitos da defesa, que são sagrados", afirma, em outro trecho.

Aecim a Papuda te espera

Aecím, a Papuda te espera!

Temer derrama dinheiro no Supremo!

E dane-se o Meirelles!

publicado 02/06/2016, em Conversa Afiada

Na Fel-lha, a "pauta-bomba"!


Apesar da expectativa de fechar 2016 com um rombo de R$ 170 bilhões nas contas públicas, o governo interino de Michel Temer (PMDB) e sua base na Câmara concordaram com a aprovação de um megapacote de reajuste para o funcionalismo federal –Executivo, Judiciário e Legislativo, além do Ministério Público–, com impacto de ao menos R$ 58 bilhões até 2019.

Represados na gestão de Dilma Rousseff, 15 projetos de lei que estabelecem reajuste e benefícios ao funcionalismo foram aprovados entre a noite desta quarta-feira (1º) e o início da madrugada desta quinta (2).

A de maior impacto foi o aumento do salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). O rendimento, que delimita o teto do funcionalismo, passou de R$ 33.763 para R$ 39.293.

O efeito cascata gerado em todo o Judiciário deverá, segundo o Ministério da Fazenda, ter um impacto de R$ 6,9 bilhões até 2019.

(...)

Após delações de empreiteiros, "não vai sobrar ninguém no Brasil"


Assim como Emílio Odebrecht, os donos da empreiteira OAS, Cesar Mata Pires Filho e Antonio Carlos Mata Pires, filhos do fundador da empresa, Cesar Mata Pires, também devem ser chamados para prestar depoimento na Operação Lava Jato, segundo a colunista Mônica Bergamo.

De acordo com uma pessoa envolvida nas negociações das empreiteiras com a força-tarefa, depois das delações de Odebrecht, OAS e Sérgio Machado, "não vai sobrar ninguém no Brasil. Ninguém é ninguém".

Cardozo se retira da comissão do impeachment em protesto


Maioria na comissão quer acelerar a votação do processo de afastamento de Dilma Rousseff; a Constituição prevê 180 dias para o processo, mas a tropa de Michel Temer (PMDB) quer reduzir esse tempo para apenas 40.

“Pela ilegalidade da situação”, o advogado-geral da União afastado, José Eduardo Cardozo, se retirou nesta quinta-feira (2) da comissão do impeachment no Senado, em protesto contra o cerceamento de defesa.

Folha: Temer se põe de costas para a sociedade


‘Em meio a uma das maiores recessões de nossa história, e enquanto parcelas crescentes da sociedade sofrem com a deterioração da renda e dos serviços públicos, Temer aplaude a decisão de promover aumento bilionário de gastos estatais. Tudo às custas do contribuinte’, destaca o jornal de Otavio Frias.


“Provavelmente a opção de Michel Temer lhe renderá dias de tranquilidade com o funcionalismo, mas evidencia o quanto se põe de costas para a sociedade”, conclui.

Câmara cria 14 mil cargos federais, quatro vezes o que Temer prometeu cortar


Sem fazer alarde, a Câmara aprovou a criação de 14.419 cargos federais — quase quatro vezes os 4.000 postos comissionados que Michel Temer prometeu ceifar neste ano, segundo a colunista Natuza Nery.

De acordo com ela, a autorização passou batida até por deputados e estava no projeto de lei que concedeu aumento a servidores da Suframa, aprovado em meio aos reajustes salariais que trarão impacto de R$ 58 bilhões às contas públicas.

DILMA: SEI QUE SOU UM GRANDE INCÔMODO PARA OS GOLPISTAS


A presidente Dilma Rousseff participou nesta quinta (2), no Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro, do ato "Mulheres Pela Democracia", que reuniu mais de 20 mil pessoas. Em seu discurso, ela defendeu o protagonismo feminino e também voltou a atacar o governo interino de Michel Temer.

"Eu sei que sou um grande incômodo, porque eles olhavam e diziam o seguinte: como eu sou mulher, eles acham que a mulher é frágil. Não somos frágeis", disse. "No início, eles queriam que eu renunciasse, para tirar o incômodo que é a minha presença, eu não cometi nenhum crime de corrupção, eu não desviei dinheiro público, não tenho conta na Suíça. Então era melhor eu renunciar. Porque não teria o constrangimento de condenar uma pessoa inocente. Mas nós, mulheres, temos uma imensa capacidade de resistir. Todas as mulheres anônimas deste país resistem no dia a dia. A minha vida inteira eu lutei. Agora eu tenho a honra de lutar pela democracia neste momento. Eu tenho que lutar e zelar pela dignidade da mulher brasileira. Nós não somos covardes. Nós mulheres somos corajosas", reforçou. "É fundamental para que este país não tenha um deficit de civilização que as mulheres sejam respeitadas por serem mulheres", frisou.

AZEVÊDO REBATE SERRA SOBRE IMPORTÂNCIA DA OMC


“Ao negociar na OMC, um país não está enfraquecendo sua posição em outros acordos. Ao contrário, é bem possível que, atuando em várias negociações ao mesmo tempo, possa maximizar seus interesses e alavancar seu poder de barganha”, diz Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC.

O ministro José Serra questionou recentemente a credibilidade do organismo e fez críticas a decisões tomadas pela organização nos últimos anos, que não teriam beneficiado o Brasil.

Petroleiro dizem que o novo presidente da Petrobras quer privatizar a empresa


Ao assumir a Presidência da Petrobras nesta quinta-feira, o tucano Pedro Parente deixou claro a que veio: retomar a agenda de privatização que iniciou no governo FHC, quando aprovou no Conselho de Administração mudar o nome da empresa para Petrobrax e entregar 30% da Refap à Repsol, segundo a Federação Única dos Petroleiros.

"Agora, a bola da vez é o Pré-Sal, o troféu que José Serra e Michel Temer prometeram entregar aos financiadores do golpe. Pedro Parente chegou avisando que "a Petrobrás apoia a revisão da lei do Pré-Sal", reforçando o que Temer já havia anunciado: o apoio ao PL 4567/2016, que está em tramitação na Câmara dos Deputados.

Para impedir que o texto seja aprovado, a FUP, Aepet e FNP realizam um ato público na Casa.

Secretária fez parte de 'articulação criminosa', diz Procuradoria

Como sei com quem Temer anda, também já sei quem é ele

Foto:Evaristo SA/AFP 
A indicada para a Secretaria de Políticas para as mulheres, Fátima Pelaes, com Michel Temer

LEANDRO COLON/DE BRASÍLIA, 03/06/2016


Prestes a assumir a Secretaria de Políticas para as Mulheres, a ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) é apontada em investigação do Ministério Público Federal como integrante de uma "articulação criminosa" para desviar R$ 4 milhões de suas emendas parlamentares.

Um relatório da Procuradoria-Geral da República dá mais detalhes da suspeita de envolvimento dela no esquema desmantelado pela Operação Voucher, em 2011.

Na época, o nome de Pelaes foi citado no escândalo ligado a uma ONG fantasma que havia celebrado convênio com o Ministério do Turismo dois anos antes.

Sua nomeação para a Secretaria das Mulheres, vinculada ao Ministério da Justiça, está prevista para ocorrer nos próximos dias, mas ela já participou de reuniões no governo de Michel Temer.

O inquérito aberto em 2013 pelo STF (Supremo Tribunal Federal) foi devolvido à Justiça Federal do Amapá no ano passado depois que Pelaes deixou de ser deputada. As investigações estão em andamento. Os sigilos fiscal, bancário e telefônico de Pelaes foram quebrados.

Nos autos está o pedido de abertura de investigação feito em 30 de novembro de 2012 pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Toda essa articulação criminosa contou com a participação da deputada federal Fátima Pelaes, que constantemente se reunia com servidores do Ministério do Turismo para agilizar a liberação das verbas do convênio", diz o documento.

Segundo a investigação, Pelaes indicou uma ONG fantasma chamada Ibrasi para receber R$ 4 milhões de suas emendas para promover o turismo no Amapá. Na época, quatro depoimentos a apontaram como beneficiária de parte do dinheiro.

Segundo a PGR, "é razoável supor que o objeto inicial da celebração do convênio era o desvio e a apropriação dos R$ 4 milhões". "A parlamentar [Pelaes] teria ainda escolhido as pessoas que ministrariam os cursos oferecidos no âmbito do convênio, que aparentemente sequer foram realizados", diz a Procuradoria.

"Tais pessoas teriam sido selecionadas para que, caso fosse apurada a não realização dos cursos, pudessem falsamente testemunhar afirmando terem efetivamente trabalhado", ressalta.

Questionada pela Folha, Pelaes respondeu, por meio da assessoria: "Eu confio no trabalho da polícia e da Justiça e estou tranquila de que tudo será esclarecido".

A Operação Voucher expediu 38 mandados de prisão em agosto de 2011 e o caso de Pelaes foi remetido ao STF por causa do foro privilegiado.

A investigação partiu de uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) apontando que a ONG não tinha condições mínimas de executar o contrato. Listas de prestadores de serviço, por exemplo, foram "forjadas mediante a participação de empresas fantasmas".

Ações penais tramitam desde 2011 na Justiça Federal no Amapá contra pessoas vinculadas à ONG e ao Ministério do Turismo na época da celebração do convênio.

O inquérito sobre Fátima Pelaes poderá se transformar em denúncia à Justiça ou ser arquivado.

Temer admite recorrer à CPMF e aumentar a idade mínima para aposentar

Do UOL, 02/06/2016

O presidente interino, Michel Temer, admite que a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) pode voltar e que o limite de idade para a aposentadoria poderá aumentar. As declarações foram feitas em entrevista veiculada na noite desta quinta-feira (2) ao SBT Brasil, concedida ao jornalista Kennedy Alencar.

"Ou a Previdência Social tem de ser reformulada, ou então todos os pensionistas sofrerão", disse o presidente, que acredita que a questão da idade mínima e o tempo de contribuição precisarão ser modificados, tanto para a iniciativa privada como para os servidores públicos. "Não queremos prejudicar aqueles que já estão no mercado de trabalho. Podemos estabelecer regras de transição. Se o prazo é de 35 anos, talvez quem tenha, sei lá, 15, 20 anos [de contribuição] tenha que contribuir mais um ano, por exemplo. Mas isso é benefício do próprio cidadão".

Sobre a CPMF, ele afirmou que a volta do imposto não está descartada, mas que seu governo tentará ao máximo evitar recorrer a esse expediente. "Descartado aumento de imposto não está, se for necessário, farei. Tentaremos evitar. Se vier, será necessariamente temporário", disse o presidente interino.

Em relação à herança que recebeu da presidente afastada, Dilma Rousseff, Temer disse que encontrou um panorama bastante complicado, com o desemprego em alta, com 11 milhões de pessoas sem trabalho, e um déficit orçamentário de R$ 170 bilhões. "Ainda bem que o Congresso aprovou novas metas fiscais, assim o governo poderá continuar operando."

Pedalada Fiscal

Ao ser questionado sobre acusações que constam no processo de impeachment contra Dilma, o presidente interino afirmou que pedalada fiscal é uma violação da Constituição. "Se você desobedece a lei orçamentária, o impeachment está previsto no texto constitucional. E o julgamento é político, diferentemente de um julgamento jurisdicional", afirmou.

A respeitos dos programas sociais, Temer declarou que irá mantê-los: "Manter o Bolsa Família e até revalorizá-lo. Ampliar o Minha Casa, Minha Vida. Promover grande geração de empregos. Se isso for ser de direita, que seja. Hoje os rótulos não valem absolutamente nada."

Temer fez referência ao tempo de resolução do processo de impeachment de Dilma no Senado: "Esta situação de transitoriedade não é útil para ninguém. Nem para a presidente, que faz campanha para voltar, nem para o governo, que fica parecendo transitório." Ao responder se haveria votos suficientes no Senado para o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, o presidente interino afirmou ter informações que 59 ou 60 senadores tendem a voltar pelo impeachment. 


Aplausos

No início da tarde de quinta-feira (2), pouco menos de oito horas depois de a Câmara dos Deputados aprovar uma "pauta-bomba" que prevê o reajuste de servidores públicos ao custo de R$ 58 bilhões até 2019, o presidente interino, Michel Temer (PMDB), pediu "aplausos" ao Congresso Nacional nesta quinta-feira (2).

"Temos apenas 20 dias de exercício governamental e temos tantos outros projetos e vamos precisar sempre da Câmara dos Deputados, portanto, se me permitem a informalidade, eu peço aplauso ao nosso Congresso Nacional", disse Temer.

Entre os reajustes aprovados pela Câmara na madrugada desta quinta-feira estão o que eleva o teto do funcionalismo público de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

O mundo do FMI e o mundo de Temer


O colunista Marcelo Zero destaca duas políticas neoliberais que, de acordo com as reflexões de economistas do FMI, "não só não estão resolvendo problemas econômicos como os estão agravando".

"A primeira tange à abertura da conta de capitais, particularmente no que se relaciona aos capitais especulativos de curto prazo, e a segunda tange à política de consolidação fiscal, mais conhecida como política de austeridade", explica.

"Vê-se, portanto, que o FMI está mudando seu enfoque. Quem não mudou nada, porém, foram nossos neoliberais (...). Se submetido às urnas, o pacote brasileiro de insanidades não passaria do primeiro turno. Daí a necessidade do golpe para implantá-lo. Se submetido ao FMI e ao Banco Mundial, esse pacote celerado despertaria estupor e risos de incredulidade. Na certa se perguntariam: em que mundo eles vivem?", questiona o sociólogo.

"Pois eles vivem no mundo de Temer. Um mundo sem voto e sem democracia", responde.

“População brasileira não pode aceitar retrocessos”


Ex-secretário do Ministério da Saúde Heider Pinto criticou, em vídeo publicado na página da presidente Dilma Rousseff no Facebook, as ações do governo interino de Michel Temer contra o SUS e o Mais Médicos.

Segundo ele, o Ministério da Saúde teria investido apenas metade do que investiu no ano passado se fossem consideradas as regras de financiamento propostas pelo governo interino.

"Isso significa menos SUS, menos recursos e redução dos direitos da população. A população brasileira não pode aceitar retrocessos", afirmou.

EM 1º DISCURSO, PARENTE DEFENDE REVISÃO DO PRÉ-SAL


"A Petrobras apoia a revisão da lei do pré-sal", afirmou o novo presidente da Petrobras nesta quinta-feira 2, durante cerimônia de transmissão de cargo na sede da estatal, sem a presença do presidente anterior, Aldemir Bendine.

"Como está, a lei não atende aos interesses da empresa nem do país. Se a exigência não for revista, a consequência é retardar sem previsão a exploração do pré-sal. Além disso, restringe a liberdade de escolha da empresa", sustentou Pedro Parente, sobre a lei que obriga a Petrobras a ter participação mínima de 30% em todos os campos de exploração.

O executivo também alfinetou a "euforia" dos últimos anos em relação à empresa e anunciou que seguirá com o plano de desinvestimentos.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) vê como "desmoralização" a ida de Parente para o cargo.

Congresso já prepara eleição direta prevendo eventual queda de Temer


O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) já conseguiu assinaturas suficientes para colocar em tramitação uma proposta de emenda constitucional (PEC) determinando a realização de eleições diretas caso os cargos de presidente e vice-presidente da República fiquem vagos, segundo informa o jornalista Tales Faria; a aposta dos congressistas é que Temer não conseguirá chegar até 2018 como presidente.

Mulher e filha culpam Cunha por contas na Suíça


Em depoimentos prestados à força-tarefa da Lava Jato no dia 28 de abril, a mulher de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, e sua filha, Danielle Dytz, culparam o deputado afastado pelas contas movimentadas pela família na Suíça.

Cláudia disse que a conta batizada de Kopep “foi aberta única e exclusivamente para custeio dos filhos no exterior” e que “não declarou as contas às autoridades brasileiras porque quem era o responsável por isso” era Cunha.

Danielle, por sua vez, afirmou que era financeiramente dependente do pai e que “presumia que o dinheiro que mantinha o alto padrão de vida da família era proveniente do patrimônio da atividade anteriormente desenvolvida” pelo peemedebista.

Janot diz que é imperioso investigar Aécio Neves


“Como adiante se demonstrará, o pedido que deu origem à instauração deste inquérito foi devidamente acompanhado não só de notícia de novas provas como também de efetivamente novas provas, suficientes à convicção do Ministério Público Federal de que, para uma completa elucidação dos fatos, faz-se imperioso o prosseguimento das investigações", disse o procurador-geral Rodrigo Janot no despacho de 41 páginas em que pede investigação sobre a ligação de Aécio com o caso Furnas.

Ele também fez uma crítica à blindagem judicial, ao dizer que “a conduta de Aécio Neves no que diz respeito ao nominado ‘esquema de Furnas’, a rigor, nunca foi efetivamente investigada”.

O ministro Gilmar Mendes defendia o arquivamento do caso.

Governo da "austeridade" começa com gasto de R$ 58 bi e silêncio da mídia


Embora tenha chegado ao poder prometendo duros ajustes fiscais e apontando a "herança" de um governo Dilma que teria quebrado o Brasil com suas "pedaladas fiscais", a primeira medida prática do governo interino de Michel Temer foi avalizar uma pauta-bomba do Congresso Nacional que amplia os gastos públicos em R$ 58 bilhões, com aumentos para várias categorias do funcionalismo.

O mais curioso é notar o silêncio complacente da mídia familiar, agora convertida ao oficialismo, com o aval do governo Temer aos aumentos dos servidores.

A missão do ministro Henrique Meirelles, de resgatar a "credibilidade", se tornou ainda mais delicada, mas, agora, ficou mais simples entender por que Temer aprovou uma meta de déficit fiscal de R$ 170 bilhões.

Jogo do lmpeachment já começa a virar no Senado


Começo tortuoso do governo interino de Michel Temer leva senadores a falar abertamente em votar contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff na análise do mérito, que deve ocorrer em setembro.

"E se ela propuser eleição direta, o que já devia ter feito uma ano atrás? E se ela acenar para a oposição? O jogo não está decidido, não", afirma Cristovam Buarque (PPS-DF).

"A crise no governo Temer influenciará não só a minha opinião, como a da maioria", reforça Acir Gurgacz (PDT-RO).

"Estamos no fio da navalha", diz Lasier Martins (PDT-RS).

Romário (PSB-RJ) não se pronunciou, mas deixou a comissão do impeachment, numa sinalização de que já estaria mudando seu voto.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

OAS inocenta Lula e Moro trava Lava Jato

Delação só presta se for para prender o Lula!



Saiu na Fel-lha:

As negociações do acordo de delação de Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS condenado a 16 anos de prisão, travaram por causa do modo como o empreiteiro narrou dois episódios envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A freada ocorre no momento em que OAS e Odebrecht disputam uma corrida para selar o acordo de delação.

Segundo Pinheiro, as obras que a OAS fez no apartamento tríplex do Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP) foram uma forma de a empresa agradar a Lula, e não contrapartidas a algum benefício que o grupo tenha recebido.

A versão é considerada pouco crível por procuradores. Na visão dos investigadores, Pinheiro busca preservar Lula com a sua narrativa.

O empresário começou a negociar um acordo de delação em março e, três meses depois, não há perspectivas de que o trato seja fechado.

Pinheiro narrou que Lula não teve qualquer papel na reforma do apartamento e nas obras do sítio, segundo a Folha apurou. A reforma do sítio, de acordo com o empresário, foi solicitada em 2010, no último ano do governo Lula, por Paulo Okamotto, que preside o Instituto Lula. Okamotto confirmou à PF que foi ele quem pediu as obras no sítio.

Já a reforma no tríplex do Guarujá, pela versão de Pinheiro, foi uma iniciativa da OAS para agradar ao ex-presidente. A empresa gastou cerca de R$ 1 milhão na reforma do apartamento, mas a família de Lula não se interessou pelo imóvel, afirmou ele a seus advogados que negociam a delação, em versão igual à apresentada por Lula. 

(...)

Para o Ministério Público, delação da OAS só vale se for contra Lula

E que comprova que a investigação tem um caráter politico

Reportagem dos jornalistas Mario Cesar Carvalho e Bela Megale, publicada nesta quarta-feira, aponta a tentativa de direcionamento da delação premiada do executivo Léo Pinheiro, da OAS, pelo Ministério Público.

Segundo eles, a delação de Pinheiro travou porque ele se negou a incriminar o ex-presidente Lula nos episódios do "triplex do Guarujá" e do "sítio em Atibaia".

No primeiro caso, o presidente diz ter feito as obras por vontade própria, sem que Lula prometesse nada em troca. No segundo, as reformas teriam sido feitas a pedido de Paulo Okamotto – e não do ex-presidente. Como os procuradores não gostaram das explicações, travaram toda a delação – o que pode mandar Léo Pinheiro de volta para a prisão.

Chico Vigilante sobre delação travada da OAS: “escândalo, indecência”


Após reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, que aponta que a delação de Léo Pinheiro, sócio da OAS, está parada por ele não ter incriminado o ex-presidente Lula, o deputado Chico Vigilante (PT-DF) disse estar "claro que o depoimento feito pelo sócio da OAS não agradou aos procuradores".

"Eu espero que tanto o Conselho Nacional do Ministério Público quanto o Supremo Tribunal Federal se pronunciem e tomem providências com urgência contra esse ultraje", cobra o parlamentar.

Até agora, Temer não conseguiu agradar nem o mercado


Ao contrário dos prognósticos de mercado, o mês de maio chegou ao fim com o dólar como o melhor investimento do mês e a Bovespa o pior; isso significa que, ao contrário do que se dizia, o governo interino de Michel Temer, mesmo com Henrique Meirelles na Fazenda, não trouxe de volta a credibilidade.

Sem a força das urnas e sem uma base sólida e confiável no Congresso, Temer adiou reformas estruturais e já prepara um pacote de reajustes aos servidores públicos, para tentar conquistar alguma legitimidade; mercado pode ter comprado gato por lebre.

Governo Temer é marcado pela irresponsabilidade fiscal


"A ordem é fechar qualquer acordo que garanta a manutenção do poder, para avançarem sem dó sobre o orçamento exclusivamente para atender à fome das hordas bárbaras. Lembra uma gincana de tirar o máximo possível no menor tempo", diz o jornalista Luis Nassif.

"De cara, conseguiram a aprovação para ampliar o rombo orçamentário para R$ 170 bilhões. Ora, o fundamento político para o afastamento de Dilma Rousseff foi o descontrole fiscal", diz ele, apontando a contradição dos movimentos iniciais.

Cardozo entrega nova defesa de Dilma nesta quarta


Expectativa é que ex-advogado-geral da União entregue pessoalmente a defesa à Comissão Processante do Impeachment do Senado nesta quarta-feira, quando expira o prazo de 20 dias.

No documento, José Eduardo Cardozo deve reforçar a tese de que os atos pelos quais a presidente afastada Dilma Rousseff é acusada não configuram crime de responsabilidade e que o processo de impeachment tem "vícios de origem", sendo motivado por "vingança do presidente afastado da Câmara" Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Comparato: de que foge o Fux?

Será que o Conselho Nacional fará Justiça ?

E-mail do professor emérito Fábio Konder Comparato:

Tomo a liberdade de enviar o texto anexo de uma representação que fiz, em nome de Rosalinda de Santa Cruz Leite, ao Conselho Nacional de Justiça.

Rogo-lhes o obséquio de difundi-la ao máximo, pois não tenho acesso direto aos meios de comunicação de massa.

Abraço,
Fábio Konder Comparato
Exmo. Sr. Corregedor Geral de Justiça:

ROSALINA DE SANTA CRUZ LEITE, qualificada na procuração anexa (doc. nº 1), vem, com fundamento nos artigos 8º, inciso I e 78 do Regimento Interno desse Conselho Nacional de Justiça, apresentar a Vossa Excelência uma representação por excesso de prazo relativa ao Exmo. Sr. Ministro LUIZ FUX, do Supremo Tribunal Federal, como segue exposto:

1.– O irmão da Reclamante, FERNANDO AUGUSTO DE SANTA CRUZ OLIVEIRA, consta como um dos 434 desaparecidos e mortos durante o regime militar, segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (doc. anexo nº 2). Ele foi visto pela última vez pela sua família em 23 de fevereiro de 1974, quando tinha 26 anos.

2.– Em 2008, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ajuizou, perante o Supremo Tribunal Federal, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 153, demandando que a Corte Suprema interpretasse a Lei nº 6.683, de 1979, a fim de deixar explícito que, entre outros, os crimes de homicídio, sequestro (desaparecimento forçado), abuso de autoridade, lesões corporais, estupro e atentado violento ao pudor, praticados contra opositores ao regime político então vigente, não haviam sido abrangidos pela anistia determinada por aquele diploma legal (doc. nº 3).
Em 30 de abril de 2010, o Supremo Tribunal Federal julgou, por maioria, improcedente aquela ação.

3.– Tal decisão provocou uma reação negativa na esfera internacional, pois teve por objeto delitos considerados crimes contra a humanidade, insuscetíveis de anistia e prescrição, conforme assentado em várias declarações e tratados internacionais.
Em 24 de novembro de 2010, ao condenar por unanimidade o Brasil pelas graves violações de direitos humanos, cometidas por agentes militares durante a chamada “Guerrilha do Araguaia” (caso Gomes Lund e outros v. Brasil), a Corte Interamericana de Direitos Humanos decidiu:

“As disposições da Lei de Anistia brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir representando um obstáculo para a investigação dos fatos do presente caso, nem para a identificação e punição dos responsáveis, e tampouco podem ter igual ou semelhante impacto a respeito de outros casos de graves violações de direitos humanos consagrados na Convenção Americana, ocorridos no Brasil.”

4.– Sucedeu, no entanto, que o Acórdão ADPF nº 153 apresentou uma grave omissão. A Lei nº 6.683, de 1979, declara textualmente, em seu art. 1º, que a anistia por ela determinada abrange “todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexos com estes”.
Ora, como é fartamente sabido, os crimes de sequestro ou cárcere privado (Código Penal, art. 148), bem como de ocultação de cadáver (Código Penal, art. 211) são considerados permanentes, ou seja, não consumados, enquanto não aparece o sequestrado ou se descobre o cadáver. O art. 111, inciso III do mesmo Código Penal determina que “a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr, nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência”.
Era evidente, portanto, que o Supremo Tribunal Federal deveria se pronunciar sobre essa questão, concernente à inclusão ou não dos crimes de sequestro de pessoas (desaparecimento forçado) e de ocultação de cadáver no âmbito da anistia determinada pela Lei nº 6.683. Mas ele não o fez.

5.– Diante dessa flagrante omissão do julgado, em 16 de março de 2011 o Conselho Federal da OAB interpôs do citado Acórdão o recurso de embargos de declaração (doc. anexo nº 4).
É de se ressaltar o que determina a respeito dessa espécie de recurso o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, em seu art. 337, § 2º:

“Independentemente de distribuição ou preparo, a petição será dirigida ao relator do acórdão que, sem qualquer outra formalidade, a submeterá a julgamento na primeira sessão da Turma ou do Plenário, conforme o caso”.

Pois bem, mais de ano após a data de interposição dos embargos declaratórios, ou seja, em 22 de março de 2012, o Supremo Tribunal, em sessão plenária, deliberou por unanimidade adiar o julgamento do recurso por uma sessão. Repita-se: por uma sessão apenas (doc. anexo nº 5).
No entanto, até hoje, passados mais de 4 (quatro) anos dessa decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Relator não pôs o recurso em julgamento, nem deu explicações sobre isso.

6.– É irrecusável estarmos diante de autêntica denegação de justiça, tradicionalmente considerada como violação de um direito fundamental da pessoa humana. O artigo VIII da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 é explícito a esse respeito:
“Todo homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pela lei”.

7.– Por outro lado, a demora injustificada no julgamento dos embargos declaratórios representa, incontestavelmente, uma lesão a vários preceitos fundamentais da Constituição Federal, como se passa a demonstrar.

8.– Conforme dispõe o art. 5º, inciso XXXV da Constituição, “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Ora, se nem a lei pode excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, é mais do que óbvio que o próprio Poder Judiciário não tem a menor legitimidade para impedir ou retardar indefinidamente essa apreciação. Escusa dizer que, com o passar do tempo, todos aqueles, responsáveis pelo cometimento de crimes contra a humanidade durante o regime militar, estarão mortos. Foi, aliás, o que sucedeu com o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, considerado o maior torturador durante aquele período do regime de exceção.

9. – E não só isso. No inciso LXXVIII do mesmo art. 5º, a Constituição determina sem ambiguidades:
“A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”.
Pergunta-se: – É razoável que o Sr. Ministro Relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 153, sem qualquer explicação, deixe de cumprir a regra constante do art. 337, § 2º do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal? É admissível que ele tampouco dê cumprimento à decisão tomada à unanimidade pelo Tribunal, na sessão de 22 de março de 2012, de adiar o julgamento por uma sessão apenas?

10.– Acontece que a omissão de julgamento no citado processo não violou apenas a Constituição Federal, mas também normas constantes da Lei Orgânica da Magistratura, como se passa também a demonstrar.

11. –Escusa lembrar que o Supremo Tribunal Federal, enquanto órgão do Poder Judiciário, submete-se, em seu funcionamento, às disposições da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979). Basta verificar que o art. 1º desse diploma legal é explícito ao declarar que o Poder Judiciário é exercido, entre outros órgãos, pelo Supremo Tribunal Federal. O art. 2º do mesmo diploma legal, referindo-se diretamente a ele, reproduz a norma constante do art. 101 da Constituição Federal; e os artigos 22 e 34 reafirmam, da mesma maneira, normas constitucionais respeitantes ao Supremo Tribunal.
Ora, no inciso II de seu art. 35, dispõe a Lei Orgânica da Magistratura Nacional constituir dever dos magistrados “não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar”. Porventura, seria admissível interpretar essa norma, no sentido de que ela só se aplica aos juízes de primeira instância e não aos magistrados membros de tribunais, especialmente aos Ministros do Supremo Tribunal Federal?

12.– Diante disso, em 16 de junho de 2015, foi proposta no Supremo Tribunal Federal a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 350 (doc. anexo nº 5), na qual se pediu que o Tribunal determinasse o imediato julgamento dos embargos declaratórios, opostos ao Acórdão que julgou a ADPF nº 153.
A ação foi distribuída ao Ministro Dias Toffoli que, em 19 de agosto de 2015 decidiu monocraticamente não conhecer da ação. O Autor da demanda apresentou dessa decisão o recurso de agravo regimental, que até o presente não foi levado a julgamento.

13.– Em conclusão, pelas razões expostas fica evidente que, esgotadas as instâncias ordinárias, só resta à Reclamante pedir a esse Egrégio Conselho que tome as providências necessárias para sanar o atraso flagrantemente antijurídico do Exmo. Sr. Ministro Luiz Fux, de pôr em julgamento os embargos declaratórios, apresentados ao Acórdão que julgou a ADPF nº 153, no Supremo Tribunal Federal.
Brasília,


pp. Fábio Konder Comparato Pedro Banwart
OAB-SP nº 11.118 OAB-DF nº 26.798

Lula desqualifica Corrêa

"Pedro Corrêa não reúne condições jurídicas, tampouco morais, para colocar em dúvida essa posição do MPF"


De Rossine Gonçalves, no facebook


Dos advogados do Presidente Lula:

As toscas declarações do condenado reincidente Pedro Corrêa para legitimar uma investigação contra o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito da Operação Lava Jato, não possuem qualquer valor probatório. O Procurador Geral da República não acusou Lula da pratica de nenhum crime na Ação Penal 470, conhecida como "mensalão", já concluída. Retomar o tema nesse momento serve apenas para alimentar um processo midiático que tenta a qualquer custo manchar a honra e a reputação do ex-Presidente.

Pedro Corrêa não reúne condições jurídicas, tampouco morais, para colocar em dúvida essa posição do Ministério Público Federal à época, tomada com base em elementos concretos que apontavam a inocência do ex-Presidente, tal como se verifica também agora na Lava Jato.

A realidade é que as autoridades, após a devassa imposta a Lula e a seus familiares, não identificaram nada que pudesse comprometer a sua reputação, pela simples razão de que o ex-Presidente não praticou nenhum ato ilícito antes, durante e depois de exercer a Presidência da Republica.

Há uma clara tentativa de mascarar essa realidade através de sucessivas publicações fantasiosas e provenientes de pessoas que, por cumprirem pena na prisão após condenadas pela Justiça, estão dispostas a qualquer negociação em busca da liberdade.

Os advogados de Lula pediram ao Juiz Sérgio Moro e ao Ministro Teori Zavascki acesso a todo o material relativo à delação premiada negociada entre o Ministério Público Federal e Pedro Corrêa, após mais um vazamento ilegal da Operação Lava Jato.

Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins

Deputados europeus não querem negociar com Temer


No momento em que o chanceler interino José Serra cobra dos embaixadores cartas em defesa do regime brasileiro, 34 deputados do parlamento europeu avisam: não aceitam negociar qualquer acordo com o Brasil ou com o Mercosul enquanto não for restabelecida a plena democracia no País.

"O mandato de Dilma Rousseff só pode ser mudado mediante o único método democraticamente aceitável: as eleições", afirma a carta dos parlamentares, liderados pelo deputado Xavier Benito, do partido espanhol Podemos.

"É necessário suspender as negociações entre a UE e o Mercosul já que tal acordo comercial não deveria ser negociado com o atual governo brasileiro", conclui o documento, exortando Bruxelas a dar "seu total apoio e envolvimento para o restabelecimento da ordem democrática no Brasil".

Petroleiros anunciam greve contra Temer e abertura do Pré-Sal


A paralisação, de 24 horas, acaba de ser anunciada pela Federação Única dos Petroleiros e está marcada para 10 de junho, num ato com apoio da Frente Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo; segundo a FUP, os objetivos do "golpe" são retirar direitos dos trabalhadores e promover a entrega do pré-sal.

"Tudo indica que a nomeação de Pedro Parente se consolidará nos próximos dias e através dele será retomada a agenda de desmonte de direitos e de privatização iniciada por Fernando Henrique Cardoso nos anos 90 e que foi estancada durante o governo Lula", diz a nota.

Transparência Internacional pede que Temer demita seu ministro a Transparência


A Transparência Internacional, organização não-governamental de combate à corrupção em todo o mundo, divulgou nota nesta segunda (30) pedindo a exoneração do ministro da Transparência Fiscalização e Controle Fabiano Silveira, que foi flagrado em gravação de Sérgio Machado, com críticas à Operação Lava Jato e orientando Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo da investigação.

A entidade diz que suspenderá os contatos com a pasta "até que uma apuração plena seja realizada e um novo ministro com experiência adequada na luta contra a corrupção seja nomeado".

“Ninguém deve estar acima da lei. Não deve haver impunidade para os corruptos e nem acordos a portas fechadas. É decepcionante que o ministro encarregado da transparência esteja agora sob suspeita, como parte de uma operação abafa.”, disse Alejandro Salas, diretor para as Américas da Transparência Internacional.

A despeito das gravações, Temer decidiu manter Fabiano no cargo. Servidores do ministério protestaram contra a decisão.