sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Depois de deixar o fascismo rolar solto, Facebook suspende contas de Trump com 60 milhões de seguidores07/01/2021 - 14h53

Viomundo, 07/01/2021 - 14h53

Reprodução



Da Redação

As contas do presidente dos Estados Unidos no Facebook e no Instagram, com quase 60 milhões de seguidores, foram bloqueadas indefinidamente pelas duas plataformas.

O anúncio foi feito pelo empresário Mark Zuckerberg, em nota:

Os chocantes eventos das últimas 24 horas demonstram claramente que o presidente Donald Trump tenciona utilizar o seu tempo restante no cargo para minar a transição pacífica e lícita de poder para o seu sucessor eleito, Joe Biden.

A sua decisão de utilizar sua plataforma para incentivar, em vez de condenar, as ações dos seus apoiadores no edifício do Capitólio perturbou, com justeza, pessoas nos EUA e em todo o mundo.

Removemos estas declarações ontem porque julgamos que o seu efeito — e provavelmente a sua intenção — seria provocar mais violência.

Após a certificação dos resultados das eleições pelo Congresso, a prioridade para todo o país deve ser garantir que os restantes 13 dias de mandato e os dias após a posse [de Biden] sejam pacíficos e de acordo com as regras democráticas estabelecidas.

Nos últimos anos, permitimos que o Presidente Trump utilizasse a nossa plataforma de acordo com as nossas próprias regras, por vezes removendo conteúdo ou rotulando as suas publicações quando violavam as nossas políticas.

Fizemo-lo porque acreditamos que o público tem o direito de acessar o mais amplo discurso político, até mesmo discurso controverso. Mas o contexto atual é fundamentalmente diferente, envolvendo o uso da nossa plataforma para incitar a insurreição violenta contra um governo democraticamente eleito.

Acreditamos que os riscos de permitir que o Presidente continue a utilizar o nosso serviço durante este período são demasiadamente grandes.

Portanto, vamos prolongar o bloqueio que colocamos nas suas contas do Facebook e do Instagram por tempo indeterminado e durante pelo menos as próximas duas semanas, até que a transição pacífica do poder esteja concluída.

O presidente Trump também está impedido, mas temporariamente, de postar no Twitter, onde tem 88 milhões de seguidores.

A decisão de Zuckerberg é inédita em relação a um chefe de Estado.

Antes da mais recente campanha eleitoral nos Estados Unidos, ele foi alvo de fortes críticas da senadora democrata Elizabeth Warren, que se tornou uma das pré-candidatas à Casa Branca.

Warren defende a regulamentação das redes sociais como um serviço público.

Ela argumenta que Zuckerberg, escondendo-se atrás da defesa da liberdade de expressão, lucrou imensamente com mensagens falsas ou meias-verdades difundidas por Trump no Facebook em troca de pagamentos milionários para impulsionamento.

Zuckerberg se defendeu dizendo que não era censor.

Apesar da eleição do democrata Joe Biden, as ideias de Warren sobre as redes sociais não devem ser abraçadas pelo futuro presidente.

A futura vice-presidente Kamala Harris, que era senadora da Califórnia, entrou na chapa como garantidora dos interesses dos bilionários do Vale do Silício.

Talvez antevendo a ação dos donos das redes sociais, apoiadores de Trump tem dito que ele pretende controlar uma empresa de mídia, através da qual possa manter sua relevância na política dos Estados Unidos.

Desaprovação ao governo Bolsonaro sobe em 2021

Taxa vai de 46% para 52% em 15 dias. É a mais alta da série do PoderData. Aprovação oscila de 47% para 44%.  Efeito do fim do auxílio segue incerto

Poder 360, RAFAEL BARBOSA, 06.jan.2021 (quarta-feira) - 19h00
Bolsonaro em cerimônia no Planalto, em dezembro de 2020. Números demonstram piora nas taxas de avaliação do presidente e de seu governoSérgio Lima/Poder360 - 16.dez.2020

Depois de melhorar um pouco no final de 2020, e terminar o ano em alta, a aprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro começa 2021 com uma queda. Subiu de 46% para 52% a taxa dos que desaprovam a administração federal, segundo pesquisa PoderData realizada de 4 a 6 de janeiro.

A desaprovação, de 52%, é a mais alta na série do PoderData, iniciada em junho. A taxa supera inclusive o mau momento enfrentado por Bolsonaro em novembro de 2020, quando o presidente recebeu muitas críticas de candidatos a prefeito de partidos de oposição.

Já a aprovação ao governo oscilou negativamente 3 pontos percentuais, de 47% para 44%. Essa mudança está dentro da margem de erro do levantamento, que é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Ainda não há como saber qual será o impacto do fim dos pagamentos do auxílio emergencial para brasileiros de baixa renda. O programa do governo pagou 5 parcelas de R$ 600 e mais 3 extras de R$ 300 para pessoas que foram severamente afetadas pela pandemia. Cerca de 68 milhões foram beneficiados, a um custo total de R$ 292,9 bilhões para os cofres públicos.

Alguns pagamentos residuais do chamado coronavoucher foram realizados em dezembro de 2020, e mais outros serão efetuados agora em janeiro de 2021. A partir de fevereiro, o auxílio estará extinto.

Bolsonaro tem reclamado da falta de dinheiro do governo para oferecer algum tipo de benefício extra neste início de 2021 aos brasileiros de baixa renda. Ele afirma que não há espaço no Orçamento. Disse na 3ª feira (5.jan.2021) que o país está “quebrado”.

Historicamente, melhora a aprovação de governantes no final de cada ano. O mesmo vale para as quedas no princípio. Nos primeiros 3 meses de um novo ano os brasileiros precisam voltar à realidade, pagar contas e enfrentar os aumentos de despesas regulares (IPTU, IPVA, mensalidades escolares). Agora, há também os mais de 14 milhões de desempregados. Em breve, o fim completo dos pagamentos do coronavoucher. Essa conjuntura pode explicar os números negativos para o Planalto.

Outro fato que pode drenar a aprovação da administração federal é a controvérsia cada vez maior sobre vacinação e compra de seringas por parte do governo. Bolsonaro continua dando declarações céticas a respeito de vacinas e não há clareza sobre quando o Ministério da Saúde vai, de fato, iniciar o processo de imunização por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). Embora bolsonaristas mais convictos gostem do discurso presidencial, a maioria dos brasileiros quer receber a vacina.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.

Os dados foram coletados de 4 a 6 de janeiro de 2021, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 518 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

DESTAQUES DEMOGRÁFICOS: AVALIAÇÃO DO GOVERNO

O estudo destacou, também, os recortes para as respostas à pergunta sobre a percepção dos brasileiros em relação ao governo.

Os que cursaram até o ensino fundamental (54%) e os moradores da região Norte (73%) são, proporcionalmente, os que mais aprovam a administração.

Já os que cursaram ensino superior (67%), os moradores da região Nordeste (63%) e os que recebem de 5 a 10 salários mínimos (70%) são os grupos com as maiores taxas de desaprovação.

TRABALHO DE BOLSONARO

O PoderData também perguntou o que os entrevistados acham do trabalho de Bolsonaro como presidente: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.

O levantamento mostra que 44% da população rejeita o chefe do Executivo, taxa que variou 2 pontos percentuais para cima desde o último estudo. A aprovação agora é de 35%, ante 39% 15 dias antes.

DESTAQUES DEMOGRÁFICOS

Leia abaixo os resultados completos, por sexo, idade, região, nível de instrução e renda:

ESTRATIFICAÇÃO POR RENDA

A rejeição entre os desempregados ou sem renda fixa subiu 7 p.p. em 1 mês e se igualou à média geral. O grupo passou meses com percepção mais positiva do que negativa do presidente.

Os mais ricos continuam com as mais altas taxas de rejeição a Bolsonaro.

Os percentuais destacados nesses recortes da amostra total usada na pesquisa se referem ao ponto central do intervalo de probabilidade no qual se enquadram.

As variações são maiores em alguns segmentos porque a amostra de entrevistados é menor. E quanto menor a amostra, maior a margem de erro. Por isso é importante realizar pesquisas constantes, como faz o PoderData. É possível verificar com maior precisão o que se passa em todos os estratos da sociedade.

OS 18% QUE ACHAM BOLSONARO ‘REGULAR’

No Brasil, pergunta-se aos eleitores como avaliam o trabalho do governante. As respostas podem ser: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. Quem considera a atuação “regular” é uma incógnita.

Para entender qual é a real opinião dessas pessoas, o PoderData faz um cruzamento das respostas desse grupo com os que aprovam ou desaprovam o governo como um todo.

Os resultados mostram que 59% desse grupo dizem desaprovar o governo quando dadas apenas duas opções. Há 15 dias, eram 34%. Os que aprovam são 39%, ante 45% no último estudo.

Só 1% do grupo, quando dadas apenas duas opções (aprova ou desaprova), não soube responder. Há 15 dias, eram 21%. Esse é o percentual de pessoas sem posicionamento claro. Tendem a ir de um lado para o outro quando a polarização se intensifica.

O conteúdo do PoderData pode ser lido nas redes sociais, onde são compartilhados os infográficos e as notícias. Siga os perfis da divisão de pesquisas do Poder360 no Twitter, no Facebook, no Instagram e no LinkedIn.

Informações deste post foram publicadas antes pelo Drive, com exclusividade. A newsletter é produzida para assinantes pela equipe de jornalistas do Poder360. Conheça mais o Drive aqui e saiba como receber com antecedência todas as principais informações do poder e da política.

Aras assina portaria que determina compartilhamento de dados sigilosos da Lava Jato

A força-tarefa da Lava Jato tem 1.000 terabytes de informações sobre pessoas e empresas, acordos de delação premiada e de leniência. Em 2020, Aras afirmou que operação era uma "caixa de segredos"

Brasil 247, 8/01/2021, 16:28 h Atualizado em 8/01/2021, 17:01
   Augusto Aras e Deltan Dallagnol (Foto: Adriano Machado/Reuters | José Cruz/Agência Brasil)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, assinou nesta sexta-feira (8), segundo a Folha de S. Paulo, portaria que determina o amplo compartilhamento interno de dados coletados em investigações conduzidas pelo Ministério Público, incluindo registros sigilosos da Operação Lava Jato.

A portaria foi assinada em conjunto com a corregedora-geral do MPF, Elizeta Ramos, e regulamenta como será realizado o processo de recebimento, o armazenamento e o compartilhamento das informações.

A força-tarefa da Lava Jato de Curitiba tem 1.000 terabytes de material coletado durante a operação, incluindo registros sobre pessoas e empresas, acordos de delação premiada e de leniência. Os dados estão sob posse da Sppea (Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise), órgão da PGR (Procuradoria-Geral da República).



Em 2020, Aras chegou a afirmar que a Lava Jato de Curitiba tinha uma "caixa de segredos".

Com a nova determinação, procuradores à frente de investigações podem solicitar à Sppea arquivos para corroborar seu trabalho. Cabe a secretaria reunir documentos e enviar relatório ao procurador que fez a solicitação.

Fala de Ernesto Araújo sobre EUA gera mal-estar e crise no Itamaraty e diplomatas reagem

Em um ato raro, segundo análise do jornalista Jamil Chade, a associação de diplomatas brasileiros respondeu a declaração que insinuava fraude na eleição do país, se distanciando da visão do próprio chefe

8 de janeiro de 2021, 16:19 h Atualizado em 8 de janeiro de 2021, 18:54
   Ernesto Araújo, caos em Washington e Itamaraty (Foto: ABr | Reuters)

A avaliação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a invasão e depredação do Capitólio em Washington gerou reação dos diplomatas no Itamaraty, um movimento considerado “raro”, segundo o jornalista Jamil Chade.

Numa sequência de tweets nesta quinta-feira (7), o chanceler brasileiro minimizou a invasão do Capitólio dos EUA por extremistas estimulados por Trump e disse que “o direito do povo de exigir o bom funcionamento de suas instituições é sagrado”.

Menos de 24 horas depois das postagens, nesta sexta, a Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB) respondeu aos comentários do chefe da pasta, sem citar seu nome, distanciando-se do posicionamento do aliado de Trump.




"A respeito dos acontecimentos que ocorreram esta semana em Washington-DC, nos EUA, a ADB Sindical registra o entendimento de que manifestações populares são uma dimensão indissociável dos direitos e garantias fundamentais salvaguardados em qualquer regime democrático", disse a ADB. 

"Nas democracias, divergências e insatisfações, sobretudo de natureza política, são inerentes à vida em sociedade e devem ser encaminhadas pacificamente pelas vias institucionais democraticamente criadas para esse fim", afirmam. "O recurso à violência deve ser liminarmente repudiado, quaisquer que sejam seus autores", completam.

Último aliado de Trump, Bolsonaro não condenou o ataque às instituições dos Estados Unidos, ao contrário da grande maioria dos líderes mundiais. Em vez disso, também fortaleceu a tese de fraude na eleição e indicou que o mesmo pode se repetir em 2022 no Brasil.

A senha do golpe bolsonarista foi dada. O impeachment é o antídoto

"A senha do golpe bolsonarista está dada. Pode ocorrer em 2022, seguindo o modelo de Trump, mas pode ser tentado antes disso", escreve Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia

Brasil 247, 8/01/2021, 11:33 h Atualizado em 8/01/2021, 11:33
   Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Por Gilvandro Filho, 


Quem duvidava do espírito beligerante e golpista que infesta a cabeça do tenente reformado que no momento ocupa a presidência da República, agora não tem mais motivo para fazê-lo. O próprio presidente deixou claras, e de uma vez por todas, as suas intenções quanto à democracia brasileira e em relação à sua própria ojeriza a regimes democráticos. Ao defender o absurdo anacronismo que é a volta do voto de papel no lugar da urna eletrônica, que (queiram ou não) põe o Brasil na vanguarda dos processos eleitorais, a figura que governa (?) o País sentenciou: “Em 2022, se não tiver voto impresso, a coisa será pior do que lá (nos Estados Unidos)”. Cantou a pedra do golpe, nas barbas do Congresso Nacional e do Judiciário, sem falar nas Forças Armadas. E agora?

Autoritário e tirano por vocação, acostumado a tratar a patadas e ameaças os inimigos políticos (ele não tem adversários, muito menos concorrente), o presidente da República expressa, com essa frase grave e significativa, sua própria índole. Mais que isto, reafirma as suas intenções diante na Nação. Aproveita a tentativa de golpe aplicada nos Estados Unidos pelo ídolo dele, o celerado Donald Trump, para, como sempre fez, imitar o presidente americano. Claro. O chefe americano dita o comportamento do subalterno brasileiro e dos filhos dele, sobretudo o 03 que exibe na cabeça o boné do presidente dos EUA como quem ostenta uma medalha e que já quis ser chanceler para atrelar de vez a política externa brasileira ao governo americano. São submissos e copiam de Trump cada patacoada.




O episódio da invasão do Congresso dos EUA surpreendeu o mundo por ser na 

terra que se gaba de ter a democracia mais forte do planeta – ficou demonstrado que, na hora do ‘vamos ver’, a coisa não é bem assim. Imaginem, agora, a turba bolsonalha fazendo o mesmo no Congresso Nacional brasileiro, sob os olhos impotentes de boa parte dos parlamentares, cuja coragem e espírito democrático são seletivos e funcionam somente contra determinados governos.

Imaginem o golpe bolsonarista sob os olhos atarantados dos presidentes do Senado, bolsonarista, e da Câmara, que diz que não é, mas não bota pra andar os mais 60 pedidos de impeachment contra um presidente que já provou ser inadequado para o cargo que ocupa, que comete toda a sorte de crime de irresponsabilidade. Só os crimes relativos à pandemia da Covid-19 e o atabalhoado comportamento do governo diante do mal que já matou mais de 200 mil brasileiros seriam suficientes para levá-lo ao banco dos réus.

Que não caiam na bobagem que entender a ameaça do tenente reformado como mais uma bravata. Não é outra a intenção dele ao tentar, de todo modo, por em prática o seu plano de armar a população (na verdade, os seus adeptos), eliminando toda sorte de restrição à venda e ao uso de armas de fogo, incluindo a intenção de zerar alíquotas de impostos para compra de revólveres e pistolas ou de impedir o rastreamento de armas munições. Ou já se esqueceram de quando o presidente insinuou que o povo armado impediria a ação dos comunistas de tomar o poder? Não se trata, apenas, de ceder ao poderoso lobby da indústria de armas e munições, que conta com o esforço de guerra dos próprios filhos do presidente. A questão é mais pesada. A frase golpista expelida pelo chefe do governo dá o tom que a banda toca.

A senha do golpe bolsonarista está dada. Pode ocorrer em 2022, seguindo o modelo de Trump, mas pode ser tentado antes disso. Que não se olvide que os apoiadores da insanidade presidencial já tentaram invadir o Supremo Tribunal Federal, jogando fogos de artifício sobre o prédio do órgão, exigindo prisão para os ministros e estupros contra mulheres e filhas dos membros da Corte. O próximo ato pode ser menos folclórico e mais violento. Como nos EUA, muitos nazistas brasileiros já tiraram do armário suas camisetas de Auschwitz.

A saída é cortar o mal pela raiz. O impeachment é a arma da qual a democracia brasileira dispõe.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Governo muda tom, Pazuello diz que vacina não pode ter bandeira e que comprou 100 milhões de doses da Coronavac

De acordo com o ministro Eduardo Pazuello, o contrato prevê 46 milhões de doses até abril e outros 54 milhões até o fim do ano

Brasil 247, 7/01/2021, 17:25 h Atualizado em 7/01/2021, 17:37
   CoronaVac e Pazuello (Foto: Reuters)

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, mudou de tom em relação à vacina e ao combate contra a Covid-19, nesta quinta-feira, 7. Em declaração à imprensa, o ministro defendeu “ações para que a gente possa ter a prevenção e os cuidados necessários quanto à Covid-19”.

O general ainda anunciou que assinou um acordo com o Instituto Butantan, que fabrica, em São Paulo, a Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. Segundo ele, o governo assinou a compra de 100 milhões de doses do imunizante até o fim do ano.

De acordo com ele, o contrato prevê 46 milhões de doses até abril e outros 54 milhões até o fim do ano.



“Nós nunca abandonamos as negociações com o Butantan. Ela vem em paralelo. Hoje nós assinamos com o Butantan a compra de 100 milhões de doses até o fim do ano”, declarou Pazuello.

O Instituto Butantan encaminhou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na manhã desta quinta informações a respeito da vacina e fez o pedido de registro emergencial do imunizante. A expectativa do governo do estado é começar a aplicá-la no dia 25 de janeiro.

Pauzello também se solidarizou com as quase 200 mil vidas perdidas pelo novo coronavírus, mas criticou as críticas que são feitas ao governo de Jair Bolsonaro. “Saúde não pode ter bandeira, partido e ideologia”, afirmou ao defender uma união no país. 

O ministro, ao contrário de Bolsonaro, que faz ataques frequentes à vacinação, defendeu a realização de mais acordos para adquirir vacinas ao Brasil. “É uma guerra, precisamos usar todas as armas”, afirmou. “Momento de responsabilidade”, destacou.

Ainda, Pazuello afirmou que o Brasil está pronto para começar a vacinação contra o coronavírus em janeiro, apesar de o Ministério da Saúde ter falhado na aquisição de seringas e não ter plano concreto para a vacinação massiva da população.

O ministro também informou que o governo negocia a compra das vacinas da Johnson & Jonhson, da Pfizer e da Moderna.

Brasil supera 200 mil mortes por Covid-19

Mais 1.524 vítimas fatais da doença foram registradas nesta quinta no país, elevando o total para 200.498, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Também foram registrados quase 88 mil novos casos de Covid-19 no país

Brasil 247, 7/01/2021, 17:50 h Atualizado em 7/01/2021, 20:12
   Sepultamentos no Cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus. Causado pela Pandemia do Covid-19 (Foto: Alex Pazuello/Semcom)

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil atingiu a trágica marca de 200 mil vidas perdidas pelo novo coronavírus e, apesar da expectativa pela chegada da vacina ao país, epidemiologistas e médicos na linha de frente temem uma explosão de casos após as festas do final do ano, com o registro nesta quinta-feira de um novo recorde diário de infecções e o segundo maior número de mortes em um dia desde o início da pandemia.

Mais 1.524 vítimas fatais da doença foram registradas nesta quinta no país, elevando o total para 200.498, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Também foram registrados quase 88 mil novos casos de Covid-19 no país.

O Brasil voltou a registrar índices de transmissibilidade da doença similares a períodos críticos, e o sistema de saúde tem novamente se aproximado de um possível colapso, sem que tenham sido impostas medidas rígidas de isolamento social como aquelas adotadas no início da pandemia para conter o vírus.



Depois que os casos e óbitos tiveram uma queda em setembro e outubro, os números voltaram a subir novamente em novembro e dezembro, e começaram este ano ainda mais elevados.

“Infelizmente estamos vivendo o período de transmissibilidade igual ao pior momento da pandemia, julho e agosto do ano passado”, disse Alexandre Naime, chefe do departamento de Infectologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

“Era fundamental que fossem impostas restrições em diversos setores, mas na verdade cada um tem que se cuidar, porque aparentemente não teremos mais nenhuma medida nesse sentido por parte dos governos”, acrescentou.

Sem o controle mais rígido da movimentação das pessoas e do funcionamentos dos estabelecimentos, diversas cenas de festas e aglomerações se espalharam pelo país, frequentadas principalmente por jovens de classes sociais mais abastadas, que passaram a concentrar grande parte dos casos de Covid-19 no país.

“Foi uma sacanagem o que aconteceu agora no verão. O que a gente espera é que depois do dia 15 de janeiro vamos, infelizmente, voltar a enfrentar esse estado crítico novamente nos hospitais”, disse o médico Rafael Deucher, presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná (Sotipa), cujo Estado enfrenta um surto grave da doença, com 80% de leitos de UTI ocupados na rede pública.

“Agora o pessoal ainda está na praia, infelizmente lá pelo dia 15 a 20 de janeiro vai aumentar muito o número”, acrescentou.

A primeira morte por Covid-19 no Brasil foi anunciado por autoridades de saúde no dia 17 de março. Foram praticamente três meses para chegar em 50 mil mortes, e mais 50 dias para se chegar a 100 mil, em 8 de agosto. Desde então, foram mais 5 meses para somar mais 100 mil óbitos.

O número de casos desta quinta-feira --87.843-- ficou bem acima do recorde anterior, de 70.574 em 16 de dezembro, e o registro diário de óbitos só é superado pelas 1.595 mortes registradas em 29 de julho.

O Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro na contagem de casos, depois de EUA e Índia.

“BASTANTE PREOCUPANTE”

Depois de atingir um pico no final de julho, com quase 70.000 casos novos e mais de 1.500 óbitos em um único dia, a Covid-19 parecia estar sendo controlada ao cair para o patamar de 20 mil casos e 425 mortes por dia em outubro.

No entanto, a antepenúltima semana do ano passado foi a que registrou o maior número de casos semanais desde o início da pandemia, com 70.574 casos registrados em um único dia.

No último dia do ano também foram identificados no Brasil os dois primeiros casos de uma nova variante do coronavírus identificada inicialmente no Reino Unido que é mais contagiosa do que as outras, o que pode ampliar ainda mais a disseminação no país.

“O cenário mais provável é bastante preocupante”, disse Naime, na Unesp.

“Temos o cansaço e o abandono da população em relação às medidas de prevenção por conta da extenuação psicológica, mas também por falta de uma unidade do discurso político. Tem muitas pessoas que estão trabalhando contra a ciência e a saúde pública, contra a máscara, favorecendo aglomeração. Irresponsabilidade tremenda.”

Segundo o Índice de Isolamento Social brasileiro, que utiliza dados de localização de aplicativos instalados em telefones celulares, menos de 40% da população tem permanecido em quarentena, bem abaixo dos 60% vistos no início da pandemia.

Esse cenário pode ficar ainda pior com o fim do auxílio emergencial pago pelo governo federal aos vulneráveis, o que pode levar muitas pessoas de volta às ruas em busca de renda.

A cidade de Manaus, que foi uma das primeiras do país a sofrer um colapso do sistema de saúde devido à Covid-19 no ano passado, decretou nesta semana estado de emergência por 180 dias para tentar conter uma segunda onda da doença na cidade.

Com medo de viver a mesma situação, Belo Horizonte decidiu reforçar a quarentena a partir da próxima semana, permitindo o funcionamento apenas dos serviços essenciais, à medida que a ocupação dos leitos de UTI se aproxima dos 90%.

“A realidade é dura”, disse o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em pronunciamento à imprensa nesta quinta-feira, reconhecendo que o Brasil atravessa um “segundo ciclo” da pandemia.

Em nota, o Ministério da Saúde prestou solidariedade às vítimas em nome do presidente Jair Bolsonaro e do governo federal.

VACINAS

Além do preocupante quadro epidemiológico, o Brasil ainda não conseguiu iniciar sua campanha de vacinação contra a Covid-19, ao contrário do que já acontece em mais de 40 países do mundo, incluindo Argentina, Chile e México.

O país não conta sequer, até o momento, com um pedido formal de uso emergencial de um imunizante, mediante atrasos e problemas de planejamento.

Nesta quinta-feira o Instituto Butantan anunciou que a CoronaVac teve eficácia de 78% em ensaio clínico realizado no país, e espera-se ainda para esta semana que apresente à Anvisa pedido de uso emergencial. Também está previsto para esta semana pedido à Anvisa da Fundação Oswaldo Cruz.

Mesmo quando a vacinação começar, no entanto, será necessário um longo período até se alcançar a chamada imunidade de rebanho, de acordo com especialistas.

“Talvez no meio do ano os grupos prioritários estejam vacinados, se tudo der certo”, disse Naime, ressaltando que a população terá que se proteger ainda por um bom tempo.

Biden chama invasores do Capitólio de "terroristas domésticos"

“Não ouse chamá-los de manifestantes. Eles eram uma multidão de vândalos, terroristas domésticos. É tão básico, tão simples”, disse em um duro discurso contra Trump e seus apoiadores extremistas

Brasil 247, 7/01/2021, 17:02 h Atualizado em 7/01/2021, 19:05
    Presidente eleito dos EUA, Joe Biden (Foto: REUTERS/Mike Segar)

Metrópoles - O presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, em discurso nesta quinta-feira (7), considerou que a invasão do Congresso norte-americano na quarta-feira (6), por parte de apoiadores de Donald Trump, foi um ato promovido por “terroristas domésticos” estimulados pelo próprio presidente.

“Todos aqui estamos de luto pela perda de vidas, pela maculação da casa do povo. Não era desordem, não era protesto, era o caos. Não eram manifestantes. Não ousem dizer que eram manifestantes. Eram arruaceiros. Eram terroristas domésticos, simples assim”, disse Biden.

O democrata ainda ponderou que não era um ato que não se podia prever, visto que durante os quatro anos do governo de Trump houve constantes atentados às leis. “E não posso dizer que não vimos isso acontecendo. Nos últimos quatro anos tivemos um presidente que desrespeitou e enfraqueceu as nossas instituições democráticas”, disse Biden.



Continue lendo no Metrópoles.

Trump é banido do Facebook e Instagram por tempo indefinido, anuncia Mark Zuckerberg

O dono das plataformas Facebook e Instagram, Mark Zuckerberg, escreveu postagem anunciando o banimento de Donald Trump por pelo menos duas semanas - até a posse de Biden, em 20 de janeiro

Brasil 247, 7/01/2021, 13:34 h Atualizado em 7/01/2021, 13:41
   Mark Zuckerberg, Trump, Facebook e Instagram (Foto: Reuters)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), teve suas contas no Facebook e Instagram banidas por tempo indefinido, anunciou o dono das plataformas, Mark Zuckerberg. O banimento prosseguirá pelo menos até a posse de Joe Biden na Presidência, em 20 de janeiro.

O banimento ocorre no dia seguinte do republicano estimular apoiadores a invadiram o Capitólio, sede do Legislativo norte-americano, para impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden, que segundo ele teria sido fraudada.

“Nós acreditamos que os riscos de deixar o presidente continuar a usar nosso serviço durante este período é simplesmente muito grande”, escreveu Zuckerberg em publicação no Facebook.

“Nós estamos estendendo o bloqueio que colocamos em suas contas no Facebook e Instagram por tempo indefinido e por pelo menos duas semanas, até a transição pacífica do poder ser completada”, continuou.

The shocking events of the last 24 hours clearly demonstrate that President Donald Trump intends to use his remaining...

Trump também teve seu perfil no Twitter bloqueado por 12 horas por publicações alegando, sem provas, fraudes nas eleições norte-americanas para favorecer Joe Biden. A plataforma pediu para ele apagar as postagens e deixou claro que qualquer violação no futuro poderá fazê-lo perder acesso à rede social de forma permanente.

CoronaVac é eficaz em 100% na prevenção de casos graves e moderados da Covid 19, assegura o Butantan

Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a vacina CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, mostrou 100% de eficácia na prevenção de casos graves e moderados da Covid-19

Brasil 247, 7/01/2021, 14:06 h Atualizado em 7/01/2021, 18:23
   Instituto Butantan e CoronaVac (Foto: Marcos Santos/USP Imagens | Reuters)

Reuters - A CoronaVac, potencial vacina contra a Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, mostrou ser 100% eficaz na prevenção de casos graves e moderados da doença, disse nesta quinta-feira o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, que acrescentou que a vacina também evitou internação hospitalar em todos os voluntários do estudo clínico em Fase 3 que contraíram a doença.

Ele afirmou que o Butantan teve nesta quinta a reunião inicial com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), prevista no protocolo da agência para um pedido de uso emergencial da vacina e deve ter novo encontro com o órgão regulador ainda nesta quinta.

Ele voltou a afirmar que os testes clínicos com a CoronaVac mostraram que ela está entre os imunizantes mais seguros contra a Covid-19.