segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Em posicionamento enviado ao TCU, o Exército brasileiro fez lobby pela cloroquina, mesmo sem comprovação científica de que o remédio é eficaz no tratamento contra o coronavírus. O tribunal criticou a falta de coordenação do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia da Covid-19

Brasil 247, 21/12/2020, 18:59 h Atualizado em 21/12/2020, 19:19
   Cloroquina e o Exército brasileiro (Foto: Reuters | Marcos Corrêa/PR)

O Exército brasileiro afirmou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que a cloroquina "seria o equivalente a produzir esperança a milhares de corações aflitos com o avanço e os impactos da doença no Brasil e no mundo". Foi uma justificativa após o órgão questionar militares sobre o porquê de acelerar a produção de cloroquina em seu laboratório neste ano, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. A resposta está em documento oficial obtido pela agência Fiquem Sabendo, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Uma auditoria do TCU havia chegado à conclusão de que o governo Bolsonaro não tem um plano estratégico para enfrentar a pandemia. Os auditores do órgão também manifestaram preocupação com o descompasso entre o cronograma de fornecimento das vacinas contra o coronavírus e o de entrega das seringas e agulhas.

Entre março e junho, o laboratório do Exército fabricou mais de 3 milhões de comprimidos do medicamento, ainda sem comprovação científica sobre a eficácia dele em combater o coronavírus. Jair Bolsonaro, no entanto, já defendeu em várias ocasiões a aplicação do remédio para o tratamento de pessoas diagnosticadas com a Covid-19.

Butantan conclui última fase de testes da Coronavac e diz que 'em breve' vacina estará disponível

Com participação de mais de 13 mil voluntários, fase 3 dos testes clínicos da vacina Coronavac foram concluídos e os dados submetidos à análise. Decisão final, segundo diretor do Instituto Butantan, sai nesta quarta-feira (23)

Brasil 247, 21/12/2020, 18:10 h Atualizado em 21/12/2020, 18:20
Anvisa e CoronaVac (Foto: Divulgação)

O Instituto Butantan anunciou nesta segunda-feira (21) que concluiu a terceira e última fase de testes clínicos da vacina Coronavac, desenvolvida pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

“Para a Vacina do Butantan contra a Covid-19 chegar até você, ela passa antes por 3 fases de teste com pessoas. As fases 1 e 2 tiveram excelentes resultados e a fase 3, com o maior grupo de voluntários, foi finalizada e os resultados serão encaminhados para a ANVISA. Na China, 390 mil pessoas tomaram as duas doses da vacina em caráter emergencial. Em breve, a primeira vacina brasileira contra o coronavírus estará pronta para salvar vidas!”, publicou o Butantan em suas redes sociais.

Dimas Covas, diretor do instituto, disse que os resultados estarão disponíveis nesta quarta-feira (23). “O estudo clínico foi encerrado com mais de 13 mil participantes, e os dados foram submetidos à análise que envolve a decisão final e a apresentação dos dados pelo comitê internacional. Isso vai acontecer [no] dia 23, a data está mantida”, afirmou Covas.

Por que Bolsonaro, o pior cabo eleitoral, perdeu outra, mas continua vivo


Artigo de Thaís Oyama, Colunista do UOL, 21/12/2020 10h24

"Vote em Josiel para prefeito de Macapá. Um prefeito perfeitamente afinado com o presidente da República".

Jair Bolsonaro gravou no sábado um vídeo pedindo votos para o irmão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para 24 horas depois ver o candidato derrotado nas urnas.

O Twitter não perdoou: "Bolsonaro perdeu mais uma".

Na rede social, uma profusão de memes zombou da péssima performance do presidente nas eleições municipais: atualizadas as contas, dos 14 nomes que ele apoiou para prefeito, 12 saíram derrotados.

O novo fiasco do ex-capitão como cabo eleitoral fez muita gente repetir que o resultado das eleições atestava o derretimento de Bolsonaro e do bolsonarismo nas urnas.

Trata-se de uma avaliação incorreta. Ou, por outra, apenas parcialmente correta.

Os resultados das eleições municipais mostram o enfraquecimento de Bolsonaro e do bolsonarismo nas grandes cidades — entre os eleitores das capitais e regiões metropolitanas.

Todas as últimas pesquisas de opinião mostram que as regiões em que o governo tem sua pior avaliação são Sudeste e Nordeste, que concentram as cidades com maior densidade populacional.

Já nas demais regiões - Norte, Sul e Centro-Oeste, com cidades de menor concentração demográfica— o presidente tem mantido a estabilidade em relação às taxas de aprovação do meio do ano (o Sul mostra um ligeiro declínio).

Para analistas como Maurício Moura, CEO do instituto de pesquisas Ideia Big Data, isso indica que Bolsonaro está cindindo o Brasil em dois: o Brasil das grandes cidades e o Brasil do interior.

Nas cidades de maior densidade populacional, ajudam a derrubar a aprovação do presidente fatores como a redução do auxílio emergencial, a má gestão da epidemia e a degradação da imagem do ex-capitão no combate à corrupção.

Já nas cidades do interior, ou com menor densidade populacional, seguram a aprovação do presidente fatores como o auxílio emergencial (a redução do valor do benefício ainda não mostrou grande impacto por lá, segundo as pesquisas) e a pujança do agronegócio, beneficiado pela alta do dólar.

Nas eleições presidenciais de 2018, o crescimento do então candidato Bolsonaro começou nas capitais - as mesmas que agora o rejeitam.

Mas a essência bolsonarista da ojeriza à esquerda e do conservadorismo nos costumes continua ecoando forte no interior.

O que leva à conclusão de que Bolsonaro pode ter se saído mal nas eleições municipais, mas continua bem vivo.

(Quanto ao candidato derrotado à prefeitura de Macapá, Josiel Alcolumbre, que ninguém se compadeça dele porque não ficará desempregado por muito tempo. Seu irmão, Davi Alcolumbre, que, segundo afirmou Bolsonaro no vídeo, nunca negou socorro ao governo, já recebeu a promessa de um ministério assim que deixar a presidência do Senado. Com isso, Josiel, que é o seu primeiro suplente, poderá herdar o seu mandato. Quem disse que o ex-capitão não aprendeu nada em dois anos no poder?)

“Tem alguém mais contra a democracia do que o MDB?”, questiona Dilma

“Tem alguém mais contra a democracia do que foi o MDB? Golpe por golpe, eles deram um. Não há diferença substantiva entre Arthur Lira, Aguinaldo Ribeiro e Baleia Rossi. Mas se o PT conseguir alguma contenção de danos, está certo”, comentou a ex-presidente Dilma Rousseff ao analisar o cenário de articulações que irá eleger o próximo presidente da Câmara. 

Brasil 247, 21/12/2020, 13:49 h Atualizado em 21/12/2020, 14:21
    (Foto: Reprodução)

A ex-presidente Dilma Rousseff analisou nesta segunda-feira (21) o cenário de articulações que irá eleger o próximo presidente da Câmara e a frente dos 11 partidos que reúne esquerda, centro-esquerda e o chamado “centrão”, liderada pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para fazer oposição ao candidato de Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL). “Não há diferença substantiva entre Arthur Lira, Aguinaldo Ribeiro e Baleia Rossi. Mas se o PT conseguir alguma contenção de danos, está certo”.

A entrevista foi concedida ao jornalista Breno Altman, no canal Opera Mundi, e reproduzida na TV 247. 

A ex-presidente também apontou o papel nocivo do MDB, sigla de Michel Temer, seu vice, que foi o principal articulador de sua queda. “Tem alguém mais contra a democracia do que foi o MDB? Golpe por golpe, eles deram um”, relembrou.




A petista criticou a pauta de reformas de Maia. “Não é apenas danosas para nossos interesses, é para o Brasil. Alienação do pré-sal, por exemplo”. 

Em sua visão, “Bolsonaro aguarda as eleições das Casas para incluir o MDB e sua criatura, que é o centrão, para compor o governo, mirando a reeleição em 2022”.

TCU diz que governo Bolsonaro não tem plano para combater a covid

Técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União) afirmam, após auditoria, que o governo Bolsonaro não tem planos de combate à covid-19. Além do comportamento negacionista de Jair Bolsonaro e de seu ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, o governo não tem plano estratégico de ação e não entrega os equipamentos necessários ao enfrentamento da pandemia

Brasil 247, 21/12/2020, 05:36 h Atualizado em 21/12/2020, 06:21
   Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) chegou à conclusão de que o governo Bolsonaro não tem um plano estratégico para enfrentar a pandemia de cobid-19.

Reportagem da jornalista Constança Rezende aponta que entre os problemas constatados estão a falta de entrega de equipamentos de proteção individual, respiradores, kits de testes e irregularidades em contratos. 

Os auditores do TCU também manifestaram preocupação com o descompasso entre o cronograma de fornecimento das vacinas contra a covid e o de entrega das seringas e agulhas.




Questionado sobre o relatório, o Ministério da Saúde respondeu, em nota, que viabiliza ações para o combate à covid-19. Mas o tribunal afirma que não há um planejamento minimamente detalhado. 

O Ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello, não compreende como função do ministério a articulação de ações com os estados e municípios, o que dificulta ações integradas de compras de materiais e representa risco para o adequado uso de recursos.

De acordo como o TCU, o não cumprimento pelo governo das ações necessárias ao combate à pandemia pode gerar a responsabilização dos gestores do ministério".
Hacker Walter Delgatti Neto, responsável pela divulgação das conversas entre procuradores da Lava Jato, afirmou que o ministro do STF Luís Roberto Barroso auxiliou e orientou o procurador Deltan Dallagnol, então coordenador da operação, sobre “o que colocar” nos processos

Brasil 247, 21/12/2020, 07:41 h Atualizado em 21/12/2020, 08:19
    Barroso, Walter Delgatti Neto e Deltan Dallagnol (Foto: STF | Reprodução | ABr)

O hacker Walter Delgatti Neto, responsável pela divulgação das conversas entre procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro, afirmou que os procuradores da força-tarefa desejavam prender os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Ainda segundo ele, o ministro do STF Luís Roberto Barroso auxiliou o procurador Deltan Dallagnol, então coordenador da Lava Jato, sobre “o que colocar” nos processos. 

"Eles queriam. Eu não acho, eles queriam. Inclusive Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Eles tentavam de tudo pra conseguir chegar ao Gilmar Mendes e ao Toffoli, eles tentaram falar que o Toffoli tentou reformar o apartamento e queria que a OAS delatasse o Toffoli, eles quebraram o sigilo do Gilmar Mendes na Suíça, do cartão de crédito, da conta bancária dele, eles odiavam o Gilmar Mendes, falavam mal do Gilmar Mendes o tempo todo”, disse Delgatti em entrevista exibida neste domingo (20) pelo programa CNN Série Originais

Ainda de acordo com o hacker, “o [ministro do STF Luís Roberto] Barroso, eles tinham um laço bem próximo. O Barroso e o Deltan [Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato] conversavam bastante, (sobre) vida pessoal. Inclusive o Barroso, em conversas, auxiliava o que colocar na peça, o que falar. Um juiz auxiliando, também, o que deveria fazer um procurador”, 



Na entrevista, Delgatti contou que conseguiu acessar celulares de quatro ministros do STF, além dos aparelhos de Jair Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do vereador pelo Rio Carlos Bolsonaro. Ainda segundo ele, o telefone do ministro Alexandre de Moraes não continha troca de mensagens. 

Delgatti relata que acessou o celular de quatro ministros do STF. No de Alexandre de Moraes não havia mensagens. “Ele apagava tudo. Tive acesso também ao e-mail dele, tinha, inclusive, o livro novo dele. Eu apenas baixei o livro para ler, mas.... Tinha conversas em e-mail, mas era entre eles [ministros do STF], era conversa de processo, que não tinha interesse. Era conversa formal. Acredito que era, inclusive, o assessor dele que mandava o e-mail, não ele. Já quanto ao Telegram, não tinha conversa nenhuma, ele apagava todas”. 

Sobre o acesso aos telefones celulares do clã Bolsonaro, ele disse que as trocas de mensagens eram efetuadas por meio de um chat privado. “As conversas deles eram apagadas. Eles apenas diziam que era para ir para o chat secreto. Uma pessoa que acessa a sua conta não consegue acessar a conversa do chat secreto”, afirmou. 

Ainda conforme Delgatti, o jornalista Glenn Greenwald - que divulgou o conteúdo das mensagens no site The Intercept, no que ficou conhecido como “Vaza Jato” - não pagou pelo material que ele havia hackeado. 

Delgatti também revelou que os integrantes da Lava Jato tinham o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um dos eixos centrais da força-tarefa. “O foco era o Lula, mas os empresários, também, e outros políticos, ou diretores da Petrobras que eles mantinham presos até a pessoa falar. Exemplo: o Léo Pinheiro. Eles falavam: ‘Se ele enviar, fizer a delação e não falar do Lula, não será aceita’. Tinha conversa assim”, disse.

Deputada do PSOL é alvo de ameaças de morte no Rio

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, a deputada Renata Souza deverá registrar um boletim de ocorrência em função das ameaças de morte dirigidas contra ela nas redes sociais

Brasil 247, 21/12/2020, 11:11 h Atualizado em 21/12/2020, 11:14
   Renata Souza (Foto: Divulgação)

A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputada estadual Renata Souza (PSOL) deverá registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) em função das ameaças de morte dirigidas contra ela. As ameaças foram feitas pelas redes sociais na semana passada. 

De acordo com reportagem do jornal O Globo, a parlamentar também comunicou a presidência da Alerj sobre as ameaças. A mesa diretora da Casa teria solicitado que a Secretaria de Polícia Civil investigue o caso. 

De acordo com a assessoria de Renata Souza, o autor das ameaças teria postado que a parlamentar “fala de mais (sic)... vai perder a linguinha”. “Por isso que Marieli (sic) morreu”, escreveu o agressor em outro trecho do post.

“Nosso bloco não fortalece o Rodrigo Maia, ele fortalece a oposição”, diz Gleisi

Gleisi Hoffmann disse que o ingresso dos partidos de esquerda no bloco de Rodrigo Maia (DEM), "não é uma adesão ao que eles pensam". "É uma aliança pontual. Não temos ilusão ao Rodrigo Maia, mas ele demarca com o governo em questões relevantes, principalmente quando se trata de um fascista que está do lado de lá”. 

Brasil 247, 21/12/2020, 12:54 h Atualizado em 21/12/2020, 12:54
   (Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados | ABr)

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, comentou a respeito da composição da sigla no bloco para eleição do novo presidente da Câmara que conta com a adesão de onze partidos de esquerda e também do chamado “centrão”. Em entrevista concedida ao programa Bom Dia 247, nesta segunda-feira (21), ela salientou que “participar do bloco não é uma adesão ao que eles pensam, é uma aliança pontual, não temos ilusão com o Rodrigo Maia, mas ele demarca com o governo em questões relevantes, principalmente quando se trata de um fascista que está do lado de lá”.

A frente dos 11 partidos é hoje o principal bloco de oposição ao candidato de Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL). 

Na entrevista, Gleisi relembrou que Maia já se opôs ao governo Jair Bolsonaro em pontos importantes como a "questão do meio ambiente, das defesas das instituições, defesa da ordem democrática, dos direitos e garantias individuais” e que “isso é relevante quando o cara de direita do lado de lá tem aspectos fascistas”. 




Gleisi também apontou prioridades que estão sendo debatidas na composição do bloco e cita o plano nacional de vacinação contra a Covid, a continuidade da renda emergencial e uma agenda contra as privatizações. 

“Precisamos ter o mínimo de condições de frear retrocessos e vamos explorar as contradições deles, dos conservadores que estão operando o sistema”, acrescentou. 

Questionada sobre o tema da queda de Bolsonaro, ela relatou que “é preciso abrir o debate com a sociedade sobre o impeachment, mas não conseguimos costurar esse tema dentro da aliança” dos 11 partidos que compõe o bloco.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Bolsonaro pode mandar 17 milhões de brasileiros de volta à pobreza com fim do auxílio

Redução do valor do auxilio emergencial fez com que a renda de cerca de 7 milhões de brasileiros ficasse abaixo do nível de pobreza. Estimativa é que o fim definitivo do benefício, no começo de 2021, coloque 17 milhões nesta situação

Brasil 247, 20/12/2020, 07:48 h Atualizado em 20/12/2020, 08:01
   (Foto: ABr)

A decisão da equipe econômica que resultou na redução do valor do auxilio emergencial pago durante a pandemia fez com que a renda de cerca de 7 milhões de brasileiros ficasse abaixo do nível de pobreza, de até R$ 5,50 por dia, no mês de outubro, em relação ao mês anterior. A estimativa é que este contingente chegue a 17 milhões com o fim definitivo do benefício, no começo de 2021. 

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o número representa 26,2% da população, um ponto percentual mais elevado que o registrado em 2019. Em setembro, devido ao auxílio emergencial, o indicador estava em 18,3%, menor valor dos últimos dez anos. 

De acordo com o estudo do pesquisador do FGV Ibre, (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) Vinícius Botelho, 6,5 milhões de brasileiros deixaram a linha de extrema pobreza, representada por renda de até US$ 1 por dia, em função do auxílio de R$ 600. A redução do valor pela metade, porém, fez com 800 mil brasileiros voltassem a este patamar. O fim definitivo do benefício deverá fazer que mais oito milhões voltem a este patamar. 




O levantamento aponta, ainda, que esta parcela da população havia passado de 4,3% para 1,2% de 2019 até setembro deste ano, deixando o país próximo de zerar a extrema pobreza. O percentual, porém, subiu para 1,6% em outubro e deverá chegar a 5,3% em 2021.

De acordo com Botelho, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita teria que crescer 7,1% sobre o resultado de 2019 para que a pobreza voltasse ao nível de 2014, quando foram registrados os melhores resultados na redução da pobreza. Para que a extrema pobreza fosse zerada, o Brasil teria que crescer 16,3%. E para que todas as famílias tenham renda per capita acima de US$ 5,50, o crescimento teria que ser de quase 60%.

Em dissertação de mestrado, juíza federal conclui: Lava Jato manipulou processos contra Lula

A juíza Fabiana Alves Rodrigues concluiu que o Judiciário agiu com parcialidade e violou os direitos individuais em processos contra Lula na Lava Jato. Além disso, segundo a magistrada, o ex-presidente era o alvo central da força-tarefa desde o início de seus trabalhos

Brasil 247, 20/12/2020, 13:27 h Atualizado em 20/12/2020, 13:27
(Foto: Brasil247 | Abr)

Em tese de mestrado em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP), a juíza federal Fabiana Alves Rodrigues, substituta na 10.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, concluiu que a Operação Lava Jato e a Justiça Federal operaram em uma zona cinzenta que dá margem a questionamentos quanto ao cumprimento de preceitos básicos da democracia em processos contra o ex-presidente Lula.

Foram violados, por exemplo, segundo a especialista, princípios basilares como a imparcialidade do Judiciário e a garantia de direitos individuais.

A tese de Fabiana Rodrigues tornou-se livro: Lava Jato – Aprendizado Institucional e Ação Estratégica na Justiça.




Comparando ações contra Lula e outros processos tanto na 13.ª Vara Criminal de Curitiba quanto no TRF-4, a juíza verificou que magistrados aceleraram a condenação no caso do triplex do Guarujá para impedir que o ex-presidente concorresse nas eleições de 2018.

O estudo ainda confirmou que Lula era o alvo desde o início da operação. "Dizendo claramente: se a condenação de Lula em segunda instância não tivesse ocorrido a tempo de impedir sua candidatura, a pena imposta ao alvo central da operação não seria aplicada se ele vencesse em 2018. É interessante destacar que a escolha política dos atores do Judiciário Federal, que, tendo em mãos a opção de deixar sob as rédeas do eleitor o controle político da responsabilidade de Lula sobre os desvios na Petrobras, optaram por excluir essa possibilidade para fazer prevalecer a caneta dos togados”.