domingo, 27 de setembro de 2020

Globo aciona STF contra censura a divulgação de documentos sobre Flávio Bolsonaro De acordo com a defesa da Globo, as decisões do TJ do Rio desrespeitam posicionamento do STF sobre liberdades de expressão e de imprensa e ao direito à informação 27 de setembro de 2020, 17:00 h Atualizado em 27 de setembro de 2020, 18:13 53 11 (Foto: Reuters | Reprodução) Siga o Brasil 247 no Google News Assine a Newsletter 247 Por Tábata Viapiana, no ConJur - A alegação de que o feito tramita em segredo de justiça não é suficiente para impedir a divulgação da informação, uma vez que a obrigação de manter o sigilo não se estende a terceiros, como os jornalistas, mas se restringe aos funcionários públicos. Com esse argumento, a Rede Globo acionou o Supremo Tribunal Federal contra decisões da Justiça do Rio de Janeiro que proibiram a emissora de divulgar documentos sobre uma investigação do Ministério Público contra o senador Flávio Bolsonaro. O inquérito apura suposta prática de "rachadinha" no gabinete de Flávio enquanto ele foi deputado estadual no Rio de Janeiro. A RCL 43.671 foi distribuída ao ministro Gilmar Mendes. Na inicial, a Globo, patrocinada pelo escritório Binenbojm e Carvalho Britto, pediu a concessão de liminar para autorizar a divulgação de documentos e informações sobre o caso nas reportagens da emissora. De acordo com a defesa da Globo, as decisões do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro desrespeitam sólido posicionamento do Supremo Tribunal Federal em matéria de proteção às liberdades de expressão e de imprensa e ao direito à informação. A inicial cita o julgamento da ADPF 130. "A livre manifestação do pensamento e o direito à informação (do qual se extrai um correspondente dever da imprensa de informar) são pilares de um mercado livre de ideias e, por via de consequência, do próprio Estado Democrático de Direito. Trata-se de valores essenciais protegidos pela Constituição, que impõem a vedação a qualquer tipo de censura prévia, inclusive aquelas emanadas do Poder Judiciário, a não ser em hipóteses excepcionalíssimas", diz a inicial. Ainda conforme a defesa, a proibição compromete, "de forma grave", o exercício da atividade jornalística da Rede Globo e o direito da sociedade de ser livremente informada a respeito de fatos de interesse público, "que envolvem pessoa pública, um senador da República, filho do presidente da República, durante período em que era deputado estadual".

De acordo com a defesa da Globo, as decisões do TJ do Rio desrespeitam posicionamento do STF sobre liberdades de expressão e de imprensa e ao direito à informação

Brasil 247, 27/09/2020, 17:00 h Atualizado em 27/09/2020, 18:13
   (Foto: Reuters | Reprodução)

Por Tábata Viapiana, no ConJur - A alegação de que o feito tramita em segredo de justiça não é suficiente para impedir a divulgação da informação, uma vez que a obrigação de manter o sigilo não se estende a terceiros, como os jornalistas, mas se restringe aos funcionários públicos.

Com esse argumento, a Rede Globo acionou o Supremo Tribunal Federal contra decisões da Justiça do Rio de Janeiro que proibiram a emissora de divulgar documentos sobre uma investigação do Ministério Público contra o senador Flávio Bolsonaro. O inquérito apura suposta prática de "rachadinha" no gabinete de Flávio enquanto ele foi deputado estadual no Rio de Janeiro.

A RCL 43.671 foi distribuída ao ministro Gilmar Mendes. Na inicial, a Globo, patrocinada pelo escritório Binenbojm e Carvalho Britto, pediu a concessão de liminar para autorizar a divulgação de documentos e informações sobre o caso nas reportagens da emissora. 

De acordo com a defesa da Globo, as decisões do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro desrespeitam sólido posicionamento do Supremo Tribunal Federal em matéria de proteção às liberdades de expressão e de imprensa e ao direito à informação. A inicial cita o julgamento da ADPF 130.

"A livre manifestação do pensamento e o direito à informação (do qual se extrai um correspondente dever da imprensa de informar) são pilares de um mercado livre de ideias e, por via de consequência, do próprio Estado Democrático de Direito. Trata-se de valores essenciais protegidos pela Constituição, que impõem a vedação a qualquer tipo de censura prévia, inclusive aquelas emanadas do Poder Judiciário, a não ser em hipóteses excepcionalíssimas", diz a inicial. 

Ainda conforme a defesa, a proibição compromete, "de forma grave", o exercício da atividade jornalística da Rede Globo e o direito da sociedade de ser livremente informada a respeito de fatos de interesse público, "que envolvem pessoa pública, um senador da República, filho do presidente da República, durante período em que era deputado estadual".

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Na ONU, Bolsonaro mentiu de novo; mais assustador é que parte das forças armadas acredita e apoia o fraudador

Viomundo, 24/09/2020 - 20h44
   Fotos: Reprodução de vídeo e Marcos Corrêa/PR

Fraude

Por Dr. Rosinha*

Até o momento, a fraude é vitoriosa no Brasil e quer vencer na Organização das Nações Unidas (ONU).

Através da fraude judicial, trabalhando em conjunto na política e nas mídias sociais, o fraudador e representante dos fraudadores Jair Bolsonaro chegou à presidência do Brasil.

Me refiro aqui a todas as instâncias do sistema judiciário e não apenas à Lava Jato.

Ou seja, da primeira instância às cortes superiores.

Não escrevo à presidência da República porque, aqui, República só existe no papel.

Os governos brasileiros não são republicanos.

Os que tentaram ser republicanos — Lula e Dilma – foram golpeados.

Se um fraudador apoiado por fraudadores chegou à presidência e governa com fraudadores, o que podemos esperar?

Seriedade?

Verdades?

Lamentavelmente, mais fraudes, como vimos na fala dele na ONU.

Lá, cada país, através de seus representantes, fala o quer.

O problema é que quem o ouviu, deve ter se perguntado: “como o povo brasileiro, tão boa gente elegeu um cara — ou o adjetivo que você preferir — como esse?”

Morro de vergonha.

Aliás, nós, brasileiros, já fizemos inúmeras vezes a mesma pergunta em relação aos alemães e italianos: “Como vocês permitiram a ascensão de Hitler? E do Mussolini”

Além da vergonha que passamos perante ao mundo pelo que falou Bolsonaro na ONU, o que mais pode ocorrer?

Nada.

O fraudador faz isso porque entende que a ONU é a própria fraude.

Bolsonaro por mais de uma vez declarou que a ONU é comunista e que suas decisões não merecem respeito.

Num certo sentido, essa imagem de pouco respeito foi sendo construída ao longo dos anos.

Como exemplo, trago aqui as resoluções da ONU que dizem respeito a Israel e o respeito ao território palestino.

Lamentavelmente, elas não são cumpridas.

A resolução de invasão militar do Iraque foi tomada por pressão principalmente dos Estados Unidos.

Se a ONU não tem poder de obrigar o cumprimento de suas resoluções ou que elas sejam tomadas de modo imparcial, alguns governantes, como Bolsonaro e Trump, entendem que ela é uma fraude.

A relevância que se esperava da ONU não existe.

As grandes potências acatam as decisões quando lhes interessa. Caso contrário, as ignoram.

Os protestos contra a ONU vão de governantes a cidadãos.

Aqui, lembro a canção Conversação de Paz, de Sérgio Ricardo, de 1971, época da ditadura militar no Brasil:

Hoje finalmente vai ter reunião/

Conversação, conversação, conversação de paz/

Vão chegando os ministros das relações/

De um lado o civil, do outro o militar/

Variadas ceitas e religiões/ …

Ana, Ana/

A ONU está me dando sono/

Guerra, guerra, guerra/

Está explodindo a Terra/

Acorda, olha a guerra/

O dono da terra/

O dono de toda a guerra…

Blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá

Ocorre que o blá, blá, blá de Bolsonaro na 75ª Assembleia ONU, assim como foi no ano passado, é mentiroso e fraudulento.

Mas, algum brasileiro/a esperava outra coisa além de mentiras e fraudes?

No seu vergonhoso discurso — para os brasileiros que pensam –, Bolsonaro fez um apelo contra a cristofobia.

Pediu às nações que se unam para lutar contra o preconceito aos cristãos.

A Organização Não Governamental Portas Abertas, que apoia os cristãos – segundo ela – perseguidos, tem uma lista de 50 países.

O nome do Brasil não consta.

Ao contrário, aqui, os fundamentalistas cristãos são os que perseguem os que consideram não cristãos ou que praticam atos e ações que consideram não cristãos, como, por exemplo, os homossexuais.

Perseguem também os praticantes de religião de matriz africana, como Pais e Mães de Santo.

Na ONU, Bolsonaro foi o Bolsonaro de sempre.

Simplesmente repetiu o que faz no dia a dia no Brasil: mentiu.

Na ONU, com seu blá, blá, blá fascista e mentiroso, provou – mais uma vez – que é um mentiroso contumaz, um fraudador.

O assustador e preocupante disso tudo é que parte importante das forças armadas acredita e apoia o fraudador e suas fraudes.

Papa confronta Bolsonaro e discursa na ONU em defesa da Amazônia e dos indígenas

"Penso também na perigosa situação da Amazônia e de seus povos indígenas. Eles nos lembram que a crise ambiental está intimamente ligada a uma crise social", afirmou o Papa Francisco em discurso na 75ª Assembleia-Geral ONU. Discurso confronta Jair Bolsonaro, que nega os incêndios na floresta e culpa índios pela devastação

Brasil 247, 25/09/2020, 12:33 h Atualizado em 25/09/2020, 14:51
   Papa Francisco e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters | Agência Brasil)

Em pronunciamento na sessão de debates da 75ª Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), o Papa Francisco falou em "perigosa situação" da Amazônia e disse que a emergência ambiental está "intimamente ligada à crise social". No Brasil, a Amazônia perdeu 265.113 km² de vegetação de 2000 e 2018, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O volume corresponde à perda de uma área superior a 32,1 milhões de campos de futebol "Padrão Fifa" com dimensões de 110m x 75m, equivalente a 8.250 metros quadrados (m²). 

"Penso também na perigosa situação da Amazônia e de seus povos indígenas. Eles nos lembram que a crise ambiental está intimamente ligada a uma crise social e que o cuidado com o meio ambiente exige uma aproximação integrada para combater a pobreza e a destruição", afirmou.

"Não devemos deixar para as próximas gerações os problemas das anteriores. Devemos nos perguntar seriamente se existe entre nós a vontade política para mitigar os efeitos negativas da mudança climática, assim como para ajudar as populações mais pobres e vulneráveis, que são as mais afetadas", acrescentou.

De acordo com o IBGE, áreas de pastagem com manejo aumentaram 71,4% na Amazônia, ao passar de 248.794 quilômetros quadrados (km²) para 426.424 km² em 18 anos. As áreas agrícolas na floresta aumentaram de 288%, ao pular de 17.073 km² para 66.350 km².

Apesar de o Papa citar o Acordo de Paris sobre o clima, assinado no fim de 2015, ele afirmou ser preciso "admitir honestamente que, ainda que alguns progressos tenham sido alcançados, a pouca capacidade da comunidade internacional para cumprir suas promessas de cinco anos atrás" evidencia que é necessário evitar discursos "tranquilizantes" e agir para instituições políticas serem "realmente efetivas".

Enquanto o Papa faz o alerta para o desmatamento, Jair Bolsonaro insiste em negar o problema e culpa índios e ONGs. Em discurso pela Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça-feira (22), ele disse haver uma "campanha de desinformação" contra a política ambiental do seu governo. Também voltou a dizer que, no caso da Amazônia, a floresta não pega fogo por ser úmida.

Aprovação de Bolsonaro despenca para 35% e 42% reprovam governo

Pesquisa realizada pela Exame/Ideia indica que a popularidade de Jair Bolsonaro despencou de 40% para 35% nas últimas semanas. Desaprovação é maior entre a população mais vulnerável, que sofre com a alta dos alimentos e redução do auxílio emergencial

Brasil 247, 25/09/2020, 13:18 h Atualizado em 25/09/2020, 14:51
   Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

A aprovação de Jair Bolsonaro despencou, de 40% para 35%, nas últimas semanas, segundo pesquisa publicada pela Exame/Ideia nesta sexta-feira (25). O levantamento também indicou que 42% da população reprova as ações do Governo Federal. 

A pesquisa, que entrevistou 1.200 pessoas por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 21 e 24 de setembro, indica alta do preço da cesta básica somada a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, foram essenciais na reprovação de Bolsonaro. 

Segundo reportagem publicada no portal Exame, a maior rejeição a Bolsonaro encontra-se nos grupos mais vulneráveis. No grupo dos mais insatisfeitos estão aqueles que não conseguiram completar o ensino fundamental (41%) e ganham até um salário mínimo (54%). Já entre os brasileiros que seguem apoiando o governo, a maioria é formada por pessoas com renda superior a cinco salários mínimos (49%), com diploma universitário (40%) e é moradora da região centro-oeste (42%).

O levantamento também indicou que hoje 34% dos brasileiros consideram o governo ótimo ou bom. Outros 26% avaliam a gestão do presidente como regular e 39% classificam sua administração como ruim ou péssima.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

PDT pede ao STF que Bolsonaro explique declarações dadas à ONU

Partido quer saber se Jair Bolsonaro tem informações concretas ou se equivocou ao afirmar, por exemplo, que que caboclos e índios estavam queimando a floresta Amazônica para subsistência e pede estudos para embasar a afirmação de que as queimadas foram naturais

Brasil 247, 23/09/2020, 15:11 h Atualizado em 23/09/2020, 15:33
    Jair Bolsonaro, Pantanal em chamas e óleo no Nordeste (Foto: Reprodução | Reuters)

O PDT apresentou uma interpelação judicial junto ao Supremo Tribunal Federal para que Jair Bolsonaro explique declarações feitas em seu discurso na abertura da 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

No pedido, encaminhado ao presidente da Corte, ministro Luiz Fux, o partido quer saber se o presidente tem informações concretas ou se equivocou ao afirmar, por exemplo, que caboclos e índios estavam queimando a floresta Amazônica para subsistência.

A legenda pede também que sejam apresentados estudos que embasaram a fala de Bolsonaro ao afirmar que as queimadas no Pantanal foram naturais. 

E ainda pergunta se “já foi tomada alguma medida investigativa para deslindar os fatos e punir indígenas e caboclos que estejam realizando queimadas?”.


Aras vai decidir se denuncia Flávio Bolsonaro por faltar à acareação com Paulo Marinho

Flávio Bolsonaro não compareceu a acareação marcada pelo MPF e, no mesmo dia, surgiu em um vídeo dançando ao lado do apresentador Sikêra Júnior. A investigação a qual o senador está submetido apura um possível vazamento da Operação Furna da Onça

Brasil 247, 22/09/2020, 17:56 h Atualizado em 22/09/2020, 19:53
   Augusto Aras e Flávio Bolsonaro (Foto: ABr)

O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou nesta terça-feira (22) à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro por desobediência. 

Flávio não compareceu a uma acareação marcada pelo MPF para a segunda-feira (21). A investigação a qual o senador está submetido apura um possível vazamento da Operação Furna da Onça em 2018 que beneficiava o parlamentar. O procurador-geral da República, Augusto Aras, decidirá se vai, ou não, denunciar o senador ao Supremo Tribunal Federal (STF), segundo Leandro Resende, da CNN.

O senador faria a acareação juntamente com o empresário Paulo Marinho, seu ex-suplente.

A defesa de Flávio afirmou que o parlamentar tinha um compromisso no Amazonas. Entretanto, no dia da acareação, o senador surgiu dançando uma música homofóbica ao lado do apresentador Sikêra Júnior.

Dilma aponta as 12 mentiras contadas por Bolsonaro na ONU

Em artigo, a ex-presidente Dilma Rousseff apontou as mentiras presentes no discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU. "Praticamente não há uma sentença no discurso de Bolsonaro na ONU que não cometa pelo menos uma falsificação, uma manipulação, uma adulteração dos fatos” , disse

Brasil 247, 23/09/2020, 12:10 h Atualizado em 23/09/2020, 13:55
   Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro (Foto: Brasil 247 | Marcos Corrêa/PR)

A ex-presidente Dilma Rousseff escreveu um artigo nesta quarta-feira (23) apontando as mentiras presentes do discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (22). 

"Praticamente não há uma sentença no discurso de Bolsonaro na ONU que não cometa pelo menos uma falsificação, uma manipulação, uma adulteração dos fatos” denunciou Dilma. 

Leia a íntegra do artigo: 

Praticamente não há uma sentença no discurso de Bolsonaro na ONU que não cometa pelo menos uma falsificação, uma manipulação, uma adulteração dos fatos. O Brasil que Bolsonaro descreve não existe, e não existe por causa dele.

As maiores florestas brasileiras ardem em chamas, com recordes de incêndios, e ele culpa os índígenas, que são as primeiras vítimas desses crimes ambientais.

Os maiores biomas do país são consumidos pelo desmatamento ilegal, e ele diz que exerce controle rigoroso sobre a ação dos destruidores das florestas, o que é falso.

O Brasil voltou a registrar a mazela da fome, que maltrata mais de 10 milhões de pessoas, e ele se jacta de estar alimentando o mundo.

Quase 140 mil brasileiros já morreram de Covid19, e ele diz que agiu com rigor para combater a doença. ao mesmo tempo em que culpa os governadores pelas mortes.

Bolsonaro dissimula de maneira contumaz e o faz por cálculo, não por ignorância. Mesmo quando fala na ONU, não é ao mundo que está se dirigindo, mas ao seus seguidores mais radicalizados, que ele mantém mobilizados à base de fake news e deturpações da verdade. Seu objetivo é manter a iniciativa política e a polarização. Foi assim que, na Itália dos anos 1910 e 1920 e na Alemanha dos anos 1930, o fascismo e o nazismo cresceram até chegar ao poder: mobilizando permanentemente uma minoria de seguidores agressivos, capazes de intimidar o campo democrático da sociedade.O mundo já não acredita em Bolsonaro. Parte dos brasileiros já não acredita nele. Mas não há sinal de que ele pretenda parar. Terá de ser parado.

No texto a seguir, é possível verificar pelo menos 12 falsificações que Bolsonaro apresentou ao mundo, ontem, no seu discurso.

1

A fala – “Desde o princípio, alertei, em meu país, que tínhamos dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade.”

A verdade – Bolsonaro negou a gravidade da doença. Tratou-a com desdém, afirmando que era uma gripezinha. Não tomou medidas efetivas para garantir o emprego, propôs R$ 200 de auxílio emergencial e foi apenas diante da pressão da sociedade e da iniciativa da oposição no Congresso que acabou sendo aprovado o valor de R$ 600. Por culpa do governo, o Brasil foi o país que menos aplicou testes. Bolsonaro foi contrário ao isolamento e distanciamento social, ele próprio promovendo e participando de aglomerações e desprezando o uso de máscaras. Defendeu e expandiu a produção de cloroquina, enquanto deixava de adquirir analgésicos para a implantação de tubos respiratórios nos doentes graves.

2

A fala – “Por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram delegadas a cada um dos 27 governadores das unidades da Federação. Ao Presidente, coube o envio de recursos e meios a todo o País.”

A verdade – Bolsonaro vem se escondendo por trás de uma decisão do STF que, supostamente, transferia o poder de enfrentar a Covid-19 para estados e municípios. Trata-se de uma versão inverídica e absurda, pois há uma clara obrigação constitucional da Presidência da República de coordenar ações diante da gravidade da crise sanitária, que já matou 138 mil pessoas; também somos uma Federação e, assim, há o dever intransferível de a União articular a ação dos 26 estados, o Distrito Federal e os 5.570 municípios. O Supremo nunca eximiu o governo federal do dever de agir, nem transferiu seu poder. Apenas deu a estados e municípios o direito de também tomar decisões sobre medidas sanitárias, de isolamento e de distanciamento social, segundo suas circunstâncias específicas.

3

A fala – “Nosso governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior: concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente 1000 dólares…”

A verdade – Não houve arrojo, mas mesquinharia. Bolsonaro tentou impor um auxílio emergencial de apenas R$ 200 por mês. O auxílio só foi de R$ 600 por decisão do Congresso, proposta pelo PT e demais partidos de oposição, impondo uma derrota ao governo. Bolsonaro insinua, na fala, que pagou mil dólares por mês. Mas mesmo somadas, as parcelas do auxílio emergencial estarão longe de totalizar mil dólares. Se cumprir o que anunciou, o governo terá pago, até o fim de dezembro, 5 parcelas de R$ 600 e no máximo 4 parcelas de R$ 300. Isto totalizará, na melhor hipótese, R$ 4.200, muito abaixo de mil dólares, que são R$ 5.470. A iniquidade do governo também se fez sentir no tratamento dado aos que têm direito ao auxilio emergencial, na forma de milhões de exclusões injustificadas, atrasos, filas e aglomerações nas agências da Caixa, aplicativos que não funcionam — um labirinto burocrático que transformou a busca por ajuda num grande sofrimento.

4

A fala – “[Nosso governo] assistiu a mais de 200 mil famílias indígenas com produtos alimentícios e prevenção à Covid.”

A verdade – Do projeto aprovado no Senado de apoio às comunidades indigenas, Bolsonaro vetou artigos que obrigavam o governo federal a fornecer água potável, material de higiene e limpeza e cestas básicas às aldeias. Em outro momento, proibiu a entrada de equipes da organização Médicos sem Fronteiras nas comunidades indigenas.

5

A fala – “Não faltaram, nos hospitais, os meios para atender aos pacientes de covid.”

A verdade – O governo federal falhou fragorosamente no planejamento e na distribuição de máscaras, EPIs e respiradores aos hospitais de todo o país. A testagem é uma das mais baixas do mundo. A falta de testes suficientes é uma das causas de o Brasil ter se tornado um dos epicentros da doença no mundo. A maior parte dos recursos federais destinados ao combate à pandemia nos estados não foi liberada de fato, segundo várias reportagens. A maioria das máscaras e equipamentos prometidos não chegou aos hospitais e os estados e prefeituras foram obrigados a agir por conta própria. Faltaram equipamentos e medicamentos nos hospitais, sobrou cloroquina nas prateleiras do ministério da Saúde, comandando por um militar especializado em logística.

6

A fala – “O caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas. Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação.”

A verdade – Praticamente todos os casos de incêndios na Amazônia e no Pantanal identificados ou suspeitos de ação criminosa foram cometidos por fazendeiros, grileiros e invasores de terras públicas e reservas florestais e terras indigenas. Sentiram-se autorizados para tal diante do desmonte das políticas de contenção do desmatamento e da fiscalização. Os caboclos e os indígenas são, sabidamente, vitimas dos incêndios e do desmatamento criminosos, não seus autores. Dados obtidos pelo sistema de monitoramento da NASA mostram que 54% dos focos de incêndios na Amazônia estão relacionados ao desmatamento. No Pantanal, organizações de proteção ambiental informam que incêndios iniciado em 9 fazendas particulares destruiram 141 mil hectares, quase a área da capital de São Paulo. Cinco destas fazendas estariam sendo investigadas pela PF.

7

A fala – “Lembro que a Região Amazônica é maior que toda a Europa Ocidental. Daí a dificuldade em combater, não só os focos de incêndio, mas também a extração ilegal de madeira e a biopirataria. Por isso, estamos ampliando e aperfeiçoando o emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com a participação das Forças Armadas.”

A verdade – A extração ilegal de madeira e os incêndios criminosos não são combatidos devidamente por causa da leniência deliberada do governo Bolsonaro, que desde ao assumir desautorizou, fragilizou e desmontou a fiscalização, assim como cometeu ataques contra o INPE, tendo, inclusive, demitido seu diretor, um dos cientistas mais respeitados do Brasil. O ministério do Meio Ambiente não apenas suspendeu o trabalho de fiscalização, e cancelou operações, como tem protegido os verdadeiros criminosos ambientais. Chegou a trazer a Brasília, em aviões da FAB, para reunião com o ministro, um grupo de garimpeiros ilegais que atuava em reserva indígena. Em famosa reunião ministerial, filmada e divulgada, o ministro defendeu que o governo aproveitasse a distração criada pela pandemia para, como disse, “passar a boiada” de decretos e portarias que facilitem os crimes ambientais. 

8

A fala – “Somente o insumo da produção de hidroxicloroquina sofreu um reajuste de 500% no início da pandemia.”

A verdade – No Brasil e no mundo, a comunidade científica séria e conceituada alertou o tempo todo, desde o início da pandemia, para o fato de que a cloroquina e a hidroxocloroquina não têm eficácia contra a Covid19, em nenhum estágio da doença, e podem, ao contrário, acarretar efeitos colaterais que levam à morte. Até mesmo Trump, a quem Bolsonaro imitou agindo como garoto-propaganda de um remédio perigoso, abandonou a defesa da cloroquina e, para livrar-se do medicamento que parou de indicar, despachou o estoque para o Brasil.

9

A fala – “No campo humanitário e dos direitos humanos, o Brasil vem sendo referência internacional.”

A verdade – Só se for referência negativa. Desde a posse de Bolsonaro, a situação dos Direitos Humanos no Brasil vem se deteriorando, a ponto de provocar advertências da Alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, que denunciou a miliarização de instituições civis, a violência policial, e ataques a ativistas, líderes comunitários e jornalistas.

10

A fala – “Em 2019, o Brasil foi vítima de um criminoso derramamento de óleo venezuelano, vendido sem controle.”

A verdade – Não há nenhuma conclusão ou prova de que a Venezuela tenha contribuído para o derramamento de óleo no Atlântico, trazido pelas correntes marítimas à costa brasileira. O que ficou demonstrado, sobejamente, foi a demora e a inação do governo brasileiro, que levou quase três meses para tomar as primeiras providências em relação ao desastre que atingiu o litoral de 10 estados.

11

A fala – “No primeiro semestre de 2020, apesar da pandemia, verificamos um aumento do ingresso de investimentos, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso comprova a confiança do mundo em nosso governo.”

A verdade – A imprensa informa hoje que do ano passado para cá houve, na verdade, uma queda de 30% nos Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil. E nos primeiros oito meses deste ano o Brasil sofreu uma fuga recorde de capitais, que chegou a US$ 15,2 bilhões. Outra notícia dá conta de que, por causa do estado de paralisia do MEC desde a posse de Bolsonaro, o país deixou de receber os repasses de um empréstimo de US$ 250 milhões do Banco Mundial para dar suporte à reforma do ensino médio.

12

A fala – “O homem do campo trabalhou como nunca, produziu, como sempre, alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas. O Brasil contribuiu para que o mundo continuasse alimentado.”

A verdade – O Brasil de fato continua sendo um grande produtor e exportador agropecuário, mas dilapidou a agricultura familiar, que até 2014 era responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos pelo povo brasileiro. Por esta e outras escolhas de índole neoliberal, o Brasil voltou a registrar a calamidade da fome, que aumentou em 43,7% em cinco anos, atingindo mais de 10 milhões de brasileiros.

Aepet alerta: venda de refinarias vai aumentar preços e fará Petrobrás abrir mão de mercado bilionário

Em meio ao julgamento pelo STF da vida de refinarias da Petrobrás, o diretor da Associação de Engenheiros da estatal (Aepet), Ricardo Maranhão, aponta que nenhuma empresa privada estrangeira pode trazer derivado de petróleo ao mercado brasileiro por preços inferiores aos da Petrobrás

Brasil 247, 23/09/2020, 18:27 h Atualizado em 23/09/2020, 20:24
    (Foto: Reprodução | REUTERS/Ueslei Marcelino)

Por Davi de Souza, Petronotícias - A semana que começa nesta segunda-feira (21) promete ser decisiva. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF) vai bater o martelo até sexta (25) para determinar se a Petrobrás poderá seguir vendendo suas refinarias sem o aval do Congresso. O julgamento reacendeu o debate sobre a decisão da companhia de alienar metade de seu parque de refino no país. Para o diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Ricardo Maranhão, a venda desses ativos é um erro estratégico: “Eu não sei se o Sr. Castello Branco é presidente ou liquidante da Petrobrás”, criticou. 

Em entrevista ao Petronotícias, ele afirma que a empresa está abrindo mão de uma fatia de mercado equivalente a 63,6 bilhões de litros de derivados por ano. Maranhão prevê que a venda das unidades não representará aumento da capacidade nacional de refino e enxerga também prejuízos aos consumidores. “Eu posso lhe garantir que nenhuma empresa privada estrangeira pode trazer derivado de petróleo ao mercado brasileiro por preços inferiores aos da Petrobrás”, declarou. 

O entrevistado critica também outras questões, como a política de preços da Petrobrás e a assinatura do Termo de Compromisso de Cessação (TCC) junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE): “A direção da Petrobrás também furtou-se da sua obrigação de defender a companhia. Vender as refinarias é beneficiar os concorrentes da empresa. Isso é inexplicável”, afirmou.

Gostaria que começasse falando aos nossos leitores sobre a sua visão geral a respeito do mercado brasileiro e o processo de desinvestimentos da Petrobrás na área de refino.

Na realidade, a venda das oito refinarias, com capacidade de processamento de 1,1 milhão de barris de petróleo por dia, é uma entrega de um pouco menos da metade do mercado brasileiro. As refinarias instaladas no Brasil tem capacidade de 2,2 milhões de barris de petróleo por dia. E o país também importa derivados de petróleo.

Em qualquer nação ou qualquer segmento da economia, o mercado é um parâmetro. No caso do Brasil, a importância do mercado é maior ainda, porque possui grandes dimensões e é o sexto maior do mundo. Além das grandes dimensões do mercado, os derivados de petróleo são produtos estratégicos. Tanto é assim que a própria Constituição Federal define o mercado interno como Patrimônio Nacional. E diz ainda que o Estado deve dar um tratamento especial ao mercado, para que tenha inovações tecnológicas e esteja sintonizado com o desenvolvimento do país. 

O consumo de combustíveis no Brasil ainda é baixo/moderado. O consumo per capita de energia ainda é baixo – é cerca de um quinto do consumo de energia da Noruega, por exemplo. Ou seja, o mercado brasileiro tende a crescer muito, porque existe uma correlação entre energia e desenvolvimento. Ou seja, quanto maior o consumo de energia, mais rico e desenvolvido é o país.

As gestões passadas de Pedro Parente e Ivan Monteiro e a atual de Castelo Branco cometem um gravíssimo erro estratégico quando praticamente abandonam a atividade de refino. A Petrobrás hoje se limita a investir na atividade de refino para manutenção desta atividade e não investe na construção de novas refinarias.

Eduardo Bolsonaro pagou R$ 150 mil em espécie durante aquisição de dois apartamentos no Rio

Corrigido com a inflação atual, o valor equivale a R$ 196,5 mil. O valor diz respeito a uma parte do pagamento dos imóveis. O Globo conseguiu escrituras públicas desses imóveis em dois cartórios da cidade

Brasil 247, 23/09/2020, 15:12 h Atualizado em 23/09/2020, 15:33
Eduardo Bolsonaro (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro pagou R$ 150 mil em espécie durante a aquisição de dois apartamentos comprados na Zona Sul do Rio de Janeiro, entre 2011 e 2016, segundo o jornal O Globo. Corrigido com a inflação atual, o valor equivale a R$ 196,5 mil. 

O valor diz respeito a uma parte do pagamento dos imóveis. O Globo conseguiu escrituras públicas desses imóveis em dois cartórios da cidade.

Parlamentares e irmãos mais velhos de Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro são investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), pela prática de "rachadinha" e pela nomeação de "funcionários fantasmas".

Ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, depositou R$ 25 mil em dinheiro vivo na conta da mulher do senador. O pagamento foi feito uma semana antes de o casal quitar a primeira parcela na compra de uma cobertura em construção na zona sul do Rio de Janeiro.
A mãe de Eduardo, a pré-candidata à vereadora pelo Republicanos,


A segunda mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle, também comprou no período em que foi casada com ele um total de 14 imovéis. Desses, cinco foram adquiridos em dinheiro vivo. Carlos Bolsonaro também teria pago R$ 150 mil em dinheiro por um imóvel em 2003. O montante corresponde hoje a R$ 366 mil.

Marília Arraes lidera preferência do eleitor para Prefeitura do Recife, mostra pesquisa

Levantamento do Instituto Opinião mostra a candidata Marília Arraes (PT) em primeiro com 19,1% da preferência do eleitorado. Em segundo lugar aparecem os candidatos João Campos (PSB) com 14,3%, Mendonça Filho (DEM) com 13,5%, e Patrícia Domingos (Podemos) com 12,5%

Brasil 247, 23/09/2020, 20:03 h Atualizado em 23/09/2020, 20:24
   (Foto: Reprodução/Twitter)

Pesquisa de intenção de votos realizada pelo Instituto Opinião mostra a candidata Marília Arraes (PT) liderando a preferência do eleitor para a Prefeitura do Recife. 

Segundo o levantamento, divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Blog do Magno, Marília tem 19,1% da preferência do eleitorado. Em segundo lugar aparecem os candidatos João Campos (PSB) com 14,3%, Mendonça Filho (DEM) com 13,5%, e Patrícia Domingos (Podemos) com 12,5%.

Em um cenário de segundo turno, Marília Arraes venceria todos os demais concorrentes. No embate com João Campos, ela venceria com 36,9% dos votos contra 25,6%. Com Mendonça, a diferença seria de 39,6% contra 28,9%. Contra Patrícia, Marília levaria com 39,4% e a delegada 30,1%. 

O Instituto Opinião aplicou 800 questionários no Recife entre os dias 19 e 20 de setembro. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança estimado em 95%. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral com o número de protocolo PE-01565/2020. Leia mais sobre a pesquisa.