sábado, 17 de outubro de 2015

A Revista ÉPOCA, do grupo Globo, "viaja" e vê Cunha com força para tocar golpe

Mesmo que comprovadamente Cunha esteja todo enrolado, sem força e caia a qualquer momento
 

Réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro por meio de várias contas secretas na Suíça, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é retratado pela revista Época, do grupo Globo, como "O senhor impeachment", como se ele tivesse força para liderar qualquer iniciativa golpista – e isso sem falar no fato de que duas decisões recentes do Supremo Tribunal, concedidas pelos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, travaram seus movimentos.

No entanto, para Época, é Cunha "quem conduz o ritmo do futuro político do País".

Até quando o grupo Globo pensa que conseguirá enganar o povo brasileiro?

Novos dados sobre contas na Suíça reduzem apoio a Cunha na Câmara

Mesmo assim a oposição ao Brasil (PSDB, SD, PPS, DEM e outros) continua com ele 

Depois da publicação das "digitais" de Eduardo Cunha e de familiares nas contas secretas no exterior, sua tropa de choque continua dizendo que vai com ele até o fim, mas políticos até então próximos afirmam que ele perdeu as condições de comandar a Câmara e que sua saída se reduz agora a uma questão de dias.

O principal fator político que agora pesa contra o peemedebista é o de que ele vinha pedindo um voto de confiança assegurando não ter contas fora do país.

As imagens do passaporte diplomático, as assinaturas e os demais documentos publicados tornam essa versão pouco crível, dizem deputados. "Essa será a semana em que o Parlamento vai perceber se o Eduardo vai ter condições de governabilidade", afirmou um aliado próximo.

Líderes das bancadas do governo e da oposição são quase unânimes em afirmar que a situação é "delicadíssima" e deve vitaminar a lista do "Fora, Cunha" elaborada pelo PSOL e pela Rede, que já conta com 53 adesões. Os dois partidos protocolaram pedido de cassação de Cunha no Conselho de Ética. O processo deve ser instaurado até o final do mês.

A oposição, que se alinhou a Cunha quando ele rompeu com o governo, combinou que se manifestará em conjunto no início da semana.

Os principais partidos, PSDB e DEM iniciaram o afastamento do peemedebista na semana passada, quando soltou nota sugerindo a ele que se afastasse da Presidência.

Procurado, o senador Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM –investigado em outro caso–, disse que "as coisas ficam agora muito difíceis de serem explicadas", já que Cunha dizia não ter conta no exterior.

O deputado Silvio Costa (PSC-PE), adversário de Cunha, passou a pedir a líderes de todos os partidos que se unam pelo afastamento do peemedebista do cargo. "Ele negou o tempo todo que tivesse conta. Acho que não dá mais nem para esperar o tempo regimental [de cassação]."

Aliados mais fiéis saíram em defesa de Cunha. O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, disse à Folha que está com Cunha "para o que der e vier", na maré contrária à oposição."O nosso negócio é derrubar a Dilma. Nada nos tira o rumo. O governo o persegue porque sabe que sem ele não tem impeachment."

Fonte: Folha, 17/10/2015

Lula sugere que empresário usou seu nome para conseguir propina

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou com colaboradores que o pecuarista José Carlos Bumlai pode ter se aproveitado de sua amizade para obter vantagens financeiras.

O ex-presidente cogitou essa hipótese um dia depois de vir à tona o depoimento no qual o lobista Fernando Baiano afirma ter pago R$ 2 milhões a Bumlai para compra do apartamento de uma nora do ex-presidente.

Nas conversas com seus aliados, Lula negou que a negociação tenha ocorrido e reclamou de Bumlai, afirmando que, caso confirmada a versão de Baiano, o amigo teria se valido dessa intimidade para ganhar dinheiro.

José Carlos Bumlai, pecuarista
Ainda segundo seus interlocutores, Lula se queixou da divulgação da informação sem que nem sequer se tenha identificado a nora. Lula tem quatro noras. Nessas conversas, o ex-presidente contou ter ajudado cada uma delas para a compra de um apartamento. Ele diz que doou R$ 200 mil para cada uma.

Para descrever a situação financeira, Lula argumentou ainda que o primeiro filho de Dona Marisa vive num imóvel alugado.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, reagiu com indignação e disse que esse tipo de vazamento de informação estimula a intolerância contra o partido.

"Não tem cabimento esse tipo de informação sem comprovação, sem documento, sem saber o nome da pessoa. É uma irresponsabilidade da grande mídia, um jornalismo declaratório. Quem é a nora? O Lula tem quatro noras. Nenhuma nora dele recebeu dinheiro", afirmou Falcão.

Baiano disse que o pagamento que beneficiaria a nora de Lula foi feito a Bumlai e se referia a uma negociação envolvendo a OSX, empresa de construção naval de Eike Batista, atualmente em recuperação judicial.

Mesmo sem o negócio ter sido concretizado, Bumlai teria cobrado a "comissão" de Baiano para repassar à suposta nora de Lula.

Fonte, Folha, 17/10/2015

Cadê a honestidade intelectual, Aécio Neves?


Para o deputado Jean Wyllys, o senador tucano "deu mais uma prova de sua hipocrisia" quando comparou a atitude dos tucanos com relação a Eduardo Cunha com a negativa do PSOL a apoiar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

"Alguém deveria explicar ao ex-candidato que Cunha está formalmente denunciado pela Procuradoria Geral da República, com provas robustas. Também foi acusado de ter recebido uma propina e mentiu em depoimento dado numa CPI. Alguém deveria lembrar a Neves que não é a primeira vez que Cunha se envolve em escândalos de corrupção. E alguém deveria explicar ao senhor Aécio que a presidenta Dilma, independentemente da minha opinião sobre seu governo, que acho muito ruim, não foi acusada de crime algum", dispara o parlamentar

Segundo ele, "uma oposição republicana e democrática não tenta derrubar um governo sem motivos constitucionais, só para ocupar seu lugar. E muito menos aliado a um deputado acusado de corrupção".

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Baiano diz que deu um milhão e meio, em espécie a Eduardo Cunha


Lobista Fernando Baiano afirmou em delação que entregou o valor no escritório do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que tinha um celular exclusivo para tratar de valores ilícitos com o peemedebista.

A principal conta atribuída pela Suíça a Cunha foi aberta com ajuda do mesmo operador usado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, alvo da Lava Jato.

Baiano também disse ter repassado R$ 2 milhões à nora do ex-presidente Lula, por intermédio de José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente.

Intelectuais dizem que o golpe que o PSDB quer não tem embasamento legal


Em manifesto que será divulgado em encontro de intelectuais organizado pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP, grupo classifica o impedimento de Dilma Rousseff como "extraordinário retrocesso" que traria "sérios riscos à constitucionalidade democrática".

"Impeachment foi feito para punir governantes que efetivamente cometeram crimes. A presidente não cometeu qualquer crime", diz o texto. "O que vemos hoje é uma busca sôfrega de um fato ou de uma interpretação jurídica para justificar o impeachment. 

Como não se encontram fatos, busca-se agora interpretações jurídicas bizarras, nunca antes feitas neste país". Assinam o documento, entre outros, Fábio Konder Comparato, Rogério Cerqueira Leite, Luiz Felipe de Alencastro, André Singer, Fernando Morais e Marilena Chaui.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Dilma não se mantém com liminar, Gilmar Mendes, mas com a Constituição

Gilmar Mendes é fonte caudalosa de constrangimento para o Supremo Tribunal Federal. Toda vez que ele aparece na mídia suarento e vociferando exclusivamente contra o PT – subvertendo, assim, a imagem de um magistrado, que deve exalar equidistância de paixões – seus pares olham para o lado, assoviam, fazem cara de paisagem.

Gilmar, porém, vive testando o colegiado que integra. Recentemente, deu declarações sobre o fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas que se constituíram em bofetadas nos seus pares que tiveram entendimento diferente do seu.

Ao segurar o processo em sua gaveta por mais de um ano e meio sob a alegação de precisar de mais tempo para “estudá-lo”, fez pouco dos ministros que já haviam decidido. Ele insultou a inteligência daquela Corte e de todo o país, pois não houve quem não soubesse que se tratava de uma manobra protelatória.

Protelar para quê? Ora, para que o poder econômico pudesse se esbaldar mais uma vez, ou seja, nas eleições de 2014. Ele pediu vista do processo em 2013. Se a votação tivesse sido concluída, empresas não teriam podido fazer doações eleitorais no ano passado.

Agora, Gilmar volta à carga. Como o único ministro do STF que se dispõe a dar declarações bombásticas e partidarizadas, ironizou, nesta quinta-feira (15), as dificuldades do Palácio do Planalto em reunir apoio em sua própria base aliada contra um movimento a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso.

Gilmar disse à imprensa que “ninguém se mantém no cargo com liminar do Supremo”, em referência ás decisões provisórias (liminares) dos colegas Teori Zavascki e Rosa Weber que suspenderam o rito estabelecido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para a tramitação de um eventual processo de impedimento da petista.

Ora, ora… Quer dizer que o que manteve Dilma no cargo foi uma liminar, é? Mas que papo é esse, Gilmar Mendes? O que preservou a presidente da República de ser afastada do cargo por uma manobra ILEGAL não foi a liminar que dois de seus pares concederam – antecipando o que deverá ocorrer com julgamento da medida em Plenário –, foi a Constituição Federal.

“Lição que aprendi da época do Collor, […] é que se o presidente não tiver 171 votos [para barrar o impeachment], não pode mais ficar no cargo. Ninguém se mantém no cargo com liminar do Supremo”, afirmou Gilmar.

Então ele não aprendeu nada, pois o rito processual que o STF acaba de derrubar não requeria que Dilma tivesse 171 votos para se manter no cargo, como manda a Constituição; exigia que ela tivesse 257 votos, porque Eduardo Cunha pretendia atropelar o quórum exigível para abrir o processo de impeachment, entre outras manobras inconstitucionais.

A declaração de Gilmar Mendes tem mero objetivo político. Não se coaduna com a postura que deve ter um ministro do Supremo. Aliás, ele é o único, naquela Corte, que se porta dessa forma lamentável, histriônica, vexatória.

Sua declaração tenta iludir o público. Tenta fazer os menos informados e instruídos acreditarem que Dilma tenta adiar o inevitável. Muito pelo contrário. A decisão do STF não impede abertura do processo de impeachment. Apenas obriga a Câmara a cumprir a Constituição.

Se Eduardo Cunha e o PSDB conseguirem 342 votos para abrir o processo, ele será aberto. Quem não está conseguindo apoio parlamentar para suas pretensões políticas, portanto, não é Dilma Rousseff. Quem não tem os votos necessários para abrir o processo de impeachment é Aécio Neves, é Eduardo Cunha, é o PSDB, é o DEM. E a mídia.

Artigo de Eduardo Guimarães

Fonte: Brasil 247, 15/10/2015

Lula nega acordo com Cunha e mira Oposição


Assessoria de imprensa do ex-presidente diz em nota que "são escandalosamente mentirosas" as reportagens que noticiaram um suposto acordo entre o governo e o presidente da Câmara.

"Lula não manteve encontros ou reuniões neste sentido com parlamentares do PT nem com políticos de outros partidos", rebate o comunicado.

Mais cedo, tanto o PT quanto Cunha também negaram o acordo. "O Brasil sabe que é a oposição, e não o PT, que há um ano vem promovendo articulações espúrias e barganhas, dentro e fora do Congresso, na desesperada tentativa de derrubar um governo democraticamente eleito", completa o petista. Lula está reunido com Dilma e ministros nesta noite no Palácio da Alvorada.

Parabéns, professores!

Moralistas sem moral veem golpe afundar


Não deu certo a tentativa da oposição brasileira, liderada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), de emplacar um golpe ancorado num debate de 'moralistas sem moral', como definiu a presidente Dilma Rousseff.

Afinal, como seria possível defender uma moral absoluta, kantiana, se os líderes do golpe têm contas secretas na Suíça (caso de Eduardo Cunha) ou são réus por corrupção no STF (como Paulinho da Força e Agripino Maia)?.

O primeiro a criticar a "moral seletiva" do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (que já foi cassado por compra de votos), acabou sendo chamado de "burro" por Reinaldo Azevedo.

Ou seja, para os tucanos, o que vale é apenas o discurso maquiavélico de que os fins justificam os meios – e foi justamente isso que inviabilizou o golpe dos 'moralistas sem moral'.