sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Líder do PT busca acordo sobre novos municípios

Consenso desejado por Humberto Costa precisa ser alcançado antes de 18 de março, quando senadores e deputados votarão o veto integral da presidente Dilma Rousseff a projeto de Mozarildo Cavalcanti.
 
Humberto Costa vê pontos positivos no projeto de Mozarildo Cavalcanti, mas acha que o texto poderia ser mais rígido

Humberto Costa vê pontos positivos no projeto de Mozarildo Cavalcanti, mas acha que o texto poderia ser mais rígidoO líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), confia em um entendimento rápido sobre as regras para criação de municípios. Ele acredita que o Congresso chegará a um consenso antes de 18 de março, quando será votado o veto integral da presidente Dilma Rousseff ao PLS 98/2002 — Complementar.

Embora parlamentares de partidos aliados do governo continuem a defender a derrubada do veto, Humberto acredita que as resistências diminuirão à medida que ficar claro que “a proposta em que estamos trabalhando é para valer”.

— Acredito que será possível encontrar um denominador comum para a aprovação dessa proposta — enfatizou o líder do PT.

De autoria de Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), o projeto vetado exige que, antes de plebiscito sobre a criação de municípios, haja estudos de viabilidade econômico-financeira, político-administrativa e socioambiental e urbana — tanto dos municípios que seriam criados quanto daqueles afetados pela mudança pretendida.
 
20% dos eleitores

Entre outros pré-requisitos, a proposta estabelece que o processo de criação ou desmembramento só pode ter início mediante requerimento enviado à Assembleia Legislativa, com a assinatura de no mínimo 20% dos “eleitores residentes na área geográfica diretamente afetada”.

Para Humberto, vários critérios sugeridos por Mozarildo contemplam a intenção do governo de evitar municípios economicamente inviáveis. Ele sustenta, porém, que as regras podem ser “um pouco mais rígidas”, sobretudo no que se refere à definição dos limites mínimos de habitantes que os municípios deverão atender.

Humberto concorda com Mozarildo sobre a necessidade de fixar números menores para as Regiões Centro-Oeste e Norte, onde “alguns municípios têm uma extensão territorial maior do que alguns estados”. Ele argumenta que as grandes distâncias, conjugadas com o baixo adensamento populacional, tornam difícil fazer chegar as políticas públicas a esses locais. Ressalta, porém, que é preciso elevar os limites a serem exigidos, algo que ele classifica como a grande questão a ser enfrentada no debate do tema.

Fonte: Jornal do Senado, 21/02/14

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ademir Andrade: “Eliene Nunes não cumpriu acordos políticos”

Ademir Andrade faz duras críticas à prefeita de Itaituba, Eliene Nunes

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) promoveu uma reunião na manhã de domingo, dia 16, em seu diretório na Rua Nova de Santana, em Itaituba, com a presença do Presidente Regional do Partido, ex-senador Ademir Andrade e do Secretário de Justiça e Direitos Humanos. Na pauta foi debatido o tema “Organização e crescimento do partido em Itaituba e região”, que está reestruturando, recompondo seus diretórios, já estando organizado e preparado para as eleições deste ano, nos municípios de Aveiro, Trairão, Jacareacanga, Ruropólis, Novo Progresso, Placas e Uruará.

Ademir Andrade e Eliene Nunes

No encontro que reuniu o diretório de Itaituba presidido por Horalícia Cabral, também foi debatido o tema sobre candidatura local a Assembléia Legislativa para fazer dobradinha com Ademir Andrade, pretenso candidato à Câmara Federal. Ademir Andrade foi categórico em afirmar que a vaga do PSB de Itaituba para Deputado Estadual está reservada para o médico Leonard Cabral, enquanto que o vereador Isaac Dias tem a alternativa de se lançar também candidato a Deputado Federal.

CRÍTICAS À PREFEITA ELIENE NUNES: Ademir Andrade também analisou que o partido não teve seu devido reconhecimento pela atual administração de Itaituba, mesmo tendo sido um dos baluartes na vitória da prefeita Eliene Nunes. O PSB não obteve o espaço que deveria ter, mesmo tendo feito parte de um projeto político de Itaituba que culminou na vitória de Eliene Nunes, que, ao seu ver, estaria cometendo grandes equívocos que politicamente só a prejudicam numa futura aliança política com os partidos aliados que deram uma histórica vitória a ela.

Ademir Andrade disse que é normal as divergências políticas, mas ressaltou que o que está acima das vaidades pessoais é o projeto político maior de engrandecer o PSB, que precisa ter representantes tanto na esfera de Estado, quanto Federal. Ademir Andrade, que esteve percorrendo vários municípios da região fortalecendo a pré-candidatura de Leonard Cabral, disse que o PSB é um partido que tem bom respaldo para conseguir sucesso na disputa eleitoral deste ano.

Fonte: RG 15/O Impacto, 20/02/14

Petrobras abre mais de 1 mil vagas para concurso com salários até R$ 8 mil

Esta quinta-feira (20/2) amanheceu otimista para os concurseiros. A Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) lançou novo edital de abertura para processo seletivo com 1.232 vagas de níveis médio e superior - destas 100 são para contratação imediata e 1.132 para cadastro de reserva. Do total de chances, 5% será reservado a candidatos deficientes. Os salários variam de R$ 3.400,47 a R$ 8.081,98. A Fundação Cesgranrio é a banca organizadora.

Os cargos ofertados de nível médio são de técnico de exploração de petróleo júnior (geodésia), técnico de inspeção de equipamentos e instalações júnior, técnico de logística de transporte júnior (controle), técnico de manutenção júnior (mecânica), técnico de operação júnior, técnico de projetos, construção e montagem júnior (edificações), técnico de projetos, construção e montagem júnior (mecânica), técnico de segurança júnior, técnico de suprimento de bens e serviços júnior (administração). Já para nível superior, os postos são de engenheiro de meio ambiente júnior, engenheiro de produção júnior e médico do trabalho júnior. O salário para cargos de nível médio é de R$ 3.400,47. Para engenheiros a remuneração é de R$ 8.081,98, e para médicos de R$ 7.501,06.

A seleção terá provas objetivas, avaliação psicológica, exames médicos e levantamento sociofuncional. Para cargos de nível médio, a prova objetiva contará com questões de conhecimentos básicos (20) e de conhecimentos específicos (40), num total de 60 questões. Já para nível superior, serão 20 questões de conhecimentos básicos e 50 de conhecimentos específicos, num total de 70 questões. As avaliações para todos os cargos estão previstas para 18 de maio.

A inscrição poderá ser efetuada no período de 24 de fevereiro a 17 de março, pelo site da banca. A taxa de participação será de R$ 40 para os cargos de nível médio e de R$ 58 para os de nível superior.

Os candidatos que vierem a ser admitidos poderão receber os seguintes benefícios: auxílio-creche ou auxílio-acompanhante (somente para empregada); auxílio-ensino (pré-escolar, ensinos fundamental e médio) para filhos(as); complementação educacional (somente para os cargos de nível médio); assistência multidisciplinar de saúde (médica, odontológica, psicológica e hospitalar) e benefício farmácia; Plano de Previdência Complementar, opcional; Programa de Assistência Especial (PAE) - destinado à pessoas com deficiência, filhos(as) de empregados(as); participação nos lucros e/ou resultados; incentivo ao ensino superior para filhos(as) de empregados(as); e complementação do auxílio doença.

As vagas são para lotação nos estados de Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.

O processo seletivo tem validade de seis meses, contada a partir da data de homologação do resultado final, podendo ser prorrogada por igual período. O resultado final está previsto para 26 de junho. 

Fonte: Correio Braziliense, 20/02/14

PEC dos mensaleiros é aprovada e vai ao plenário da Câmara dos Deputados

As propostas da emenda estabelecem a perda automática de mandato nos casos de parlamentares condenados por crimes de improbidade administrativa

 A figura do deputado presidiário que constrangeu a Câmara em 2013 pode estar com os dias contados. O Congresso deu seguimento nessa quarta-feira (19/2) à avaliação de duas propostas de emenda à Constituição que estabelecem a perda automática de mandato nos casos de parlamentares condenados por crimes de improbidade administrativa ou contra a administração pública, ou ainda quando a pena incluir a cassação dos direitos políticos. As propostas foram aprovadas na Comissão Especial criada para analisar a PEC 313 de 2013 e a PEC 311 do mesmo ano, que tramitam em conjunto. De acordo com as proposições, a cassação seria feita por um ato de ofício das mesas diretoras da Câmara e do Senado, logo após recebida a comunicação do tribunal responsável pela condenação. O julgamento em plenário seria mantido em outros casos, como a quebra de decoro.

“Muitas pessoas estão subestimando a gravidade do atual momento político, no qual a democracia representativa e o parlamento estão sendo questionados. Essa PEC é um passo no sentido de o parlamento se reencontrar com a sociedade”, disse o relator, Raul Henry (PMDB-PE), sobre o projeto, cuja autoria é do senador pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB). “Nós tivemos uma noite de muito constrangimento quando o plenário, com voto secreto, absolveu o deputado (Natan) Donadon”, ponderou. O texto também recebeu apoio do líder da bancada do Democratas na Câmara, o deputado Mendonça Filho (PE). “Como alguém pode exercer o mandato eletivo, que é justamente a plenitude dos seus direitos políticos, tendo sido decretada a perda desses direitos pelo Judiciário? É inaceitável que alguém que tenha os direitos políticos cassados exerça esse tipo de função, votando aqui no parlamento”, argumentou.

A proposta segue agora ao plenário da Câmara. Se aprovada, ainda terá de enfrentar um novo turno de votação no Senado e mais um na Câmara. Raul Henry enviou ontem mesmo um ofício ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), solicitando a inclusão da PEC na pauta, mas ainda não há data para a apreciação.

Fonte: Correio Braziliense, 20/02/14

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Puty é pré-candidato do PT ao governo do Estado

Diversas tendências do PT são contra a submissão do partido ao PMDB
Uma frente reunindo tendências do Partido dos Trabalhadores (PT) no Pará definiu ontem à noite, em reunião na sede da Associação Paraense das Pessoas com Deficiência (APPD), o nome do deputado federal Cláudio Puty como pré-candidato a governador do Estado, em oposição à proposta de coligação do partido com o PMDB nas eleições majoritárias deste ano. O nome de Cláudio Puty será protocolado no PT do Pará na semana que vem, como uma opção a ser debatida no Congresso estadual do partido, no final de março. Uma série de ações está sendo programada pela frente, para defender a candidatura própria junto aos militantes do partido em Belém e em municípios do interior do Estado. Durante a reunião, houve pronunciamentos enfatizando que a coligação com o PMDB acabou prejudicando muito o governo Ana Júlia.

A ex-deputada estadual Regina Barata destacou que cresce a adesão de integrantes do partido à proposta de candidatura própria. Ela assinalou que reunião anterior sobre o tema reuniu só 30 pessoas e ontem eram mais de 100. "É importante se observar que o que está em jogo nesse debate sobre a candidatura do partido para o governo do Estado nas próximas eleições não são as tendências, mas o futuro do partido; somos o patrimônio do PT e temos que ter posição bem clara sobre esse processo e avançar com o debate", afirmou Regina, antes de pedir ao deputado federal Cláudio Puty para dizer se se concorda ou não em ser pré-candidato próprio do partido. Em resposta, Puty agradeceu o convite e destacou que desde agosto do ano passado o seu nome está à disposição do PT como candidato próprio do partido ao governo do Estado. "Devemos nos preparar para os ataques que virão, mas eu reafirmo aqui a minha disposição de defender o nosso partido", afirmou.

"Precisamos resgatar a experiência vitoriosa do PT no governo do Estado, falar dos projetos sociais que foram desmontados pelo atual governo e mostrar que o PT tem condições de governar o Pará". Cláudio Puty destacou não ser contra a coligação do PT com o PMDB, "desde que o PMDB apoie a nossa candidatura". Ele disse que a candidatura própria no Estado não vai de encontro à proposta de reeleição de Dilma Rousseff e disse que em vários estados do País, PT e PMDB não estão juntos, como, por exemplo, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Fonte: O Liberal, 18/02/14

Mensalão tucano: Azeredo renuncia mandato

 
 Eduardo Azeredo: renúncia para evitar a “execração pública” IstoÉ
Réu no processo conhecido como mensalão mineiro, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirmou na carta de encaminhada nesta quarta-feira à Câmara dos Deputados que renuncia ao mandato para evitar a “execração pública” e “pressões políticas”, além de se dedicar à defesa do processo do mensalão mineiro.

O texto foi lido no plenário da Casa pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), formalizando a renúncia do tucano.

“Não vou me sujeitar à execração pública por ser um membro da Câmara dos Deputados e estar sujeito a pressões políticas. Esta sanha não quer que prevaleça a ponderação da Justiça, mas, sim, ver, pendurado e balançando no cadafalso, o corpo de alguém exemplado para satisfazer os mais baixos apetites em ano de eleição”, diz o texto.

“Sem o mandato público, aguardarei o meu julgamento, certo de que, na serenidade que deve presidir os veredictos, fique definitivamente comprovado que não tenho culpa pelas acusações que sofri”, afirma.

Na carta, o tucano diz ter virado “mero alvo político” e que vive uma “tragédia” com as acusações da Procuradoria Geral da República. O texto fala que Azeredo sofreu por uma “infeliz coincidência” de ter contratado a agência SMP&B, de Marcos Valério, posteriormente envolvida no mensalão.
 
Fonte: Jeso Carneiro, 19/02/14

10 palavras que muita gente pronuncia errado


O professor Reinaldo Passadori, CEO do Instituto Passadori, mostra alguns equívocos frequentes na pronúncia de palavras como subsídio, inexorável, entre outras
São Paulo - A nossa língua falada é responsável por nos deixar algumas vezes em situações constrangedoras. Isto se deve ao simples fato da sua complexidade não se ater somente às minuciosidades gramaticais, mas também às particularidades da língua falada.

Muito se vê sobre erros gramaticais, verdadeiros atentados à nossa brava língua portuguesa, mas pouco se fala dos disparates da língua falada.

O português proferido e admirado mundialmente é responsável por situações vexatórias e em alguns casos hilárias.

Questão - Para muitos “cuestão”. Se o ditongo ue estivesse acompanhado da extinta trema, justificaria a pronúncia!

Subsídio - Quando escutamos uma autoridade pronunciar com o som de Z “subzídio”, acredito que o zumbido provocado pela gafe é estarrecedor para muitas pessoas. Mas eu sou capaz de insistir que muitas ainda pronunciam de forma equivocada, ou seja, “subzídio” ao invés de “subcídio”. Recapitulando, subsídio é um substantivo masculino que entre os seus significados estão: apoio, recurso, reserva, reforço entre outros.

Exemplos:

Enviarei alguns subsídios para a sua tese.

Criou-se uma reserva de subsídio destinada aos menos favorecidos.

Inexorável: Implacável, inabalável, austero, reto, rígido. Estes são alguns dos significados atribuídos para esta palavra que é pronunciada também de forma errônea “ineczorável” enquanto a sua pronuncia correta é “inezorável”. Logo abaixo uma aplicação da palavra:
“(...) mas as dores da nossa vontade só chegarão ao santo alívio seguindo esta lei inexorável: a obediência absoluta à soberania incontestável do tempo (...)” (Raduan Nassar - Lavoura Arcaica)

Logo abaixo, acrescento mais alguns exemplos práticos. Espero que tenham gostado!


Incorreto                

Correto

Pertubar                     
Entertido
Ciclo vicioso    
Júniors           
Sêniors            
Aerosol            
Espinho de peixe
 Perturbar
 Entretido
 Círculo vicioso
 Juniores
 Seniores
 Aerossol
 Espinha de peixe

Reinaldo Passadori - Professor e CEO do Instituto Passadori, especialista em Desenvolvimento Humano e Comunicação Verbal. É autor dos livros: “Comunicação Essencial - Estratégias Eficazes para Encantar seus Ouvintes”, “As 7 Dimensões da Comunicação Verbal”; “Media Training - Comunicação Eficaz com a imprensa e a Sociedade" - (Editora Gente) e “Quem não Comunica não lidera” – (Editora Atlas).

"Indenização não repara a dor", diz contador que foi vítima de racismo

Kim Fortunato processa funcionária de banco e recebe R$ 6 mil por ter sido discriminado durante o atendimento no caixa. Apesar da reparação em dinheiro, vítima de 23 anos defende a prisão dos acusados de crimes de racismo e de injúria racial

Kim Fortunato, 23 anos, contador: "Todo e qualquer crime de racismo deveria ser inafiançável"
A sensação de impunidade vivida em crimes de racismo no Brasil, muitas vezes, permanece depois de a Justiça punir o culpado. Há dois meses, o contador Kim Fortunato, 23 anos, recebeu uma indenização de R$ 6 mil por ter sido discriminado pela funcionária de um banco no Plano Piloto. “Eu ganhei o dinheiro, mas a indignação de ver uma racista solta depois de julgar o meu caráter pela cor da minha pele não passa nunca”, afirma.

O episódio aconteceu há quatro meses. Ele foi a uma agência bancária acompanhado de um colega de cor branca a fim de depositar cerca de R$ 50 mil. O dinheiro era proveniente de um bazar que a ONG onde trabalha havia feito para arrecadar fundos. Ao chegar ao caixa, a servidora perguntou sobre o valor do depósito. Como o contador não sabia com exatidão, ela ficou desconfiada. “A funcionária queria saber a origem do dinheiro e como eu não sabia a quantia exata. Fez vários questionamentos. Chegou a perguntar se eu era retardado”, recorda.

Fonte: Correio Braziliense, 19/02/14

Prisão de opositor enfraquece Maduro

Para analistas, prisão de opositor enfraquece Maduro e fortalece rival 
 
Leopoldo López, líder da oposição, se entrega, ovacionado pela multidão. Adversário de Nicolás Maduro é acusado de terrorismo e homicídio
Vestido de branco, ele carregava a bandeira da Venezuela na mão direita e trazia uma flor branca na esquerda. Um soldado da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) usou a cabeça para forçá-lo a entrar na viatura blindada, enquanto outro o “abraçou” e o empurrou para dentro. Enfurecida e em êxtase, a multidão, reunida na Praça José Martí, em Chacaíto (região de Caracas), gritava: “Não se entregue! Não se entregue!”. O povo ergueu sua mulher, Lilian Tintori, para se despedir com um beijo. Ela lhe entregou um crucifixo. Às 12h24 (13h54 em Brasília), depois de fazer um discurso pelo qual foi ovacionado, Leopoldo López, líder do partido de oposição Voluntad Popular, passou a ser considerado preso político.

Cinco horas depois, estava diante de um juiz, em uma sala do Palácio da Justiça, acompanhado do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello. Acusado de oito crimes, incluindo terrorismo e homicídio, o economista formado pela Universidade de Harvard passou a noite no Centro de Processados Militares de Ramo Verde, em Los Teques, a 32km de Caracas. López deve retornar ao tribunal ao meio-dia de hoje (13h30 em Brasília). As autoridades culpam-nos pelas três mortes nos protestos de 12 de fevereiro. O tiro disparado pelo governo de Nicolás Maduro pode ter atingido o pé do próprio presidente. Segundo analistas, a prisão vai potencializar apoio à oposição, fortalecer a imagem de López e desgastar a reputação do sucessor de Hugo Chávez. Marchas de solidariedade ao opositor ocorreram em várias cidades, entre elas Barquisimeto, Mérida e Valência, onde uma mulher foi baleada.

Antes de se entregar à GNB, López utilizou um megafone para falar aos simpatizantes, muitos dos quais usavam branco. “Eu tinha a opção de partir, mas não sairei nunca da Venezuela. Outra opção era ficar escondido na clandestinidade, e nada temos a esconder”, declarou. “Se minha prisão permitir à Venezuela despertar definitivamente, (…) ela valerá a pena”, acrescentou. Vereador em Caracas e coordenador político nacional adjunto do Voluntad Popular, Freddy Guevara estava ao lado de López. “Uma comitiva de delegados o acompanha. Nossa luta vai prosseguir. O povo venezuelano não vai retroceder”, afirmou ao Correio, por telefone. De acordo com ele, a batalha não se trata apenas de Leopoldo, mas de “um sistema decidido a acabar com pensamentos independentes, antidemocrático e ineficiente, que levou a Venezuela aos maiores índices de inflação e de pobreza da América Latina”.

Para José Vicente Carrasquero Aumaitre, cientista político da Universidad Simón Bolívar (Caracas), a rendição foi um “impactante ato de comunicação política”, que vai potencializar, de modo importante, a imagem do opositor. “Ao mesmo tempo, surtirá efeitos negativos na debilitada imagem de um governo incapaz de resolver problemas econômicos e sociais muito graves”, admitiu à reportagem. Ele classifica as acusações contra López de “aventura comunicacional”, voltada a desprestigiar o líder do Voluntad Popular. “Os resultados foram contraproducentes. Em vez de sair do país, López enfrentou a situação.”
 
Fonte: Correio Braziliense, 19/02/14

Obstrução na Câmara adia análise de veto às regras para novos municípios

Rejeição do veto ao projeto que cria regras para a criação de novos municípios gerou divisão até na base do governo, que enviou proposta alternativa ao Congresso
 
 
Análise de quatro vetos ficou prejudicada. Congresso Nacional voltará à análise em sessão marcada para 18 de março Foto: Moreira MarizO Congresso Nacional adiou a votação de quatro vetos presidenciais que ocorreria ontem. O deputado Andre Vargas (PT-PR), que presidia a sessão, encerrou os trabalhos devido à obstrução de todos os partidos na Câmara dos Deputados. A sessão do Congresso foi remarcada pelo deputado para o dia 18 de março.

A obstrução foi feita durante análise de requerimento do líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), que pedia o encerramento da discussão sobre o veto ao projeto que trata da criação de novos municípios (PLS 98/2002 — Complementar). Com essa postura, os deputados não registram a presença no painel e não é possível votar sem que haja, pelo menos, 257 deputados na sessão.

De acordo com o deputado Moreira Mendes (PSD-RO), o Senado fez uma manobra para prejudicar a derrubada do veto ao PLS 98/2002. O texto, aprovado pelo Senado em outubro de 2013, foi integralmente vetado pela presidente no mês seguinte.

Respondendo a críticas de deputados, o líder do PSDB no Senado, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), afirmou que os senadores da oposição estavam presentes para votar e que o governo fez uma “manobra sórdida” para providenciar o esvaziamento da sessão.

Também seriam analisados ontem os vetos sobre o repasse de recursos públicos às universidades comunitárias, sobre a normatização da travessia de pedestres próximo às escolas e sobre a condução de veículos de emergência.

Jornal do Senado, 19/02/14