Representantes do Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo para Sempre promoveram uma manifestação pacífica, ontem de manhã, na Praça da República, em Belém, para chamar atenção para supostas irregularidades na obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no município de Altamira, região sudoeste do Estado. Segundo Marquinhos Mota, um dos coordenadores do movimento, o objetivo da manifestação era denunciar a concessão de uma licença que permite a criação dos canteiros de obra na área onde deve ser construída a barragem. "Vamos mover uma ação civil publica para contestar essa licença. O governo federal inventou algo que não existe na legislação brasileira para beneficiar Belo Monte", afirmou.
De acordo com o movimento, nenhuma licença poderia ser concedida a Belo Monte sem que antes fossem cumpridas as 40 condicionantes determinadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "O próprio Ibama admitiu que nenhuma delas foi cumprida ainda", informou. A ação deve ser proposta ao Ministério Público Federal (MPF) ainda esta semana, quando o Movimento começa a organizar também uma caravana para acampar em Altamira e continuar protestando contra a construção da hidrelétrica. Segundo Mota, com a construção de Belo Monte, 160 quilômetros quadrados de floresta serão alagados e mais de 100 quilômetros do Rio Xingu vão secar.
A manifestação contou com a participação do escritor pernambucano João de Castro, que escreveu na forma de cordel o livro de poesia "Belo Monte - o belo do destruir". Castro, que morou em Altamira entre os anos de 1972 e 1989, escreveu o livro como forma de protesto contra a construção da usina. "Não podemos nos deixar levar pela cultura do milhão. A desculpa de que Belo Monte vai levar desenvolvimento a Altamira está fazendo com que muitas pessoas fechem os olhos para os danos ambientais que ela vai provocar", afirmou. O livro foi lançado, ontem de manhã, na Praça da República, com a leitura de vários versos para chamar atenção da população para a causa
Fonte: jornal O Liberal, 31/01/11
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