domingo, 13 de junho de 2021

Após "motociata", Bolsonaro mente e volta a falar em dispensa de máscara: 'quem é contra é porque não acredita na ciência'

Bolsonaro mentiu ao dizer que "o vacinado não tem como transmitir o vírus". Imunizados podem sim continuar transmitindo o coronavírus e, por isso, o uso de máscara continua sendo recomendado. O ministro Salles, investigado por participação em esquema de exportação ilegal de madeira, esteve ao lado de Bolsonaro no evento

Brasil 247, 12/06/2021, 14:23 h Atualizado em 12/06/2021, 15:20
Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

Ao fim da motociata em São Paulo neste sábado (12), Jair Bolsonaro subiu em um carro de som para mentir sobre os cuidados de prevenção contra a Covid-19. Ele voltou a dizer que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estuda a possibilidade de desobrigar o uso de máscara e afirmou que quem é contra a medida não acredita na ciência.

"Queiroga estuda a possibilidade se podemos, ou não, sugerir a não obrigatoriedade de máscara para quem já contraiu o vírus ou para quem já foi vacinado. Quem for contra é porque não acredita na ciência. O vacinado não tem como transmitir o vírus", disse Bolsonaro.

Ao contrário do que declarou o chefe do Executivo Nacional, vacinados podem sim transmitir o coronavírus. Os imunizados podem ainda, mesmo que com chances muito reduzidas, evoluírem para casos graves da Covid-19. A recomendação de especialistas é no sentido de manter todas as medidas de prevenção ao coronavírus.

Bolsonaro também aproveitou o momento para atacar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamando-o de ditador. "Somente quem anda no meio de vocês sabe do que vocês precisam".

No caminhão de som estavam também os ministros Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações, além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Salles, que não utilizava máscara, é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação em um esquema de exportação ilegal de madeira.

PF aponta como o 'gabinete do ódio' se expandiu além do Palácio do Planalto

       Jair Bolsonaro e os filhos Flávio, Carlos e Eduardo
         Imagem: Reprodução/Flickr

Igor Mello
Do UOL, no Rio
13/06/2021 04h00

O inquérito da Polícia Federal sobre atos antidemocráticos —cujo sigilo foi parcialmente removido neste mês— jogou nova luz sobre a estrutura de páginas e perfis nas redes sociais ligados ao chamado "gabinete do ódio".

Para além do grupo de assessores empregados na Presidência da República, novos elementos confirmam que o grupo tinha grande capilaridade, envolvendo os três filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e políticos aliados.

Os novos elementos reforçam a tese de que o "gabinete do ódio" é coordenado diretamente pela família Bolsonaro e operacionalizado por três assessores presidenciais recrutados pelo vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) —Tércio Arnaud Tomaz, apontado como chefe do grupo; José Matheus Salles Gomes e Mateus Diniz.

À PF, eles admitiram pela primeira vez atuar na comunicação do governo federal.

"Gabinete do ódio" é o nome dado a esse grupo de assessores que trabalham no Palácio do Planalto com foco nas redes sociais, inclusive na gestão de páginas de apoio à família Bolsonaro que difundem desinformação e atacam adversários políticos do presidente.

As investigações indicam contudo que essa estrutura vai além do governo federal, envolvendo também assessores dos filhos do presidente e de outros políticos aliados.

Uma das hipóteses de crimes contra a segurança nacional investigados pela PF diz respeito a essa rede de contas.

A PF afirma que, entre 2019 e junho de 2020, agentes públicos ligados à Secom (Secretaria Especial de Comunicação) e a políticos aliados ao clã Bolsonaro usavam canais no Twitter, YouTube, Facebook que incitaram "parcela da população à subversão da ordem política ou social e à animosidade das Forças Armadas contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional".


Filhos do presidente

Informações levantadas pela CPMI das Fake News e pelo DFRLab —organização forense digital que tem parceria com o Facebook— já sugeriam a participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no comando do "gabinete do ódio". Dois de seus então assessores parlamentares foram identificados como donos de contas ligadas à estrutura de desinformação e ataques a adversários políticos —informação referendada pela PF.

A novidade trazida pelo inquérito submetido ao STF (Supremo Tribunal Federal) envolve o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

Investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) no caso das rachadinhas, o assessor parlamentar Fernando Nascimento Pessoa, hoje nomeado no gabinete do filho 01 do presidente no Senado, foi identificado como o dono de seis contas ligadas à rede de desinformação bolsonarista, todas derrubadas pelo Facebook por comportamento inautêntico.

Os funcionários de Eduardo e Flávio Bolsonaro assim como o trio de assessores da Presidência da República compõem o que a PF chama de núcleo de Brasília.

Segundo os investigadores, há indícios de que a exclusão dessas contas pelo Facebook tem como motivo justamente o seu uso coordenado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

"Ao que tudo indica, as contas objeto desta análise, removidas pelo Facebook de suas redes sociais, se enquadram na tipologia 'Operações executadas por um governo para atingir seus próprios cidadãos. Isso pode ser particularmente preocupante quando combinam técnicas enganosas com o poder de um Estado'", diz o relatório da PF.

Ramificações nos estados

Essa análise trouxe indícios de que há movimentos coordenados entre o núcleo de assessores lotados em Brasília e de outros estados.

Isso foi notado, por exemplo, no caso do Rio de Janeiro, onde um casal de criadores de conteúdo —Vanessa Navarro e Leonardo Rodrigues— mantinha páginas bolsonaristas enquanto estavam nomeados nos gabinetes dos deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos, ambos do PSL. As páginas foram removidas pelo Facebook em julho do ano passado.

Vanessa continua como funcionária comissionada no gabinete de Anderson, enquanto Leonardo foi exonerado em abril de 2020.

Há também um outro núcleo ligado a políticos bolsonaristas em São Paulo, mas até aqui a PF não obteve tantos elementos quanto no caso dos políticos fluminenses.

Na CPMI das Fake News, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) listou ainda seis deputados federais, dois deputados estaduais, dois deputados estaduais de São Paulo e uma de Santa Catarina como supostos integrantes do que chamou de milícia virtual.

Alguns deles foram ouvidos pela PF no inquérito, mas não constam até o momento elementos sobre sua efetiva participação.

Outro lado

O UOL questionou a Presidência da República, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, mas nenhum deles respondeu os questionamentos enviados pela reportagem até o momento.

Em depoimento à PF, Eduardo afirmou que "nunca orientou, determinou ou estimulou a atuação deles [seus assessores] em redes sociais e que qualquer tipo de atuação não possui vínculo com o gabinete".

Já Carlos Bolsonaro negou aos interrogadores participar da "produção, publicação ou difusão de material falsos ou que veicule informações contra os chefes de poderes ou contra as instituições do Estado Democrático de Direito". Também disse não ter nenhuma participação na elaboração da estratégia de comunicação do governo federal.

A deputada estadual Alana Passos afirmou ao UOL que Leonardo Rodrigues cuidava de suas redes sociais e que "ele tinha bastante trabalho, como todos podem ver pelo volume de publicações". Mas disse não ter como afirmar se ele usava a estrutura do gabinete para administrar as contas citadas pela PF, definidas por ela como "páginas pessoais".

Alana nega uma suposta participação no grupo coordenado pelo "gabinete do ódio". "Tenho muito respeito pela democracia, e nunca iria atacar ou pedir para atacar qualquer instituição."

O deputado estadual Anderson Moraes foi procurado, mas não respondeu às perguntas enviadas até o momento.

Os assessores da Presidência da República Tercio, José Matheus e Mateus Diniz, apontados como integrantes do "gabinete do ódio", negaram em depoimento envolvimento no suposto esquema.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Bolsonaro volta a usar dados falsos para insinuar supernotificação de mortes e dá parabéns ao TCU

Novamente, Jair Bolsonaro utilizou dados falsificados de um assessor do TCU. A Corte, no entanto, negou oficialmente os números incluídos em seu sistema e afastou o auditor responsável por tentar inseri-los

Brasil 247, 10/06/2021, 18:28 h Atualizado em 10/06/2021, 18:28
Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

Jair Bolsonaro, em discurso no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 10, voltou a usar dados falsos para insinuar que existe supernotificação dos dados oficiais da Covid-19 no Brasil, cujas principais suspeitas é que sejam subnotificados uma vez que o país é um dos que menos realiza testes no mundo.

Novamente, Bolsonaro utilizou dados falsificados de um assessor do Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte, no entanto, negou oficialmente os números incluídos em seu sistema e afastou o auditor responsável por tentar inseri-los. Os dados falsos apontam que, em torno de 50% dos óbitos pela doença no ano passado, não foram por Covid-19.


A portaria, segundo Bolsonaro, se estenderá àqueles que já tenham sido contaminados pelo coronavírus, mesmo com a possibilidade de reinfecção.

A medida contraria as recomendações de autoridades sanitárias, que pedem a manutenção das práticas de prevenção à Covid-19 mesmo após a vacinação. Isto porque mesmo os imunizados não têm proteção 100% garantida contra a doença e ainda sim podem transmitir o vírus a outras pessoas que por ventura não tenham sido vacinadas.

Bolsonaro apanha nas redes após falar em desobrigar uso de máscara

"Não escutem as asneiras desse doente. Usem máscara e álcool em gel. O vírus existe e continua matando! Bolsonaro, eu te odeio", escreveu uma usuária no Twitter

Brasil 247, 10/06/2021, 18:30 h Atualizado em 10/06/2021, 19:13
(Foto: J Gonçalves)

Poucos minutos após Jair Bolsonaro declarar nesta quinta-feira (10) que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prepara um parecer para desobrigar o uso de máscara por vacinados e já infectados pelo coronavírus, uma onda de críticas sobre o governo nasceu no Twitter.

O uso de máscara por vacinados e por quem já teve Covid-19 é, segundo especialistas, necessário para garantir que não haja um maior espalhamento do coronavírus. As vacinas não garantem 100% de proteção e pessoas que já foram infectadas podem contrair a doença novamente.

Pelas redes, jornalistas, políticos, famosos e anônimos criticaram duramente o chefe do governo federal.

Telegramas sigilosos do Itamaraty provam que o governo Bolsonaro negou a compra de 43 milhões de vacinas da Covax

Telegramas do Ministério das Relações Exteriores apontaram que o governo Jair Bolsonaro recusou propostas para receber vacinas da Covax Facility, o suficiente para imunizar 20% dos brasileiros. A gestão reconheceu os benefícios dos imunizantes, mas preferiu adquirir doses para vacinar apenas 10% da população. Comprou somente 43 milhões das 86 milhões ofertadas

10 de junho de 2021, 11:13 h Atualizado em 10 de junho de 2021, 11:13Itamarary (Foto: Leonardo Sá/Agência Senado | Reuters)


O governo Jair Bolsonaro recebeu uma proposta da aliança mundial de vacinas, a Gavi, para aderir ao plano de imunização global com acesso a 86 milhões de doses. A entidade, responsável por administrar a Covax Facility, fez a sugestão no primeiro semestre de 2020. A ideia era garantir a imunização de 20% dos brasileiros, mas o País não aderiu à proposta e comprou somente 43 milhões, o suficiente para imunizar apenas 10% da população. A informação foi publicada pela coluna de Jamil Chade, no portal Uol.

Telegramas sigilosos apontaram o reconhecimento por parte do governo de que o Brasil seria beneficiado. Em um dos documentos, o Ministério das Relações Exteriores reconheceu que a negociação daria "acesso a futuras vacinas contra a covid-19 a preços inferiores aos do mercado". "O mesmo mecanismo serviria para compartilhar riscos entre maior número de países e, ao mesmo tempo, enviar sinais aos desenvolvedores/produtores de que haverá mercado para venda das futuras vacinas", disse.

Com mais de 99% dos votos apurados, Pedro Castillo está praticamente eleito presidente do Peru

Diferença a favor de Castillo é de 0,63 pontos percentuais

Brasil 247, 9/06/2021, 04:59 h Atualizado em 9/06/2021, 05:21
Pedro Castillo (Foto: Reuters/Alessandro Cinque)

Está praticamente decidido: Pedro Castillo, um líder progressista, professor de escola rural em sua cidade natal, Chonta, está pronto para ser o próximo presidente do Peru.

Com 99,28% dos registros eleitorais processados, o candidato à presidência do Peru, Pedro Castillo, supera sua adversária da direita, Keiko Fujimori.

Com base nos dados divulgados pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais, Pedro Castillo tem 8.719.076 de votos, o equivalente a 50,25 por cento dos votos válidos.

Por sua vez, Fujimori tem 8.631.303 votos, o que representa um total de 49,74 por cento, informa a Telesul.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Lula vence Bolsonaro no 2º turno com 11 pontos de vantagem, mostra pesquisa

Levantamento do PoderData, divulgado nesta quarta-feira (9), aponta o ex-presidente Lula com 48% de intenções de voto, contra 37% de Jair Bolsonaro

9 de junho de 2021, 20:41 h Atualizado em 9 de junho de 2021, 20:59
(Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

Pesquisa PoderData sobre as eleições presidenciais de 2022, divulgada nesta quarta-feira (9), mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vence Jair Bolsonaro no segundo turno com 11 pontos percentuais de vantagem, por 48% a 37%.

Segundo levantamento, feito por telefone, no primeiro turno, os dois candidatos aparecem tecnicamente empatados, com Bolsonaro com 33% contra 31% de Lula.

A pesquisa, em parceria com o Grupo Bandeirantes, ouviu 2.500 pessoas por telefone, entre os dias 7 e 9 de junho, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Confira os números do segundo e do primeiro turno:




terça-feira, 8 de junho de 2021

Comissão da Câmara aprova texto que libera cultivo de cannabis para fins medicinais

A decisão vale exclusivamente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais, da Cannabis sativa, planta também usada para produzir a maconha

Brasil 247, 8/06/2021, 15:27 h Atualizado em 8/06/2021, 15:27
(Foto: Divulgação)

Agência Câmara - A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisou o Projeto de Lei 399/15 aprovou nesta terça-feira (8) parecer favorável à legalização do cultivo no Brasil, exclusivamente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais, da Cannabis sativa, planta também usada para produzir a maconha.

A proposta foi aprovada na forma do substitutivo apresentado pelo relator, deputado Luciano Ducci (PSB-PR), ao texto original do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE). Em razão do caráter conclusivo, o texto poderia seguir diretamente para o Senado, mas haverá recurso para análise em Plenário.

Na comissão especial, o texto-base recebeu nesta manhã 17 votos favoráveis e 17 contrários. O desempate em favor da aprovação coube ao relator, conforme determina o Regimento Interno da Câmara – que também permitiu substituições de última hora em vagas no colegiado. Nenhum dos oito destaques prosperou.

O presidente da comissão especial, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), celebrou o resultado. “Agradeço o trabalho de todos e o debate qualificado, colocamos o Brasil na fronteira científica e médica pelo bem-estar das pessoas”, afirmou.

Parecer aprovado

O substitutivo aprovado legaliza o cultivo da Cannabis, mas impõe restrições. O plantio poderá ser feito apenas por pessoas jurídicas (empresas, associações de pacientes ou organizações não governamentais). Não há previsão para o cultivo individual. Seguirão proibidos cigarros, chás e outros itens derivados da planta.

No parecer final, houve ajustes após debates no colegiado e em comissão geral realizada em 26 de maio. A partir de emenda da deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), o relator incluiu linha de crédito destinada a associações de pacientes que fabricam medicamentos, para que possam se ajustar às exigências da futura lei.

Segundo Luciano Ducci, o foco é a aplicação medicinal da Cannabis, presente hoje em 50 países. “Nunca foi uma premissa discutir a legalização da maconha para uso adulto ou individual”, disse.

Criada em 2019, a comissão especial fez 12 audiências públicas, além de recolher informações no Brasil e no exterior.

A versão original de Fábio Mitidieri liberava a venda de medicamentos oriundos da Cannabis sativa ao alterar a Lei Antidrogas. “Algumas moléstias podem ser tratadas com sucesso, de modo eficaz e seguro, em relação a outras drogas que não apresentam respostas satisfatórias em determinados casos.”

Documento citado por Bolsonaro e que provaria fraude no número de mortes por Covid-19 foi inserido no sistema do TCU no domingo

De acordo com a Crusoé, o nome do auditor responsável pelo documento é Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. O TCU, na segunda-feira, negou ter qualquer prova de supernotificação de óbitos por Covid-19

Brasil 247, 8/06/2021, 16:15 h Atualizado em 8/06/2021, 16:20
Tribunal de Contas da União (TCU) (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)

O documento do Tribunal de Contas da União (TCU) citado por Jair Bolsonaro ao afirmar que o número de mortes por Covid-19 no Brasil foi fraudado foi inserido no sistema do tribunal no domingo (6), de acordo com a Crusoé.

O TCU, ainda na segunda-feira (7), divulgou nota negando ter qualquer informação sobre uma possível manipulação nos dados de mortes por Covid-19.

Em reportagem, a Crusoé afirma que o documento, intitulado "Da possível supernotificação de óbitos causados por Covid", é de responsabilidade do auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. "Às 18h39 do domingo, 6, o auditor do TCU Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques acessou o sistema interno do tribunal e incluiu um documento não oficial com informações distorcidas sobre a possibilidade de supernotificação de casos de Covid-19 no Brasil", diz o texto.

PF trabalha com “hipótese criminal” de que Bolsonaro e filhos atuaram para “subversão da ordem política”

Inquérito do STF sobre os atos antidemocráticos aponta que Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos, Eduardo, Carlos e Flávio, mobilizaram as redes sociais para "incitar parcela da população à subversão da ordem política" de meados de 2018 até 2020

Brasil 247, 8/06/2021, 11:32 h Atualizado em 8/06/2021, 12:27
(Foto: Reprodução/Twitter | Jayme/Ascom/TSE)

Investigação da Polícia Federal, parte do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura atos antidemocráticos, aponta que Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos, Eduardo, Carlos e Flávio, mobilizaram as redes sociais para "incitar parcela da população à subversão da ordem política" de meados de 2018 até 2020.

Segundo reportagem dos jornalistas Eduardo Militão e Rafael Neves, no portal UOL, os policiais escreveram uma "hipótese criminal" com objetivo "obter vantagens político-partidárias".

A Polícia Federal também vinculou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e Tercio Arnaud Thomaz, membro do Gabinete do Ódio e assessor especial de Jair Bolsonaro, a contas inautênticas do Facebook usadas para disseminar mensagens.

Na investigação, os policiais listaram uma série de contas de redes sociais inautênticas detectadas por auditoria do Facebook —e que foi confirmada por quebras de sigilos realizadas pelos agentes. No chamado "grupo Brasília", a polícia localizou 31 pessoas vinculadas a contas usadas para "operações executadas por um governo para atingir seus próprios cidadãos", como informou a rede social.

Na relação, Michelle Bolsonaro é listada pela PF como "esposa de Jair Messias Bolsonaro", o "proprietário" das contas Bolsonaronews, no Instagram. Em outros trechos do inquérito, Tércio Arnaud Tomaz, que é assessor da Presidência da República no chamado Gabinete do Ódio, é apontado pela polícia como proprietário das contas Bolsonaronews no Facebook e Tercio Arnaud Tomaz.

Ao final do relatório, a PF indica que é preciso aprofundar as investigações relacionadas ao uso de mídias sociais para incentivar atos antidemocráticos nas ruas, no entanto, a Procuradoria-Geral da República rejeitou aprofundar as investigações propostas pela Polícia Federal.