sábado, 5 de junho de 2021

Delação contra Bretas é apenas a ponta do iceberg da Lava Jato do Rio, diz advogado Fernando Fernandes

O advogado do Almirante Othon Pinheiro da Silva, Fernandes disse Marcelo Bretas fez política utilizando o cargo de juiz e irá pedir à Justiça Federal a suspeição do magistrado, nos moldes do que fez a defesa do ex-presidente Lula contra o ex-juiz Sérgio Moro

Brasil 247, 5/06/2021, 17:46 h Atualizado em 5/06/2021, 17:54
Marcelo Bretas e Almirante Othon (Foto: Fernando Frazão/Agência 
Brasil | Agência Senado)

O advogado Fernando Augusto Fernandes comentou nesse sábado (4) as acusações de que o juiz federal Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio de Janeiro, negociou penas, combinou estratégias com o Ministério Público e direcionou acordos, feitas em delação premiada pelo advogado Nythalmar Dias Ferreira

Fernandes é advogado do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, que foi condenado por Bretas a 43 anos de prisão, em 2016, para apavorar outros investigados na Lava Jato. "Esta matéria de hoje, me parece que é a ponta de um iceberg. Temos muitas coisas, provavelmente, para vir à tona. O principal relator da Lava Jato carioca, Abel Gomes, pediu aposentadoria. Isso logo após o segundo desembargador, Fausto de Sanctis, ter se declarado suspeito para julgar todos os casos da Lava Jato. Isso já é decorrência destas revelações do Nythalmar, e do que está por vir ainda", afirmou.

Fernandes defendeu ainda que Bretas fez política utilizando o cargo de juiz e irá pedir à Justiça Federal a suspeição do magistrado, nos moldes do que fez a defesa do ex-presidente Lula contra o ex-juiz Sérgio Moro. "Não é mais possível admitir juiz utilizar processo para fazer política. Não é só o general Pazuello que não pode ir para o palanque", acrescentou.

O jornalista Ricardo Bruno, que também participou do Boa Noite 247, afirmou que o juiz Bretas interferiu nas eleições estaduais de 2018 no Rio de Janeiro, beneficiando o ex-juiz e então candidato apoiado por Jair Bolsonaro, Wilson Witzel.

"Bretas convocou um ex-assessor de Eduardo Paes para um quarto depoimento, às vésperas das eleições de 2018, e divulgou depois este conteúdo, com acusações a Paes. Naquele momento, todo mundo suspeitou daquela atitude. Mas agora, o Nythalmar disse, de maneira clara, que tudo foi calculado para interferir no processo eleitoral", afirmou Ricardo Bruno, editor do site Agenda do Poder.

Condenação de Lula foi erro judicial, aponta maior especialista dos Estados Unidos em corrupção

Susan Rose-Ackerman, referência nos estudos sobre o tema e professora de Yale, diz que Sergio Moro, o ex-juiz considerado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal, errou no caso

Brasil 247, 5/06/2021, 13:48 h Atualizado em 5/06/2021, 14:06
Susan Rose-Ackerman e Lula (Foto: IMF Staff Photo/Stephen Jaffe | Ricardo Stuckert)

A professora de direito e ciência política da Universidade Yale, Susan Rose-Ackerman, concedeu entrevista ao jornalista Ricardo Balthazar, publicada neste sábado, e confirmou o que todos os juristas brasileiros vêm apontando há muitos anos. A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recentemente revista pelo Supremo Tribunal Federal, foi um grave erro judicial e o ex-juiz Sergio Moro, apontado como suspeito pela suprema corte, agiu politicamente.

"Sempre me pareceu que o caso de Lula não se encaixava bem no padrão do que foi revelado nos casos mais complexos da Lava Jato. O apartamento cuja propriedade foi atribuída a ele não parecia ter conexão com os desvios na Petrobras e as grandes transferências de riqueza detectadas pelos investigadores", disse ela. "Seria uma pena se erros cometidos [por Moro] no caso particular de Lula fossem usados para desqualificar tudo o que foi feito", afirmou ainda.

Vítimas da cloroquina começam a processar governo dos Estados Unidos

Assim como no Brasil, Donald Trump também fez charlatanismo com o remédio ineficaz e perigoso contra a Covid-19

Brasil 247, 5/06/2021, 04:05 h Atualizado em 5/06/2021, 04:15
(Foto: Reprodução | Agência Pará)

Parentes de vítimas da covid-19 que morreram após receber tratamentos à base cloroquina e azitromicina, os remédios ineficazes e perigosos do "tratamento precoce", que foi alardeado por Donald Trump e Jair Bolsonaro, começaram a processar o governo dos Estados Unidos. É o que informa reportagem da Reuters. Confira:

Em março do ano passado, Steve Cicala levou sua esposa, Susan, ao pronto-socorro do Clara Maass Medical Center em Nova Jersey para tratar um agravamento da tosse e da febre, sem saber que ela tinha COVID-19.

Como sua respiração e pressão arterial se deterioraram, ela recebeu azitromicina e hidroxicloroquina e colocou um ventilador. Onze dias depois de ser admitida no mesmo hospital onde trabalhou por anos como enfermeira, Susan teve uma parada cardíaca e morreu aos 60 anos.

Steve Cicala é agora a primeira pessoa conhecida a perseguir uma reclamação COVID-19 com um fundo do governo dos EUA de uma década que tem até US$ 30 bilhões que podem ser usados ​​para compensar ferimentos graves ou mortes causadas por tratamentos ou vacinas na luta contra a pandemia.

Ele poderia receber cerca de US$ 367 mil do fundo virtualmente inexplorado se pudesse mostrar o tratamento que causou a morte de sua esposa. Ele não está alegando negligência contra o hospital, que é amplamente protegido de responsabilidade por uma lei de saúde emergencial.

“Não há nada que a traga de volta”, disse Cicala, “mas obviamente com nossos dois filhos e agora dois netos, se houver algo que possamos fazer para ajudá-los, isso seria ótimo”.

Cláudio Couto: degradação do Exército nunca foi tão grande como agora

O cientista político afirmou à TV 247 que o Exército "está lambendo as botas do presidente da República", e isso ficou provado com a decisão de não punição do ex-ministro e general Eduardo Pazuello por sua participação em ato político com Bolsonaro. 

Brasil 247, 4/06/2021, 10:42 h Atualizado em 4/06/2021, 11:10.
Cláudio Couto, Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro 
(Foto: Reprodução/Youtube | PR)

O cientista político Cláudio Couto analisou, em entrevista à TV 247, a decisão do Exército brasileiro de não punir o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello após o oficial, como militar da ativa, ter participado de ato político ao lado de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro em 23 de maio.

O Exército "está lambendo as botas do presidente da República", avaliou Couto, que disse também que a decisão do Exército abre espaço "para uma atuação partidária das forças de segurança" do país.

"Acho que o Exército nunca chegou, em tempos de democracia pelo menos, em um nível tão grande de degradação. É uma força degradada, e o bolsonarismo ajuda a degradar não só o país, mas em particular as Forças Armadas, que são cúmplices dele em todos os erros e tramóias que o governo Bolsonaro apronta. Estão se curvando, se colocando como serviçais do presidente da República para seu projeto pessoal", afirmou.

O cientista político ainda afirmou que Bolsonaro tem razão em chamar o Exército de "meu Exército", porque é assim que os militares estão se comportando, como vassalos da Presidência. "É um momento muito grave. Talvez seja o momento mais grave das relações entre o governo e os militares no Brasil desde o Riocentro. É uma situação muito perigosa. Quando o presidente da República diz que o Exército é o 'seu Exército', no sentido de uma tropa pessoal, ele parece estar cercado de razão do ponto de vista dos fatos, não do que deveria ser. É evidente que aquele evento que ocorreu no Rio de Janeiro, a 'motocada', foi um evento político, inclusive ele foi propagandeado como sendo um evento político de muito sucesso pelo presidente, pelos filhos do presidente e por aliados".

Padilha: distribuir e prescrever cloroquina por meio do SUS é ilegal

“Ninguém no SUS pode fazer propaganda, produzir, comprar, distribuir ou prescrever uma medicação que não foi incorporada pela Conitec”, explicou à TV 247 o ex-ministro da Saúde. 

Brasil 247, 2/06/2021, 17:52 h Atualizado em 2/06/2021, 20:21
Alexandre Padilha (Foto: ABr | Reuters)

O deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP), em entrevista à TV 247, afirmou que profissionais da saúde que prescrevem cloroquina pelo SUS para pacientes com Covid-19 estão cometendo uma ilegalidade.Um dos itens do “envenenamento precoce”, apelidado por Padilha, a cloroquina não foi incorporada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), o que impede sua prescrição por profissionais do SUS. “Ninguém no SUS pode fazer propaganda, produzir, comprar, distribuir ou prescrever uma medicação que não foi incorporada pela Conitec. Não está autorizado a ser investido recurso público do SUS para uso dessa medicação. E o governo Bolsonaro fez tudo isso. O SUS não permite”.

Apesar das evidências científicas que apontam para a ineficácia da cloroquina contra a Covid-19, médicos ainda sim têm autonomia para medicar seus pacientes com a substância. Eles são obrigados, porém, a seguir quatro protocolos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), alerta Padilha. “O CFM está regulando o que o médico tem que fazer caso ele queira prescrever esse medicamento e assumir a responsabilidade sobre isso. Ele precisa orientar o paciente de que não existe qualquer estudo que mostre a eficácia desse medicamento, tem que orientar o paciente dos estudos que mostram a gravidade e a agressão que esse medicamento pode causar, tem que orientar o paciente que a melhor forma de prevenir a Covid-19 é o uso de de máscara, o distanciamento e álcool gel e tem que fazer um termo de consentimento”.
‘Nise mentiu sobre suas funções na Saúde nos governos do PT’

Sobre o depoimento da médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina, à CPI da Covid na última terça-feira (1), Padilha desmentiu as informações apresentadas por ela sobre quando atuou no Ministério da Saúde durante os governos do PT. A médica citou sua passagem pelo ministério em outros governos para tentar se afastar da ideia de que é apoiadora de Jair Bolsonaro.

“Ela de fato foi servidora do ministério já na gestão do [ex-ministro José Gomes] Temporão. Quando eu assumi o ministério, em 2011, ela era servidora do ministério, depois eu a exonerei porque o papel que ela tinha não estava correspondendo ao que a gente estabelecia. Mas ela nunca teve qualquer participação ou envolvimento. Ela chegou a mentir mais de uma vez dizendo que durante a gestão do Temporão, na H1N1, ela participava do comitê da H1N1. Nunca participou. Não era esse o tema dela”.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Exército cede e decide não punir Pazuello por participação em ato pró-Bolsonaro

Como militar da ativa, Pazuello transgrediu regra do Exército que proíbe manifestações políticas dos oficiais, mas o comandante, general Paulo Sérgio Oliveira, entendeu de forma contrária: "não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar"

Brasil 247, 3/06/2021, 15:52 h Atualizado em 3/06/de 2021, 16:30
O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Eduardo Pazuello durante passeio de moto, que gerou aglomeração na cidade do Rio de Janeiro. (Foto: Alan Santos/PR)

O Exército divulgou nesta quinta-feira (3) comunicado informando que o comandante da força, general Paulo Sérgio Oliveira, decidiu não punir o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello por sua participação em ato político a favor de Jair Bolsonaro em 23 de maio.

Como militar da ativa, Pazuello não poderia ter comparecido ao protesto, segundo regimento do Exército.

“Acerca da participação do General de Divisão Eduardo Pazuello em evento realizado na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general. Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”, diz a nota.

O procedimento disciplinar aberto contra Pazuello foi arquivado.

STF autoriza abertura de inquérito contra Salles por suspeita de favorecimento de madeireiros ilegais

 O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deve prestar depoimento à Polícia Federal em até 30 dias. Salles é investigado por tentar atrapalhar a Operação Handroanthus, que investiga um esquema de desmatamento ilegal na Amazônia


Brasilia, 2/06/2021, 19:28 h Atualizado em 2/06/2021, 20:21
Ricardo Salles e Cármen Lúcia (Foto: ABr)

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia autorizou nesta quarta-feira (2) a abertura de inquérito contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, suspeito de favorecer madeireiros que atuam ilegalmente na Amazônia.

O pedido partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR) após uma notícia-crime apresentada pelo ex-superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva.

Saraiva acusa Salles de tentar atrapalhar a Operação Handroanthus, que investiga um esquema de desmatamento ilegal na região.

A ministra também determinou que prestem depoimento os proprietários rurais envolvidos nos fatos citados e os agentes de fiscalização do Ibama e da própria PF.

Ela ainda autorizou a requisição de cópia dos procedimentos de fiscalização ambiental e a tomada de depoimento de Salles.

As diligências precisam ser cumpridas em até 30 dias, segundo decisão da magistrada.

Esta é a segunda investigação contra Salles no STF. A primeira está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que resultou até em operação de busca e apreensão contra o ministro do Meio Ambiente e foi batizada de Operação Akuanduba.

Secretário do governo Bolsonaro defende médico que está preso no Egito por ter ofendido uma mulher

Bolsonarista e olavista, Felipe Pedri, secretário do governo, defende o médico Victor Sorrentino, preso por ter ofendido uma mulher no Egito

Brasil 247, 3/06/2021, 05:22 h Atualizado em 3/06/2021, 05:22
Victor Sorrentino (Foto: Reprodução)

O secretário de Comunicação Institucional do governo Bolsonaro, Felipe Pedri, foi a público defender o médico Victor Sorrentino, preso no domingo (30) por ter ofendido uma mulher no último domingo (30). O próprio Sorrentino divulgou um vídeo em que ofende uma mulher com palavras de baixo calão e alusões sexuais.

Pelas redes sociais, o secretário de Comunicação Institucional de Jair Bolsonaro escreveu: "De olho na quantidade de mau caracters (sic) que estão levando um pai de família como o Vick a passar por desumanidades sem precedentes em um país estrangeiro. Vocês não são brasileiros, são a escória da humanidade. Nojo total", postou. As informações são do Painel da Folha de S.Paulo.

Após reunião com Alto Comando, comandante do Exército já decidiu sobre punição de Pazuello

O comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, afirmou, em reunião com o Alto Comando, que já está pronto para tomar sua decisão sobre punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que participou de ato com Jair Bolsonaro no Rio

Brasil 247, 2/06/2021, 19:58 h Atualizado em 2/06/2021, 20:21
General Eduardo Pazuello e o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira 
(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | TRT/RR/AM)

O comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou nesta quarta-feira, 2, em reunião com o Alto Comando, que já está pronto para tomar sua decisão sobre punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que participou de ato com Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Segundo o jornal O Globo, a decisão do general pode ser anunciada até a próxima segunda-feira, 7, mas a expectativa é que seja antecipada.
Pazuello não foi autorizado pelo Alto Comando a participar da manifestação política e, portanto, descumpriu regra do Regimento Interno do Exército, que o obriga a pedir autorização.

O caso Pazuello colocou sob pressão o general Paulo Sérgio, que assumiu o comando do Exército em abril e não pode permitir a desordem, isto é, o descumprimento das regras da instituição.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro esteve no Ministério da Defesa com o ministro Walter Braga Netto para conversar sobre a penalização de Pazuello.

Mônica Bergamo enquadra Alexandre Garcia após agressão de Bolsonaro a Daniela Lima, sua colega na CNN

Em tuíte na terça-feira, o jornalista bolsonarista Alexandre Garcia havia criticado uma suposta prática machista dos senadores da CPI contra a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina, mas não se manifestou sobre o caso envolvendo Daniela

Brasil 247, 2/06/2021, 20:15 h Atualizado em 2/06/2021, 20:21
Mônica Bergamo, Daniela Lima e Alexandre Garcia (Foto: Reprodução)

A jornalista Mônica Bergamo emparedou o jornalista bolsonarista Alexandre Garcia nesta quarta-feira (2) após a agressão de Jair Bolsonaro à jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, emissora onde Garcia trabalha.

O jornalista havia criticado em tuíte na terça-feira (1) uma suposta prática machista e autoritária dos senadores da CPI da Covid contra a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina e do suposto "tratamento precoce" contra a Covid-19.

Sobre a agressão de Bolsonaro contra Daniela Lima, no entanto, Alexandre Garcia não escreveu nem uma linha.