quinta-feira, 27 de maio de 2021

Crise militar se agrava e comandante do Exército pode renunciar se Pazuello for blindado

Informação é do jornalista Felipe Frazão, especializado em temas militares, que diz que o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira ameaça sair caso seja desautorizado

Brasil 247, 27/05/2021, 09:37 h Atualizado em 27//05/2021, 10:24
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Foto: Divulgação)

A participação do ex-ministro Eduardo Pazuello num comício político de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, no último domingo, segue provocando estragos. Generais ouvidos pelo jornal Estado de S. Paulo avaliam que cresce o risco dessa transgressão disciplinar virar motivo para novo embate entre o Palácio do Planalto e o Comando do Exército. “O receio é que a tentativa de blindagem de Pazuello, por parte do presidente Jair Bolsonaro, leve à renúncia do comandante, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira”, informa o jornalista Felipe Frazão, em sua reportagem.

“Se houver uma intervenção política no Exército, Bolsonaro estará desautorizando o comandante. Essa percepção aumentou depois que o presidente proibiu a divulgação de nota pública comunicando a abertura do procedimento disciplinar contra seu obediente ex-ministro. Uma intervenção poderia provocar a renúncia de Paulo Sérgio, porque, na avaliação de oficiais, ele perderia a autoridade para punir casos de indisciplina”, aponta ainda o jornalista.

Depois de criar nova crise militar, Bolsonaro faz ameaça de golpe

Jair Bolsonaro voltou a ameaçar o País após criar uma crise nos quartéis com a presença de Eduardo Pazuello em seu comício do último domingo. O comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ameaça se demitir e o vice Hamilton Mourão defende a punição de Pazuello, mas Bolsonaro fala que pode recorrer aos militares, que ele não controla

Brasil 247, 27/05/2021, 16:21 h Atualizado em 27/05/2021, 17:09
Jair Bolsonaro, Eduardo Pazuello, Hamilton Mourão 
e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Foto: ABr | Divulgação)

Depois de criar uma crise militar ao levar o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello a um ato político no Rio de Janeiro no último domingo (23), Jair Bolsonaro, em viagem nesta quinta-feira (27) a São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, voltou a ameaçar a democracia brasileira com um eventual uso das Forças Armadas para fins políticos.

A presença de Pazuello no comício bolsonarista suscitou uma grande polêmica, visto que um militar da ativa, de acordo com regimento do Exército, não pode manifestar-se politicamente. O vice-presidente, Hamilton Mourão, também general, defendeu punição ao colega: "a regra tem que ser aplicada para evitar que a anarquia se instaure dentro das Forças".

O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ameaça renunciar ao posto diante da tentativa de blindagem de Pazuello por parte de Bolsonaro.

Confira reportagem da Reuters sobre as declarações de Bolsonaro durante viagem ao Amazonas:

Por Lisandra Paraguassu (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a ameaçar usar as Forças Armadas contra políticas de restrição de circulação adotadas nos Estados, dessa vez em um discurso durante almoço em um quartel em São Gabriel da Cachoeira (AM).

Falando a militares que servem no município --o mais ao norte do Amazonas, em região de fronteira com Colômbia e Venezuela, em meio à floresta amazônica--, Bolsonaro não citou diretamente as medidas e a atuação dos governos estaduais, mas repetiu a cobrança de "volta à normalidade", ignorando a pandemia de Covid-19 e os mais de 450 mil mortos no país.

"Mais do que obrigação e dever, tenho certeza que vocês agirão dentro das quatro linhas da Constituição, se necessário for", disse. "Espero que não seja necessário, que a gente parta para normalidade. Não estamos nela ainda, estamos longe dela. Mas ninguém pode acusar o atual presidente de ser uma pessoa que não seja democrática que não respeita as leis e que não haja dentro da Constituição."

Bolsonaro tem repetido que tem um decreto pronto para "fazer valer a Constituição". O texto, preparado pelo advogado-geral da União, André Mendonça, pretende impedir que governadores implementem medidas de restrição de circulação, como fechamentos de lojas ou toque de recolher. Até agora, no entanto, não foi editado.

O presidente repetiu, também, que está nas mãos dos militares a liberdade no país, uma afirmação que já causou mal-estar em outras vezes quando falada por ele. Dessa vez, ainda deu um tom mais político ao citar a eleição presidencial de 2022, em que pretende disputar a reeleição.

Dimas Covas destroça Bolsonaro na abertura da CPI: Brasil poderia ter 60 milhões de vacinas em dezembro

Num discurso de alto impacto, sem qualquer adjetivo, na abertura de seu depoimento à CPI da Covid, o diretor do Butantan demonstrou cabalmente como Bolsonaro boicotou a vacinação no país, que poderia ter começado a vacinar em dezembro e poderia ter ao final de 2020 mais de 60 milhões de doses produzidas

Brasil 247, 27/05/2021, 10:45 h Atualizado em 27/05/2021, 14:10
(Foto: Jefferson Rudy/Ag. Senado)

O diretor do Instituto Butantan Dimas Covas demonstrou em seu discurso de abertura na CPI da Covid, no Senado, na manhã desta quinta-feira (27), como o governo Bolsonaro boicotou a vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Ele informou que a primeira oferta de vacinas foi feita ao governo federal em julho passado e que em dezembro a vacinação poderia ter se iniciado.

Ele relatou que em 20 de outubro, o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello afirmou que a Coronavac seria “a vacina no Brasil” e, no dia seguinte, Bolsonaro em manifestação pública garantiu que ela “não seria comprada”.

Covas informou que a oferta de julho havia sido de 60 milhões de doses para entrega no último trimestre de 2020 e que também pediu ajuda para habilitar uma fábrica, que produziria vacinas em 2021. Disse que não recebeu respostas para nenhuma das ofertas.

Segundo Covas, no início de dezembro, o Butantan tinha mais de 5,5 milhões de doses da Coronavac prontas para iniciar a vacinação e estava processando mais 4 milhões, enquanto o mundo tinha vacinado apenas 4 milhões de pessoas ao fim de dezembro. A primeira a ser vacinada no Brasil, em São Paulo, foi a enfermeira Mônica Calazans, apenas em 17 de janeiro, quando o mundo começou em 8 de dezembro. “O Brasil poderia ter sido o primeiro a vacinar se não fossem os percalços que tivemos que enfrentar do ponto de vista do contrato [com o governo Bolsonaro] como do ponto de vista regulatório [com a Anvisa]”, disse o diretor do Butantan.

Covas qualificou de “inusitado” o fato de a Coronavac não ter sido incorporada no Programa Nacional de Imunização desde o início, o que levou Butantan a custear com todas as despesas no processo de importação e fabricação da vacina. Ele disse ainda que “foi frustrante” Bolsonaro negar a compra da vacina pelo governo federal, o que sempre havia acontecido na história do país.

Maioria do STF anula delação de Sérgio Cabral, que acusa Toffoli

 O presidente da Corte Luiz Fux definiu a maioria ao concordar com a alegação da PGR de que acordos sem o MPF ferem a legislação


Brasil 247, 27/05/2021, 17:41 h Atualizado em 27/05/2021, 20:53
 Sérgio Cabral (Foto: Reprodução)

Sérgio Rodas, Conjur - Com o voto do presidente da Corte, Luiz Fux, o Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta quinta-feira (27/5), para anular a homologação do acordo de colaboração premiada do ex-governador Sérgio Cabral (MDB-RJ) com a Polícia Federal. O julgamento será encerrado às 23h59 desta sexta (28/5).

Fux seguiu o posicionamento de Fachin, relator do caso, e aceitou preliminar para estabelecer que, no caso de Cabral, a colaboração premiada firmada pela PF deveria ter se submetido à anuência do Ministério Público. Esse entendimento também foi endossado pelos ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Nunes Marques e Ricardo Lewandowski. Mas os votos deste segundo grupo de cinco ministros frisaram que não estavam firmando tese alguma com efeito erga omnes (para além das partes) sobre a ausência absoluta de legitimidade da autoridade policial para celebrar acordo de colaboração premiada.Assim, Gilmar, Alexandre, Toffoli, Nunes Marques e Lewandowski apontaram que a necessidade de aval do MP para delação firmada pela polícia só vale para o caso do ex-governador fluminense. Somente Fachin e Fux opinaram que a anuência é necessária em todos os acordos celebrados por delegados. Assim, a polícia judiciária segue tendo competência para fazer termos de colaboração, conforme decidido pelo Supremo na Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.508.

A maioria dos ministros concluiu que havia ilegalidades no acordo de Sérgio Cabral. Um dos problemas é que o ex-governador teria recebido cerca de R$ 550 milhões em propinas, porém apenas se comprometeu a devolver R$ 380 milhões na delação. A PGR argumenta que Cabral ainda estaria escondendo R$ 170 milhões.

Fux não analisou se a delação de Cabral era válida ou não — em voto sucinto, apenas se referiu à questão preliminar. Em 2020, o ministro se declarou suspeitou para julgar pedidos de abertura de investigações da PF com base na colaboração do ex-governador.

Os ministros Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio, Cármen Lúcia e Rosa Weber avaliaram que a PF poderia ter firmado o acordo de colaboração premiada de Cabral sem aval do MP.

De acordo com os quatro magistrados, o termo de delação atende aos requisitos legais. E a homologação do documento não significa o reconhecimento de veracidade de qualquer das declarações prestadas por Cabral, nem declaração de certeza sobre a efetiva utilidade dos seus depoimentos. Além disso, só será possível avaliar sua eficácia ao fim do processo, com a sentença.

O relator, Luiz Edson Fachin, declarou ser a favor de derrubar a delação apenas se fosse aceita sua preliminar, que propõe retomar o debate sobre a legitimidade da PF para fechar acordos. Se a preliminar fosse superada, ele entende que o acordo é válido.No início deste mês, o delegado Bernardo Guidali Amaral, da PF, pediu ao Supremo a abertura de um inquérito contra o ministro Dias Toffoli. O pedido se baseia apenas na delação de Sérgio Cabral, que teria ouvido dizer que o ministro recebeu dinheiro para atuar no Tribunal Superior Eleitoral. Fachin autorizou a Polícia Federal a coletar provas na investigação.
Voto do relator

Segundo Fachin, a questão preliminar suscitada pela PGR, sobre a validade dos acordos de delação fechados exclusivamente pela PF, prejudica a análise de mérito do pedido. Em 2018, quando a Corte julgou o tema, o ministro havia votado para declarar inconstitucionais os acordos firmados por delegados. Ficou vencido, ao lado de Rosa Weber, Luiz Fux e Dias Toffoli.Em fevereiro deste ano, Fachin homologou o acordo de delação fechado pela PF com Cabral, decisão que foi posteriormente revogada, após a apresentação de petição pela PGR.

Em seu voto, Fachin diz que homologou a delação em respeito ao princípio de colegialidade, mas que, agora, diante de um feito com "natureza de ação originária" e considerando que o julgamento que definiu a tese já ocorreu há três anos, repete os argumentos apresentados em 2018 e acolhe a questão preliminar apresentada pela PGR.


Os argumentos de Fachin partiram de três premissas: a primeira, de que a colaboração premiada é realidade jurídica, em si, mais ampla do que o acordo de colaboração premiada. No contexto de negociação de acordo, o Estado abre mão de parte de seu poder punitivo, comprometendo-se a abrandar a punição de alguém que cometeu um crime. A questão, nesse contexto, é saber qual órgão estatal a Constituição permite que represente o Estado na celebração de um negócio jurídico com essas consequências.

A segunda premissa de Fachin é a de que essa competência é exclusiva do Ministério Público, por extensão da previsão constitucional que determina que esse órgão também é o responsável privativo pela promoção de ação penal pública. Assim, "a pretensão punitiva é de titularidade do Ministério Público".

"Isso não significa que delegados de polícia estejam constitucionalmente alijados das dinâmicas próprias que envolvem a colaboração premiada, especialmente se vista como gênero, ou seja, nas hipóteses em que a colaboração não decorre de um acordo", ressalva.

O delegado tem algumas atribuições: (i) representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador; (ii) participar das negociações entre as partes; (iii) apresentar para manifestação do Ministério Público a colaboração, decorrente de negociação entre delegado, investigado e defensor.

No entanto, "sem a presença do Ministério Público, a polícia não é parte que pode chancelar acordo e obter homologação judicial". "Para presentar isoladamente o Estado na celebração do negócio jurídico, teria o delegado de polícia de dispor de direito que se associa ao exercício, integral ou parcial, da pretensão punitiva."

Isso não significa, no entanto, que a polícia deva ser excluída da negociação, prossegue o ministro no voto, mas sim que ela deve trabalhar em conjunto com o Ministério Público, em uma "cooperação que deve imperar entre as diversas agências incumbidas da elucidação e persecução decorrentes da prática de crimes". Essa seria a terceira premissa adotada pelo ministro em sua manifestação.

Diante desse conjunto de reflexões, Fachin entende que se deve "acolher a questão preliminar suscitada pela Procuradoria-Geral da República, o que, acaso também acolhida, torna sem efeito, desde então, a decisão homologatória do acordo de colaboração premiada celebrado nestes autos".

Caso vencido nessa questão preliminar, Fachin aponta que a fundamentação do pedido da PGR parte do princípio que "o colaborador permaneceria 'em situação de ocultação de bens e valores adquiridos em razão da sua extensa lista de crimes', a indicar desrespeito aos deveres anexos inerentes à boa-fé objetiva que deve nortear a pactuação do acordo de colaboração premiada".

Nesse caso, não haveria "divergência doutrinária ou jurisprudencial acerca da caracterização do acordo de colaboração premiada como meio de obtenção de prova". Assim, não seria adequado formular juízos de mérito sobre os fatos narrados por Cabral no processamento do acordo, justamente porque, em conjunto com os elementos de corroboração, são o meio de prova "a ser encartado e valorado no procedimento próprio, seja nos autos do respectivo inquérito ou de eventual ação penal", e não por meio de petição.

terça-feira, 25 de maio de 2021

Câmara aprova auditoria do TCU em gastos do cartão corporativo da Presidência

Analisará despesas públicas
Bolsonaro em evento no PlanaltoSérgio Lima/Poder360 - 9.fev.2021

PODER360,  25.mai.2021 (terça-feira) - 16h45

A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade, nesta 3ª feira (25.mai.2021), uma proposta de auditoria para investigar os gastos do cartão corporativo da Presidência da República. A investigação será conduzida pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A PFC (Proposta de Fiscalização e Controle) é de autoria do deputado Elias Vaz (PSB-GO) e relatada pelo deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). Eis a íntegra (123 KB).

De acordo com o documento, a apuração feita pelo TCU consistirá nos seguintes pilares:

o crescimento dos valores desembolsados de forma secreta da Presidência da República em 2019 se comparado aos anos anteriores;
o crescimento do número de compras sigilosas da Presidência da República em 2019 se comparado aos anos anteriores;
o desrespeito a eventuais limites determinados pela Secretaria de Administração da Presidência da República quanto a esse tipo de desembolsos;
o atendimento aos princípios da publicidade e transparência

Em seu perfil oficial oficial do Twitter, Kataguiri afirmou que “o PFC 36/2019 tem a função de fiscalizar, com auxílio do TCU, os gastos classificados como sigilosos no cartão corporativo da Presidência da República”.

Lula visita padre Lancellotti e reafirma compromisso em cuidar dos mais pobres

"Se a gente não resolver o problema dos pobres, a gente não resolve mais nada. Se eu for candidato, se preparem, porque vamos ter que fazer muito mais do que fizemos", disse o ex-presidente

Brasil 247, 25/05/2021, 16:01 h Atualizado em 25/05/2021, 16:19
Padre Júlio Lancellotti, Lula e Janja (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Lula visitou nesta terça-feira (25) o padre Júlio Lancellotti, que relatou a grave situação de vulnerabilidade da população de rua de São Paulo. O petista falou da necessidade de voltar a "incluir o pobre no orçamento da União".

O encontro foi realizado seguindo as recomendações de prevenção ao coronavírus e foi uma surpresa de Lula ao padre para incentivar a doação de roupas e cobertores a pessoas em situação de rua.

Segundo o ex-presidente, a luta pelos direitos dos mais pobres é o que o motiva a voltar ao Palácio do Planalto. 'Se agente não resolver o problema dos pobres, a gente não resolve mais nada. Se eu for candidato, se preparem, porque vamos ter que fazer muito mais do que fizemos".

Lula ainda disse que todo preconceito da elite contra ele se deu por causa de sua atenção e relação com os pobres do país. "Durante oito anos eu fazia questão, fazia parte da minha agenda, todo 22 ou 23 de dezembro vir fazer uma reunião debaixo de um viaduto. A gente vinha atender algumas coisas e recebia pauta de reivindicação. Esta coisa marcou minha vida. Às vezes eu fico pensando por que se gerou tanto ódio contra o PT, contra o Lula, contra a Dilma. Quem sabe que eu tivesse dedicado o dia que eu vim conversar com vocês, se eu estivesse em um clube jogando qualquer coisa, talvez se eu estivesse jogando golfe com os ricos desse país, não teria precoceito".

Para Lula, nenhum outro aspecto de sua vida política lhe dá tanto orgulho quanto seu diálogo com a classe trabalhadora brasileira. "Não me orgulho de ter visitado presidente, não me orgulho de ter dormido em palácios, não me orgulho de ter andado com a rainha da Inglaterra, mas me orgulho de ter visitado os moradores de rua por oito anos"

"A coisa mais barata para um governo é cuidar do povo pobre. Não tem nada mais fácil do que você garantir que as pessoas tenham três refeições por dia, tenham um emprego, tenham um pedacinho de terra para morar", disse Lula.

Bolsonaro no Rio de Janeiro

O ex-presidente comentou a participação de Jair Bolsonaro em um ato no domingo (23) no Rio de Janeiro e condenou a ausência de uma agenda social do atual chefe do governo federal na cidade. "Ele não teve coragem de visitar sequer a favela em que a polícia matou 28 pessoas. Ela foi lá para matar. O Estado não existe para matar, existe para proteger. Esse presidente não disse uma palavra de solidariedade às famílias de mais de 450 mil pessoas que morreram [vítimas da Covid-19]".

"Quem vai derrotar esse fascista é o povo brasileiro, que merece ser respeitado", disparou o petista.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

OMS pede que países e laboratórios forneçam mais vacinas a países pobres

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu na assembleia ministerial anual da organização que os países doem vacinas ao programa Covax para imunizar 10% da população de todos os países até setembro e 30% até o final do ano

24 de maio de 2021, 09:56 h Atualizado em 24 de maio de 2021, 09:56
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus 
(Foto: REUTERS/Denis Balibouse)

GENEBRA (Reuters) - A pandemia de Covid-19 está sendo perpetuada por uma "escandalosa desigualdade" na distribuição de vacinas, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta segunda-feira.

O diretor-geral da OMS pediu na assembleia ministerial anual da organização que os países doem vacinas ao programa Covax para imunizar 10% da população de todos os países até setembro e 30% até o final do ano.

Tedros também pediu aos fabricantes de vacinas que dessem ao Covax o primeiro direito de recusa em novos lotes de vacinas, ou que comprometam 50% de seus volumes com o Covax este ano.

(Reportagem de Stephanie Nebehay)

Randolfe diz que Pazuello se "auto indiciou" ao ir sem máscara e aglomerar na manifestação no Rio

“O senhor Eduardo Pazuello se indiciou, é o primeiro caso em uma CPI no qual a pessoa se indicia. O que ele fez hoje é crime contra a saúde, contra regras de conduta do Exército”, disparou o vice-presidente da CPI da Covid-19, o senador Randolfe Rodrigues, ao apontar a conduta do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que ao lado de de Jair Bolsonaro, promoveu aglomeração no Rio de Janeiro e subiu no carro de som sem máscara

Brasil 247, 24/05/2021, 07:25 h Atualizado em 24/05/2021, 08:09
Randolfe Rodrigues e Pazuello com Bolsonaro em ato no Rio de Janeiro 
(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | Fernando Frazão/Agência Brasil)

O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid-19, criticou a conduta do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que ao lado de Jair Bolsonaro, promoveu aglomeração no Rio de Janeiro neste domingo (24) e subiu no carro de som sem máscara.

“O senhor Eduardo Pazuello se indiciou, é o primeiro caso em uma CPI no qual a pessoa se indicia. O que ele fez hoje é crime contra a saúde, contra regras de conduta do Exército, contra autoridade judicial”, disse Randolfe, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Após prestar depoimento na semana passada na CPI, Pazuello deve ser reconvocado para falar na Comissão, que ainda não há uma data definida. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), afirma que Pazuello mentiu 15 vezes em seus esclarecimentos.

Segundo Randolfe, a manifestação, no Rio, é mais um ato de desespero de Bolsonaro. “Ele está acuado com os notórios acontecimentos e tenta desviar o foco.”

sábado, 22 de maio de 2021

“Quem disser que Bolsonaro é contra a maconha está redondamente enganado”, diz André Barros

O advogado apontou as ligações entre o governo federal e empresas que buscam presença no emergente mercado da maconha legal brasileiro. Ele denunciou o financiamento de empresas ligadas ao governo e alertou: “o que Bolsonaro quer é o monopólio”. 

Brasil 247, 20/05/2021, 17:38 h Atualizado em 20/05/2021, 18:15
André Barros (Foto: Reprodução)

O advogado André Barros, organizador da Marcha da Maconha, em entrevista à TV 247, desmentiu a ideia de que Jair Bolsonaro é contra a legalização da maconha. Ele denunciou que o próprio governo patenteou o óleo da planta produzido pela empresa Prati Donaduzzi.

“O governo Bolsonaro, através do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), vinculado ao Ministério da Economia, patenteou o óleo de maconha, que é um óleo de milho feito com a planta. Esse óleo que eles patentearam é para doença infantil epiléptica para fins refratários. Olha como que é a jogada. Agora, a Anvisa autorizou, eles querem ceder gratuitamente esse óleo de maconha ao SUS para os pacientes, e isso é bom. O óleo de maconha gratuito para as pessoas pobres poderem fazer uso desse medicamento, isso é bom. Só que quem vai vender pro SUS? A Prati Donaduzzi, que tem a patente do INPI. Então, como ela é a única que tem a patente, a Anvisa só autorizou ela. Só ela vai vender o óleo para o SUS a R$ 2.500, R$ 3.000, sem licitação”, disse.

André denunciou que o governo Bolsonaro, na realidade, busca o monopólio sobre o óleo de maconha no Brasil. “O BNDES patrocinou o estudo, destinou 600 milhões para essa empresa. Eu não tenho certeza se é tudo para esse estudo, é até possível, mas o BNDES patrocinou essa empresa do Paraná, onde o ministro do governo Bolsonaro Osmar Terra é o garoto-propaganda dessa empresa. Então, quem disser no país que o Bolsonaro é contra a maconha está redondamente enganado. O que o Bolsonaro e o governo deles querem fazer é só eles venderem óleo de maconha no Brasil”, completou.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Lula ao Paris Match: "Serei candidato contra Bolsonaro"

Em entrevista exclusiva ao portal francês Paris Match, o ex-presidente Lula oficializou que será candidato nas eleições presidenciais de 2022 contra Jair Bolsonaro

Brasil 247, 20/05/2021, 08:53 h Atualizado em 20/05/2021, 09:06
(Foto: Site Disparada)

Em entrevista exclusiva ao portal francês Paris Match publicada nesta quinta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou que será candidato nas eleições presidenciais de 2022.

“Serei candidato contra Bolsonaro", anunciou o petista.

Confira a entrevista abaixo:

Paris Match. Você contraiu a Covid-19 em janeiro durante viagem a Cuba. Como você está hoje ?

Lula: Estou bem. Para falar a verdade, nem percebi que estava com o Covid: não senti absolutamente nada. Eu descobri fazendo um teste, que deu positivo. Como uma mancha em um dos meus pulmões foi detectada no raio-x, comecei a tomar antibióticos. Duas semanas depois, recuperado, pude voltar ao Brasil, onde fiz novos exames. Mesmo vacinado, continuo me cuidando. Evito as multidões, continuo a usar máscara e uso álcool em gel sempre que preciso. Você vê quem mais me ama sou eu mesmo!

Como você definiria as relações diplomáticas entre Brasil e França?

Ouça (risos), acho que a relação entre os nossos dois países sempre foi extraordinária, excepcional! Acho que tem que continuar assim, apesar das diferenças ocasionais. O Brasil não deve procurar entrar em conflito com nenhum país. Nossa última guerra foi contra o Paraguai há 150 anos! Posso ter divergências com o Presidente dos Estados Unidos, mas não devo perder de vista que devo manter relações diplomáticas com ele para garantir a democracia, a política de desenvolvimento, as relações comerciais, a ciência e a tecnologia.

Você é oficialmente um candidato às eleições de 2022?

Se estou na melhor posição para ganhar as eleições presidenciais e gozo de boa saúde, sim, não hesitarei. Acho que fui um bom presidente. Criei laços fortes com a Europa, América do Sul, África, Estados Unidos, China, Rússia. Sob meu mandato, o Brasil tornou-se um importante ator no cenário mundial, notadamente criando pontes entre a América do Sul, África e os países árabes, com o objetivo de estabelecer e fortalecer uma relação Sul-Sul e demonstrar que o predomínio geopolítico do Norte foi não inexorável.

O senhor considera que o juiz Sergio Moro, que o condenou e acaba de ser considerado culpado de parcialidade, trabalhava para Bolsonaro, do qual posteriormente foi ministro da Justiça?

Em meu primeiro depoimento, disse ao juiz Moro: “Você está condenado a me condenar porque a mentira foi longe demais e você não tem como voltar atrás. Essa mentira realmente envolveu um juiz, promotores e a grande mídia do país, os quais me condenaram antes mesmo de eu ser julgado. O que eles não sabiam é que estou pronto para lutar até o último suspiro para provar que se uniram para me impedir de ir às eleições