quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Verissimo: espero que poupem o país da imagem de Lula com correntes nos pés


"No momento em que escrevo, ninguém sabe o que aconteceu ontem [no julgamento do TRF-4] — pra que lado pulou o canguru — e muito menos o que vai acontecer amanhã. Só espero que poupem o país da imagem do Lula arrastando correntes com os pés", escreve o colunista Luis Fernando Veríssimo.

Prender Lula incendiaria o Brasil, diz Marco Aurélio


O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello afirmou que uma eventual prisão do ex-presidente Lula, líder absoluto em todas as intenções de voto para a Presidência em 2018, incendiaria o País.

"Eu duvido que o façam, porque não é a ordem jurídica constitucional. E, em segundo lugar, no pico de uma crise, um ato deste poderá incendiar o País", afirmou o ministro logo após a manutenção da condenação sem provas de Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF-4).

O ministro disse ainda acreditar que o caso de Lula levará a uma revisão na jurisprudência sobre prisões após condenação em segunda instância.

"Eu quero ver, é uma prova dos nove dessa nova jurisprudência, como eu disse, se forem determinar a prisão do ex-presidente. Eu não acredito".

Jurista Afrânio Jardim analisa simulacro de julgamento que pode levar à prisão de Lula


"Os juízes queriam condenar o réu e foram buscar argumentos para justificar a condenação desejada. Sequer foram inteligentes. Ademais, não houve boa-fé", diz professor da Uerj

Mídia golpista confirma julgamento politico


As manchetes dos principais jornais brasileiros demonstram, de forma inequívoca, que o julgamento de Lula só ocorreu para que ele fosse banido da disputa presidencial de 2018 pelo tapetão judicial. Na Folha, condenação dificulta candidatura. No Globo, esvazia. No Valor, impede, enquanto o Estado de S. Paulo adianta que o registro de Lula deve ser barrado. Foi exatamente para que este objetivo fosse alcançado que o Brasil sofreu dois golpes sequenciais – o de 2016, com a derrubada de Dilma sem crime de responsabilidade, e o de 2018, com a condenação de Lula sem provas; a questão é: o povo vai aceitar?

PT lança candidatura de Lula à Presidência


“Estamos lançando a pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República”, disse a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), ao abrir reunião da Executiva Nacional do partido em São Paulo, um dia depois da condenação, sem provas, do ex-presidente a 12 anos de prisão; acompanhe ao vivo a reunião.

Paulo Coelho resume o Brasil da grande hipocrisia


Em seu Twitter, o escritor Paulo Coelho ironizou a condenação de Lula em segunda instância num momento em que crimes muito mais graves de outros políticos sequer foram investigados ou julgados.

"Finalmente! Agora está tudo 100% no mundo político. Ministros impolutos, Congresso honesto, deputados que pensam apenas no bem do país, senadores que não acobertam crimes de seus pares, juízes que não se deixam pressionar pela mídia e, completando o quadro #LulaCondenado", postou.

“Lula só não será candidato se morrer ou não quiser”, diz presidente do PT em AL


"Não criamos muita expectativa sobre o julgamento porque já sabíamos a decisão desta Justiça, cujo papel é criminalizar a pobreza, minando a classe trabalhadora. Além disso, sabemos que, seja lá qual for o resultado final deste julgamento, todos os recursos possíveis serão impetrados", analisou Ricardo Barbosa, presidente do PT em Alagoas.

Ricardo Barbosa afirmou que: "Lula somente não será candidato, nas eleições presidenciais deste ano, "se morrer ou se não quiser".

Mark Weisbrot: “Não é o fim. Enquanto estiver vivo, Lula desempenha um papel importante”


Em entrevista ao Nocaute, o economista norte-americano Mark Weisbrot avalia que o Brasil terá que ser reconstituído como uma forma de democracia eleitoral muito mais limitada, "na qual um judiciário politizado pode excluir um líder político popular de concorrer a um cargo público. Isso seria uma calamidade para os brasileiros, para a região, e para o mundo".

Dirceu: estou indignado, mas esperançoso


O ex-ministro José Dirceu se manifestou sobre a condenação, sem provas, do ex-presidente Lula, em razão do triplex da OAS, que foi penhorado aos credores da empreiteira. "Estou indignado, mas esperançoso porque só crescerá o apoio a Lula", disse ele.

"Perdemos a batalha, mas não a guerra, que será popular e longa".

Na Justiça da Lava Jato, as sentenças são conhecidas antes dos julgamentos e antecipadas

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"Correu tudo como previsto. Na Justiça da Lava Jato, não há surpresas: cumpre-se apenas um ritual pré-estabelecido há muito tempo", comenta o jornalista sobre o julgamento no TRF4, destacando que "as alegações preliminares e alegações finais da defesa do ex-presidente foram solenemente ignoradas e rejeitadas" e que "promotores e juízes jogam juntos, fazem tabelinha".

Manifestantes lotam Praça da República, em SP, em apoio a Lula, mesmo após sua condenação


Logo após a confirmação da condenação do ex-presidente Lula em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá, milhares de pessoas rumaram para a Praça da República, no centro de São Paulo.

Ainda na noite desta quarta-feira (24), o ex-presidente participará de um ato com a presença de lideranças políticas e demovimentos sociais no local.

Dilma: mesmo quando nos golpeiam, como hoje, vamos lutar ainda mais


Em nota, a presidente eleita e deposta pelo golpe, Dilma Rousseff, declara que "nós iremos reagir à decisão injusta tomada pelo Tribunal Regional Federal da 4a região, em Porto Alegre, ao confirmar a sentença absurda e facciosa que condenou o ex-presidente Lula".

"A inocência do ex-presidente Lula e a perseguição política expressa na sua condenação impedem o restabelecimento da normalidade democrática e a pacificação do país. Uma eleição que vier a impedir o ex-presidente Lula de concorrer não terá legitimidade", ressalta.

Douglas Belchior: judiciário nunca foi um instrumento a serviço dos pobres


O ativista Douglas Belchior critica em vídeo o Poder Judiciário após a condenação do ex-presidente Lula no TRF4.

"O judiciário nunca foi um instrumento a serviço dos pobres, dos trabalhadores, do povo negro brasileiro. A justiça brasileira sempre foi um instrumento de defesa dos interesses da burguesia, dos ricos, da elite escravocrata brasileira", diz.

"E o que fazem com Lula é a reafirmação disso", completa.

Pimenta diz que desembargadores não analisaram propriedade do imóvel


O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), criticou a decisão do TRF-4 contra o ex-presidente Lula, que manteve a condenação proferida em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro.

Ele classificou a sessão desta quarta-feira como um "jogo de cartas marcadas".

"Os desembargadores não analisaram a propriedade do imóvel, e limitaram-se a defender Sérgio Moro", avalia Pimenta.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Lula: a reforma da Previdência não mexe no bolso do Gebran!

Tem muito tempo para desfazer uma condenação no TRF- 4...

Conversa Afiada, 24/01/2018
Canalhas (na acepção do Requião e do Lindbergh) da Band anteciparam o resultado
O Conversa Afiada reproduz - de forma não literal - trechos do pronunciamento do Presidente Lula, no sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo,  na manhã do dia 24, enquanto o desembargador Gebran dizia que ele é culpado pelo conjunto de "convergências"...:
- Não cometi nenhum crime
- Espero que os desembargadores concluam que o Moro errou
- Se isso não acontecer, temos muito tempo pela frente para provar que não cometi nenhum crime
- O que acontece comigo é muito pouco em relação ao que acontece com milhões de desempregados
- Muito menos do que vai acontecer com as vítimas da reforma trabalhista e a reforma da previdência deles
- a reforma de previdência deles não pega os desembargadores, os juízes, os delegados mas mexe com os trabalhadores
- tá na hora de ler o que a Laura Tavares escreveu - ela é filha da Maria da Conceição Tavares - e prova: de 2004 a 2014 a previdência foi superavitária porque a gente criou 20 milhões de empregos com carteira assinada e deu aumento real ao salario mínimo
- ainda não passou a anestesia: eles diziam que se a Dilma caísse ia tudo melhorar
- diziam que o PT era uma doença
- e o povo parecia anestesiado.
- isso está passando
- não fosse o nosso governo, o Brasil tinha quebrado em 2014
- eles não ficaram satisfeitos porque nós decidimos não tirar os sapatos para entrar nos Estados Unidos

sábado, 20 de janeiro de 2018

Como manter uma colônia ou eliminar um concorrente


"Arranje uma bandeira hipócrita e "moralmente" inatacável, como a de um suposto e relativo, dirigido, combate à corrupção e à impunidade, e destrua as instituições políticas, a governabilidade e as maiores empresas do seu concorrente, aplicando-lhes multas bilionárias, não para recuperar recursos supostamente desviados", aponta o jornalista Mauro Santayanna.

"Finalmente, faça tudo, inclusive no plano jurídico, para que se entregue a sua colônia a um governo que seja implacável contra seus inimigos locais e dócil aos seus desejos e interesses, a ser comandado de preferência por alguém que já tenha batido continência para a sua bandeira ou gritado com entusiasmo o nome de seu país publicamente".

Dilma: eu já sabia que Aécio era playboy, mas não tão ladrão assim


Derrubada pelo golpe liderado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), em parceria com Eduardo Cunha, condenado a mais de 15 anos de prisão, a presidente deposta Dilma Rousseff afiou as garras contra o parlamentar mineiro, contra quem pode disputar uma vaga no Senado, em 2018.

“Minha filha, quem é que não sabia quem era Aécio, pô? Fui presidente da República, você acha que não tenho uma avaliação do Aécio? Não sabia que ele era tão ladrão, mas que ele era superficial, irresponsável, playboy, inconsequente, e que a mídia o protegia, eu sabia", afirma.

O responsável direto pela destruição da democracia brasileira, Aécio é investigado em mais de nove inquéritos, acusado de receber propinas de mais de R$ 50 milhões de várias empreiteiras. Blindado, ele virou o símbolo da impunidade no Brasil.

Tratamento medieval a Sergio Cabral enfraquece Lava Jato


"O tratamento medieval que a Polícia Federal dispensou ao ex-governador Sergio Cabral nesta sexta-feira (19), com algemas nos punhos e correntes nos pés, só fragiliza a Operação Lava Jato. Porque investigação de qualidade e polícia de primeira linha não desviam um milímetro da legalidade nem afrontam a dignidade do preso, prevista na legislação", avalia o jornalista Mario Cesar Carvalho.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A Lava Jato não se contenta em punir, seu objetivo é ultrajar


"Quero me ater ao tratamento – discriminatório, abusivo e desnecessário – dado ao cidadão Sérgio Cabral ao chegar no IML do Paraná. Abatido, cambaleante, ele mal conseguia andar, algemado nas mãos e nos pés pelos policiais federais, certamente em cumprimento à determinação do juiz responsável pela decisão, Sergio Moro", escreve o jornalista Ricardo Bruno em artigo no 247.

"Há que se separar a punição prevista em lei da vingança pura e simples. O Estado pune estritamente dentro da lei. O aparelho estatal não pode se transformar num instrumento para vendetas tampouco para demonstrações públicas de afirmação de poder", argumenta Ricardo Bruno.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Belluzzo desmonta o Lego do FHC!


O 1% exige a aceleração histérica das políticas que empobrecem o pobre!

Conversa Afiada, 18/01/2018

O Conversa Afiada reproduz da Carta Capital excelente artigo do professor Luiz Gonzaga Belluzzo sobre como o 1% se lambuza no "populismo":

Em entrevista recente ao Estadão, o ex-presidente Fernando Henrique valeu-se da expressão “populismo” para estigmatizar os eleitores dos adversários. 

Meu professor de Sociologia juntou-se à turma que manda e desmanda no mundo da globalização, sempre empenhada em desqualificar a moçada que sobrevive no prejuízo. Encarapitados nos píncaros reservados ao 1% da distribuição de renda e riqueza, os homens bons lançam mensagens de menosprezo aos que labutam no vale de lágrimas. 

Populismo é uma palavra sem conceito que exala preconceito. Ela pretende dizer que os “esclarecidos” decidem de maneira racional, não por interesse próprio. Dizem que os desvalidos e os mais pobres atacam os orçamentos na defesa de seus interesses. 

Já, os sábios do andar de cima e seus especialistas, esses não, eles encarnam a racionalidade, exercida do alto de seus escritórios almofadados. Sem essa e mais aquela, eliminam a contraposição de interesses e vão jogar Lego com as hipóteses ridículas sobre a economia e a sociedade, não é assim professor Fernando Henrique? 

O filósofo italiano Bifo Berardi não deixa barato: “A palavra populismo, muito usada nesses tempos, é uma fraude. Não explica coisa nehuma.“ 

Bifo vai mais fundo para diagnosticar os desencontros entre as visões dos iluminados e os desvios dos obscurantistas-populistas. 

“A soberania popular, enquanto faculdade de governar a vida social está irremediavelmente perdida porque, em uma era de aceleração da hipercomplexidade, a vontade popular é impotente diante dos automatismos técnicos e línguisticos que a sociedade não pode obstar.” 

Continuo dialogando com Berardi, sem aspas. 

Concordamos: na cena global, movem-se hoje dois atores: a abstração globalizante e os corpos aprisionados no espaço jurídico- político dos territórios nacionais. Incapaz de desfrutar da universalidade, a corporeidade da massa “populista” conflita com a abstração produzida pelo cérebro financeiro. A aceleração do tempo produz o amesquinhamento do espaço onde sobrevivem os mortais de carne e osso. 

A abstração dos mercados, no entanto, tem forças para adaptar seu código aos desatinos do corpo dos pobres mortais (ou dos mortais pobres?). Em suas metamorfoses camaleônicas, os mercados reagiram favoravelmente à vitória de Trump. Wall Street é perfeitamente compatível com o nazismo, como ensina a história. 

O modelo neoliberal continua a se impor mediante seus automatismos, a despeito da dissolução do consenso. As camadas dominantes e rentistas, depois de lançarem a economia mundial do colapso, exigem uma aceleração histérica das políticas perversas e portadoras de mais desigualdade.

As novas formas financeiras contribuíram para aumentar o poder das corporações internacionalizadas sobre grandes massas de trabalhadores, permitindo a “arbitragem” entre as regiões e nivelando por baixo a taxa de salários. 

As fusões e aquisições acompanharam o deslocamento das empresas que operam em múltiplos mercados. Esse movimento não só garantiu um maior controle dos mercados, mas também ampliou o fosso entre o desempenho dos sistemas empresariais “globalizados” e as economias territoriais submetidas à regras jurídico-politicas do Estados Nacionais. A abertura dos mercados e o acirramento da concorrência coexistem com a tendência ao monopólio e debilitam a força dos sindicatos e dos trabalhadores “autônomos”, fazendo periclitar a sobrevivência dos direitos sociais e econômicos, considerados um obstáculo à operação das leis de concorrência.

Nesse ambiente darwinista, são cada vez mais frequentes as arengas dos economistas, sacerdotes da religião dos mercados, contra as tentativas dos simples cidadãos e cidadãs de barrar a marcha do Moloch insaciável e ávido por expandir o seu poder. A gritaria dos sábios das finanças é desferida contra os "desvios" da política, contra os surtos de "populismo". 

Escabroso em sua simplicidade, tal arremedo de inteligência imagina que o debate econômico se desenvolve em um ambiente a-histórico, movendo-se eternamente entre a racionalidade dos economistas e o populismo das urnas. Essa gerinconça intelectual reproduz a obsessão dos conservadores de todos os tempos e lugares com o “vício” populista dos governos que arriscam políticas sociais.

Quando um sábio ou magano da finança e da economia saca do coldre a palavra populismo, meus ouvidos traduzem “é um assalto”. Levanto os braços imediatamente diante das ameaças do agente racional engomado.