terça-feira, 21 de junho de 2016

Bolsonaro vira réu no STF por incitação ao estupro


Candidato da extrema direita à presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) se tornou réu no Supremo Tribunal Federal; o motivo: ele disse que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia; decisão teve o placar de 4 a 1 na Segunda Turma da corte, com voto contrário apenas do ministro Marco Aurélio Mello.

Depois da abertura do inquérito, Bolsonaro foi ao Twitter e agravou ainda mais a sua situação.

"Diante de tantos escândalos, a ética e a moral serão condenadas?", questionou.

General terá que explicar o monitoramento de Lula


O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general de Exército Sergio Westphalen Etchegoyen, do governo interino de Michel Temer, terá 30 dias para explicar a denúncia de monitoramento do ex-presidente Lula.

“Este monitoramento desvirtua a missão constitucional do órgão de Estado, que age com função político-partidária. Isso é extensão do golpe que se aplicou no Brasil, no Estado Democrático de Direito”, denunciou o deputado federal Adelmo Leão (PT-MG), autor do pedido de informação aprovado nesta terça (21), pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.

O serviço de inteligência teria informado ao Planalto sobre supostos encontros entre o ex-presidente e Guilherme Boulos, líder do MTST, para articular manifestações contra Temer.

Machado provará encontro com Temer na Base Aérea


Ex-presidente da Transpetro promete apresentar aos investigadores da Operação Lava Jato uma série de provas da reunião que teve com o então vice-presidente da República em uma sala na Base Aérea de Brasília, onde Michel Temer teria pedido, segundo Sérgio Machado, ajuda para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo em 2012.

Em sua delação, ele deverá informar, por exemplo, a data exata do encontro, com base em informações da locadora do veículo e pode até ter o testemunho do motorista que o levou. Temer foi enfático ao negar ter participado do encontro.

Caíram as máscaras dos movimentos pró-impeachment

Enquanto a corrupção assombra o presidente interino Michel Temer, os movimentos que pediram o impeachment de Dilma Rousseff são desmascarados



O impeachment da presidente do Brasil democraticamente eleita, Dilma Rousseff, foi inicialmente conduzido por grandes protestos de cidadãos que demandavam seu afastamento. Embora a mídia dominante do país glorificasse incessantemente (e incitasse) estes protestos de figurino verde-e-amarelo como um movimento orgânico de cidadania, surgiram, recentemente, evidências de que os líderes dos protestosforam secretamente pagos e financiados por partidos da oposição. Ainda assim, não há dúvidas de que milhões de brasileiros participaram nas marchas que reivindicavam a saída de Dilma, afirmando que eram motivados pela indignação com a presidente e com a corrupção de seu partido.

Mas desde o início, havia inúmeras razões para duvidar desta história e perceber que estes manifestantes, na verdade, não eram (em sua maioria) opositores da corrupção, mas simplesmente dedicados a retirar do poder o partido de centro-esquerda que ganhou quatro eleições consecutivas. Como reportado pelos meios de mídia internacionais, pesquisas mostraram que os manifestantes não eram representativos da sociedade brasileira mas, ao invés disso, eram desproporcionalmente brancos e ricos: em outras palavras, as mesmas pessoas que sempre odiaram e votaram contra o PT. Como dito pelo The Guardian, sobre o maior protesto no Rio: “a multidão era predominantemente branca, de classe média e predisposta a apoiar a oposição”. Certamente, muitos dos antigos apoiadores do PT se viraram contra Dilma – com boas razões – e o próprio PT tem estado, de fato, cheio de corrupção. Mas os protestos eram majoritariamente compostos pelos mesmos grupos que sempre se opuseram ao PT.

É esse o motivo pelo qual uma foto – de uma família rica e branca num protesto anti-Dilma seguida por sua babá de fim de semana negra, vestida com o uniforme branco que muitos ricos no Brasil fazem seus empregados usarem – se tornou viral: porque ela captura o que foram estes protestos. E enquanto esses manifestantes corretamente denunciavam os escândalos de corrupção no interior do PT – e há muitos deles – ignoravam amplamente os políticos de direita que se afogavam em escândalos muitos piores que as acusações contra Dilma.

Claramente, essas marchas não eram contra a corrupção, mas contra a democracia: conduzidas por pessoas cujas visões políticas são minoritárias e cujos políticos preferidos perdem quando as eleições determinam quem comanda o Brasil. E, como pretendido, o novo governo tenta agora impor uma agenda de austeridade e privatização que jamais seria ratificado se a população tivesse sua voz ouvida (a própria Dilma impôs medidas de austeridade depois de sua reeleição em 2014, após ter concorrido contra eles).

Depois das enormes notícias de ontem sobre o Brasil, as evidências de que estes protestos foram uma farsa são agora irrefutáveis. Um executivo do petróleo e ex-senador do partido conservador de oposição, o PSDB, Sérgio Machado, declarou em seu acordo de delação premiada que Michel Temer – presidente interino do Brasil que conspirou para remover Dilma – exigiu R$1,5 milhões em propinas para a campanha do candidato de seu partido à prefeitura de São Paulo (Temer nega a informação). Isso vem se somar a vários outros escândalos de corrupção nos quais Temer está envolvido, bem como sua inelegibilidade se candidatar a qualquer cargo (incluindo o que por ora ocupa) por 8 anos, imposta pelo TRE por conta de violações da lei sobre os gastos de campanha.

E tudo isso independentemente de como dois dos novos ministros de Temer foram forçados a renunciar depois que gravações revelaram que eles estavam conspirando para barrar a investigação na qual eram alvos, incluindo o que era seu ministro anticorrupção e outro – Romero Jucá, um de seus aliados mais próximos em Brasília – que agora foi acusado por Machado de receber milhões em subornos. Em suma, a pessoa cujas elites brasileiras – em nome da “anticorrupção” – instalaram para substituir a presidente democraticamente eleita está sufocando entre diversos e esmagadores escândalos de corrupção.

Mas os efeitos da notícia bombástica de ontem foram muito além de Temer, envolvendo inúmeros outros políticos que estiveram liderando a luta pelo impeachment contra Dilma. Talvez o mais significante seja Aécio Neves, o candidato de centro-direita do PSDB derrotado por Dilma em 2014 e quem, como Senador, é um dos líderes entre os defensores do impeachment. Machado alegou que Aécio – que também já havia estado envolvido em escândalos de corrupçãorecebeu e controlou R$ 1 milhão em doações ilegais de campanha. Descrever Aécio como figura central para a visão política dos manifestantes é subestimar sua importância. Por cerca de um ano, eles popularizaram a frase “Não é minha culpa: eu votei no Aécio”; chegaram a fazer camisetas e adesivos que orgulhosamente proclamavam isso:

Evidências de corrupção generalizada entre a classe política brasileira – não só no PT mas muito além dele – continuam a surgir, agora envolvendo aqueles que antidemocraticamente tomaram o poder em nome do combate a ela. Mas desde o impeachment de Dilma, o movimento de protestos desapareceu. Por alguma razão, o pessoal do “Vem Pra Rua” não está mais nas ruas exigindo o impeachment de Temer, ou a remoção de Aécio, ou a prisão de Jucá. Porque será? Para onde eles foram?

Podemos procurar, em vão, em seu website e sua página no Facebook por qualquer denúncia, ou ainda organização de protestos, voltados para a profunda e generalizada corrupção do governo “interino” ou qualquer dos inúmeros políticos que não sejam da esquerda. Eles ainda estão promovendo o que esperam que seja uma marcha massiva no dia 31 de julho, mas que é focada no impeachment de Dilma, e não no de Temer ou de qualquer líder da oposição cuja profunda corrupção já tenha sido provada. Sua suposta indignação com a corrupção parece começar – e terminar – com a Dilma e o PT.

Neste sentido, esse movimento é de fato representativo do próprio impeachment: usou a corrupção como pretexto para os fins antidemocráticos que logrou atingir. Para além de outras questões, qualquer processo que resulte no empoderamento de alguém como Michel Temer, Romero Jucá e Aécio Neves tem muitos objetivos: a luta contra a corrupção nunca foi um deles.

Procuradores da Lava Jato não pretendem pedir a prisão de Lula

Procuradores que atuam na Operação Lava-Jato avaliam não ter indícios para prender Lula e estão decididos a agir com cautela em relação ao ex-presidente

Pragmatismo, 21/JUN/2016
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-Presidente do Brasil (reprodução)

A menos que algo de grave e inusitado ocorra, os procuradores da República que atuam na Operação Lava-Jato não pretendem pedir a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo antes de se debruçarem oficialmente sobre os três casos que envolvem o ex-presidente, os integrantes do Ministério Público Federal (MPF) que agem em Curitiba já firmaram convicção de que nenhum dos episódios enseja gravidade suficiente para justificar a colocação do líder petista atrás das grades — pelo menos, não antes do julgamento.

A opinião tem se firmado a partir das investigações já realizadas pela Polícia Federal (PF) e também da denúncia feita contra Lula pelo Ministério Público de São Paulo. Há três meses, promotores de Justiça paulistas pediram a prisão do petista, ao denunciarem que ele supostamente mentira a respeito da compra de um triplex no Guarujá (SP) e de um sítio em Atibaia (SP). Eles consideraram que Lulapoderia estar manipulando os fatos e atrapalhando as investigações. A juíza responsável pelos dois casos, porém, ignorou o pedido: não decretou a prisão e decidiu encaminhar o episódio para a esfera federal.

Os procuradores da República estão decididos a agir com a cautela que seus colegas estaduais paulistas não tiveram. Primeiro, por razões técnicas: não existem, no entender deles, indícios que justifiquem a prisão do ex-presidente. Ele não chegou a intimidar testemunhas ou mover dinheiro no Exterior, nem tentou eliminar provas, como ocorreu com outros réus da Lava-Jato, ponderam.

Os procuradores acreditam que o único caso que Lula responde e que poderia justificar, em tese, um pedido de prisão seria o da tentativa de nomeá-lo ministro, feita pela presidente Dilma antes de ser afastada do cargo.

O fato foi interpretado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como tentativa de interferir nos rumos da Lava-Jato: a nomeação para o ministério daria a Lula foro especial, longe da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde o juiz Sergio Moro tem sido ágil em prender e condenar.

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Mas o principal indício de que a nomeação era “proteção” a Lula, um diálogo telefônico entre ele e Dilma interceptado pela PF, acaba de ser invalidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Isso enfraquece o argumento de que Lula interferiu na Lava-Jato e, mais ainda, o embasamento para um pedido de prendê-lo.

O outro motivo para os procuradores agirem com calma é não transformar Lula num mártir político. Estão escaldados pela intensa repercussão do dia em que a PF levou o ex-presidente numa viatura policial para depor. Multidões de simpatizantes lulistas protestaram.

Globo mostra contradição de Aécio sobre denúncia de Machado

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Reportagens do jornal O Globo de 1998 contradizem a versão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para rebater as acusações de Sérgio Machado, que acusou o tucano de ter recebido R$ 1 milhão e comprado 50 deputados para apoiar sua eleição para presidente da Câmara, em 2001.

Aécio disse que em 1998, "sequer se cogitava" sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados, "o que só ocorreu muito depois".

"Reportagens de 1998 do GLOBO, no entanto, mostram que Aécio se colocava já naquele ano como candidato à presidência da Câmara — com o apoio de Sérgio Machado inclusive —, o que chegou a ameaçar o pacto entre PFL e PMDB para a reeleição de Michel Temer, na presidência da Câmara, e de Antonio Carlos Magalhães, na presidência do Senado. Os dois acabariam reeleitos, com o apoio do PSDB", diz o colunista Lauro Jardim.

Dilma pergunta: "Só os pobres devem pagar o pato?"


Em nova conversa com internautas pelo Facebook, a presidente eleita Dilma Rousseff, acompanhada da ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello, criticou o governo interino por ter pago parcela do programa Bolsa Família sem o reajuste previsto de 9%.

"Eles concederam aumento para várias categorias do funcionalismo, fizeram uma anistia para os estados, que segundo eles mesmos custará R$ 20 bilhões. Eles aumentaram vários outros gastos. Só não acharam dinheiro para dar o reajuste do Bolsa Família, cujo valor não passa de R$ 1,2 bilhão", criticou a presidente.

"Onde foi parar o dinheiro que tínhamos reservado para o reajuste do Bolsa Família? Só os mais pobres devem pagar o pato?", questionou.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Propina de Temer reaparece no TSE

Queiroz Galvão cumpriu o que Temer tomou de Machado!

Conversa Afiada, 19/06/2016

As empreiteiras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Galvão Engenharia fizeram doações eleitorais em 2010, 2012 e 2014 que coincidem com relatos da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, revelados na quinta (16).

Levantamento da Folha mostra que ao menos 14 dos 25 citados receberam doações que sustentam a fala de Machado de que parte dos recursos ilícitos chegou a políticos por meio de doações oficiais.

(…)

Sobre Chalita, o delator afirmou que Temer solicitou R$ 1,5 milhão para a campanha do aliado à Prefeitura de São Paulo em 2012, que teriam sido pagos pela Queiroz Galvão.

Nos dados do TSE, vê-se que a empresa doou R$ 1,5 milhão ao PMDB em 28 de setembro daquele ano. No mesmo dia, a sigla repassou R$ 1 milhão a Chalita e, pouco depois, em 2 de outubro, outros R$ 500 mil.


N a v a l h a

Aqui, Sergio Machado emite nota oficial inequívoca: Temer, não mente, Temer!



E eles acham que o povo não está percebendo!

PHA

Para Eric Nepomuceno, golpe idiotizou classe média


Num duro artigo para o jornal argentino Página 12, o escritor Eric Nepomuceno aponta o aumento do cerco ao interino Michel Temer. 

"É preciso reconhecer: nem sempre se registra, na história do mundo, um governo que reúne tantos acusados de corrupção promovendo um golpe institucional em nome da moralidade", diz ele. Nepomuceno diz, ainda, que o golpe idiotizou a classe média. 

"As classes médias, idiotizadas pelos meios oligopólicos de comunicação, se deram conta de ter sido manipuladas como massa de manobra pelo que existe de pior na apodrecida classe política brasileira".

Só Dilma salva a Lava Jato


"Por que governos anteriores não foram incomodados pela maioria que vive assaltando os cofres públicos apesar de Fernando Henrique e Lula terem cometido as mesmas 'pedaladas' que ela? Porque não havia Lava Jato. Não era necessário inventar pretextos. Sob FHC e sob Lula essa maioria podia agir livremente como sempre agiu. À luz do dia", escreve Alex Solnik, colunista do 247.

"Mas quando a Lava Jato chegou com tudo e Dilma não fez o menor esforço para freá-la, muito ao contrário, a estimulou, um plano foi colocado em ação, com duas etapas: primeiro derrubar Dilma, depois derrubar a Lava Jato. Por questão de sobrevivência, não de ideologia", completa o jornalista.

Para ele, "os procuradores da Lava Jato começam a perceber que a operação só vai sobreviver se Dilma voltar".