terça-feira, 24 de maio de 2016

Joaquim Barbosa sobre a saída de Jucá: "Bem, eu avisei!!!"


Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa lembra, pelo Twitter, de ter avisado sobre as consequências negativas de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff; "Bem, eu avisei!!!", postou na noite de ontem, dia em que Romero Jucá deixou o cargo de ministro do Planejamento após um escândalo que revelou uma conversa sua com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

No áudio, ele sugere um pacto e a troca de governo para "resolver essa porra" e "estancar a sangria" da Operação Lava Jato, na qual ele é investigado; há poucos dias, Barbosa postou várias manchetes contra o impeachment.

Leonardo Boff diz que se Temer fosse um homem bom, renunciaria


No México, onde participa de um ciclo de palestras, o teólogo Leonardo Boff, amigo do Papa Francisco, desabafou sobre a crise brasileira e defendeu a renúncia do presidente interino Michel Temer.

"Se Temer fosse um homem bom que amasse seu país mais que sua vaidade pessoal, sabendo-se sem apoio do povo, renunciaria. Terá essa grandeza?".

Ele também criticou ministros do Supremo Tribunal Federal, como Gilmar Mendes, por sua "imparcialidade zero", e profissionais de imprensa, como Cristiana Lôbo, por defenderem os interesses dos patrões.

Cunha e Jucá, líderes do impeachment caem pouco após Dilma

Pedro Ladeira/Folhapress 
O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conversa com Romero Jucá

Michel Temer soube domingo (22) à noite que Sérgio Machado, um antigo personagem da política brasileira, havia grampeado uma conversa com seu ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR). Junto com as especulações sobre o conteúdo do áudio, ouviu um veredito: seria impossível manter o aliado no cargo.

Reportagem publicada pela Folha nesta segunda-feira (23) com as falas do diálogo confirmou a previsão dos aliados de Temer.

Considerada inevitável, a queda de Jucá marca o naufrágio dos dois maiores artífices do impeachment de Dilma Rousseff, 36 dias depois de o primeiro algoz da petista, Eduardo Cunha (PMDB-RR), ter obtido a aprovação do pedido na Câmara.

Se Cunha deu início ao calvário de Dilma, aceitando a tramitação do pedido de afastamento, Jucá trabalhou para materializar em votos no plenário a insatisfação da classe política com a petista.

Habilidoso, comandou o rompimento do PMDB com o PT, assumiu a presidência do partido e atuou fortemente para trazer o PSDB, o PP e o PR para o lado de Temer.

O resultado desse trabalho conjunto é conhecido. Cunha sequer pôde participar da posse de Temer. Foi afastado do cargo e do mandato uma semana antes pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Jucá, por sua vez, não só foi à cerimônia como ganhou nela o título de ministro e homem forte do governo. Permaneceu 12 dias no poder.

Integrantes do PMDB próximos a Temer definiram a rápida passagem de Jucá pela Esplanada como a "crônica de uma morte anunciada", numa alusão a um livro do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez.

Investigado na Lava Jato, Jucá sempre foi alvo de especulações a respeito do impacto que desdobramentos da operação poderiam trazer para ele e para Temer.

Peemedebistas lembram que é a segunda vez que Jucá "tenta ser ministro". A primeira foi no governo Lula, em 2005, quando deixou a Previdência após denúncias de irregularidades em contratos. Na época, ficou três meses no cargo. Um amigo do peemedebista diz que ele incorreu no mesmo erro duas vezes ao não reconhecer que "não sobrevive nessa altitude".

CONFIANÇA

Sérgio Machado, o ex-presidente da Transpetro que negocia delação e apresentou o diálogo com Jucá como prova de sua vontade de colaborar com as investigações, é um velho conhecido do PMDB.

Ex-senador filiado ao PSDB, Machado foi líder no governo Fernando Henrique Cardoso. Os anos no plenário lhe renderam trânsito entre parlamentares de diversos matizes. Tornou-se um dos homens mais próximos ao hoje presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o patrono de sua indicação para o cargo na Transpetro.

Machado ocupava, até recentemente, o posto de "conselheiro" de Renan, e conversava frequentemente com o senador. Por isso, a alardeada disposição de Machado em entregar pessoas do PMDB é vista na sigla como uma "traição" só comparável à que "Delcídio do Amaral fez ao delatar os colegas do PT".

Cunha acompanhou à distância a queda de Jucá. A uma pessoa próxima, avaliou que o presidente interino "pode se decepcionar" ao optar por sempre "ouvir as ruas". "Um dia vão gritar 'Fora Temer'." 

Fonte: Folha, 24/05/2016

Romero Jucá e a primeira grande baixa do governo interino Temer

© Agência Brasil Gravações sugerem que ministro falava em 'estancar sangria' da operação Lava Jato.

Menos de duas semanas depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff, o governo interino de Michel Temer foi atingido por sua primeira bomba relacionada à operação Lava Jato.

O jornal Folha de S. Paulo divulgou nesta segunda-feira trechos de conversas entre o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, que sugerem o uso do impeachment como forma de trocar o comando do país para conter as investigações de corrupção.

O trecho mais grave das conversas relevadas pelo jornal é o momento em que Jucá diz que "tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria". Segundo a reportagem, a fala se refere à Lava Jato, que investiga os dois interlocutores da conversa, Jucá e Machado. Jucá negou as acusações, dizendo que falava não de uma interferência na Lava Jato, mas sim em estancar "a paralisia do Brasil, estancar a sangria do desemprego, separar (os políticos) que têm culpa dos que não têm culpa".

No entanto, a Folha de S. Paulo divulgou os áudios apontando que Jucá não falava sobre economia na conversa.

Além disso, a conversa sugeriria a necessidade de realizar um "pacto", inclusive com o Supremo Tribunal Federal, para delimitar o alcance da operação.

Segundo a Folha, os diálogos foram gravados de forma oculta, em março, portanto antes de a abertura de processo de impeachment contra Dilma ter sido autorizada pela Câmara, em 17 de abril, e confirmada pelo Senado, em 12 de maio. A reportagem diz que os áudios estão em posse da Procuradoria-Geral da República (PGR) - a assessoria da instituição informou que não comentaria o assunto.

Entenda abaixo os trechos mais importantes da conversa entre Jucá e Machado e quais seu significados e possíveis consequências políticas.

Em determinado trecho da conversa revelada pela Folha, Jucá diz que "tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria", em aparente referência à operação Lava Jato. Os trechos transcritos pela reportagem indicam que essa fala foi dita quando ambos discutiam o risco de novas delações premiadas que poderiam comprometer o PMDB.

Em outro trecho, Jucá acrescenta que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional "com o Supremo, com tudo". Machado então responde: "aí parava tudo". "É. Delimitava onde está, pronto", resume o ministro, a respeito das investigações.

Para Renato Perissinoto, professor de ciência política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a revelação desses diálogos pode aumentar a pressão para que o STF julgue o mérito do processo de impeachment, ou seja, se manifeste sobre se há fundamento jurídico para a cassação de Dilma. Até o momento, a maioria dos ministros tem sinalizado que a Corte deve se limitar a interferir para garantir a legalidade do rito do processo.

"Claro que isso torna esse governo, do ponto de vista da legitimidade, ainda mais fraco", afirma o professor.

Segundo Rafael Cortez, analista político da Consultoria Tendências, a conversa de Jucá e Machado certamente será usada pelos apoiadores do retorno de Dilma como forma de questionar a legitimidade do impeachment. No entanto, considera que "ainda não há evidência de que isso por si só vai reverter o apoio (à cassação de Dilma)", já que o novo governo "gerou toda uma expectativa nos grandes agentes econômicos e em parte relevante da sociedade".

No último dia 12, 55 senadores votaram pela abertura do processo de afastamento da presidente. Será preciso que 54 votem por sua condenação para que a petista seja definitivamente cassada.

Para Cortez, o fato de a conversa de Jucá ter vindo à tona "é um sinal de que a votação final do impeachment não está garantida", ainda que ele opine que a absolvição da presidente ainda seja o cenário menos provável.

Na avaliação dos dois cientistas políticos, se a divulgação dessas conversas tivesse ocorrido antes das votações da Câmara e do Senado sobre o impeachment de Dilma, poderia ter influenciado o destino da petista.

"Se essas gravações tivessem saído antes do processo de impeachment, o constrangimento de tirar uma presidente contra quem não se tinha nenhuma acusação (de favorecimento pessoal por corrupção) para colocar no lugar um governo com sete ministros citados na Lava Jato seria ainda maior", opina Renato Perissinoto, da UFPR.

Para Cortez, o impacto das gravações seria mais relevante se elas tivessem sido reveladas antes, pois agora que Temer chegou ao poder "tem mecanismos na mão", como nomeações de cargos, para limitar impacto das gravações no meio político.

"Enquanto era uma coalizão fora do governo (defendendo o impeachment) e o status quo era o governo Dilma, certamente a gravação teria impacto mais relevante", disse.

Em outro momento da conversa, Jucá e Machado falam sobre como políticos do PSDB podem ser atingidos pela Lava Jato.


No trecho mais comprometedor revelado pela Folha, Machado diz que "o primeiro a ser comido vai ser o Aécio (Neves, senador e presidente do PSDB)". Em seguida, as transcrições indicam que teria havido um "esquema" para eleger Aécio presidente da Câmara dos Deputados. O mineiro presidiu a Casa entre 2001 e 2002, no final do governo Fernando Henrique Cardoso.

"(Sussurrando) O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara?", pergunta Machado, segundo a Folha.

Pouco depois, Machado continua: "O Aécio, rapaz... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...".

Jucá apenas responde: "É, a gente viveu tudo".

Para Cortez, a referência a Aécio traz instabilidade para a aliança política que dá base ao governo Temer no Congresso.

"Isso indica que a coalizão (pró-impeachment) não vai necessariamente se traduzir numa ampla janela de (aprovação de) reformas (no Congresso). O PSDB vai dar o apoio (ao governo Temer) mas ao mesmo tempo vai procurar se descolar".

Já Perissinoto observa que esse é mais um episódio que tende a enfraquecer Aécio, que já vinha enfrentando o desgaste de ter sido citado em delações da Lava Jato, por exemplo como suposto beneficiário de um esquema de corrupção em Furnas, estatal do setor elétrico, o que o senador nega.

Jucá e Machado comentam que Aécio não teria mais chances de vencer eleição, aparentemente em referência à próxima disputa presidencial em 2018.

"Curiosamente, embora o PSDB tenha sido uma das lideranças no processo de impeachment, esse processo o enfraqueceu", diz Perissinoto, citando o fato de a Lava Jato ter "transbordado para todos os partidos".

Jucá e Machado também conversam sobre a situação de Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos Deputados sob acusação de usar seu cargo para atrapalhar investigações. 


Para o ministro do Planejamento, o deputado "está morto". Em aparente referência a Cunha, ela também indica a necessidade de que algum político seja punido para diminuir a pressão popular.

"Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem", disse a Machado. Na entrevista coletiva desta segunda-feira, Jucá disse que não se referia a um bode expiatório, mas sim em "punir os culpados" pela corrupção.

Para Perissinoto, a estratégia de eventualmente usar Cunha como bode expiatório não funcionaria. "Eu acho que é um erro de cálculo, porque se tem um cara que não se deixa matar tranquilamente é o Cunha. Porque ele tem não sei quantos deputados na mão dele, conhece o podre de meio mundo. Se ele cai, vai cair um castelo de cartas com ele".

Em outro momento do diálogo, Jucá diz que teria conversado com ministros do STF e militares sobre apoio ao processo de impeachment.

"(Em voz baixa) Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições de (inaudível) sem ela (Dilma). Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca'. Entendeu? Então... Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar", disse Jucá, segunda a transcrição da Folha.

Na avaliação de Cortez, essas afirmações tendem a fazer com que o Supremo atue para "reforçar esses sinais de que ele não está associado a partidos políticos e que tampouco é partidário do movimento de minimizar os efeitos da Lava Jato".

"É usual que lideranças políticas encontrem canais de diálogos com ministros de Supremo. Evidentemente, a insinuação de que esses contatos deveriam representar desvios aumentam o incentivo do Supremo de reforçar os sinais de que ele de fato é independente do processo político", observa.

Fonte: Msn, 24/05/2016

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Até quando Gilmar Mendes, com o comportamento condenável que tem, será ministro do Supremo?

Quando Gilmar Mendes, ministro do Supremo disse que Jose Eduardo Cardoso, Advogado Geral da União, poderia recorrer do Golpe "ao céu, ao Papa e ao Diabo", ele ultrapassou todos os limites, mostrou-se psicologicamente despreparado para o cargo que exerce. 

Ele ultrapassou todos os limites da compostura, do pudor, da boa-educação e da civilidade que devem reger a relação entre seres humanos civilizados. E entre homens públicos.

Os ministro podem ter suas opiniões, mas expressá-las, dependendo do que se trata, é eticamente inaceitável. 

Há muito tempo ele demonstra claramente ser contra o PT e, enquanto ministro da Suprema Corte, não pode e nem deve expressar isso. 

Convém a um ministro ser discreto, sensato e, portanto não sair por aí emitindo juízo de valor fora dos processos.

Gilmar Mendes não honra a toga que usa e apesar de embates em que se envolveu, não tira lição dos fatos.

Até quando o Supremo terá um suas fileiras um ministro desrespeitoso, inconveniente, indiscreto e que tanto mancha a instituição?

Gilmar cospe na nossa cara!

Ele e a Globo são incompativeis com a democracia



Como se sabe, o Ministro Gilmar (PSDB-MT) participou de um café da manhã com o então Presidente da Camara Eduardo Cunha e o Pauzinho do Dantas para organizar o impeachment.

Gilmar vai presidir o Tribunal Superior Eleitoral que deve condenar a Dilma e dizer que o Traíra Temer jamais foi vice dela.

Nos últimos dois dias, porém, parece que o Ministro se declarou irremediavelmente impedido de ser imparcial.

Ele ultrapassou todos os limites da compostura, do pudor, da boa-educação e da civilidade que devem reger a relação entre seres humanos civilizados.

E entre homens públicos.

Ele mandou o zé da Justiça Cardozo, Advogado Geral, recorrer do Golpe "ao céu, ao Papa e ao Diabo".

Ja tinha dito que a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, de cancelar a sessão do impeachment foi uma "Operação Tabajara"!

E que a "pinga" talvez a explicasse.

Gilmar é mais nefanda das malditas heranças do FHC Brasif.

Gilmar é a prova de que esse Golpe é uma fraude !

De que as instituições capotaram e se destruiram irremediavelmente na queda, como se diz no "Puf, o Temer não se segura".

Assim como a Globo, Gilmar é incompativel com uma Democracia.

Gilmar a Globo provam que isso aqui nao é !

PHA

Ou Temer renuncia ou Forças Armadas intervirão

Wanderley: o impedimento venceu! O Golpe foi derrotado!


O Conversa Afiada reproduz artigo do professor Wanderley Guilherme dos Santos:


Não há reversibilidade possível no processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. O atual Supremo Tribunal Federal não tem coesão para tanto ousar, declarando inconstitucional a decisão iniciada pela Câmara dos Deputados e completada pelo Senado Federal. Os fundamentos da acusação à presidente são precários, a sentença é notoriamente desproporcional, mas a convergência de conspirações entre agentes econômicos, maiorias parlamentares conservadoras, ressentimentos de ricos e remediados, com a liga propiciada pelo oligopólio dos meios de comunicação, historicamente antidemocráticos, alcançou eficácia inédita na contra-história golpista brasileira. Em vão a tonelada de argumentos e evidências da insustentabilidade de processos em que maioria decide que 2 e 2 são 5 porque ela assim quer. O impedimento se deu porque a maioria assim o quis. Qualquer objeção jurídica ou lógica à decisão é pura perda de tempo.

Por isso o golpe fracassou. As sucessivas ilegalidades da força-tarefa da Lava-Jato, com prisões injustificadas, humilhações de investigados, difamações, tortura psicológica de presos, vazamentos operados com oportunismo, incansável repetição de incriminação e degradação de investigados ou mesmo réus em curso de julgamento, linguagem virulenta de procuradores, policiais federais e Procurador-Geral da República, cultivando hostilidade e ódio na opinião pública e, finalmente, o apelo dos homiziados de Curitiba aos movimentos sociais conservadores e mídia golpista para continuado apoio, esquecendo as instâncias judiciárias e de outros poderes a que estão subordinados, substituiu a indumentária de cavaleiros pelo restabelecimento da moralidade pelo descarado uso da força bruta, e só ela, contida nas leis. Não há salvação: Michel Temer é um usurpador e seu governo não deve ser obedecido.

Não deve e não o será. O golpe fracassou socialmente e o usurpador só governará mediante violência física, repressão sem disfarce. Ou a sublevação social pela democracia é submetida pela força (e aí o golpe, finalmente, será vitorioso), ou a coerção servirá de combustível à sublevação. Então, de duas uma: ou Michel Temer renuncia e o STF convoca novas eleições ou as forças armadas intervirão.


Navalha

A propósito, convém meditar sobre as serenas palavras do futuro Ministro da Justiça (!) do "Governo" Temer:

Protestos pró-Dilma foram 'atos de guerrilha', diz Alexandre de Moraes

Cotado para o Ministério da Justiça, que deve ser fundido com a Secretaria de Direitos Humanos em um provável governo Michel Temer (PMDB), o secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que os protestos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff na manhã desta terça (10) foram "atos de guerrilha". Moraes disse que a polícia vai identificar os responsáveis.

"Eu não diria que foram manifestações. Foram atos que não configuram uma manifestação porque não tinham nada a pleitear. Tinham, sim, a atrapalhar a cidade. Eles agiram como atos de guerrilha. Nós vamos identificar [as pessoas], porque há atitude criminosas, inclusive colocando em risco outras pessoas, como no caso da 23 de Maio e em outros locais onde pneus foram queimados", disse o secretário do governo Alckmin (PSDB). 

(...)

Em tempo: depois do zé Cardozo, só faltava esse no Ministério da "Justiça"...

Não deixe de votar na enquete "depois de bater nas mulheres baianas, em quem mais a PF do Temer vai bater?

Paulo Henrique Amorim

Para Marcelo Coelho, as pedaladas foram só pretexto para tirar Dilma


    Membro do Conselho Editorial da Folha, Marcelo Coelho aponta claros sinais de mau funcionamento das instituições democráticas, de limites rompidos, de algo próximo ao vale-tudo contra o governo de Dilma Rousseff.

    “O próprio impeachment. Para quase todos os participantes, a favor ou contra, o caso das pedaladas e dos decretos serve mais ou menos como um pretexto. Pouca gente acredita com sinceridade que as trapalhadas contábeis de Dilma foram de fato decisivas na crise econômica ou na vitória do PT nas eleições”.
  • Compartilhe no Twitter
  • Compartilhe no Facebook

Senado vai afastar Dilma nesta quarta


Sessão extraordinária para votar a instauração do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff no Senado começa às 9h desta quarta-feira (11).

Com voto de maioria simples, parlamentares deverão afastar Dilma pelo prazo máximo de 180 dias pela acusação de crime de responsabilidade.

A defesa do governo diz não haver base jurídica no processo, aponta golpe em curso e diz que vai judicializar o caso até o fim.

O vice Michel Temer (PMDB) assume assim que for notificado da decisão.

A votação será aberta no painel eletrônico: "Meu papel como presidente do Senado é conversar com todos os atores, ajudar a dirimir dúvidas, levar informações. Com bom senso, com responsabilidade e equilíbrio, encaminhar o desfecho para a situação de impasse que está apavorando o Brasil", afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre a votação.

Esse impeachment é uma farsa


"Querem efetivamente cancelar o futuro de quem representa o povo neste país. Foi assim com Getúlio Vargas, João Goulart e agora com o mandato popular de Dilma, que é continuidade do projeto inclusivo iniciado por Lula. A elite deste País mais uma vez quer chegar ao poder sem votos", diz a senadora Gleisi Hoffmann, que desmonta os pretextos jurídicos do golpe.

"Falta à elite deste país um projeto de Nação. Por não ter generosidade para elaborar um projeto que contemple o povo e conquiste os votos na urna escolheram o atalho de tomar o poder por via indireta. Falta a seus líderes políticos o mínimo de paciência para respeitar o calendário eleitoral estabelecido de forma consensual e democrática".