quarta-feira, 11 de maio de 2016

Ou Temer renuncia ou Forças Armadas intervirão

Wanderley: o impedimento venceu! O Golpe foi derrotado!


O Conversa Afiada reproduz artigo do professor Wanderley Guilherme dos Santos:


Não há reversibilidade possível no processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. O atual Supremo Tribunal Federal não tem coesão para tanto ousar, declarando inconstitucional a decisão iniciada pela Câmara dos Deputados e completada pelo Senado Federal. Os fundamentos da acusação à presidente são precários, a sentença é notoriamente desproporcional, mas a convergência de conspirações entre agentes econômicos, maiorias parlamentares conservadoras, ressentimentos de ricos e remediados, com a liga propiciada pelo oligopólio dos meios de comunicação, historicamente antidemocráticos, alcançou eficácia inédita na contra-história golpista brasileira. Em vão a tonelada de argumentos e evidências da insustentabilidade de processos em que maioria decide que 2 e 2 são 5 porque ela assim quer. O impedimento se deu porque a maioria assim o quis. Qualquer objeção jurídica ou lógica à decisão é pura perda de tempo.

Por isso o golpe fracassou. As sucessivas ilegalidades da força-tarefa da Lava-Jato, com prisões injustificadas, humilhações de investigados, difamações, tortura psicológica de presos, vazamentos operados com oportunismo, incansável repetição de incriminação e degradação de investigados ou mesmo réus em curso de julgamento, linguagem virulenta de procuradores, policiais federais e Procurador-Geral da República, cultivando hostilidade e ódio na opinião pública e, finalmente, o apelo dos homiziados de Curitiba aos movimentos sociais conservadores e mídia golpista para continuado apoio, esquecendo as instâncias judiciárias e de outros poderes a que estão subordinados, substituiu a indumentária de cavaleiros pelo restabelecimento da moralidade pelo descarado uso da força bruta, e só ela, contida nas leis. Não há salvação: Michel Temer é um usurpador e seu governo não deve ser obedecido.

Não deve e não o será. O golpe fracassou socialmente e o usurpador só governará mediante violência física, repressão sem disfarce. Ou a sublevação social pela democracia é submetida pela força (e aí o golpe, finalmente, será vitorioso), ou a coerção servirá de combustível à sublevação. Então, de duas uma: ou Michel Temer renuncia e o STF convoca novas eleições ou as forças armadas intervirão.


Navalha

A propósito, convém meditar sobre as serenas palavras do futuro Ministro da Justiça (!) do "Governo" Temer:

Protestos pró-Dilma foram 'atos de guerrilha', diz Alexandre de Moraes

Cotado para o Ministério da Justiça, que deve ser fundido com a Secretaria de Direitos Humanos em um provável governo Michel Temer (PMDB), o secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que os protestos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff na manhã desta terça (10) foram "atos de guerrilha". Moraes disse que a polícia vai identificar os responsáveis.

"Eu não diria que foram manifestações. Foram atos que não configuram uma manifestação porque não tinham nada a pleitear. Tinham, sim, a atrapalhar a cidade. Eles agiram como atos de guerrilha. Nós vamos identificar [as pessoas], porque há atitude criminosas, inclusive colocando em risco outras pessoas, como no caso da 23 de Maio e em outros locais onde pneus foram queimados", disse o secretário do governo Alckmin (PSDB). 

(...)

Em tempo: depois do zé Cardozo, só faltava esse no Ministério da "Justiça"...

Não deixe de votar na enquete "depois de bater nas mulheres baianas, em quem mais a PF do Temer vai bater?

Paulo Henrique Amorim

Para Marcelo Coelho, as pedaladas foram só pretexto para tirar Dilma


    Membro do Conselho Editorial da Folha, Marcelo Coelho aponta claros sinais de mau funcionamento das instituições democráticas, de limites rompidos, de algo próximo ao vale-tudo contra o governo de Dilma Rousseff.

    “O próprio impeachment. Para quase todos os participantes, a favor ou contra, o caso das pedaladas e dos decretos serve mais ou menos como um pretexto. Pouca gente acredita com sinceridade que as trapalhadas contábeis de Dilma foram de fato decisivas na crise econômica ou na vitória do PT nas eleições”.
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Senado vai afastar Dilma nesta quarta


Sessão extraordinária para votar a instauração do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff no Senado começa às 9h desta quarta-feira (11).

Com voto de maioria simples, parlamentares deverão afastar Dilma pelo prazo máximo de 180 dias pela acusação de crime de responsabilidade.

A defesa do governo diz não haver base jurídica no processo, aponta golpe em curso e diz que vai judicializar o caso até o fim.

O vice Michel Temer (PMDB) assume assim que for notificado da decisão.

A votação será aberta no painel eletrônico: "Meu papel como presidente do Senado é conversar com todos os atores, ajudar a dirimir dúvidas, levar informações. Com bom senso, com responsabilidade e equilíbrio, encaminhar o desfecho para a situação de impasse que está apavorando o Brasil", afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre a votação.

Esse impeachment é uma farsa


"Querem efetivamente cancelar o futuro de quem representa o povo neste país. Foi assim com Getúlio Vargas, João Goulart e agora com o mandato popular de Dilma, que é continuidade do projeto inclusivo iniciado por Lula. A elite deste País mais uma vez quer chegar ao poder sem votos", diz a senadora Gleisi Hoffmann, que desmonta os pretextos jurídicos do golpe.

"Falta à elite deste país um projeto de Nação. Por não ter generosidade para elaborar um projeto que contemple o povo e conquiste os votos na urna escolheram o atalho de tomar o poder por via indireta. Falta a seus líderes políticos o mínimo de paciência para respeitar o calendário eleitoral estabelecido de forma consensual e democrática".

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O impeachment de Dilma é um jogo de cartas marcadas

O impeachment de Dilma é um jogo de cartas marcadas e o pior, com trapaças durante todo o seu percurso.

Um processo totalmente maculado e que envergonha no Brasil no contexto internacional. Salta aos olhos a que interesses servem esse processo.

A decisão de afastar Cunha também faz parte do script. Primeiro se prepara o ato de afastamento da presidente Dilma e depois, pra dar uma satisfação a sociedade, retira-se o Cunha do cenário. Pra completar, dá-se um jeito e também se atinge o Lula para retira-lo da disputa de 2018.

É preciso desenhar?

Cardoso pedirá a anulação do golpe de Cunha


O advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira 5 que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal a anulação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff com base na decisão que afastou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Nós já estamos pedindo e vou pedir. A decisão do Supremo mostra clarissimamente. Indiscutível. Eduardo Cunha agia em desvio de poder", afirmou Cardozo.

Segundo ele, o afastamento de Cunha é uma prova "muito importante" de que o peemedebista usava o cargo para finalidades estranhas ao interesse da função.

Neste momento, Cardozo apresenta a defesa da presidente no Senado.

Alckmin pedalou. Vão cassá-lo?


Enquanto a presidente Dilma Rousseff vem sendo alvo de um golpe parlamentar sob a acusação de ter usado recursos de bancos oficiais para pagar programas sociais, ressarcindo depois as instituições federais, há um caso muito mais grave em São Paulo.

No principal estado governado pelo PSDB, Geraldo Alckmin usou recursos do Metrô e depois, simplesmente, deu calote de R$ 333 milhões na empresa.

Quem denuncia a "pedalada" é o jornal O Globo.

Até recentemente, Alckmin dizia que a presidente não deveria ser afastada pelo que chamava de "motivo fútil", pois, segundo ele, todos os governadores e prefeitos estariam ameaçados.

Depois, Alckmin mudou de ideia e passou a apoiar o golpe.

A questão é: ele também será cassado?

Cunha caiu. Agora falta derrubar o seu golpe


Com atraso, o Supremo Tribunal Federal decidiu agir em relação ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, na condição de presidente da Câmara, levou adiante um pedido de impeachment sem base legal.

Chamado de "delinquente" pelo procurador-geral Rodrigo Janot, Cunha instaurou o processo contra a presidente Dilma Rousseff por vingança, ao ter negados três votos contra a sua cassação no Conselho de Ética.

Esse mesmo Cunha que sabotava o governo Dilma com sua pauta-bomba, que provocou recessão e desemprego, negociava apoio e pedia cargos ao vice-presidente Michel Temer.

A questão, agora, é: se um "delinquente" sequestrou o parlamento, o seu golpe ainda deve ser levado adiante?

Chico Lopes defende anulação de atos ilegais de Eduardo Cunha


Para o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), decisão sobre afastamento do presidente da Câmara pode representar uma grande reviravolta contra a tentativa de golpe.

Na avaliação do parlamentar, todos os atos praticados por Eduardo Cunha nesse período devem ser anulados, inclusive a votação do impeachment.

Chico Lopes afirma ainda que o STF deve explicações a todos os brasileiros em função da demora em tomar essa medida, causando graves prejuízos à democracia.

Dilma diz à BBC que, se sair, voltará ao governo


"Eu acho que nós vamos continuar lutando para voltar ao governo. O que nós iremos fazer é resistir, resistir e resistir. E lutar para quê? Para ganhar no mérito e retornar ao governo", disse a presidente Dilma Rousseff, em entrevista concedida à BBC, na qual já antevê uma provável derrota no Senado, no próximo dia 11 de maio.

"O que vem acontecendo na América Latina e não só no Brasil? Vem ocorrendo a substituição de golpes militares, das décadas de 60 e 70, por golpes parlamentares. O que acontece num golpe parlamentar? Na prática, geralmente, são feitos por aqueles que não têm votos suficientes e, portanto, legitimidade suficiente, nem aprovação, nem popularidade suficientes".

Dilma definiu o vice Michel Temer como "usurpador".