sábado, 22 de abril de 2017

Odebrecht entrega provas da megapropina de Temer

E agora, Janot?

A empreiteira apresentou aos investigadores da Lava Jato os extratos que comprovariam o pagamento da propina de US$ 40 milhões, equivalentes a R$ 126 milhões, acertada numa reunião presidida por Michel Temer, com a presença de Eduardo Cunha e do lobista João Augusto Henriques, ambos presos em Curitiba.

A maior parte do dinheiro foi paga em contas no exterior.

O valor equivalia a 5% de uma contrato na área internacional da Petrobras que a presidente deposta Dilma Rousseff cortou em 43%.

Hoje, 79% dos brasileiros defendem a cassação de Temer.

Caiado rompe com o golpe e defende Diretas Já


Embora tenha apoiado o golpe de 2016, que arruinou a economia brasileira a imagem internacional do País, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) anunciou, neste sábado, seu rompimento com o governo de Michel Temer.

Em artigo publicado neste sábado, ele defende a convocação imediata de eleições diretas, não só para a presidência, mas para todos os cargos, como a única forma de pacificar o País.

"O novo governo não é novo; é subproduto do que foi derrubado nas ruas", diz Caiado, que se diz disposto a renunciar ao próprio mandato de senador, se houver consenso para eleições gerais.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Lula diz que Léo Pinheiro mentiu para ser solto em acordo negociado com Moro


Defesa do ex-presidente Lula disse que o empresário Léo Pinheiro, da OAS, "criou um diálogo" com Lula, não presenciado por ninguém, para dizer que foi orientado pelo ex-presidente a destruir supostas provas de contribuições de campanha.

"Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado triplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel", diz o advogado Cristiano Zanin Martins.

Para ele, o depoimento de Pinheiro foi uma versão "acordada com o MPF" como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Lava Jato fere direitos e envenena democracia, diz Renan


Em pronunciamento duro no plenário do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) criticou a forma como vem sendo conduzida a operação Lava Jato.

"Presenciamos o envenenamento da democracia pelo açodamento na desmoralização de homens públicos de bem. Já são 'condenados' antes mesmo da instauração de algum processo, uma afronta ao poder eleito", criticou Renan.

Segundo ele, a generalização é um dos "engodos de cruzadas moralistas que soterram os direitos fundamentais".

Em juízo, delatores negam vazamentos contra Lula

Ex-presidente Lula aponta casos em que delatores da Lava Jato, quando prestaram depoimento em juízo, contestaram versões que foram vazadas à mídia com teses contra o petista.

Foi o que aconteceu com a delação do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que disse que Lula tinha intimidade com Paulo Roberto Costa, a quem tratava como "Paulinho", enquanto este afirmou que jamais viu Lula pessoalmente.

O ex-senador Delcídio Amaral, que envolveu Lula numa suposta compra de delação de Nestor Cerveró, "foi desmentido por Bumlai, por Cerveró e até por ele mesmo", destaca texto publicado no site de Lula.

"Por isso, em uma delação premiada, segundo a lei, não basta afirmar, é preciso afirmar e provar. Apesar disso, por mais difícil que seja acreditar, o Ministério Público Federal sustentou, em sua acusação aceita pelo juiz Moro, a tese de que Lula era chefe de um esquema criminoso unicamente em vagas delações de pessoas que efetivamente lesaram os cofres da Petrobras"

'Financial Times': Rivais temem retorno de Lula

Jornal britânico produziu vídeo sobre possível volta do ex-presidente ao poder

Matéria publicada nesta quinta-feira (20) pelo Financial Times conta que em um vídeo , o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva dispara a salva inicial do que muitos acreditam que poderia se tornar uma das mais notáveis tentativas de retorno político do país.

Financial Times descreve que o carismático líder do Partido dos Trabalhadores de esquerda, PT, exalta seus prósperos oito anos no poder entre 2003 e 2010, quando a economia do Brasil estava entre as de crescimento mais acelerado do mundo, e ataca o atual governo conservador do presidente Michel Temer. 

"Eles querem remover os direitos dos trabalhadores e tornar a aposentadoria mais difícil", disse Lula da Silva no vídeo divulgado na semana passada. 

FT afirma que embora a próxima eleição ainda esteja a mais de um ano, o regresso do populista Lula da Silva é uma nova dor de cabeça para Michel Temer, no momento em que luta para passar a crucial reforma das pensões e se desvencilhar de uma investigação de corrupção cada vez maior."Eles querem remover os direitos dos trabalhadores e tornar a aposentadoria mais difícil", disse Lula da Silva no vídeo divulgado na semana passada

"Pelo menos, vai atrasar algumas das reformas", disse Thomaz Favaro, diretor associado da Control Risks, uma consultoria de risco, sobre os testemunhos de executivos da Odebrecht. 

"Estamos lançando Lula imediatamente como candidato a presidente com um programa para resgatar o país da crise", disse o senador Lindbergh Farias ao FT. 

Mas Lula também pode enfrentar formidáveis novos concorrentes, como João Doria, empresário e político, que foi eleito prefeito de São Paulo no ano passado, aponta o diário, acrescentando que assim como o presidente dos EUA, Donald Trump, Doria é um grande usuário de mídias sociais e também tem em comum com o presidente norte-americano o fato de ter apresentado a versão brasileira do The Apprentice. 

"Com este sentimento anti-establishment, o grande vencedor é Doria", disse João Augusto de Castro Neves, analista da Eurasia Group, uma consultoria.

Jornal do Brasil, 20/04/17

Delação da OAS pode ser preparativo para eventual prisão de Lula

Léo Pinheiro tenta incriminar Lula em obstrução da Justiça

Acusação feita por Léo Pinheiro de que o ex-presidente Lula o teria orientado a destruir provas pode ser um preparativo para a prisão daquele que, num cenário de normalidade democrática, seria eleito presidente.

Isso porque a acusação de obstrução judicial é um dos motivos usados para justificar eventual prisão preventiva.

Segundo a Vox Populi, Lula hoje seria eleito no primeiro turno.

A pesquisa Ibope também mostrou que Lava Jato melhorou a condição eleitoral de Lula, uma vez que os principais presidenciáveis tucanos foram atingidos pelas delações da Odebrecht.

Ibope mostra Lula como o presidenciável com maior potencial de votos

Pesquisa do Ibope divulgada nesta quinta-feira (20) aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o presidenciável com maior potencial de voto entre nove nomes testados pelo instituto. Segundo o levantamento, divulgado pelo Estado de S. Paulo, pela primeira vez desde 2015, os eleitores que dizem que votariam nele com certeza (30%) ou que poderiam votar (17%) se equivalem aos que não votariam de jeito nenhum (51%). Ainda segundo o levantamento, desde o impeachment de Dilma Rousseff, há um ano, a rejeição a Lula caiu 14 pontos.

O Ibope mostra que os três principais nomes do PSDB registraram queda no potencial de voto. Desde outubro de 2015, a soma dos que votariam com certeza ou poderiam votar no senador Aécio Neves (PSDB-MG) caiu de 41% para 22%. O potencial do senador José Serra (PSDB-SP) caiu de 32% para 25%, e o do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) foi de 29% para 22%. Os três tucanos aparecem na pesquisa com taxas de rejeição superiores à de Lula: 62%, 58% e 54%, respectivamente. Ainda segundo a pesquisa, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) tem 24% de eleitores potenciais, e uma rejeição de 32%.
Ibope mostra Lula como o presidenciável com maior potencial de votos

A ex-ministra Marina Silva (Rede) também registrou queda: um terço dos eleitores a indicam como possível opção, contra 39% há um ano.

A pesquisa foi feita entre os dias 7 e 11 de abril, com 2.002 entrevistas, em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. 

Fonte: Jornal do Brasil, 20/04/2017

domingo, 16 de abril de 2017

Graça Foster, uma mulher sensacional


"Maria das Graças Foster fez uma gestão premiadíssima à frente da Petrobras e trocou, junto com Dilma, todos os Diretores que depois iriam para a cadeia no âmbito da operação Lava Jato. Ela enfrentou diversas CPIs, uma onda midiática criminosa e nada, absolutamente nada surgiu contra ela. Não a acusam sequer de levar um único alfinete para casa", diz o articulista Diogo Costa, em seu Facebook.

Temer é um doente terminal. Respira por aparelhos

Delatores desmontam versão de Yunes, o amigo de Temer

"Michel Temer, citado por diversos delatores como chefe do esquema de arrecadação ilícita do PMDB, respira por aparelhos", diz a colunista Tereza Cruvinel, sobre a falsa versão do melhor amigo de Michel Temer, que disse ter sido "mula" de Eliseu Padilha.

"Que objetivo pode ter tido Yunes com seu depoimento ao Ministério Público? Como todo mundo entendeu, buscou proteger o amigo Temer, jogando Padilha no fogo e usando o nome de um parceiro de Eduardo Cunha que já está preso".

"Àquela altura, as delações já tinham acontecido. O que ele tentou dizer foi o seguinte: se algum delator disser que entregou dinheiro em meu escritório, fique claro que o pacote apenas passou por lá. Não fiquei com o conteúdo e muito menos o repassei ao grande amigo presidente. Uma vacina, que não colou".

Temer admite que Dilma caiu porque não salvou Cunha

Resultado de imagem para imagens de Temer em entrevista na Band
Temer em entrevista na TV Bandeirantes

Michel Temer admitiu, ao vivo e em rede nacional, em entrevista na Band, que Dilma Rousseff foi derrubada porque o PT não salvou o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), no Conselho de Ética da Casa.

Com tranquilidade, Temer narrou o episódio de chantagem política como se fosse algo absolutamente banal e cuja culpa fosse exclusivamente de Dilma e do PT, por não terem se submetido à chantagem de seu aliado, hoje condenado a mais de 15 anos de prisão por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Depois de contar sobre o fracasso do arranjo devido à recusa dos petistas, Temer comentou: "Que coisa curiosa! se o PT tivesse votado nele naquele comitê de ética, seria muito provável que a senhora presidente continuasse".

Na prática, Temer confessou que houve desvio de finalidade no golpe parlamentar de 2016 e que o impeachment nada teve a ver com as tais pedaladas fiscais.

Lula diz que não há nada ilegal nas delações da Odebrect

São os meios de comunicação de sempre que estão deturpando a verdade

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contestou, de forma didática e direta, por meio de perguntas e respostas, as acusações contra ele que tem sido utilizadas pelos meios de comunicação para colocá-lo "no centro de intenso bombardeio midiático".

No texto, Lula ressalta que "os depoimentos negociados pelos donos e executivos da Odebrecht – em troca da redução de penas pelos crimes que confessaram – estão sendo manipulados para falsificar a história do governo Lula. Insistem em tratar como crime, ou favorecimento, políticas públicas de governo voltadas para o desenvolvimento do país e aprovadas pela população em quatro eleições presidenciais", afirma.

sábado, 15 de abril de 2017

Auler mostra como a Globo age para atacar Dilma: “não é erro, é má fé“


Jornalista critica estratégia das Organizações Globo para prejudicar a presidente deposta pelo golpe.

Na chamada de capa deste sábado, o jornal O Globo afirma que Dilma Rousseff sabia de pagamento de propinas na Petrobras.

"Na verdade, a história é outra, mas isso não importa quando os canais da Globo querem torcer fatos. A própria reportagem na página interna do jornal é mais fiel aos fatos do que a chamada da primeira página e a manchete da página 6. Dilma não sabia, como quer passar o jornal aos leitores. Ela soube, assim como Graça Foster, mas bem depois", escreve Marcelo Auler em seu blog, destacando que o Jornal Nacional também havia feito o mesmo, distorcendo as declarações de Marcelo Odebrecht.

Dilma caiu porque freou a corrupção na Petrobras?



As delações da Odebrecht deixam no ar uma questão intrigante: Dilma Rousseff foi afastada do cargo porque fechou as torneiras da corrupção na Petrobras? Ontem, na mais importante das delações, Márcio Faria, o número dois da empreiteira, afirmou que a empresa negociou, numa reunião presidida por Michel Temer, uma propina de US$ 40 milhões para o PMDB.

Dilma não apenas cortou o contrato em 43% como demitiu Jorge Zelada, o ex-diretor da companhia, que hoje está preso em Curitiba.

Da mesma forma, Dilma também demitiu, no começo do seu primeiro mandato, os ex-diretores Renato Duque e Paulo Roberto Costa, que também foram presos na Lava Jato.

Será que foi a intolerância de Dilma com a corrupção – que em Brasília se traduz por "inabilidade política" – que custou seu mandato?

Marcelo Odebrecht avisou Temer que Graça apurava propinas do PMDB


Além de ter presidido, segundo dois delatores da Odebrecht, uma reunião em que se definiu uma propina de US$ 40 milhões – equivalente a R$ 126 milhões – para o PMDB, Michel Temer foi alvo de uma nova revelação constrangedora.

Segundo o lobista da empreiteira em Brasília, Claudio Melo Filho, o próprio Marcelo Odebrecht o pediu que alertasse Temer que Graça Foster, a presidente da Petrobras indicada por Dilma Rousseff para estancar a roubalheira na estatal, investigava as propinas pagas ao PMDB.

“Temer não esboçou nenhuma intranquilidade, agradeceu, e pediu que eu agradecesse a Marcelo, que ele ia verificar as razões”, disse Melo Filho.

Graças Foster fez mais: em 2012, ela cortou em 43% o contrato da propina.

Foi neste momento que Temer e o PMDB, com apoio da Odebrecht, passaram a conspirar pela derrubada de Dilma.

PGR vai pra cima do Temer

E os R$ 10 milhões, Michel Temer?

Conversa Afiada, 15/04/2017

Da Fel-lha:

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal já têm a primeira etapa de investigação traçada para tentar comprovar os relatos de delatores da Odebrecht de que houve pagamentos de caixa dois e propina em dinheiro vivo a políticos. 

(...) A PF vai solicitar, por exemplo, o registro de controle de entrada no dia 28 de maio de 2014 no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, onde vive o hoje presidente Michel Temer.

O pedido faz parte de diligências sugeridas pela Procuradoria-Geral da República e autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, na investigação sobre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), acusados de receber propina.

Naquele data de maio de 2014, ocorreu jantar em que Temer e Padilha teriam discutido com Marcelo Odebrecht doação ao PMDB em 2014 –o valor entregue teria sido de R$ 10 milhões, em espécie.

A polícia vai ainda atrás de informações sobre possíveis encontros do ex-executivo da Odebrecht Henrique Valladares com Edison Lobão (PMDB-MA), senador e ex-ministro de Minas e Energia, outro apontado como destinatário de propina em dinheiro vivo. A PF vai pedir registros dos acessos ao ministério e ao Senado.

Também receberam recursos desta maneira, por meio de intermediários, segundo os delatores, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB), entre outros. 

(...) O advogado José Yunes, ex-assessor de Temer e personagem do episódio dos R$ 10 milhões da Odebrecht ao PMDB, será chamado a depor.

Lula errou

“É por isso que o campo popular não pode se meter no jogo da direita”

Conversa Afiada, 15/04/2017
Créditos: Edilson Dantas/Agência O Globo

O Conversa Afiada reproduz análise de Gustavo Castañon, professor de filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora, publicada originalmente no blog Tijolaço, de Fernando Brito:

Ouvi a delação do Marcelo Odebrecht e li a dos outros delatores sobre Lula. O que existe são duas acusações diferentes: gestão de caixa dois e tráfico de influência. Como tudo é complexo, se eu cometer erros nas descrições peço que me corrijam. Vamos procurar esclarecer as coisas tão complicadas.

Sobre os fatos:

1) Marcelo disse que havia sobra de recursos do caixa dois da campanha do PT de 2010. Que com esse dinheiro fez um fundo, e nele reservou quarenta milhões para serem usados a pedido de Lula. Disse que quem administrava esse fundo era Palocci e que Lula nunca falou com ele sobre isso;

2) Marcelo disse que Lula nunca usou nada para ele, a única alegação mais próxima disso seria a compra de um terreno para ser sede do Instituto Lula a pedido de Paulo Okamoto que depois foi revertido pela Odebrecht por desistência do próprio Okamoto;

3) Disse que Palocci solicitou alguma coisa desse dinheiro, que foi entregue a seu assessor em dinheiro vivo (dinheiro de fundo fantasma em moeda corrente), mas que não sabe para que destino;

4) Alguns favores teriam sido prestados pela Odebrecht a pedido de Lula (ou de sua mulher), basicamente a reforma no sítio que frequentava (e não é dele), uma reunião com seu filho para discutir um investimento na criação de uma liga de futebol americano nacional e uma suposta renda mensal a seu irmão mais velho que, segundo o prório delator, Alexandrino Alencar, pagava em consultoria sobre problemas sindicais (ie irrisória, inicialmente R$ 3 mil e, após, R$ 5 mil)

5) Outra alegação é a de pedido para a Odebrecht participar da construção da Arena Corinthians e intermediação para Fernando Haddad ajudar a financiar essas obras. A única coisa que se destaca nessa alegação tola e banal é que Haddad não atendeu o pedido do próprio Lula.

6) Por fim há uma alegação de Emílio Odebrecht de que teria pedido a Lula “esclarecimentos” de porque uma medida provisória de interesse da companhia estaria “parada” no gabinete de Mantega. Evidentemente, ele não sabe se Lula cobrou Mantega.

Tudo considerado, digo sem nenhuma paixão política, sinceramente, o que eu concluo sobre as acusações é que:

1) Não há alegação de crime em lugar nenhum.

2) As alegações de Marcelo não tem materialidade nenhuma, e parecem uma acusação forjada sob pressão;

3) Não há qualquer alegação de enriquecimento ilícito de Lula ou de participação em licitações fraudulentas;

4) Os favores que ele teria prestado para a Odebrecht teriam sido basicamente no exterior, o que consiste em ação do máximo interesse nacional;

5) As alegações do diretor sobre os favores prestados a Lula devem ter materialidade e devem ser fáceis de provar;

6) Excetuando a alegação da MP, Lula não era mais funcionário público, então se usou seu prestígio para intermediar os interesses da companhia agiu como lobista, o que é comum entre ex titulares do executivo, sem transgredir a lei;

Por fim, o que concluo das consequências políticas disso é que:

7) A imprensa está colocando no mesmo balaio pedido de doação, lobismo, caixa 2, corrupção e enriquecimento ilícito. Já sabemos que seu objetivo é confundir, não explicar;

8) É por isso que o campo popular não pode se meter no jogo da direita;

9) Se foi difícil explicar isso pra vocês e eu ainda tenho dúvidas, via ser impossível explicar isso ao povo, já a classe média nunca quis entender nada, só quer sangue. Mas temos que tentar fazê-lo, ao menos para a história;

10) Pessoalmente, creio que Lula será condenado. Mas isso aconteceu é quando ele obrigou o PT a aceitar passivamente a primeira condenação de José Dirceu, totalmente sem provas;

11) As ações e presentes de Lula foram legais, mas ele não deveria ter “misturado política com dinheiro”, em outras palavras, feito lobby, porque era evidente que a casa grande ia cobrar a fatura. Sua decisão é humana, compreensível, mas pequena para um homem de sua estatura histórica;

12) Meteram o pau na época da declaração de Ciro à Paulo Moreira Leite . Até eu. Mas de novo, reconheço, Ciro tinha razão.

PS. Penso um tanto diferente do Gustavo, e é bom que isso aconteça, porque, como dizia o velho Leonel Brizola, ruim é sermos todos ovelhinhas bem iguaizinhas. Creio que, sim, o risco judicial é imenso. Mas é o grande risco para Lula, porque o eleitoral pode atropelar toda esta onda, primeiro pela sua estatura histórica, como diz o Gustavo. Segundo, porque o povão olha tudo isso com certo enfado: a cruzada da moralidade só lhe trouxe crise e sacrifícios. (Fernando Brito)

Temer vira o Judas do povo brasileiro no sábado de aleluia


Depois de trair a presidente eleita Dilma Rousseff e o programa vitorioso nas urnas, Michel Temer, aprovado por apenas 5% dos brasileiros, segundo pesquisa CUT/Vox Populi, ganhou o apelido de "Judas do povo brasileiro", como neste protesto na Praça dos Três Poderes.

Ele é também um dos personagens mais citados nas delações da Odebrecht.

Dois executivos da empreiteira o apontaram como responsável direto por uma propina de US$ 40 milhões, o equivalente a R$ 126 milhões.

Na história bíblica, Judas traiu Jesus Cristo por 30 moedas.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

PSDB desmoraliza e VemPraRua VaiPraCasa


Na imagem à esquerda, anterior ao golpe, os tucanos Aloysio Nunes, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, com Paulinho da Força ao fundo, formam uma caravana para participar de um protesto anticorrupção convocado por páginas no Facebook como Vemprarua e MBL.

Hoje, Aloysio é alvo de inquérito por supostamente receber propinas no Rodoanel, Aécio é o político mais delatado da Lava Jato, acusado de receber fortunas no exterior, Alckmin está na mira por propinas pagas ao cunhado, e Paulinho também entrou na lista de Fachin.

Diante disso, o que aconteceu com os movimentos que diziam combater a corrupção no Brasil e que, em alguns casos, como o do Vem pra Rua, tinham ligações concretas com o PSDB?.

Aparentemente, foram todos pra casa.

Feito para tranquilizar, vídeo de Temer apavora

Sob aconselhamento de especialistas, Michel Temer decidiu quebrar o silêncio para responder ao barulho que invade o seu gabinete desde que as vozes dos delatores da Odebrecht passaram a soar diuturnamente em rede nacional de rádio, tevê e internet. Com um texto cirúrgico, acomodado num vídeo de pouco mais de um minuto, o presidente pretendeu se defender. Mas não se revelou um bom advogado de si mesmo. O pouco que Temer disse foi insuficiente para esclarecer as dúvidas que o cercam. O muito que Temer deixou de dizer foi esclarecedor sobre sua incapacidade de se dissociar da suspeição que rodeia sua presidência.

''Eu não tenho medo dos fatos, nunca tive. O que me causa repulsa é a mentira”, disse o presisente. “É fato que participei de uma reunião em 2010 com o representante de uma das maiores empresas do país. A mentira é que nessa reunião eu teria ouvido referência a valores financeiros ou a negócios escusos da empresa com políticos.”

Pois bem. A reunião da qual Temer admite ter participado ocorreu numa casa onde funcionava o seu escritório de campanha, em São Paulo. O interlocutor era Márcio Faria. Na época, era executivo da Odebrecht. Hoje, ganha a vida suando o dedo a serviço da Lava Jato (assista no vídeo acomodado no rodapé do texto). Entre os participantes da conversa estava Eduardo Cunha, momentaneamente hospedado numa cela do Moro’s Inn, temida hospedaria de Curitiba.

O pedaço do enredo que Temer diz ser mentiroso envolve propina de US$ 40 milhões que o PMDB beliscou num contrato da diretoria Internacional da Petrobras. Temer assegura que ninguém falou em dinheiro durante o encontro. Até aí, sua verdade coincide com a do delator. Na versão do dedo-duro, a cifra fora acertada previamente. A reunião com Temer serviria apenas para que ele abençoasse a transação diante da testemunha mais qualificada do PMDB.

Tampouco foram mencionados no encontro “negócios escusos da empresa com políticos”, sustenta Temer. Beleza. Mas o presidente faria um bem enorme a si mesmo se respondesse a três indagações: 1) Se não tratou de negócios, o que diabos foi fazer no seu escritório o executivo da Odebrecht? 2) Se não havia mutreta no lance, por que o visitante foi levado à sua presença por Eduardo Cunha? 3) Se não pode ser 100% transparente, por que divulgar um video com meias-verdades?

De resto, é incompreensível que Temer não tenha aproveitado a oportunidade para dirigir aos brasileiros meia dúzia de palavras sobre a podridão ao redor. Após discutir com auxiliares os efeitos do estrondo da colaboração da Odebrecht, o presidente decidiu que o melhor a fazer é silenciar sobre os oito ministros que conservam um pé na Esplanada e outro nos inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal contra eles.

Impossível deixar de dar ouvidos a esse silêncio de Temer. As palavras não-ditas gritam para a plateia que o presidente da República talvez não tenha condições de se dissociar do lixão. Quanto mais duradouro for o silêncio de Temer, mais eloquentes serão os ecos da delação. Gravado com o propósito de levar tranquilidade aos brasileiros, o vídeo de Temer revelou-se apavorante.

Acesse o link e confira o vídeo revelador: Feito para tranquilizar video de temer apavora

Blog do Josias,13/04/2017 

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Constatação

Se c... piscando gerasse energia, Brasília hoje seria auto-sustentável!... Simão

Ministro de Temer, Helder Barbalho recebeu R$ 1,5 milhão, dizem delatores

E ainda quer ser governador do Pará

Jorge Araujo/Folhapress 
O ministro Helder Barbalho e pretenso candidato ao Governo do Pará

11/04/2017

O ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Edson Fachin deferiu abertura de inquérito contra Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional.

O senador Paulo Roberto Galvão da Rocha (PT-PA) também é citado no mesmo inquérito.

Eles são acusados de receber R$ 1,5 milhão da Odebrecht em 2014 durante a campanha disputada por Barbalho ao governo do Pará. A informação foi publicada nesta terça-feira (11) pelo jornal "O Estado de São Paulo".

No sistema da empreiteira, Barbalho era identificado como "Cavanhaque". O atual ministro de Michel Temer (PMDB) perdeu a eleição para Simão Jatene (PSDB).

A acusação também atinge o prefeito de Marabá, João Salame.

Segundo delação dos executivos da Odebrecht Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira, Barbalho, Rocha e Salame receberam os pagamentos da empreiteira em três parcelas.

Em troca, os recursos funcionariam como contrapartida a interesses do grupo Odebrecht no Pará. "Notadamente em área de saneamento básico, espaço em que a empresa almejava atuar como concessionária", diz despacho do ministro Fachin.

Os executivos sustentaram ainda que as doações foram implementadas por meio do Setor de Operações Estruturadas do grupo Odebrecht.

O despacho mostra que a PGR sustenta a ocorrência de indícios quanto à prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

GOIÁS

Já o ex-senador Luís Alberto Maguito Vilela (PMDB) e o deputado federal Daniel Elias Cavalho Vilela (PMDB), respectivamente pai e filho, teriam recebidos R$ 1,5 milhão da Odebrecht.

De acordo com os delatores Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Alexandre José Lopes Barradas, R$ 500 mil foram repassados em 2012, destinados à campanha de Luís Vilela à prefeitura de Aparecida de Goiânia.

Em contrapartida, a Odebrecht seria favorecida em contratos de saneamento básico na cidade.

Em 2014, Luís Vilela teria pedido repasses para a campanha de seu filho para Câmara dos Deputados, que recebeu R$ 1 milhão da empreiteira.

O ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, autorizou a instauração de inquérito contra os deputados.

OUTRO LADO

"O ministro Helder Barbalho (Integração Nacional) vem a público prestar os seguintes esclarecimentos: 1) Helder Barbalho nega que tenha cometido ilegalidades; 2) Helder Barbalho reafirma que todos os recursos que recebeu como doações para sua campanha em 2014 foram devidamente registradas junto ao TRE-PA, que aprovou todas as suas contas; 3) Helder Barbalho esclarece que não tinha e não tem qualquer ingerência sobre a área de saneamento no município de Marabá; 4) Helder Barbalho destaca sua estranheza com o codinome Cavanhaque. Em toda sua trajetória política, Helder Barbalho nunca usou cavanhaque", afirmou a assessoria do ministro em nota.

"As campanhas de Maguito Vilela, em 2012, e de Daniel Vilela, em 2014, foram feitas inteiramente com recursos contabilizados conforme determina o (TSE) Tribunal Superior Eleitoral e aprovadas pela referida Corte. As prestações de contas estão disponíveis no site do TSE. Maguito e Daniel afirmam que nunca estiveram, nunca falaram e sequer conhecem os delatores. Ambos refutam qualquer acusação. Informam ainda que não foram notificados das investigações do Supremo Tribunal Federal e que estão tranquilos e convictos de que a ação será arquivada porque não tem qualquer lastro na realidade", afirmaram em nota conjunta as assessorias do ex-senador Luís Vilela e do deputado Daniel Vilela.


Pimenta questiona ausência de juízes na lista de Fachin

A Odebrecht nunca deu  propina a ninguém do Judiciário?

"Com todo esse poder e influência a Odebrechet nunca teve 'parceiros no MP e no Judiciário'? E a mídia nunca recebeu dinheiro sujo? A Odebrecht ao longo de sua história de relações com os poderes nunca corrompeu ou pagou vantagens para ninguém do Poder Judiciário?", questiona o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

Aécio e o PSDB batem recordes de denúncias, mas ninguém é preso


"O leitor certamente ficará estarrecido após contar todas as denúncias contra Aécio e, ao fim, constatar que ele continua ai, firme e forte, presidente do PSDB e figura de destaque na política brasileira. Juntando tudo, são cerca de trinta denúncias, escândalos, processos, inquéritos, delações, etc., que tem como personagem a figura do Mineirinho, vulgo Aécio Neves. Enfim, a justiça é uma para o PT e outra para o PSDB", escreve o jornalista, colunista do blog O Cafezinho.

MBL diz que não vai protestar contra políticos da lista de Fachin

E quem esperava que fosse diferente?

Movimento Brasil Livre (MBL), que apoiou e organizou manifestações que se diziam contra a corrupção e o governo da presidente deposta Dilma Rousseff, não irá organizar protestos contra os políticos que estão na lista do ministro Edson Fachin, do STF.

"Vamos esperar o resultado das investigações", disse o líder do MBL, Kim Kataguiri.

MBL é ligado ao DEM, que teve oito políticos incluídos na lista de inquéritos abertos.

Golpeada, Dilma é a reserva moral da política

Qual é acusação comprovada contra a presidente deposta?

O articulador do golpe parlamentar de 2016, senador Aécio Neves (PSDB-MG), é acusado de receber mesadas de até R$ 2 milhões por mês da Odebrecht.

O executor do golpe na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está preso em Curitiba.

O operador no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tem cinco inquéritos para chamar de seus.

O avalista da conspiração, Fernando Henrique Cardoso, foi acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht em suas campanhas.

O beneficiário, Michel Temer, só não é investigado porque o golpe lhe deu imunidade temporária.

Enquanto isso, não há uma única acusação de benefícios financeiros à presidente deposta Dilma Rouseff.

Contra ela, o máximo que se diz é que houve doações não contabilizadas à campanha – o que não era de sua responsabilidade direta – e que teria alertado o amigo João Santana, ou seja, o Brasil golpeou a presidente honesta para favorecer políticos corruptos.

Silvio Costa: “Temer transformou o Planalto num shopping center”


Deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE) deu entrevista à Rede Brasil Atual e afirmou que a reforma da Previdência não vai passar.

"A reforma da Previdência está derrotada, e o governo sabe disso", diz.

Costa critica a atitude do governo de investir em publicidade para tentar reverter a situação e aprovar a reforma.

"Isso na verdade é o modus operandi do governo Temer sendo exposto. Ou seja, o Brasil precisa saber, se não sabe ainda, que Michel Temer transformou o Palácio do Planalto num shopping center, numa mercearia", afirma o deputado pernambucano.

GloboNews manipula seu noticiário contra Dilma


Jornalista Mario Marona, que já foi da Globo, relata como a GloboNews manipulou a delação de Marcelo Odebrecht para tentar atingir a presidente deposta Dilma Rousseff.

"A emissora vende a notícia como se fosse uma denúncia de envolvimento da ex-presidenta. Mas o vídeo demonstra exatamente o oposto: Dilma não sabia do caso de suborno abordado no interrogatório e, quando soube, cobrou responsabilidades dos supostos envolvidos. Marcelo chega a relatas que o então ministro Edison Lobão contou a ele que foi duramente interpelado por Dilma, depois deste encontro", disse o jornalista em seu Facebook.

Segundo delator, Temer negociou propina de R$ 126 milhões

Por esta e outras razões a posição de Temer hoje é insustentável

Um dos principais executivos da Odebrecht, Marcio Faria, afirmou em sua delação premiada que Michel Temer participou de uma reunião em que foi acertada uma propina de US$ 40 milhões para o PMDB, em contrapartida a um contrato na Petrobras.

O valor hoje equivale a R$ 126 milhões e o acerto teria ocorrido no escritório político de Temer, em São Paulo.

Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que "Michel Temer jamais tratou de valores com o senhor Márcio Faria" e que "a narrativa divulgada hoje não corresponde aos fatos e está baseada em uma mentira absoluta".

O procurador-geral Rodrigo Janot decidiu que Temer não pode ser investigado por atos anteriores ao atual mandato, conquistado por meio de um golpe parlamentar.

Brasil, uma vergonha planetária


O governo de Michel Temer foi destaque nos principais veículos de comunicação internacionais após a divulgação da lista com 108 nomes que serão investigados no âmbito da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal pelo ministro Edson Fachin.

Todos os jornais lembraram que a lista traz nove ministros de Temer, além dos presidentes das duas casas Legislativas e outras dezenas de políticos.

Segundo o Clarín, da Argentina, o governo brasileiro "viu a aparente calma dos últimos dias interrompida".

Nos Estados Unidos, o The Washington Post lembra que a lista atinge um terço da equipe de Temer e seus principais aliados, enquanto o The New York Times publica que novas acusações de corrupção fazem balançar o governo brasileiro.

Houve ainda repercussão na mídia do Canadá e da França, entre outros países.

Pássaro de aço

Anezio Ribeiro

Estou viajando, no meio da tarde, num pássaro de aço...

Contemplo a terra, as cidades e tudo que é possivel...

Grandes pedaços de algodão estão dispersos no ar. Parecem não se mover, são muito brancos e com muitas formas...

Estradas cortam o espaço terrestre em todas as direções. São riscos no chão que parecem servir apenas para demarcar territórios...

Nunca pensei que tanto algodão enfeitassem os céus dando-lhe um ar angelical...

Vejo rios, florestas e plantações que se perdem na imensidão do espaço...

Estou viajando. Só agora me dou conta da importância do ato Criador, do sobrenatural, do divino, do Senhor do Universo e de quanto eu sou pequeno nesse contexto...

Meu Deus, pensaste tudo e fizeste tudo e nós, os homens, não valorizamos tanto quanto deveríamos.

Janot livra Temer de inquérito contra jurisprudência reconhecida por Teori


Valendo-se de um entendimento equivocado, o procurador-geral da República Rodrigo Janot livrou Michel Temer de ser investigado no Supremo Tribunal Federal. Embora existam elementos para a abertura de pelo menos dois inquéritos, Janot argumentou junto ao ministro Edson Fachin, relator da Lava, que Temer desfruta de “imunidade temporária”, pois o paragrafo 4º do artigo 86 Constituição anota que “o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.”

Não é bem assim. O veto constitucional à responsabilização por crimes alheios ao exercício do mandato não impede que o presidente seja investigado. Esse entendimdento foi reconhecido em despacho assinado no dia 15 de maio de 2015 pelo então ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo. Antecessor de Fachin na relatoria da Lava Jato, Teori anotou:

“Não se nega que há entendimento desta Suprema Corte no sentido de que a cláusula de exclusão de responsabilidade prevista no parágrafo quarto do artigo 86 da Constituição (o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções) não inviabiliza, se for o caso, a instauração de procedimento meramente investigatório, destinado a formar ou a preservar a base probatória para uma eventual e futura demanda contra o chefe do Poder Executivo.” (veja reprodução abaixo)
Cabeçalho de despacho de Teori Zavascki sobre recurso movido pelo PPS

Trecho do despacho de Teori em que ele reconhece que presidente da República pode ser investigado

Última folha do despacho de Teori Zavascki, com o aviso de assinatura digital

Teori respondia a uma ação movida pelo PPS contra decisão que isentara a então presidente Dilma Rousseff de investigação no escândalo da Petrobras. Mas no caso de Dilma, além de invocar o texto da Constituição, Janot alegara que, naquela ocasião, não havia indícios mínimos de crime que justificassem a abertura de inquérito. E o Supremo, concluiu Teori, não poderia agir sem ser acionado. “Cabe exclusivamente ao procurador-geral da República requerer abertura de inquérito, oferecer a inicial acusatória e propugnar medidas investigatórias”, justificara-se o ministro.

Em relação a Temer sucede coisa diferente. Ele foi mencionado em duas circunstâncias, ambas sujeitas a investigação. Numa o delator Márcio Faria, ex-executivo da Odebrecht, disse que Temer participou de uma reunião em seu escritório em São Paulo, em 15 de julho de 2010. No encontro, disse o delator, discutiu-se a troca dinheiro por favorecimento à empreiteira. Participaram também da conversa os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha. Ouvido depois que o tema ganhou o noticiário, Temer reconheceu que houve o encontro. Disse que o interlocutor manifestara o interesse em colaborar financeiramente com o PMDB. Alegou, entretanto, que o encontro foi rápido e “não se falou em doação nem em obras da Petrobras”.

Temer também foi mencionado em inquérito que envolve dois de seus ministros: Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). Evocando afirmações da Procuradoria, Fachin anotou: “Há fortes elementos que indicam a prática de crimes graves, consistente na solicitação por Eliseu Padilha e Moreira Franco de recursos ilícitos em nome do PMDB e de Michel Temer, a pretexto de campanhas eleitorais.”

Se estivesse vivo, Teori Zavascki teria de se render às conclusões que tirou no despacho de maio de 2015, para determinar a abertura de inquéritos contra Temer. Nada impede que Fachin, seu sucessor na Lava Jato, tire a mesma conclusão. Basta que um partido político questione, como fez o PPS. Suprema ironia: há dois anos, a iniciativa do recurso foi do então deputado Raul Jungmann (PPS-PE), hoje ministro da Defesa de Temer.

Fonte: Blog do Josias de Souza, 12/04/2017

1/3 dos ministros do governo Temer serão investigados pelo Supremo

Temer escapou, porque uma lei proíbe que presidente, no exercício do mandato seja investigado

Eliseu Padilha, PMDB, Chefe da Casa Civil

Dos 28 ministros do governo Michel Temer, oito serão investigados no Supremo Tribunal Federal por ordem de Edson Fachin, afirma o jornal.


Aloysio Nunes, PSDB, Ministro das Relações Exteriores


Moreira Franco, PMDB, Ministro da Secretaria Geral da Presidência


Gilberto Kassab, PSD, Ministro da Ciência e Tecnologia


Bruno Araújo, PSDB, Ministro das Cidades

Rodrigo Janot, da Procuradoria Geral da República, pediu ao STF para investigar os ministros Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil; Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência; Gilberto Kassab (PSD), da Ciência e Tecnologia; Helder Barbalho (PMDB), da Integração Nacional; Aloysio Nunes (PSDB), das Relações Exteriores; Blairo Maggi (PP), da Agricultura; Bruno Araújo (PSDB), das Cidades e Marcos Pereira (PRB), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

De acordo com o "Estadão", Padilha e Kassab serão alvo de dois inquéritos abertos na Corte para apurar as denúncias dos delatores da Odebrecht.


Marcos Pereira, Indústria, Ministro da Comércio Exterior e Serviços

A reportagem ressalta que Michel Temer é citado nos pedidos de abertura de dois inquéritos, mas, em razão da "imunidade temporária" que ele possui como presidente da República, a PGR não o incluiu na "lista do Janot".


Hélder Barbalho, PMDB, Ministro da Integração Nacional


Blairo Maggi, PP, Ministro da Agricultura

No período em que estiver no comando do Palácio do Planalto, Temer não poderá ser investigado por crimes que não tenham relação com o exercício do mandato.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Fachin abre investigação contra nove ministros, 29 senadores e 42 deputados


Ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra nove ministros, atingindo em cheio o governo Michel Temer.

Em suas 83 decisões há ainda os nomes de 29 senadores e 42 deputados federais, incluindo os presidentes das duas casas, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), três governadores, um ministro do TCU e 24 outros alvos, segundo lista com os 108 alvos divulgada no blog do jornalista Fausto Macedo.

Os senadores Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, e Romero Jucá (RR), presidente do PMDB, são os políticos com o maior número de inquéritos a serem abertos: cinco cada.

Lula venceria Aécio também em Minas Gerais


No reduto eleitoral do senador tucano, o ex-presidente Lula, alvo de perseguição jurídica e midiática, venceria as eleições presidenciais de 2018, de acordo com levantamento do instituto Paraná Pesquisas;

O petista teria 23,2%, contra 18,45% de Aécio Neves (PSDB-MG), que acaba de aparecer na lista de investigados do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, liderando pedidos de investigação (cinco contra ele).

Lula lidera em todos os cenários estimulados pela pesquisa.

Aécio só sai vencedor quando disputa entre outros tucanos: João Doria, José Serra, Geraldo Alckmin e Beto Richa.