sábado, 20 de dezembro de 2014

Problemas do Brasil são temporários diz presidente da Nestlé

Exame, 19/12/14

© Paul Bulcke: ele disse esperar mudanças na política econômica brasileira que incentivem competitividade industrial  Foto: Exame

O presidente mundial da Nestlé, Paul Bulcke, considera que a economia brasileira está passando por problemas temporários, que não afetam decisões de investimento de longo prazo.

Bulcke lançou hoje a pedra fundamental da primeira fábrica de cápsulas de café fora da Europa, na cidade mineira de Montes Claros, que demandará investimentos de 200 milhões de reais.

Numa entrevista concedida a EXAME na sede da companhia, na zona sul de São Paulo, Bulcke disse esperar mudanças na política econômica brasileira que incentivem acompetitividade industrial. A seguir, os principais trechos da entrevista.

EXAME - Vocês estão fazendo um novo investimento num momento em que a economia brasileira está praticamente parada. O PIB no país deve crescer cerca de 0,1% este ano e menos de 1% no ano que vem. Isso não preocupa a companhia? 

Paul Bulcke - Estamos há quase 100 anos no país. Há muitos países com bons e maus momentos. Quando uma empresa se compromete com um país, é algo profundo e de longo prazo.

Por isso estamos começando a construir a primeira fábrica de cápsulas fora da Europa da marca Nescafé Dolce Gusto. Essa é uma marca que vai muito bem no Brasil.

A situação econômica mais difícil, a meu ver, é temporária, e uma empresa como a nossa tem que superar isso, não deixar de investir e esperar que tudo fique perfeito. Porque nunca existem as condições totalmente ideais.

O que temos que fazer é criar valor para a companhia. Temos confiança no país e na nossa relação com o consumidor brasileiro.

EXAME - Quais são os segmentos que a Nestlé considera mais promissores no mercado brasileiro? 

Bulcke - Esta área de bebidas em cápsulas, de café, cresce muito. Esse conceito do café em cápsulas é novo, e vai muito bem, mas também está começando.

O Brasil é o primeiro produtor de café do mundo, mas o consumo ainda é baixo per capita, vemos uma oportunidade de expansão deste consumo, e o investimento nesta fábrica se insere nesta perspectiva.

Mas também temos linhas que crescem muito, como as de fórmulas infantis, laticínios, a área culinária. Temos marcas que vão muito bem aqui, como Garoto, Kit Kat, Nesfit, os refrigerados, cereais.

EXAME- O baixo crescimento da economia brasileira afeta pouco a Nestlé?

Bulcke - Claro que não estamos isolados, sempre temos que ficar atentos e acompanhar o comportamento do poder aquisitivo do consumidor.

Fizemos isso há dez anos no Nordeste, desenhando um portfólio diferente para uma população com poder aquisitivo e preferências específicas.

Não somos uma empresa estrangeira, nos sentimos brasileiros e temos produtos e marcas brasileiras, como o Leite Moça, o Nescau, por exemplo. 

EXAME - Vocês estão voltando às aquisições no Brasil? Depois de muito tempo depois da briga judicial pela compra da Garoto, a empresa voltou a avaliar ativos como a empresa de lácteos da BRF e acaba de anunciar que a sua controlada farmacêutica Galderma está comprando uma fabricante brasileira de dermocosméticos, a Moderm.

Bulcke - Estamos sempre olhando oportunidades de aquisição, mas temos uma base grande no país também para crescer organicamente. Temos boas marcas e presença importante em muitas categorias.

Quando há uma oportunidade, temos alguns critérios. Só compramos se a empresa se adequa à nossa estratégia, ser um bom negócio – não compramos problemas. E, em terceiro lugar, tem que estar de acordo com nossos princípios. 

EXAME - O que o senhor espera da nova política econômica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff? 

Bulcke - Não vou dizer nada novo. O Brasil tem um problema de infraestrutura claríssimo, temos que investir nisso. São investimentos de longo prazo, mas precisam começar hoje.

A complexidade da legislação do país é muito grande, excessiva. Precisamos de vontade política de fazer o que todos sabemos que é necessário. Mas as mudanças provocam frustração e dor, é preciso fazer sacrifícios.

É necessário que haja vontade política, acima dos conflitos de curto prazo entre os partidos. Espero que a política faça o seu trabalho.

Estamos vendo iniciativas importantes anunciadas pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Esperamos que elas não fiquem apenas nas palavras.

Veríssimo contesta a tese dos "dois lados", na ditadura


Num artigo sensato e corajoso, o escritor Luis Fernando Verissimo contesta a tese que se alastrou entre os veículos de comunicação conservadores, todos apoiadores do regime militar de 1964, de que a Comissão Nacional da Verdade deveria ter igualado os crimes cometidos por agentes do Estado aos atos de violência ligados à esquerda revolucionária; 'Não aceitar a diferença entre a violência clandestina de contestação a um regime ilegítimo e a violência que arrasta toda uma nação para os porões da ditadura é desonesto", diz Verissimo.

RS 247 - Logo depois que a Comissão Nacional da Verdade apresentou seu relatório final, na semana passada, apontando os nomes de 377 agentes do Estado brasileiro que cometeram crimes contra a humanidade, durante o regime militar, alastraram-se editoriais, nos veículos de comunicação conservadores, todos apoiadores do regime, sobre a parcialidade da CNV. Segundo os Marinho, os Frias e os Mesquita, era necessário também condenar os responsáveis pelos crimes cometidos pela esquerda revolucionária.

Num corajoso artigo publicado nesta quinta-feira, chamado 'Os dois lados', o escritor Luis Fernando Verissimo contesta a tese de que agentes do Estado que prendem dissidentes, matam e torturam podem ser igualados a cidadãos que combatem um regime ilegítimo.

"A principal diferença entre um lado e outro é que os crimes de um lado, justificados ou não, foram de sublevação contra o regime, e os crimes de outro lado foram do regime. Foram crimes do Estado brasileiro. Agentes públicos, pagos por mim e por você, torturaram e mataram dentro de prédios públicos pagos por nós. E, enquanto a aberração que levou a tortura e outros excessos da repressão não for reconhecida, tudo o que aconteceu nos porões da ditadura continua a ter a nossa cumplicidade tácita. ão aceitar a diferença entre a violência clandestina de contestação a um regime ilegítimo e a violência que arrasta toda uma nação para os porões da ditadura é desonesto", diz ele.

Verissimo cobra ainda um pedido de desculpas dos militares. "Enquanto perdurar o silêncio dos militares, perdura a aberração. E você eu não sei, mas eu não quero mais ser seu cúmplice."

Fonte: RS 247, 18/12/14

Senadora quer aprovar lei da bigamia no Brasil

Senadora Lídice da Mata
O “triângulo” amoroso entre um homem e duas mulheres, inclusive constituindo duas famílias é mais comum do que se imagina. Por conta disso, a senadora baiana Lídice da Mata tenta aprovar no Senado o PL do Estatuto da Família – que dá amparo igualitário às atuais formações familiares duplas.

Entre outros direitos para todos os tipos de formações familiares brasileiras, o estatuto busca assegurar que a amante e a família mantida paralelamente tenham os mesmos direitos da oficial. É quase como oficializar a bigamia.

Já pensou se o Congresso!?

Meia pedra, meio tijolo

Região Oeste do Pará tem poucos representantes na Assembléia e no Congresso Nacional

Deputado federal Chapadinha
Na diplomação dos eleitos na eleição passada, ocorrida ontem no Tribunal Regional Eleitoral, em Belém, chamou a atenção o fato de que a região Oeste do Pará, apesar da sua dimensão territorial, da sua densidade demográfica e da pretensão de criar o estado do Tapajós, só elegeu um deputado federal - Chapadinha - e dois deputados estaduais - Hilton Aguiar e Eraldo Pimenta.

Registre-se que Chapadinha, apesar do investimento financeiro que fez, só foi eleito porque Eder Mauro, também do PSD, teve mais de 260 mil votos e o puxou.

Por sua vez, Santarém, com mais de 200 mil eleitores aptos a votar, não conseguiu eleger nenhum deputado estadual.

O saldo, diga-se de passagem negativo, é que a grande região Oeste do Pará tem pouca representatividade política e descompromissada com a criação do estado do Tapajós.

Deputado estadual Hilton Aguiar

Deputado estadual Eraldo Pimenta
O pior, é que historicamente nenhum deles tem maiores compromissos com mudanças sociais significativas. Portanto, não se pode pode esperar muito desses deputados.








Ação pede a cassação de Jatene

governador corre sério risco de ser cassado por compra de votos

Na campanha Jatene intensificou a entrega dos cheques. Eleitores faziam filas para receber o benefício A coligação majoritária “Todos pelo Pará” - que teve Helder Barbalho e Joaquim de Lira Maia como candidatos a governador e vice-governador, respectivamente - ingressou ontem com ação de investigação judicial eleitoral contra o governador reeleito Simão Jatene, o vice Zequinha Marinho, além de dois servidores do alto escalão da Companhia de Habitação do Pará (Cohab). 
Coligação de Helder denunciou Jatene por abuso do poder econômico

A Ação pede a cassação dos mandatos de Jatene e de seu vice, multa de R$ 100 mil e a suspensão, por oito anos, dos direitos políticos dos envolvidos. Eles são acusados de abuso de poder político e compra de votos. O alvo da ação foi o uso do programa cheque moradia para favorecer o candidato Jatene durante a campanha eleitoral deste ano.

“A isonomia entre os candidatos foi claramente afetada pela abusiva e indiscriminada concessão e liberação de verbas do programa, principalmente nos três meses que antecederam a eleição e durante a disputa do segundo turno”, explica o advogado Alex Centeno, um dos autores do pedido de investigação. Para pedir a cassação de Jatene, os advogados da coligação reuniram documentos que somam mais de quatro mil páginas, entregues ontem ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Como se trata de uma ação por abuso do poder político e compra de votos, o caso vai ser investigado pela Corregedoria do TRE que vai chamar testemunhas para depor. Alex Centeno conta que os advogados da coligação estão trabalhando na reunião de provas desde outubro. Ontem, as cópias da ação lotaram o porta-malas de um automóvel. Segundo dados da própria Cohab, em 2012, o governo liberou R$ 24, 2 milhões para o programa, beneficiando 3.483 famílias, quase 18 mil pessoas. Neste ano - com a campanha eleitoral a pleno vapor - o programa foi turbinado e o orçamento chegou a R$ 95, 2 milhões, mais que a soma dos dois anos anteriores.

“A normalidade e a legalidade do pleito foram decisivamente prejudicadas pelo uso abusivo do Programa Cheque Moradia do governo do Estado, gerenciado pela Companhia de Habitação do Estado do Pará – COHAB, através do seu Presidente – João Hugo Barral – e da Coordenadora do programa junto às lideranças comunitárias – Sônia Massoud, utilizado com o objetivo escancarado de obter votos”, escrevem os advogados em um dos trechos da ação. Barral e Sônia Massoud também figuram como réus no pedido de investigação eleitoral. 

EVOLUÇÃO -Para ingressar com a ação, a coligação analisou a evolução do programa Cheque Moradia ao longo de 2014. Os dados revelam que a distribuição dos cheques foi intensificada à medida que o pleito se aproximava. Os meses com maior concentração de benefícios foram julho, agosto, setembro e outubro, justamente após as convenções após a escolha dos candidatos em convenção partidária. Para se ter uma ideia, em julho, foram 3.639 famílias, o que representa mais de 18 mil pessoas beneficiadas. 

Em outubro, mês da eleição, foram 10.443, o que chega a mais de 50 mil beneficiados, apenas nos primeiros treze dias, o que reforça a tese de que esse é um programa eleitoreiro. Em termos financeiros, o programa saltou de R$ 3.3 milhões em maio para R$ 31 milhões em setembro. “O valor concedido no mês de setembro, véspera do primeiro turno, foi totalmente desproporcional aos demais meses, o que demonstra claramente a utilização do Cheque Moradia como meio para obter votos”. Apenas nos 13 primeiros dias de outubro, foi constatado um valor superior a todos os meses anteriores a agosto. 

Fonte: Diário do Pará, 19/12/14

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Na Suécia, é um comitê independente que decide os salários dos parlamentares

No Brasil a sociedade os elege, eles decidem um salário mínimo para os trabalhadores e um salário máximo para si mesmos

* Cláudia Wallin
 O Riksdag, o Parlamento sueco

Quem mais tem o privilégio fabuloso de aumentar o próprio salário, a não ser o dono do negócio? Diz a Constituição brasileira que soberano é o povo, mas os venerandos parlamentares do nosso Congresso, que é o segundo Congresso mais caro do mundo, acabam de aprovar seu auto-aumento salarial para a próxima legislatura.

Como um peru natalino, a engorda dos vencimentos é preparada agora para ser submetida à aprovação pelo Senado, antes do alegre período festivo que dará início ao recesso parlamentar. Ganha um jeton quem adivinhar o resultado da votação.

O reajuste, de 26%, eleva os salários de deputados federais e senadores para R$ 33,7 mil. No mesmo pacote, os parlamentares aprovaram aumento de 14,6% nos salários dos juízes do Supremo Tribunal Federal, que também passam a receber R$ 33,7 mil mensais – reinará, enfim, a equiparação há tempos desejada pela maioria dos congressistas.

O impacto dos reajustes promete mais uma espetacular sangria nos cofres do dinheiro público, que financia as contas dos congressistas e dos homens da lei deste país das maravilhas. Enquanto isso, no mundo real, o piso salarial dos professores mal chega a R$ 1,7 mil, e o salário mínimo proposto para 2015 é de 790 reais.

Os números da insatisfação: atualmente, o salário dos 513 deputados e 81 senadores é de R$ 26,7 mil mensais. A isso, soma-se verba de até R$ 45 mil para gastos com atividades parlamentares, incluindo passagens aéreas, gasolina e alimentação. Além disso, todos os congressistas têm direito a apartamento funcional com mais de 200 metros quadrados, ou auxílio-moradia no valor de R$ 3,8 mil por mês – pago inclusive para deputados eleitos pelo Distrito Federal que têm residência própria em Brasília.

Também contam com verba para contratar servidores em seus gabinetes – na Câmara, a verba é de R$ 78 mil por mês para contratar até 25 funcionários. No Senado, cada senador pode contratar até 55 funcionários, a um valor estimado de R$ 82 mil mensais.

Talvez diante de uma filosófica preocupação com a imagem do Congresso, optou-se por um reajuste destinado a garantir a correção inflacionária dos subsídios parlamentares nos últimos quatro anos. Os juízes do STF queriam mais – a proposta de aumento apresentada ao Congresso elevaria seus salários para R$ 35,9 mil -, mas um acordo costurado pela Câmara com o STF reduziu o valor para o mesmo patamar do salário dos congressistas.

Para ministros de Estado, presidente e vice-presidente da República, o reajuste proposto pelo Executivo ao Congresso foi de 15,7% – o que vai elevar os salários para R$ 30,9 mil. Ou seja: os parlamentares passarão a ganhar mais do que a presidente da República.

”Se eles (Poder Executivo) querem optar por um valor menor, é um direito deles”, disse ao repórter do UOL o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha.

Há quem discorde.

“Eu acho que a gente já ganha o suficiente. Não precisa de aumento”, disse o deputado Tiririca (PR-SP).

Como sempre, o reajuste salarial concedido pelos parlamentares a si próprios passa a gerar um efeito cascata nas assembléias estaduais e municipais, a beneficiar os interesses de quem representa os interesses do cidadão. A cena se repetirá no Judiciário.

Vai-se, assim, chicoteando o decoro.

Para um cidadão sueco, imaginar o auto-aumento de seus representantes seria um Ragnarök, o fim do mundo da mitologia nórdica.

Na Suécia, um dos lugares mais caros do mundo, os parlamentares ganham um salário que equivale a cerca de R$ 20,6 mil mensais. Nenhum deputado tem direito a verba indenizatória para pagar assessores, aluguel de escritório, consultorias ou divulgação de mandato. Nenhum parlamentar tem direito a carro com motorista, plano de saúde privada, aposentadoria vitalícia nem imunidade parlamentar.

Quem decide os salários dos parlamentares suecos é um comitê independente, chamado Riksdagens Arvodesnämd. Este comitê é integrado por três pessoas: um presidente, que via de regra é um juiz aposentado, e dois representantes públicos, em geral ex-servidores públicos ou jornalistas.

Quando entrevistei o atual presidente do órgão, durante a preparação do livro ”Um País Sem Excelências e Mordomias”, o jurista Johan Hirschfeldt destacou que a decisão do comitê é soberana: não pode ser contestada, e não necessita ser submetida a votação no Parlamento.

”Os parlamentares não têm nenhum poder de decisão no processo. E não sei se ficam satisfeitos ou não com o reajuste salarial, porque nenhum parlamentar nunca telefonou para pedir mais, nem reclamar”, disse Hirschfeldt, que é ex-presidente da Corte de Apelação de Estocolmo.

Telefono agora para Hirschfeldt, e pergunto qual foi o percentual do reajuste salarial concedido neste ano de 2014 aos parlamentares suecos.

”2,1%”, responde o jurista do outro lado da linha. ”Um pouco acima da inflação”.

O comitê mantém reuniões periódicas de consultas e análise, e se reúne uma vez por ano para tomar sua decisão – embora o reajuste salarial dos parlamentares não seja obrigatoriamente anual.

”Geralmente, tentamos estabelecer um percentual de reajuste que reflita as tendências e variações econômicas da sociedade como um todo”, explica o jurista.

É preciso destacar, aqui, que no mais igualitário sistema sueco as diferenças salariais são menos exorbitantes: descontados os impostos, por exemplo, um deputado do Parlamento sueco recebe, em valores líquidos, cerca de 50 por cento a mais do que ganha um professor do ensino médio.

O presidente do comitê responsável pelo reajuste salarial dos deputados suecos prossegue:
”Antes de iniciarmos nossas discussões, analisamos diferentes estatísticas e informações sobre a evolução dos salários das diferentes categorias profissionais em nossa sociedade.

Esses números incluem acordos coletivos realizados através dos sindicatos, assim como variações salariais do funcionalismo público, dos governos locais e também do setor privado.

Também incluímos em nossas análises as estatísticas do Banco Central, os números da inflação e o desenvolvimento geral da economia em nosso país. Todas estas informações formam a base de uma decisão sobre um eventual aumento de salário para os parlamentares”, ele detalha.

Pergunto a Hirschfeldt se o comitê se orienta a partir de algum parâmetro-base, no que se refere às variações salariais das diferentes categorias trabalhistas.


”Na Suécia, a variação do salário de um trabalhador da indústria metalúrgica é geralmente considerado um patamar para a discussão de reajustes tanto no setor público como no privado. É, digamos assim, um parâmetro informal”, diz o jurista.

É este parâmetro informal que norteia especialmente o índice de reajustes de salários nos órgãos estatais e nas autoridades regionais, destaca o jurista:

”É preciso ser cuidadoso. Não se pode usar, para a esfera pública, índices de reajuste superiores àqueles aplicados no setor privado”.

A independência do comitê que determina os reajustes salariais dos parlamentares, segundo afirmam jornalistas suecos com quem conversei, é absoluta – apesar de os integrantes serem nomeados pela Mesa Diretora do Parlamento.

”Não há nenhum político entre nós. Somos um comitê independente, com independência garantida pela Constituição. A Mesa Diretora do Parlamento não pode nos dar nenhuma diretriz”, confirma o presidente do órgão.

Aumentos de salário dos ministros e do primeiro-ministro da Suécia também são decididos por um comitê independente, o Statsrådsarvodesnämden. Os nomes dos três integrantes do comitê – também presidido por um juiz aposentado – são propostos pela Comissão de Constituição do Parlamento, e submetidos a votação no Parlamento. Comitês independentes regulam ainda os salários dos diferentes Ombudsman (ouvidores) e auditores nacionais da Suécia.

O salário dos parlamentares suecos se alinha, aproximadamente, aos vencimentos de um juiz de primeira instância – embora não exista nenhum tipo de vínculo formal. Já o salário de um juiz da Suprema Corte sueca é de 100 mil coroas suecas – o equivalente a aproximadamente R$ 35 mil. Mas na Suécia, juízes do Supremo não recebem auxílio-moradia, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, abono de férias ou qualquer outro benefício. Nem têm direito a carro com motorista ou plano de saúde privada.

E os juízes? Quem determina o salário dos juízes suecos? – quero saber. ”É um caso peculiar”, diz o jurista.

Como assim?

”O salário dos juízes, na Suécia, são estabelecidos segundo os mesmos princípios do mercado de trabalho em geral. Temos o sindicato dos juízes, e um comitê nacional de administração dos tribunais – que decide inclusive os salários dos juízes da Suprema Corte. Os reajustes são negociados entre as duas partes. E se não houver acordo, os juízes podem entrar em greve.

Mas greve de juízes é algo de que não se tem memória na Suécia.

”O sistema sueco tem muitas tradições”, diz Johan Hirschfeldt. ”E uma destas tradições é o bom-senso e a integridade dos representantes da Justiça. Porque a confiança dos cidadãos nos juízes é um elemento-chave do nosso sistema”, destaca Johan Hirschfeldt.

Sobre o sistema de auto-aumento que vigora entre os representantes dos cidadãos no Brasil, o jurista prefere exercitar a discrição sueca.

”Não me parece apropriado emitir minha opinião sobre o sistema de um outro país, como o Brasil. O que posso dizer é que para nós, na Suécia, delegar decisões sobre reajustes salariais das autoridades do país a comitês que sejam de fato independentes é a forma mais justa e íntegra de lidar com essa questão.”

*Jornalista brasileira, radicada em Estocolmo, autora do livro Um país sem excelências e mordomias.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Marcas têm ofertas para limpar estoques

Entre os destaques, descontos podem chegar a R$ 37,5 mil, há opções a prazo em até 60 vezes e juros zero

Estadão e Divulgação

Montadoras, importadoras e concessionárias estão fazendo promoções para desovar os estoques e, com a proximidade da volta da cobrança integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em 1 de janeiro, a hora é boa para quem pretende comprar um zero-km.

Modelos que logo sairão de linha, como o Land Rover Freelander, ou terão mudanças importantes, caso de Nissan Versa e VW Jetta, que passarão a ser feitos no Brasil, são alguns exemplos. As principais ações envolvem planos de financiamento como taxa 0% e saldo em até 60 meses, mas há descontos interessantes. Confira!

FIAT

Na versão Attractive, o Palio (foto acima) com motor 1.0 teve o preço reduzido de R$ 37.881 para R$ 33.990 e com o 1.4 o hatch baixou de R$ 41.550 a R$ 36.990. Para a Strada Working 1.4 com cabine dupla, o bônus é de R$ 4 mil e a picape agora sai a R$ 47.990.

LAND ROVER

Da marca inglesa há três boas opções. O Evoque a diesel (foto) foi para R$ 224.900. O Discovery SE tem R$ 37.500 de desconto e baixou para R$ 259.900. Prestes a sair de linha, o Freelander 2, na versão SE a diesel, passou de R$ 186.600 a R$ 159.900.

VOLKSWAGEN

Entre as ofertas estão o Gol Special de quatro portas, com ar e direção, a R$ 32.990. O Up! com a mesma configuração sai a R$ 34.990 e o Jetta, que por ora vem do México, é vendido a R$ 69.990 na versão 2.0 automática. Todos têm parcelamento com taxa zero.

HARLEY-DAVIDSON

Os modelos 2013 e 2014 da Ultra Limited, com tabela de R$ 81.900, têm dois trunfos para o consumidor escolher. A primeira opção é pagar em até 24 parcelas, com juros de 0,39% ao mês – a entrada é de 50% do valor da moto. A outra é seguro grátis pelo período de um ano.

PEUGEOT

A opção de topo, Griffe 1.6 THP, do 3008 (R$ 101.990), pode ser paga em 48 vezes de R$ 1.700 com sinal de R$ 42.325,85. Para o 308 Allure 2.0, a 70.780, e o 208 Griffe 1.6, a partir de R$ 57.280, há taxa 0% e plano em 36 vezes com o pagamento da primeira para março.

NISSAN

O Versa 1.6 SL (foto), que ainda é mexicano (o sedã será fluminense em breve) tem bônus de R$ 2 mil, sai a R$ 45.900 e pode ser pago em 36 de R$ 535,51 com entrada de R$ 26.520. Já o March parte de R$ 32.990 e tem plano em 60 pagamentos com taxa zero.

Fonte:Estadão/jornal do carro, 18/12/14

O que muda na Câmara com a eleição de Cebola?


A troca de presidente da Câmara serviu apenas para cumprir a formalidade da lei, que determina a realização de eleição a cada dois anos e tão somente isso, porque de resto, nada vai mudar.

Vejamos algumas questões pontuais: Com o vereador Wescley na presidência, o Poder Legislativo protagonizou situações surreais como o uso indiscriminado da tribuna livre da casa, permitindo que esse espaço, por varias vezes, fosse usado para o achincalhe dos próprios vereadores.

O atual presidente também perdeu uma grande oportunidade de fazer o Poder Legislativo exercer uma de suas principais funções que é de fiscalizar os atos do executivo, e nesses dois anos de mandato, os vereadores foram completamente omissos, deixando de investigar questões seríssimas como a denuncia de falta de merenda nas escolas, ou ainda, a questão do atraso na conclusão de obras que o município tem a responsabilidade fazer o acompanhamento.

Em vez de cumprir o seu papel constitucional, a Câmara, muitas vezes, perdeu tempo com discussões inócuas e pronunciamentos que viraram chacotas nas redes sociais.

É claro que no meio de toda essa mesmice que foi encerrada com distribuição desregrada de diplomas de honra ao mérito e títulos de cidadão itaitubense, a Câmara também teve momentos de lucidez e abordou alguns temas de interesse da população, como o transporte fluvial, a telefonia móvel e a segurança pública. Só que isso foi exceção, porque somente uma minoria de vereadores se preocupa com as questões coletivas; a maioria só olha para o próprio umbigo e a eleição do vereador João Cebola é um claro exemplo disso.
Ao estilo paizão, o novo presidente se elegeu com o discurso de ajudar a todos os seus colegas, e os vereadores não querem nem saber se depois as contas do presidente serão aprovadas ou não pelo Tribunal de Contas dos Municípios.

Esse mesmo pensamento vale também para o Executivo. Tanto isso é fato, que teve vereador fazendo questão de justificar o seu voto no candidato da situação.

Por tudo isso, a troca de presidente não sinaliza nada de novo na condução do parlamento municipal, pois, seja com o Wescley, até agora, ou a partir de janeiro, com o Cebola, o Poder Legislativo Municipal vai continuar obedecendo mansamente às ordens do executivo, pois o voto fisiológico, com as raras exceções que já citei, ainda é ampla maioria e domina todas as votações na Câmara, amarrando o poder Legislativo aos pés do Executivo.

Essa prática vai continuar se repetindo até que a população entenda que a mudança de postura do Legislativo só será possível com o voto consciente do eleitor. (Weliton Lima – Jornalista – Comentário veiculado no telejornal Focalizando, hoje)

Fonte: Blog do Jota Parente, 17/12/14

Uma análise econômica atual do Brasil

Brasil e outros países latino-americanos vivem sua década de ouro, filhos de famílias pobres estão na faculdade  e a pobreza e o analfabetismo foram reduzidos consideravelmente. A fome deu lugar a um problema moderno chamado desnutrição. 

No entanto, o Brasil reviverá brevemente alguns dos seus antigos pesadelos. Dois meses depois de reeleita, as primeiras mensagens de Dilma Rousseff são de "austeridade" Joaquim Levi, um ortodoxo formado na liberal Escola de Chicago, foi nomeado Ministro das Finanças.

Brasil não é mais aquele jovem musculoso que entrou na primeira divisão da economia mundial, há dez anos. A gigante sul-americano está deixando para trás o título de pop e de "emergente".

Em meados de 2014, a economia brasileira entrou em "recessão técnica", ou seja, dois trimestres de crescimento negativo.

A confiança dos consumidores e os índices cairam para níveis de 2002, com a crise de confiança temeu-se a repetição da era chamada de "efeito caipirinha".

Brasil sofre do que os economistas chamam de estagflação: apesar da economia e do consumo não crescer, os preços continuam subindo. A inflação já está em torno de 6,5% ao ano, a meta estabelecida pelo governo de Dilma Rousseff. É difícil encontrar o quilo de tomate a menos de 10 reais (cerca de quatro dólares) em supermercados do Rio de Janeiro.

"Isso tudo é devido à crise internacional"

Houve muita conversa e pouca economia do futebol sobre o Mundial. Brasileiros e estrangeiros beberam muita sua cerveja e fixaram o olhar na tela enquanto institutos econômicos, agências e analistas estremeceu com as novas previsões: o Brasil em recessão, o Brasil e a inflação, o Brasil e a especulação, GOL!

A economia do Brasil não está bem, porque a situação internacional não é boa. Isso continua a ser um forte argumento do governo.

Os grandes países da Europa estão em crise, Estados Unidos tem um magro crescimento de 2%, o real desvalorizou 8% em relação ao dólar este ano (o que torna as importações mais caras) e os principais indicadores macroeconômicos da China, o destino das exportações brasileiras, estão descendo depois de duas décadas de intensa escalada. Gilberto Carvalho estava certo ... não somos só nós!

Lembre-se que o Brasil fez o dever de casa durante o ano de pior da crise (2009) e do colapso financeiro que afetou grande parte do mundo. Em 2010, o gigante sul-americano não cresceu, o pior da crise ficou para trás, mas autoridades brasileiras não são humildade para reconhecer seus erros.

Para começar, o Brasil mantém as fraquezas do passado: agora não depende abertamente dos EUA, mas da China; já não treme quando o preço do café ou de borracha cai, mas quando os metais, petróleo e certos alimentos como soja e açúcar são mais baratos.

Brasil e seus vizinhos redistribuem riqueza em tempos de abundância, mas não foram capazes de diversificar a economia. Agora vieram os tempos de vacas magras.

Opinião

Faltam smartphones a estes países (muçulmanos). Sou a favor de distribuir milhares de smartphones para os jovens xiitas e sunitas. Em 2 anos, ou menos, virarão um bando de zumbis alienados que pouco se importarão com o preço do barril, com os escândalos dos governos ou com quem ganhará eleições presidenciais e muito menos preocupados com quem sucedeu um tal de Maomé há mais 2000 anos atrás. 

A solução da paz está aí: smartphones. Por um mundo com mais zumbis, mais alienados e sem guerra. Só compartilhamentos.

Fonte: Folha de S. Paulo/O que são os xiitas, 18/12/14/comentário de Lilika76

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Brasil marcou um golaço ao financiar o Porto de Mariel, em Cuba


Dilma Rousseff e o presidente de Cuba, Raúl Castro, durante descerramento da placa inaugural do Porto de Mariel. Foto por: Roberto Stuckert Filho/PR

Com o porto de Mariel e outros inúmeros investimentos em Cuba, o Brasil é um dos países que estão melhor posicionados para se beneficiar da queda do embargo americano à ilha, cuja negociação será anunciada hoje.

Alvo de críticas ferrenhas, o porto de Mariel, que recebeu cerca de US$ 800 milhões de financiamento do BNDES e foi tocado pela Odebrecht, está a apenas 200 quilômetros da costa da Florida.

Depois da dragagem, poderá receber navios grandes como os Super Post Panamax, que Dilma citou várias vezes durante a cúpula da Celac este ano, e concorrer com o porto do Panamá.

Mesmo sem a dragagem, já será concorrente de portos como o de Kingston, na Jamaica, e das Bahamas, bastante movimentados.

O raciocínio do governo brasileiro sempre foi o de “entrar antes da abertura para já estar lá quando caísse o embargo”.

Agora que o Porto de Mariel vai bombar , o que a direita brasileira vai fazer depois de tanto criticar Lula e Dilma pelos investimentos em Cuba? Dirá, com a caradura que lhe é peculiar, que desde sempre defendeu Mariel e que nós é que não entendemos direito o que ela dizia? Romperá relações com os Estados Unidos? Será que Obama virou “bolivariano” e ninguém sabia até hoje?

Fonte: Viomundo, 17/12/14

EUA e Cuba vão reatar relações após meio século

Obama anuncia fim de uma "abordagem ultrapassada" e um "novo capítulo" nas relações com o país vizinho. Anúncio é precedido de uma troca de prisioneiros.

O presidente Barack Obama anunciou nesta quarta-feira (17/12) o início de um processo de normalização nas relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, afirmando que que um "novo capítulo" foi aberto nos laços entre os dois países.

Segundo Obama, é hora de encerrar uma "abordagem ultrapassada", baseada numa política rígida cujas raízes estão em eventos que aconteceram "muito antes de a maioria de nós ter nascido". Essa abordagem não conseguiu trazer avanços às relações entre os dois países, disse.

"Através dessas mudanças, pretendemos criar mais oportunidades para as populações americana e cubana e começar um novo capítulo", disse Obama.

O presidente declarou ainda que pretende ter um "debate honesto e sério" com o Congresso sobre as perspectivas de um total levantamento do embargo comercial que já dura mais de meio século, reconhecendo que com o regime de Havana "o isolamento não funcionou".

Antes do discurso do presidente americano, um alto funcionário da administração americana, citado pela agência de notícias AFP, indicara que ambos os países preveem a retomada de relações diplomáticas e o alívio das sanções econômicas impostas desde 1962.

O funcionário também afirmou que Washington voltará a ter uma embaixada em Havana nos próximos meses. As informações foram divulgadas após o anúncio da libertação do americano Alan Gross, que estava detido há cinco anos em Cuba por espionagem, por razões humanitárias. Os cubanos também libertaram um espião dos EUA e, em troca, os americanos libertaram três prisioneiros cubanos.

Em discurso transmitido simultaneamente ao de Obama, o líder cubano Raúl Castro disse que continuam existindo diferenças entre os dois países, mas saudou a retomada das relações diplomáticas. "Esta decisão do presidente Obama merece o respeito e reconhecimento do nosso povo."

Os dois presidentes haviam conversado por telefone nesta terça-feira, após mais de um ano de conversas secretas entre os dois governos.

Washington e Havana não têm relações diplomáticas oficiais desde 1961. O embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba foi imposto em 1962, depois do fracasso da invasão da ilha para tentar derrubar o regime de Fidel Castro em 1961, que ficou conhecida como o episódio da Baía dos Porcos.

O mesmo responsável, citado pela AFP, afirmou que o papa Francisco e o Vaticano desempenharam um papel fundamental como intermediários para essa aproximação histórica. Castro confirmou a informação e agradeceu ao papa e também ao governo canadense pelo papel fundamental no processo.

Fonte: DW, 17/12/14

Mulher de Lula pegou as chaves de tríplex no Guarujá em junho

Agência O Globo, 16/12/14

Dona Marisa Letícia Lula da Silva, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pegou pessoalmente, no último dia 5 de junho, as chaves do apartamento tríplex que o casal comprou no Edifício Solaris, na Praia das Astúrias, no Guarujá, avaliado entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão. A informação é de moradores do condomínio, que também pegaram as chaves de seus apartamentos naquele dia, distribuídas pela OAS, a construtora que finalizou as obras do empreendimento. O edifício foi construído originalmente pela Cooperativa dos Bancários de São Paulo (Bancoop), que, inadimplente, contratou a OAS para terminar o prédio, com 112 unidades, incluindo a do casal Lula da Silva. Acusada de irregularidades, a Bancoop deixou três mil associados sem receber os apartamentos.

— Todos pegamos as chaves no dia 5 de junho, inclusive dona Marisa — disse ao GLOBO ontem Lenir de Almeida Marques, casada com Heitor Gushiken, primo do ex-ministro Luiz Gushiken, morto em 2013 e que foi também presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Lenir é proprietária de um apartamento no segundo andar, no mesmo Edifício Solaris, onde Lula tem o tríplex. Funcionários do empreendimento também confirmam que dona Marisa já está de posse das chaves.

No dia 7 passado, O GLOBO publicou reportagem mostrando que o casal já tinha recebido o imóvel, no qual fazia obras. Ouvido, o Instituto Lula disse que Lula declarara ao TSE, em 2006, ter adquirido cotas do apartamento. Na sexta passada, porém, o instituto divulgou outra nota com uma versão diferente do que dissera uma semana antes. A nova nota dizia apenas que a obra foi entregue pela construtora em 2013, e que dona Marisa teria adquirido o apartamento numa cota da Bancoop, não tendo decidido ainda se manteria o imóvel ou o devolveria com pedido de ressarcimento do valor investido.

Na segunda-feira, questionado sobre o fato de que dona Marisa já pegou as chaves, o Instituto Lula se recusou a comentar e informou apenas que continuaria valendo a nota que publicou em seu site na última sexta.

“Neste processo, todos os cooperados puderam optar por pedir ressarcimento do valor pago ou comprar um apartamento no empreendimento. À época, Dona Marisa não optou por nenhuma destas alternativas esperando a solução da totalidade dos casos dos cooperados do empreendimento. Como este processo está sendo finalizado, ela agora avalia se optará pelo ressarcimento do montante pago ou pela aquisição de algum apartamento, caso ainda haja unidades disponíveis. Qualquer das opções será exercida nas mesmas condições oferecidas a todos os cooperados”, escreveu o Instituto Lula na sua segunda nota sobre o caso.

Apesar disso, porém, moradores do prédio já tinham dito que o casal vem fazendo obras no local. Ontem, um dos funcionários do condomínio disse, sob anonimato, que o imóvel de Lula não só já teve as chaves entregues como também passou por reformas.

— Construíram até um elevador privativo para o apartamento do Lula — disse o funcionário.

Lenir e Heitor fizeram questão de dizer que não tiveram privilégio algum pelo parentesco com Gushiken.

A nota em que o Instituto Lula diz que o casal ainda não decidiu se ficará ou não com o imóvel foi recebida com estranheza por Marcos Migliaccio, da Associação das Vítimas da Bancoop:

— A nota nos chama atenção porque, com a incorporação da OAS, não foi dada a ninguém a possibilidade de esperar cinco anos pelo término das obras para depois então escolher o que fazer. Não havia possibilidade de se esperar por uma solução da totalidade dos casos, como foi dito na nota, pois a aquisição da unidade era especificada desde o inicio da obra em 2010. Teve caso em que a OAS moveu ação de imissão de posse para desalojar quem era cooperado da Bancoop e já estava morando no prédio inacabado.

Contramão da História!

Essa moça está na contra-mão da História! de Anézio Ribeiro sobre o posicionamento favorável de Rachel Sheherazade ao pronunciamento desrespeitoso do deputado federal Jair Bolsonaro a Maria do Rosário e consequentemente a todas as mulheres, no Congresso Nacional.

Sorte demais!

Banco espera inflação de 2014 abaixo da meta

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, mostrou otimismo em relação à taxa de inflação ainda neste ano, quando, mesmo sob pressão, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar abaixo do teto da meta de 6,5%.

Jornal do Brasil, 16/12/2014, de Brasília
“Cuidamos para que efeitos secundários não tornem inflação resistente e se propaguem nos preços”, diz Tombini

“Esperamos um declínio da inflação acumulada que nos leve, em 2016, para o centro da meta de 4,5%. Cuidamos para que efeitos secundários não tornem a inflação resistente e se propaguem nos preços”, ressaltou, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

Quanto à política fiscal, o presidente do BC não quis fazer comentários sobre propostas dos novos colegas da equipe econômica, Joaquim Levy, no Ministério da Fazenda, e Nelson Barbosa, no do Planejamento. Entretanto, tentou mostrar confiança nas medidas que serão adotadas. Tombini lembrou que a política monetária, que é do Banco Central, é independente, mas não deixa de ser complementar.

“Quero dizer, porém, que, quanto mais apertada a política fiscal, mas facilitada a política monetária. Temos uma conjuntura, que não é das mais benignas no cenário internacional. Devemos fortalecer a confiança tanto dos consumidores quanto dos empresários”, disse ele.

O presidente do BC voltou a citar o cenário internacional como um dos problemas para a consolidação do crescimento brasileiro e destacou as medidas adotadas pela Rússia, que subiu a taxa básica de juros de 10,5% para 17%, na tentativa de estabilizar o rublo, moeda do país. Segundo ele, a medida mostra a persistência da crise e, agora, os impactos da acentuada queda do preço do barril do petróleo, que atingiu várias moedas.

Tombini destacou ainda a venda de ativos nos mercados emergentes. Para ele, quem tem colchões de liquidez, com reservas internacionais, como o Brasil, terá condições de buscar a estabilização monetária. “Por isso, é importante que se tenha um politica clara e ajustada para dar uma boa sinalização ao mercado.”

Durante a audiência, aprovados no concurso do Banco Central mostraram um cartaz no plenário perguntando quando tomariam posse. Bem-humorado, o presidente da CAE, Lindberg Farias (PT-RJ), fez referência aos manifestantes, mas informou que o assunto deverá ser definido por Joaquim Levy, que assumirá o Ministério da Fazenda e terá de adotar medidas severas na área fiscal.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A pergunta que não quer calar

Quais são os pré-candidatos a prefeito de Itaituba, nas eleições de 2016? Como estão financeiramente, já que alguns politiqueiros criaram a cultura da compra de votos - leia-se corrupção - abraçada por grande parte do eleitorado local?

Vereador denuncia cartel de empreiteiras em Itaituba



Não é apenas na Petrobras que há esquema de favorecimento a empreiteiras. Aqui em Itaituba a prefeitura também beneficia empreiteiras, disse na manhã de hoje, na Câmara Municipal, o vereador Peninha. Hoje existe um cartel das empresas de construção civil, em Itaituba, que foi montada pela Prefeitura Municipal, para beneficiar pessoas que financiaram a campanha da então candidata a prefeita Eliene Nunes, prosseguiu em seu discurso o vereador. Qualquer leigo vê, porque é publico e notório o direcionamento das obras. Tanto é verdade, que as obras que o município vem executando ou que realiza licitação são as mesmas empresas que sempre ganham.

As obras que foram ganhas pela empresa R.A.Serviços de Construção e  Comércio Ltda EPP como a construção da Escola de Moraes Almeida, da Quadra Polivalente e do Posto de Saúde, obras estas que nunca foram concluídas, foram através de Tomada de Preço, conforme cópias de atas de abertura e julgamento, apresentadas por Peninha. Também esta empresa ganhou a licitação para a construção da Unidade de Saúde Básica do Garimpo Agua Branca, onde até a presente data existe apenas uma placa fixada no local, ressaltou Peninha. A firma já recebeu o pagamento de varias parcelas destas obras, que estão paradas há quase um ano.
Esta empresa também ganhou outras licitações, frisou o edil, como Centro Infantil, reforma de escolas, mas não concluiu as obras. A obra de revitalização e reforma da Praça do Congresso, no valor de R$ 140.000,00, já tem quase dois anos e até hoje não foi concluída.

Outra empresa que faz parte do esquema é a GMX-Terraplenagem, Construções e Comercio – ME. Esta empresa, ganhou as licitações para a construção da Unidade de Saúde do Residencial do Piracanã, e concluiu, agora, o CEUs – Centro de Artes e Esporte Unificados, estas obras estão paradas, e até para serviços de terraplenagem a GMX ganhou licitação, sem possuir maquinários, lembrou Peninha.

A Empresa Fernandes & Silva Transportes e Comunicações Ltda-ME é outra que tem os bônus do esquema. Ganhou várias licitações para reformar, construir escolas e quadras polivalentes, disse Peninha. Esta empreiteira ganhou a licitação para construção da Unidade de Saúde do Bairro da Paz e deveria está concluída dia 9 de Novembro passado.

A Construtora D’Almeida Ltda, ganhou a licitação para coleta do lixo na cidade, pavimentação em bloketes de ruas da cidade, recuperação de estradas vicinais, construção do Centro Especializado em Reabilitação – CER III (Física, Visual e Intelectual) no Conjunto Buriti, revelou Peninha. A placa fixada ali, não consta o nome da empresa. Entretanto, o engenheiro responsável pela obra, SAINT Clair Tolentino de Sousa Filho, é esposo da engenheira responsável pela medição das obras da prefeitura, que também é filha do dono da Construtora D’Almeida, Ivan D’Almeida, afirmou o vereador.


A empresa Construtora D’Almeida Ltda. assumiu a conclusão das obras de construção do Centro de Educação Infantil Pró-Infância Tipo B, que estava quase pronta no governo passado. Ao assumir o mandato em janeiro de 2013, a prefeita Eliene Nunes mandou cancelar todos os contratos com as empresas que estavam executando as obras e direcionou para as empresas apadrinhadas, pessoas que lhe ajudaram na campanha eleitoral de 2012, continuou Peninha. 

Para beneficiar o esquema, o município chegou a fazer a rescisão de contratos com varias empresas, entre elas com a empresa Lobato & Araújo Comércio e Serviços Ltda, que ganhou as licitações no mandato passado para a Construção de Creches, pro-infância, quadras polivalentes e de escolas, disse o edil. Após anular as licitações, o município realizou novas licitações, direcionando as obras para as empresas do esquema.

Outra empresa que já está fazendo parte do Cartel é a CONSTRUMAZ. Já aparece ganhando licitações para reforma e ampliação de obras municipais. Ganhou a licitação para reformar a Unidade de Saúde do Garimpo do Crepurizinho. Efetuou recentemente a reforma da Unidade Básica do Distrito Municipal de Miritituba, ressaltou o vereador.

Também a empresa Monteiro e Lobato está no rol das empresas que fazem parte do esquema de simulação para participar de licitações, com isso ganhando algumas obras. Esta empresa está Construindo a Unidade Básica de Saúde da Nova Miritituba e construindo o Centro de Educação Infantil Pró-Infância do Bairro da Liberdade.


De acordo com o vereador as empresas podem negar o esquema, mas basta acessar as informações oficiais do município, para comprovar que as mesmas que participam das licitações e que fazem simulação entre elas no momento da licitação. Só estas empresas participam das licitações. Verifique, quais são as empresas que estão executando as obras da prefeitura em Itaituba.

Além do esquema entre a prefeitura e as empresas, ainda as obras., quase todas, estão com o prazo de conclusão inspirado e este atraso deve-se ao não pagamento para estas empreiteiras, concluiu Peninha.

Fonte: Blog do Peninha, 16/12/14

Três anos após o plebiscito, o que mudou no Pará?

por Henrique Branco (*)

Há exatos três anos, o estado do Pará passava por um marco em sua história. Estava sendo realizado um plebiscito para saber se a dimensão territorial paraense se manteria ou seria desmembrada em mais duas unidades federativas: Carajás e Tapajós no sudeste e oeste paraense, respectivamente.

Há exatos dois anos, escrevi sobre a questão. Completava naquele momento um ano da consulta popular. E eu já me perguntava, refletia e provocava sobre o que estava sendo feito para atenuar as assimetrias regionais paraenses.

Sem esforço se percebia que nada. Várias promessas de integração regional foram levadas pelo vento.
Tapajós e Pará: separatismo

O próprio governador Simão Jatene, que um dia após o plebiscito, concedeu entrevista a um canal de televisão, apresentou as possíveis ações por parte do Estado para amenizar e atender as demandas das regiões mais afastadas da capital. Balela palaciana. Nada mudou.

Nos últimos dias se completou três primaveras ou se preferir, verões ou invernos amazônicos e nada foi feito. Pelo contrário, aprofundou-se as diferenças.

A RMB (Região Metropolitana de Belém) continua cada vez mais isolada do resto do território paraense, rodeada por “muros” invisíveis, sem a devida conexão com o restante do território. O Pará parece feito de feudos, aos moldes da Idade Média.

Como mudar isso? Não tem fórmula mágica ou ações extraordinárias. O Estado precisa repensar o modelo de gestão, buscar a descentralização da máquina, equilibrar o orçamento, sobretudo na questão de investimentos. Isso se espera ou se esperava do governo Jatene.

Nada disso foi feito em seu primeiro mandato, o segundo na história no Palácio dos Despachos. Agora, através das urnas, Jatene terá o terceiro mandato, o segundo consecutivo, sendo o único a chefiar por três vezes o executivo paraense. O que esperar para os próximos quatro anos?

A última disputa eleitoral parece ter deixado cicatrizes fundas no Palácio dos Despachos. Conscidência ou não, as regiões em que o governador perdeu nas urnas, no novo orçamento enviado à Alepa, perderam investimentos, parte do bolo orçamentário.

O volume de recursos que o governo Jatene terá em 2015 chegou a R$ 20 bilhões. A RMB levou mais da metade desse volume bilionário. Houve cortes nos recursos destinados as regiões de Carajás (sudeste paraense) e Tapajós (oeste paraense), bem consideráveis em relação ao atual orçamento em vigor.

Fica claro que o discurso de integração regional ficou sem sentido. Como integrar? Desenvolver? Com menos recursos? Essa alquimia só pode ser conhecida pelo próprio governador.

Jatene vem lardeando aos ventos, e a quem quiser ouvir que irá criar os centros administrativos. Serão duas unidades: em Marabá e Santarém, as duas maiores cidades das regiões sudeste e oeste, respectivamente.

Qual perfil de atuação teriam esses centros? Seriam órgãos independentes, que terão autonomia de gestão? Ou meros cabides de empregos para aliados regionais? Como criar essa estrutura administrativa com menos recursos?

A disputa em 2011 entre o SIM e o NÃO, mostrou-se apenas ser um processo eleitoral. A confirmação de um estado dividido, com pretensões diferentes e com desejos opostos.

O plebiscito confirmou, via processo democrático de consulta popular, que a divisão do território paraense é algo inevitável. O NÃO venceu por reunir a maior quantidade de eleitores, ter o maior colégio eleitoral. Em termos numéricos o resultado não foi surpresa.

Certo mesmo que após três anos do plebiscito, o Pará continua desigual e dividido. A cada eleição essa separação territorial parece mais forte. As quatros gestões do PSDB e uma do PT não conseguiram diminuir essa divisão.

O retalhamento do território paraense parece ser inevitável, algo que está sendo postergado, mas é um caminho sem volta. Questão de tempo e organização para que ocorra. O Pará já está dividido.

* É professor de Geografia concursado da rede municipal de ensino de Parauapebas. Tem especialização em Geografia da Amazônia: sociedade e gestão dos recursos naturais.

Fonte:Blog do Jeso, 16/12/14