sexta-feira, 31 de maio de 2024

PF prende dois suspeitos de ameaçar família de Moraes

DCM, 31 de maio de 2024 às 11:47

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Foto: reprodução

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (31) dois suspeitos por ameaças contra a família do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Os detidos serão ouvidos pela polícia para esclarecer os fatos.

Um dos alvos foi preso na Vila Clementino, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo, enquanto o outro foi detido no estado do Rio de Janeiro. Segundo informações da CNN Brasil, um deles é fuzileiro naval. Os crimes investigados são ameaça e perseguição.

A PF informou que também está cumprindo cinco mandados de busca e apreensão nas mesmas cidades. A operação que resultou na prisão dos suspeitos foi realizada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e trata-se de um caso novo, ainda em apuração pela PF.

“A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira (31/5), mandados expedidos pelo Supremos Tribunal Federal, com o objetivo de complementar as evidências em torno de violentas ameaças sofridas por familiares de um Ministro daquela Corte. As medidas foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR)”, disse a corporação, em nota.

Em janeiro, Moraes disse que as investigações dos ataques golpistas de 8 de janeiro promovidos por bolsonaristas revelaram três planos para matá-lo.

“O primeiro previa que as Forças Especiais do Exército me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio”, disse o ministro ao Globo.

“E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes”, completou.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Prefeitura de Porto Alegre drena primeiro enchente de região pouco habitada e ocupada por grandes empresas

Acredite se quiser

Diretor do Dmae afirma que decisão é técnica: “não é por causa das empresas”

Brasil 247, 23 de maio de 2024, 11:16 h

Sebastião Melo (Foto: Leonardo Lucena)

A Prefeitura de Porto Alegre e o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) instalaram as quatro primeiras bombas flutuantes emprestadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em zona pouco habitada, mas ocupada por empresas como Femsa Coca-Cola, Stok Center, Havan e Motormac Geradores, informa o jornal GZH. A decisão revoltou moradores do bairro Sarandi, já que as estruturas produzem um efeito local de drenagem e não melhorarão a situação nas regiões mais habitadas.

“Os abusos não acabam. O governo Melo está atendendo os prejuízos de apenas alguns, enquanto mais de 26 mil moradores seguem alagados. O Sarandi pede socorro!”, disse a deputada estadual Laura Sito (PT-RS) via rede social.

O bairro Sarandi tem uma região que é densamente povoada e é coberta pela Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAP) número 10. No entanto, a casa de bombas não está funcionando por conta do nível das águas, que impede o religamento das estruturas. Assim, a região com milhares de casas continuará submersa.

O diretor-geral do Dmae, Mauricio Loss, afirma que a decisão de atender primeiro a EBAP 9 foi tomada com base em questões técnicas. “Estamos aqui para beneficiar a população. A gente não tem como chegar na casa de bombas número 10 porque o dique está completamente tomado de casas. Temos de, primeiramente, partir da casa de bombas número 9 e colocar ela em funcionamento. Não é por causa das empresas. É por causa da casa de bombas que estamos ali. Não temos como colocar as bombas lá dentro (da Ebap 10) porque não temos para onde bombear”, explicou.

Protestos em outros bairros - Durante a última quarta-feira (22), moradores dos bairros Navegantes e Humaitá protestaram contra a inoperância da prefeitura no escoamento das águas da região, que permanecem na altura do telhado das casas. Eles alegam que seria possível instalar uma bomba no local para escoar a água através de canos que passariam pela Freeway, rodovia que passa próxima a região. No entanto, Loss afirmou que a abertura de comportas ajudaria mais do que a instalação de bombas.

O ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta (PT), foi ao local dos protestos acompanhado do prefeito Sebastião Melo (MDB). Pimenta afirmou que os moradores terão prioridade nas medidas de apoio implementadas pelo governo federal. Já Melo anunciou a abertura das comportas da região.

terça-feira, 14 de maio de 2024

Deputados de extrema direita e Jorginho Mello estão entre os políticos que mais amplificaram fake news sobre as enchentes

MÍDIA

As postagens originais dessas fake news alcançaram 13,46 milhões de visualizações, segundo dados das plataformas

Brasil, 14 de maio de 2024, 05:37 h, atualizado em 14 de maio de 2024, 09:34 h

Jorginho Mello (Foto: Roberto Zacarias/SECOM)

Duas semanas após o início das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, autoridades e a sociedade civil enfrentam, além dos danos físicos, o desafio da desinformação. Conforme reportagem do jornal O Globo, pelo menos vinte notícias falsas circularam durante este período, sendo amplificadas por políticos e artistas, quase todos ligados à extrema direita. As postagens originais dessas fake news alcançaram 13,46 milhões de visualizações, segundo dados das plataformas.

Na última segunda-feira, na Câmara dos Deputados, sete deputados federais foram alvo de uma representação judicial movida pelo PSOL por propagação de fake news durante uma sessão na Casa. Entre os deputados citados estão Filipe Martins (PL-TO), Gilvan da Federal (PL-ES), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Caroline de Toni (PL-SC), General Girão (PL-RN), Coronel Assis (União-MT) e Coronel Ulysses (União-AC). Letícia Capone, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Internet e Política da PUC-Rio, destacou que as fake news podem causar pânico, dificultar operações de resgate e colocar a segurança pública em risco.

Para combater a desinformação, o governo federal lançou no domingo uma campanha de conscientização. Na semana anterior, já havia solicitado que a Polícia Federal abrisse inquérito contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e o influenciador Pablo Marçal por suas publicações sobre as chuvas. Eduardo Bolsonaro afirmou que Lula só tomou providências quatro dias após o início das chuvas, apesar do governo ter reconhecido a calamidade e começado a destinar recursos três dias após as chuvas começarem. Cleitinho e Marçal alegaram que as doações ao estado não estavam chegando devido à falta de nota fiscal, informação desmentida pelo secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lemos.

Outros políticos também disseminaram informações falsas. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), declarou que caminhões estavam sendo multados, embora a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) tenha negado essa informação um dia antes. O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) afirmou na Câmara que barcos e motos aquáticas estavam sendo parados para verificação de documentação, mas o coronel Douglas Soares, subcomandante geral da Brigada Militar, desmentiu a informação.

Uma das fake news mais divulgadas foi do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que afirmou que somente o Ministério da Saúde poderia repor medicamentos em falta no estado, destacando a insulina. A Anvisa já havia esclarecido que não há obstáculos para doações de medicamentos. Deputados como Gustavo Gayer (PL-GO) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) também fizeram alegações falsas sobre médicos impedidos de trabalhar e falta de vacinas no estado, ambas desmentidas por autoridades. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que não há desabastecimento de vacinas no Rio Grande do Sul.

RS: fake news contaminam redes, e 70% das menções ao Exército são negativas

Reportagem

Letícia Casado/Colunista do UOL/14/05/2024 04h00

Voluntários e entes públicos estão envolvidos nos resgates no Rio Grande do Sul
Imagem: JORGE LANSARIN/Agencia Enquadrar/Folhapress

A disseminação de notícias falsas sobre a atuação do governo federal e do Exército nos resgates no Rio Grande do Sul alimentou a insatisfação de parte da população com a atuação de entes públicos na resposta à catástrofe

Essa insatisfação pode ser traduzida em números. Levantamento feito pela consultoria Quaest a pedido da coluna mostra que 70% das menções ao Exército nas redes sociais entre os dias 3 e 10 de maio foram negativas.

A empresa, especializada em monitoramento digital, analisou as menções sobre o assunto nas principais redes sociais — X (antigo Twitter), Instagram, Facebook, Reddit, Tumblr e YouTube —, e nos sites de notícias com uma ferramenta própria para buscar palavras-chaves relacionadas ao tema.

A Quaest coletou uma amostra de mais de 732 mil menções relacionadas ao desempenho das Forças Armadas durante a tragédia no estado. Elas foram originadas por 146 mil perfis nas redes.

Diretor da Quaest, Felipe Nunes diz que não foi possível comprovar se o movimento dos ataques ao Exército foi organizado: "Parece ser bem orquestrado sim. Mas não temos evidências disso. Por isso é difícil afirmar."

Especialistas consultados pelo UOL veem por trás dos comentários indícios de uma máquina de fake news organizada e bem articulada na distribuição de desinformação sobre a omissão de socorro no Rio Grande do Sul.

Fake news de caminhões e no Congresso

A Quaest coletou uma amostra de mais de 732 mil menções relacionadas ao desempenho das Forças Armadas durante a tragédia no estado. Elas foram originadas por 146 mil perfis nas redes.

Diretor da Quaest, Felipe Nunes diz que não foi possível comprovar se o movimento dos ataques ao Exército foi organizado: "Parece ser bem orquestrado sim. Mas não temos evidências disso. Por isso é difícil afirmar."

Especialistas consultados pelo UOL veem por trás dos comentários indícios de uma máquina de fake news organizada e bem articulada na distribuição de desinformação sobre a omissão de socorro no Rio Grande do Sul.

Fake news de caminhões e no Congresso

O pico dos ataques ao Exército se deu entre os dias 8 e 9 da semana passada, segundo a pesquisa.

Foi justamente neste período que entraram em cena dois ingredientes que potencializaram a guerra de narrativas sobre quem ajuda mais os gaúchos: governo e Forças Armadas ou os voluntários.

Diversas publicações nas redes sociais desinformavam sobre o trânsito de doações para o Rio Grande do Sul antes mesmo de uma reportagem do SBT mostrar um caminhão multado por excesso de peso, no dia 7. No entanto, seis de um total de 7.928 veículos foram autuados e liberados —depois, a ANTT publicou uma série de medidas para orientar o trânsito de ajuda humanitária e informou que as multas seriam anuladas.

Mas a reportagem foi disseminada como o padrão para a situação— ainda que os internautas ignorassem que os outros 7.922 veículos foram liberados sem problemas.

No dia seguinte, quarta-feira (8), ao menos sete deputados usaram seu tempo de fala no plenário para reproduzir desinformação sobre as enchentes durante sessão na Câmara.

Parlamentares bolsonaristas passaram então a usar as redes para atacar governo e Exército. Essas publicações geram engajamento negativo para os entes públicos.

Mudança de posicionamento de bolsonaristas

A coluna mostrou que a disseminação de fake news por parte de bolsonaristas expõe a decepção deste grupo com o Exército na era Lula.

A pesquisa Quaest constatou que as reações de internautas e parlamentares às ações das Forças Armadas na tragédia "tem indicado uma mudança de posicionamento entre os dois polos políticos".

"Enquanto políticos ligados à direita se tornaram os principais críticos das Forças Armadas, figuras alinhadas à esquerda têm mencionado a instituição de forma mais positiva." (Relatório da Quaest)

O que dizem nas redes, segundo a Quaest

As críticas argumentam que outras pessoas e instituições têm auxiliado mais do que as Forças Armadas no enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul.

Parlamentares alinhados ao bolsonarismo têm publicado supostas fake news sobre a qualidade dos equipamentos das Forças Armadas e criticado a eficiência logística da instituição, além de apontar suposta demora no auxílio aos afetados.

No lado do governo, a narrativa é diferente: enquanto ministros e parlamentares argumentam que o trabalho do governo em conjunto das Forças Armadas tem salvado diversas vidas durante a tragédia, influenciadores alinhados ao governo destacam o trabalho ininterrupto do Exército.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Sakamoto: ódio de bolsonaristas pelo governo é maior que sua empatia por sofrimento gaúcho


Diario do Centro do Mundo, Atualizado em 10 de maio de 2024 às 14:07

Membro da Marinha do Brasil resgatando criança de helicóptero. Foto: AFP

Enquanto servidores públicos e voluntários resgatam e cuidam de vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, hordas digitais de extrema direita lutam para afundá-las ainda mais na lama com a propagação de mentiras que dificultam a chegada de socorro, de água e comida.

O processo não é orgânico. Ou seja, vai muito além de malucos fermentando ódio espontaneamente em seu vazio interior, mas vem sendo estimulado por lideranças políticas, influenciadores e mercadores da morte. É um projeto, não um acidente. Como já comentei antes, o objetivo é lucrar com a desgraça alheia com a audiência das mentiras e impedir que o governo Lula seja reconhecido pela resposta que vem dando à tragédia.

Os arquitetos do caos beneficiam-se do mecanismo de “viés de confirmação” nas bolhas do bolsonarismo radical. O público aceita e compartilha bovinamente conteúdos que recebem, pouco se importando se são fraudulentos ou não, porque concordam com eles.

Como essas mensagens afirmam que Lula vem agindo de forma incompetente e criminosa no Rio Grande do Sul, e isso vai totalmente ao encontro de sua visão sobre o petista, então encaram o conteúdo como fato. Para eles, verdade é tudo aquilo que mostra que o governo federal fez algo ruim e mentira é tudo o que aponta que ele produziu uma coisa boa. A terceirização do raciocínio individual é o último degrau da polarização política.

Lula e sua comitiva no RS. Foto: Divulgação

Como já disse aqui, nenhum governante merece aplausos por fazer o seu trabalho em uma catástrofe. Mas em um Brasil acostumado em ver presidente dar uma passadinha rápida para mandar um salve a atingidos pelas chuvas na Bahia e depois sair correndo para tirar férias, em local paradisíaco, andando de jet ski e brincando em carros de corrida, enquanto as vítimas afundavam na lama, a volta à normalidade causa um estranhamento positivo.

A última rodada da pesquisa Genial/Quaest aponta que a ajuda ao Rio Grande do Sul aparece como a segunda notícia positiva sobre o governo Lula mais vista, lida ou ouvida pelos brasileiros, somente atrás do Bolsa Família. Além disso, a avaliação geral positiva do governo Lula na região Sul, fortaleza de votos bolsonaristas, subiu de 25%, em fevereiro, para 34%, em maio, e a negativa ficou estável dentro da margem, oscilando de 42% para 41%.

Ainda é cedo para cravar que há uma relação direta com a tragédia, mas a extrema direita não quis esperar para ver e está trabalhando a toda, nas redes sociais e aplicativos de mensagens, a fim de disputar a narrativa sobre a reação à catástrofe. Aproveitam-se que contam com milhões de seguidores que repassam como verdade qualquer conteúdo que é contra o seu “inimigo”.

Enquanto servidores públicos e voluntários lutam uma guerra para resgatar famílias, encontrar corpos, reconstruir pontes e levar água e comida, uma parte da extrema direita, no conforto do seu sofá, está em outra guerra, a de narrativas, a fim de reduzir a importância do peso do poder público na resposta. Essa batalha vai ser decisiva para a percepção final da população sobre o que, de fato, aconteceu. Ao que tudo indica, independente dos fatos.

A questão aqui não é o governo do petista naufragar, mas o atendimento às vítimas fazer água, uma vez que fake news atestam que doações não estão chegando, o que pode reduzir o desejo de doar, por exemplo. É triste, mas o ódio de radicais contra Lula é maior que sua empatia com o sofrimento gaúcho.

Investimentos em prevenção de desastres no Brasil caíram drasticamente após o golpe contra Dilma, em 2016

BRASIL

Em 2013, a verba destinada à prevenção somava R$ 6,81 bilhões. Durante os quatro anos da gestão Bolsonaro, o total de investimentos não passou de R$ 6,37 bilhões

Brasil 247, 10 de maio de 2024, 10:01 h

Enchente no Rio Grande do Sul (Foto: Reuters/Amanda Perobelli)

Um levantamento realizado pela ONG Contas Abertas revela uma queda acentuada nos investimentos federais em prevenção de desastres naturais no Brasil, especialmente após o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Segundo os dados obtidos pelo jornal Estado de S. Paulo, os gastos nessa área diminuíram a partir de 2015 e despencaram durante o governo Jair Bolsonaro (PL). A queda foi de 78,4%, passando de R$ 6,8 bilhões para R$ 1,47 bilhão entre os anos de 2013 e 2023.

Em 2017, durante a gestão Michel Temer (MDB), o montante para prevenção de desastres foi de R$ 2,8 bilhões. No seu último ano de governo, Temer deixou R$ 1,5 bilhão destinado a este fim.

Durante os quatro anos da gestão Bolsonaro, de 2019 a 2022, o governo federal destinou apenas R$ 6,37 bilhões para esse fim, valor inferior ao investido em 2013, quando foram aplicados R$ 6,81 bilhões. 2013, sob a presidência de Dilma Rousseff, foi o ano com maiores investimentos nessa área desde 2010, segundo os dados da Contas Abertas.

No primeiro ano da gestão Lula (PT), em 2023, houve um aumento de quase 7% em comparação a 2022, mas ainda abaixo dos valores registrados uma década atrás. Em 2023, os recursos destinados à prevenção de desastres somavam R$ 1,47 bilhão.

Para 2024, as rubricas analisadas pela Contas Abertas têm limite autorizado de R$ 2,6 bilhões, mas o presidente Lula anunciou na última quarta-feira (8) mais R$ 1,7 bilhão para prevenção de desastres no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Os investimentos incluem obras de contenção de encostas em 91 municípios.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Deputado do PL que chama o aquecimento global de "farsa" agora lamenta enchentes no Rio Grande do Sul

Para Giovanni Cherini, o aquecimento global e as mudanças climáticas são "uma grande farsa inventada no mundo"

Brasil 247, 09 de maio de 2024, 07:03 h

Giovanni Cherini (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Giovanni Cherini (PL-RS) tem causado polêmica com suas declarações sobre a recente enchente no Rio Grande do Sul. Enquanto muitos especialistas apontam a tragédia como uma manifestação das mudanças climáticas provocadas pela ação humana, Cherini insiste em afirmar que não há relação com o aquecimento global, relata a Folha de S. Paulo.

Em declarações recentes, o deputado, que é presidente do PL no estado, tem usado o plenário da Câmara dos Deputados para combater o que chama de "grande farsa" do aquecimento global. Ele sustenta sua posição mesmo diante da tragédia no Rio Grande do Sul.

Cherini argumenta que um indício de que não há relação com o aquecimento global é o fato de uma grande enchente ter ocorrido em Porto Alegre em 1941. "Você tem certeza que é efeito estufa e aquecimento global? Se em 1941 aconteceu algo igual?", questiona o deputado.

Suas declarações vão contra o consenso científico sobre o aquecimento global, fenômeno amplamente aceito pela comunidade científica. Na Câmara dos Deputados, Cherini já fez inúmeros discursos contra o aquecimento global, chamando-o de "uma grande farsa inventada no mundo".

A mídia é a alma do fascismo no Brasil

"Meios de comunicação vivem para nutrir o ódio, a estupidez, a falta de caráter com desinformação e estigmas", diz Tiago Barbosa

Brasil 247, 09 de maio de 2024, 02:20 h

Márcia Dantas, do SBT (Foto: Reprodução)

Momentos de crise humanitária têm o condão de trazer à superfície as vísceras de atores sociais - e tanto virtude como podridão ficam impossíveis de disfarçar.

O que a mídia corporativa tem feito sob o caos no RS exala a degradação moral, ética, profissional e humana maquiada durante nos estertores da era bolsonaro.

Em poucas horas, a Folha acusou Lula de errar, demorar, o governo de mentir e entornou o caldo de fakes fabricadas por fascistas para agravar a calamidade.

O Globo endossou a patranha, ignorou desmentidos e legitimou a falsificação – o SBT embarcou na lorota de bloqueio a doações – hipótese por si só indigente.

Em um país com nível razoável de base humanitária e princípios civilizatórios, a mídia seria o espaço de serenidade para organizar dados e ajudar quem precisa.

Seria o ambiente de reflexão para saídas e políticas, denunciaria a mentira, ficaria ao lado da vida, dos flagelados, cobraria responsabilidades e conscientizaria.

Mas a conjectura é um delírio no Brasil onde a mídia é a alma do fascismo e vive para nutrir o ódio, a estupidez, a falta de caráter com desinformação e estigmas.

O fundo do poço da nossa desolação é um abismo porque quem devia ser pilar de bom senso e razão é cão de guarda do extremismo, da injustiça, da morte.

O país poderia ver no cuidado de Lula o contraste com a necropolítica dos anos recentes e semear a solidariedade como ponte a uma civilização menos cruel.

Mas os vermes parasitam a morte.

Indicados por Bolsonaro se apoiaram em boatos para cortar a Selic em apenas 0,25, diz economista

Economia

Segundo André Roncaglia, racha no Copom indica aumento de volatilidade impulsionado pelo mercado diante do processo de sucessão de Campos Neto

Brasil 247, 09 de maio de 2024, 08:19 h

André Roncaglia (Foto: Reprodução / Youtube)

Carta Capital - Os diretores do Comitê de Política Monetária do Banco Central indicados por Jair Bolsonaro (PL) votaram com base em barcos para reduzir a taxa básica de juros em apenas 0,25 ponto percentual, enquanto os nomeados pelo presidente Lula (PT) se apoiaram nos fatos para tentar cortar a Selic em 0,50. A avaliação é de André Roncaglia , doutor em Economia do Desenvolvimento pela FEA-USP e professor da Unifesp.

Escolhidos por Bolsonaro, votaram pela queda conservadora o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , e os diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes

Erika Hilton: "RS vive uma catástrofe e deputados da direita estão lá nos EUA pedindo sanções ao Brasil"

Patriotismo

"O 'motivo'? Aquela palhaçada de sempre contra Alexandre de Moraes, e à favor da liberdade pra criminosos", diz ela

Brasil 247, 09 de maio de 2024, 04:19 h

Deputada Erika Hilton (Foto: André Bueno / Rede Câmara)

"Enquanto o Rio Grande do Sul passa por uma catástrofe climática sem nenhum precedente, há notícias de que parlamentares de parte da direita estão nos EUA pedindo que o Brasil sofra sanções econômicas. Isso me revolta e envergonha profundamente. Há pessoas mortas embaixo da água cujo corpo só será descoberto daqui alguns dias. Há crianças sem pai e mães sem filhos. Há gente com fome, sem água, energia e sem casa. Tudo isso aqui no Brasil mesmo. Em um Estado da Federação que esse bolsonarismo abandonou em troca das migalhas de atenção de seus pares estadunidenses. O "motivo"? Aquela palhaçada de sempre contra Alexandre de Moraes, e à favor da liberdade pra criminosos golpistas e o direito de espalhar fake news. Não que, em algum momento, eles tenham precisado de "motivos" pra tentar prejudicar nossa nação", denunciou em suas redes a deputada federal Erika Hilton.

Saiba mais - A deputada dos Estados Unidos Susan Wild, do partido Democrata, criticou duramente a audiência pública que o Congresso de seu país realiza sobre a democracia brasileira nesta terça-feira (7), com a presença de diversos parlamentares bolsonaristas.

Wild afirmou que a democracia brasileira é "forte e vibrante" e que, "como todas as democracias, há debates saudáveis a serem travados sobre aspectos das instituições do país". No entanto, ela destaca: "polícia interna e debates sobre questões constitucionais e jurídicas devem ser decididas pelo povo brasileiro. O Congresso dos Estados Unidos não é o fórum para isso".

A audiência, impulsionada por bolsonaristas, tem por objetivo pressionar a Organização dos Estados Americanos (OEA) a tomar medidas para supostamente proteger a liberdade de expressão no Brasil, que estaria sendo vilipendiada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e pelo governo Lula (PT).