quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto é preso pela PF

CORRUPÇAO NO INSS

Nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes por meio de descontos indevidos em benefícios do INSS, foi deflagrada nesta quinta-feira

Brasil 247, 13 de novembro de 2025, 07:48 h

Ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alessandro Stefanutto 
(Foto: Arquivo/Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Conteúdo postado por Paulo Emilio

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (13) o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, durante uma nova fase da Operação Sem Desconto. A ação, desenvolvida em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), apura um esquema de fraudes que teria provocado descontos irregulares em benefícios para aposentados e pensionistas por vários anos . Alessandro Stefanutto, que presidiu o INSS entre 2023 e 2024, já havia sido alvo de afastamento judicial em fases anteriores da mesma operação. As informações são do g1.

Os desvios identificados pelos investigadores podem alcançar R$ 6,3 bilhões, valor decorrente de cobranças aplicadas entre 2019 e 2024. A operação mobiliza forças federais no Distrito Federal e em 14 estados, totalizando 10 mandados de prisão e 63 mandados de busca e apreensão.

Esquema operava com descontos não autorizados

As investigações apontam que os beneficiários teriam sido alvo de débitos mensais incluídos sem autorização em suas aposentadorias e pensões. A fraude se apoiaria em acordos firmados com entidades associativas que, segundo os segurados, eram desconhecidas por grande parte das vítimas.

Auditorias preliminares conduzidas pela CGU reforçam que o volume de descontos ilegais aumentou consistentemente ao longo dos últimos anos, evidenciando a ampliação da atuação criminosa.

Alvos respondem por crimes graves

Os investigados podem responder por organização criminosa, estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistemas públicos, corrupção ativa e passiva, além de ocultação e dilapidação patrimonial. As autoridades também tentam recuperar parte dos valores desviados e aprofundar a análise das conexões entre servidores, intermediários e entidades envolvidas no esquema.

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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Efeito Lula: brasileiros voltam a confiar nas instituições públicas

BRASIL SOBERANO

Relatório da OCDE apresentado na COP30 mostra salto de 14 pontos na confiança da população no governo federal, após período de forte descrédito durante a gestão Bolsonaro

Efeito Lula: brasileiros voltam a confiar nas instituições públicas.Relatório da OCDE apresentado na COP30 mostra salto de 14 pontos na confiança da população no governo federal, após período de forte descrédito durante a gestão Bolsonaro
Créditos: Ricardo Stucker (PR)

Por Iara Vidal, Revista Forum, 11/11/2025 · 18:07 hs

O terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva marcou uma recuperação inédita da confiança dos brasileiros nas instituições públicas. Desde o início deste mandato, em janeiro de 2023, o Brasil vem registrando uma reversão consistente do descrédito político e da polarização social que se aprofundaram durante os quatro anos de governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.

É o que revela o levantamento divulgado nesta segunda-feira (10) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O relatório, intitulado OECD Latin America and Caribbean Trust Survey 2025 e apresentado durante a COP30, mostra que 47% dos brasileiros afirmam confiar no governo federal em 2025, contra 33% em 2023 — o maior salto entre os dez países pesquisados na América Latina e no Caribe.



O presidente Lula comentou sobre esse resultado pelas redes sociais.

“Esse movimento expressa algo importante: um maior compromisso do Estado com a população. E um sinal de que o país está avançando com trabalho, seriedade e diálogo”, destacou o presidente.



Lula ressaltou que mais brasileiros afirmam se sentir ouvidos pelo governo, reflexo da volta do diálogo e da participação social na formulação de políticas públicas.


“A satisfação com os serviços públicos aumentou. Mais brasileiros que utilizam o SUS, frequentam as escolas e acessam benefícios afirmaram estar satisfeitos em comparação a 2022. Esses dados mostram que o Governo do Brasil está no rumo certo”, escreveu Lula.

Instituições recuperam prestígio

A pesquisa da OCDE revela também avanços expressivos em outros órgãos do Estado. A confiança no Congresso Nacional subiu de 21% para 32%, enquanto o Poder Judiciário passou de 28% para 39%, impulsionado pela percepção de independência e pelo papel na defesa da democracia.

Já a Polícia Federal e os órgãos de controle, como a CGU e o TCU, continuam entre as instituições mais bem avaliadas, com índices acima de 50%, refletindo o fortalecimento do combate à corrupção e a transparência administrativa.
Brasil supera média latino-americana

O levantamento, que abrangeu dez países da região, indica que a confiança média na América Latina é de 34%, abaixo da média da OCDE (45%).

O Brasil superou pela primeira vez a média regional, após uma década de instabilidade institucional, crises econômicas e escândalos de corrupção.

Segundo o documento, o país se destaca ao lado do Chile e da Costa Rica por apresentar uma tendência positiva e sustentada de confiança institucional.
Políticas sociais e ambientais impulsionam retomada

De acordo com a OCDE, o aumento da confiança no Brasil está diretamente ligado à percepção de eficiência, integridade e transparência do serviço público.

A população demonstrou maior satisfação com políticas de:transferência de renda e combate à fome,

expansão da educação técnica e das universidades,

e investimentos em programas ambientais e de energia limpa.

Outro fator decisivo foi a digitalização dos serviços públicos, que reduziu a burocracia e ampliou o acesso a informações, principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.
Reconstrução institucional e integridade pública

O relatório também cita o “Revisão de Integridade da OCDE sobre o Brasil 2025”, que reconhece o país por fortalecer sua estrutura de combate à corrupção e transparência.

Entre as medidas destacadas estão a criação do Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal e o Plano de Integridade e Combate à Corrupção 2025–2027.

O tema foi comentado em artigo publicado na Folha de S.Paulo nesta terça-feira (11) pelos ministros Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos).


“Esses avanços não decorrem de iniciativas isoladas, mas de uma firme orientação para reconstruir a capacidade e a confiança do Estado”.
Um novo ciclo de confiança

A OCDE afirma que o Brasil “exemplifica como reformas de governança, políticas sociais eficazes e comunicação transparente podem reverter a tendência de desconfiança generalizada na região”.

O país, diz o relatório, entrou em um novo ciclo de confiança institucional, sustentado por estabilidade política e compromisso democrático.

Paraná Pesquisas: Lula aumenta margem sobre Tarcísio e venceria todos adversários

ELEIÇÕES 2026

Nova sondagem mostra que ações eleitorais usando a matança no Rio de Janeiro não adiantaram nada. Governador de SP encolheu e o presidente segue líder

Créditos: Ricardo Stuckert/PR

Por Henrique Rodrigues, Revista Fórum, 11/11/2025 · 18:04 hs

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está com sua liderança consolidada em todos os cenários para a eleição presidencial de 2026, de acordo com uma sondagem divulgada nesta terça-feira (11) pelo instituto Paraná Pesquisas. Realizado entre os dias 6 e 10 deste mês, com 2.020 entrevistas presenciais em todo o país, o levantamento aponta o petista à frente tanto na disputa espontânea quanto na estimulada, além de vencer todos os confrontos diretos num eventual segundo turno.

No cenário principal de primeiro turno, Lula registra 35,6% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro (PL), com 32,1% – embora o ex-presidente esteja inelegível e condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Ainda nesse cenário, completam a lista Ciro Gomes (PSDB), com 8,2%. Ratinho Junior (PSD), com 6,9%, e Ronaldo Caiado (União), com 3,2%.


EXCLUSIVO

Quando Michelle Bolsonaro (PL-DF) entra no lugar do marido, Lula sobe para 36%, enquanto a ex-primeira-dama marca 26%. Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), outrora visto como o principal nome do bolsonarismo, aparece com 23,2%, uma queda significativa em relação às sondagens anteriores.

A tentativa da extrema direita de capitalizar politicamente com a sangrenta operação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, ao que tudo indica, não surtiu o efeito esperado. A narrativa de “guerra contra os bandidos” promovida por bolsonaristas nas redes sociais e em discursos perdeu tração e sequer resultou em algum número positivo para a extrema direita.


No segundo turno, mostra a Paraná Pesquisas, Lula derrota todos os adversários testados: 43% contra 41,8% de Tarcísio; 45,4% contra 38,6% de Flávio Bolsonaro (PL); 43% contra 42,7% de Michelle (PL); e 43,7% contra 43,1% de Jair Bolsonaro, uma vantagem estreita, mas estatisticamente relevante dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

A sondagem reforça a percepção geral de que Tarcísio de Freitas, antes tratado como “plano A” do bolsonarismo e grande estrela do grupo ideológico, enfrenta um teto mais baixo do que o esperado, agravado por crises de criminalidade e violência em São Paulo, além das desnecessárias e provocativas tensões que lançou contra o governo federal. Michelle Bolsonaro, por sua vez, emerge como a principal alternativa da oposição, com apelo entre eleitores “conservadores” (leia-se reacionários), especialmente mulheres e jovens de perfil religioso.

Regionalmente, o Nordeste é o reduto mais sólido do presidente, com 49,9% das intenções, enquanto Michelle e Tarcísio ficam em patamares muito inferiores. No Sul, a oposição lidera entre eleitores de renda mais alta, mas Lula resiste em faixas de maior escolaridade.

PF faz operação contra desvio de verbas no RS e apreende R$ 400 mil após enchentes

COMBATE A CORRUPÇAO
Diário do Centro do Mundo, 12 de novembro de 2025 às 6:3

Agentes da PF fazem operação contra desvio de recursos destinados à recuperação das enchentes em Lajeado. Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal (PF) apreendeu mais de R$ 400 mil em espécie durante uma operação deflagrada nesta terça-feira (11) contra um esquema de desvio de recursos públicos destinados à Prefeitura de Lajeado (RS) para a recuperação dos estragos das enchentes que atingiram o estado em 2024.

Ao todo, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em nove cidades gaúchas: Lajeado, Muçum, Encantado, Garibaldi, Guaporé, Carlos Barbosa, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre. A PF também determinou o bloqueio de R$ 4,5 milhões nas contas dos investigados e o sequestro de dez veículos.

Ex-prefeito de Lajeado é alvo da investigação

Um dos alvos da operação é Marcelo Caumo, atual secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul, que foi prefeito de Lajeado entre 2017 e 2024. A PF investiga contratos firmados durante sua gestão, suspeitos de crime contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

“O chefe do Executivo municipal da gestão anterior é investigado porque deu origem à dispensa de licitação e à contratação direta da empresa para prestar serviços à população atingida pela enchente. Tem a assinatura, o contrato e a assinatura do chefe do Poder Executivo municipal, e ele é um dos investigados”, afirmou o delegado Marconi Joaquim da Silva, responsável pela operação.Marcelo Caumo, atual secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução

Em nota, o governo do estado declarou que a investigação “não tem qualquer relação com a atuação de Marcelo Caumo enquanto secretário de Estado” e reiterou que está à disposição da PF. Já a Prefeitura de Lajeado informou que “colabora integralmente com as autoridades e adotará as medidas cabíveis diante de eventuais irregularidades”.

O ex-prefeito disse confiar “plenamente na Justiça e possuir convicção de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos”.

Contratos de R$ 120 milhões sob suspeita

Segundo a PF, o esquema envolveu irregularidades em contratos de aproximadamente R$ 120 milhões firmados pela prefeitura para a contratação emergencial de psicólogos, assistentes sociais, educadores, auxiliares administrativos e motoristas.

As contratações foram feitas sem licitação, sob a justificativa do estado de calamidade pública decretado após as enchentes. No entanto, a PF afirma haver indícios de direcionamento e de valores acima do mercado.

“Há indícios de que a contratação direta da empresa investigada tenha ocorrido sem observância da proposta mais vantajosa. Ainda é uma fase administrativa, sem culpados, mas há indícios de direcionamento do processo para uma empresa específica”, explicou o delegado Marconi.PF apreende R$ 400 mil em dinheiro durante operação contra desvio de verbas no RS. Foto: Divulgação/PF

Vitória do governo Lula: em terceiro parecer, Derrite recua e deixa de proteger o crime organizado

BRASIL

Relator cedeu à pressão do Executivo e retirou trechos que ameaçavam a soberania nacional e enfraqueciam a Polícia Federal

Brasil 247, 12 de novembro de 2025, 04:33 h
Guilherme Derrite (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Conteúdo postado por Redação Brasil 247

Após duras críticas e um dia intenso de negociações, o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) apresentou na noite de terça-feira (11) uma nova versão do projeto de lei antifacção, recuando em pontos que haviam provocado forte reação do governo federal, da Polícia Federal, da Receita Federal e de especialistas em segurança pública. A informação foi publicada pelo Valor Econômico.

O relator atendeu aos dois principais pleitos do governo: suprimiu todas as menções à Lei Antiterrorismo e retirou as passagens que tratavam da competência da Polícia Federal, que poderiam reduzir o papel do órgão no combate ao crime organizado. Segundo integrantes do Executivo, esses pontos eram “inegociáveis”.

Governo evita equiparação de facções ao terrorismo

Na versão anterior do parecer, Derrite havia incluído artigos que equiparavam condutas de facções e milícias a crimes de terrorismo, o que, segundo especialistas, poderia gerar conflitos jurídicos e riscos à soberania nacional. O novo texto elimina essa vinculação.

O deputado justificou a mudança afirmando que “a adoção de um diploma autônomo torna desnecessária qualquer disposição expressa sobre a competência do Ministério Público, da Polícia Federal ou das polícias judiciárias estaduais”, citando os artigos 109 e 144 da Constituição como garantias já suficientes para delimitar responsabilidades.

Endurecimento das penas e novas medidas

Mesmo com as alterações, Derrite manteve a previsão de penas severas, entre 20 e 40 anos, para crimes de domínio territorial armado, sabotagem de serviços públicos e ataques contra forças de segurança. O texto também prevê o cumprimento de pena em presídio federal para líderes de facções.

O projeto cria uma lei autônoma para tratar de condutas como domínio territorial, sabotagem, ataques a instituições prisionais, “novo cangaço”, sequestro de aeronaves e controle social por meio da violência. O relator argumenta que a proposta “reforça a segurança jurídica e evita conflitos interpretativos entre órgãos de persecução penal”.
Rastreamento de recursos e bloqueio de bens

Entre as medidas adicionais, o relatório prevê bloqueio patrimonial e rastreamento de recursos de organizações criminosas, incluindo a cooperação internacional para investigação de offshores. Também propõe a criação de bancos nacionais e estaduais de membros de facções, a inelegibilidade automática e a perda do auxílio-reclusão para familiares de condenados.
Derrite tenta acelerar tramitação

Em entrevista a jornalistas, Derrite afirmou que as mudanças visam dar celeridade à tramitação e evitar contestações judiciais. “Para que a gente tenha campo político, não apenas para aprovar aqui na Câmara dos Deputados, mas para que a pauta caminhe no Senado, seja aprovada e não seja passível de contestação no Judiciário”, declarou.

Ele também negou que tenha enfraquecido o projeto: “O que é competência da PF está preservado; o que é das polícias estaduais está preservado.” Segundo o relator, o foco deve permanecer no enfrentamento das facções: “Vamos manter um texto duro, e disso eu não abro mão.”

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Governador da Califórnia critica duramente Trump na COP30 e promete continuar liderando ação climática

COP30

Em Belém, Gavin Newsom chamou de “burra” a política ambiental do presidente dos Estados Unidos

Brasil 247, 12 de novembro de 2025, 05:11 h
 
Governador da Califórnia, Gavin Newsom, chega à COP30, em Belém (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Conteúdo postado por Redação Brasil 247

Durante a COP30, realizada em Belém, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, assegurou que seu estado continuará sendo um parceiro confiável na luta contra as mudanças climáticas e aproveitou o evento para criticar duramente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por reverter políticas federais de combate ao aquecimento global. A reportagem é da agência Reuters.

Newsom classificou como “burra” (“dumb”) a decisão de Trump de abandonar compromissos climáticos e afirmou que as ações do governo republicano representam uma ameaça à democracia e ao Estado de Direito. “Os Estados Unidos podem ser tão burros quanto quiserem nesse tema, mas a Califórnia não é. Nós vamos nos afirmar, participar e competir nesse espaço”, disse o governador, sob aplausos do público.

Califórnia à frente da transição verde

Vestido de maneira informal devido ao calor amazônico, Newsom destacou que a Califórnia, apesar de ser apenas um dos 50 estados norte-americanos, possui a quarta maior economia do mundo e metas climáticas das mais ambiciosas do planeta. O estado pretende descarbonizar sua economia até 2045 e proibir a venda de novos carros a gasolina até 2035.

“Mas não podemos fazer isso sozinhos. Estamos aqui com a mão estendida, não com o punho fechado”, disse o governador, reforçando a busca por cooperação internacional.

Newsom também lembrou que dois ex-presidentes republicanos oriundos da Califórnia, Ronald Reagan e Richard Nixon, adotaram medidas ambientais relevantes, sugerindo que o compromisso climático deveria ser uma causa nacional e não partidária.
Críticas à política de Trump e alerta sobre a China

O governador afirmou que o presidente Trump está entregando à China a liderança global em energia limpa ao desmantelar políticas ambientais nos Estados Unidos. “Os republicanos estão cedendo o mercado de crescimento mais rápido do mundo. A China vai dominar a próxima grande indústria global”, advertiu.

Newsom lembrou ainda que Trump costuma desdenhar da crise climática, chamando-a falsamente de “farsa”, e que seu governo tem incentivado o uso de combustíveis fósseis, ignorando os alertas científicos e diplomáticos.
Política e eleições nos EUA

Apontado como um dos principais nomes democratas para a eleição presidencial de 2028, Newsom evitou confirmar uma eventual candidatura. “Não me preocupo com 2028. Estou mais preocupado com eleições livres e justas. Penso em 2026, em retomar a Câmara dos Representantes e a presidência da Casa”, declarou.

Ele também criticou oito senadores democratas que apoiaram o fim da paralisação do governo federal, sem, no entanto, comentar se apoia substituições na liderança do Senado.

Newsom observou que o mandato de Trump termina em janeiro de 2029, mas insinuou que o presidente pode tentar permanecer no poder. “Ele é o presidente mais impopular da história dos Estados Unidos. É por isso que está tentando manipular a eleição”, afirmou. “Trump é temporário. É imprudente. É caótico. As pessoas precisam reagir. Precisam enfrentar o valentão.”

Califórnia como referência global

No dia anterior, em São Paulo, o governador havia dito a investidores que o vácuo de liderança dos Estados Unidos na pauta climática é “chocante”. Ele ressaltou que a Califórnia abriga sete vezes mais empregos em energia renovável do que em combustíveis fósseis e lembrou que a Tesla foi fundada no estado.

Ao comentar um possível plano do governo Trump de liberar perfurações em águas federais na costa californiana, Newsom foi enfático: “Isso está morto na chegada.”

A COP30, organizada pelas Nações Unidas, não contou com a presença oficial do governo norte-americano, que tem se mantido distante das negociações climáticas globais. Ainda assim, a Califórnia — e Newsom — buscaram se afirmar como representantes de uma política ambiental progressista e engajada.

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COP30

Hipocrisia climática global: Ocidente adota dois pesos e duas medidas diante das iniciativas verdes da China

GLOBAL TIMES

Declarações do presidente da COP30, André Corrêa do Lago, expõem contradições do Ocidente

Brasil 247, 12 de novembro de 2025, 05:41 h

Linha produção de carros elétricos na China (Foto: Xinhua)

Conteúdo postado por Redação Brasil 247

Em entrevista ao The New York Times, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, chamou atenção para a incoerência das potências ocidentais em relação à política ambiental da China. “Você não pode insistir que a China reduza suas emissões e depois reclamar que ela está colocando veículos elétricos baratos em todo o mundo”, afirmou.

A declaração foi destacada em artigo publicado pelo jornal chinês Global Times, que criticou o duplo padrão com que países ocidentais tratam o desenvolvimento verde chinês (leia o original aqui).

Contradição e disputa industrial

O texto aponta que, embora o Ocidente se apresente como o arquiteto das regras globais do clima e o principal financiador da transição verde nos países em desenvolvimento, a distância entre promessas e ações concretas segue ampla. Ao mesmo tempo, essas nações cobram que economias emergentes, como a China, assumam “maior responsabilidade” — enquanto impõem barreiras comerciais, investigações de subsídios e campanhas negativas na mídia para restringir o avanço da indústria verde chinesa.

Essa postura, segundo o Global Times, revela mais preocupação com a preservação de interesses econômicos do que com o futuro climático global. “Determinadas forças no Ocidente estão menos interessadas no futuro do clima do que em proteger seus próprios interesses diante da competição verde emergente”, analisa o texto.

A ameaça de ser superado

As duplas medidas, de acordo com a publicação, decorrem tanto do medo da competitividade industrial chinesa quanto de um “incômodo institucional”. O rápido progresso da China em setores estratégicos, como a energia solar e os veículos elétricos, teria abalado a confiança do Ocidente, acostumado a ditar as regras e padrões da governança climática global.

De fato, a China é responsável por mais de 80% da produção mundial de componentes-chave da energia solar, e a expansão internacional de seus veículos elétricos está acelerando a descarbonização do transporte. Um relatório recente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estima que, para atingir as metas do Acordo de Paris, as emissões globais de gases de efeito estufa precisam cair entre 35% e 55% até 2035 em comparação com os níveis de 2019.

Nesse contexto, argumenta o artigo, restringir produtos verdes chineses é equivalente a limitar artificialmente o avanço da descarbonização global.
Corrêa do Lago: “Se você se preocupa com o clima, isso é uma boa notícia”

Ao comentar o impacto positivo da presença global dos veículos elétricos chineses, Corrêa do Lago foi direto: “Se você se preocupa com o clima, isso [a expansão global dos veículos elétricos chineses] é uma boa notícia.” Para o Global Times, essa observação reforça o papel crucial da China na transição energética mundial e o valor global de suas inovações sustentáveis.

Entretanto, enquanto persistirem as desconfianças e a politização das questões climáticas por parte do Ocidente, “o caminho para disseminar tecnologias verdes de forma mais rápida, ampla e acessível continuará obstruído”, alerta o artigo.
Um alerta para a cooperação global

As palavras do presidente da COP30, segundo o jornal chinês, devem servir como um chamado à razão. “A governança climática mundial está entrando em uma janela crítica, e qualquer politização ou instrumentalização das questões climáticas é um desperdício do futuro coletivo da humanidade.”

O texto conclui que, se o Ocidente realmente busca progresso, precisa abandonar os duplos padrões, cessar a politização dos esforços verdes da China e cooperar com as economias emergentes para construir um quadro mais inclusivo e equitativo de governança climática global.

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terça-feira, 11 de novembro de 2025

Unicef diz que Israel está bloqueando 1 milhão de seringas necessárias para vacinar crianças de Gaza

MUNDO

Unicef lançou a primeira de três rodadas de imunizações de recuperação no domingo para atingir mais de 40.000 crianças menores de três anos

Brasil 247,11 de novembro de 2025, 10:08 h

Crianças palestinas em Gaza (Foto: Reprodução/Vatican News)

Conteúdo postado por Paulo Emilio

O Unicef diz que Israel está bloqueando 1 milhão de seringas necessárias para vacinar crianças de Gaza - O Unicef afirmou nesta terça-feira que itens essenciais, incluindo seringas para vacinar crianças e mamadeiras para fórmulas infantis, estão sendo impedidos de entrar em Gaza por Israel, barrando ajuda de agências aos necessitados no território devastado pela guerra.

Enquanto o Unicef realiza uma campanha de vacinação infantil em massa com um frágil cessar-fogo em vigor, disse enfrentar sérios desafios para conseguir 1,6 milhão de seringas e geladeiras movidas a energia solar para armazenar frascos de vacina em Gaza. As seringas estão aguardando desembaraço alfandegário desde agosto, segundo o Unicef.

"Tanto as seringas quanto as geladeiras são consideradas de uso duplo por Israel, e temos encontrado muita dificuldade para que esses itens passem por liberação e inspeção, embora sejam urgentes", disse o porta-voz do Unicef, Ricardo Pires.

"Uso duplo" refere-se a itens que Israel considera ter possíveis aplicações militares e civis.

O Cogat, braço militar israelense que supervisiona o fluxo de ajuda para Gaza, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Já havia dito anteriormente que não está limitando a entrada de alimentos, água, suprimentos médicos e itens de abrigo. Também acusou o Hamas de roubar suprimentos humanitários, acusações que o grupo militante palestino nega.

O Unicef lançou a primeira de três rodadas de imunizações de recuperação no domingo para atingir mais de 40.000 crianças menores de três anos que não tomaram as vacinas de rotina contra poliomielite, sarampo e pneumonia, após dois anos de guerra em Gaza.

No primeiro dia da campanha, o Unicef imunizou mais de 2.400 crianças com várias vacinas.

"Campanha de vacinação já começou, mas ainda temos duas rodadas pela frente, e para isso precisamos de mais suprimentos", disse Pires.

O Unicef afirmou que mais ajuda humanitária está entrando em Gaza, mas alguns itens essenciais continuam a ter sua entrada negada pelas autoridades israelenses, incluindo 938.000 frascos de fórmula infantil pronta para uso e peças de reposição para caminhões de água.

"São quase um milhão de garrafas que poderiam estar chegando às crianças que sofrem de diferentes níveis de desnutrição", disse Pires em uma coletiva de imprensa em Genebra.

A trégua de 10 de outubro tem como objetivo desencadear um aumento maciço de ajuda em todo o enclave, mas as agências de ajuda humanitária têm dito repetidamente que não está chegando o suficiente para atender às necessidades de uma população de 2 milhões de pessoas, em grande parte deslocadas e desnutridas.

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Câmara adia votação do PL Antifacção após impasse com o governo

Motta se reúne com Lewandowski e promete não desfigurar projeto original do governo

Brasil 247, 11 de novembro de 2025, 11:52 h

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta - 6/8/25 (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

Conteúdo postado por Guilherme Levorato

A Câmara dos Deputados adiou para esta quarta-feira (12) a votação do projeto de lei conhecido como PL Antifacção, uma das principais propostas do governo federal na área da segurança pública. A decisão foi confirmada pelo líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), que afirmou haver um entendimento com o Palácio do Planalto para postergar a análise da matéria. A proposta estava inicialmente prevista para ir a plenário nesta terça-feira (11).

De acordo com o Valor Econômico, o adiamento foi motivado pela insatisfação do governo com pontos específicos do texto após alterações promovidas pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP). O principal foco de divergência envolve a delimitação das competências da Polícia Federal (PF) e o enquadramento de determinadas condutas como terrorismo. “Não acho que esse projeto tenha que tratar de Polícia Federal, que já tem as suas atribuições muito bem definidas”, declarou Guimarães.

Governo e Câmara buscam consenso sobre o texto

Nesta tarde, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem reunião marcada com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para discutir os ajustes no projeto. Segundo Guimarães, Motta teria se comprometido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a não colocar em votação um texto que desfigure a versão original enviada pelo Executivo.

Enquanto isso, líderes partidários participam de uma reunião para definir a pauta de votações da semana, com a tendência de que a sessão desta terça seja “leve” e o PL Antifacção fique para o dia seguinte.

Nova versão de Derrite devolve poder à PF

Guilherme Derrite apresentou uma nova versão de seu parecer na noite de segunda-feira (10), após forte reação de integrantes do governo. No texto anterior, o relator previa que o combate a organizações criminosas seria responsabilidade das polícias estaduais, restringindo a atuação da Polícia Federal a situações em que houvesse provocação dos governadores.

Na nova proposta, Derrite restabelece a possibilidade de atuação autônoma da PF, desde que as investigações envolvam matérias de sua competência constitucional ou legal. “A Polícia Federal poderá participar das investigações de organizações criminosas, paramilitares ou milícias civis, em caráter cooperativo com a polícia estadual respectiva, sempre que os fatos investigados envolverem matérias de sua competência constitucional ou legal”, diz o documento.

Apesar disso, o parecer mantém o julgamento dos casos sob a alçada da Justiça que possuir a competência material para o delito, conforme as regras processuais vigentes.
Reações e bastidores políticos

O relator é secretário de Segurança Pública licenciado do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo — apontado como um dos principais nomes da direita para enfrentar Lula em 2026. Sua escolha foi vista como um revés político para o Planalto e aumentou a tensão entre governo e oposição.


O PL Antifacção foi enviado ao Congresso após uma megaoperação policial - que resultou em uma chacina com 121 mortos - contra o Comando Vermelho nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, e é considerado peça-chave da estratégia federal para enfrentar o crime organizado e as milícias.
Polícia Federal reage com críticas

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, criticou duramente o relatório original de Derrite. Em entrevista à CNN, ele afirmou: “É inaceitável. No momento em que o enfrentamento ao crime organizado é a preocupação número um da sociedade brasileira, é inconcebível que se cogite restringir o papel da Polícia Federal”.

Boulos vai pra cima de banqueiro André Esteves, do BTG, por críticas ao Bolsa Família

"POVOFOBIA"

Enquanto o banqueiro critica o Bolsa Família, dados oficiais mostram que 2 milhões de famílias deixaram o programa em 2025 com a melhora do emprego e da renda

Créditos: Créditos: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados/Luiz Prado/Wikimedia Commons

Por Raony Salvador Revista Forum, 11/11/2025 · 09:06 hs

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) respondeu nesta segunda-feira (10) às declarações do banqueiro André Esteves, fundador e presidente do conselho do BTG Pactual, que afirmou que o Bolsa Família “cresceu demais” e se tornou “desproporcional” em relação à economia brasileira.

Durante evento do Milken Institute, em São Paulo, Esteves defendeu que o programa social precisa de ajustes e comparou seus custos aos de países europeus. Segundo o banqueiro, o Brasil precisa de um ajuste fiscal de 2% do PIB para reduzir os juros e equilibrar as contas públicas. Ele também ironizou a política monetária, dizendo que o Banco Central age como “um agente de inteligência artificial” por seguir modelos matemáticos.

Boulos reagiu nas redes sociais. “André Esteves, do BTG, reclamou que o Bolsa Família cresceu demais. Lucro dos bancos: R$ 114 bilhões (só dos quatro maiores), crescimento de 24% no ano passado. Juros do cartão de crédito: 451% ao ano, o maior do planeta. Esses ele não diz que cresceram demais. A maioria dos bilionários tem povofobia”, escreveu.

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Com aumento de renda, 2 milhões de famílias deixam o Bolsa Família

Enquanto Esteves critica o tamanho do programa, dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social mostram o contrário: 2 milhões de famílias deixaram o Bolsa Família em 2025, o maior número desde o relançamento do programa no governo Lula. Segundo o ministério, a saída está relacionada ao aumento da renda e à melhora do emprego formal.

Atualmente, o programa atende 18,9 milhões de famílias — o menor número desde 2022. Entre as que saíram, 1,3 milhão deixou de receber o benefício por ultrapassar o limite de renda e outras 726 mil concluíram o período de transição previsto pela regra de proteção.

O governo afirma que a redução do número de beneficiários mostra um avanço sustentável e reforça que o programa é uma política de transição e não de dependência, contrariando o discurso de que o Bolsa Família teria se “expandido demais”.